Bruno de Carvalho: “Trabalho com a banca tem sido excelente”
Bruno de Carvalho criticou a cobertura mediática do Sporting, os próprios atletas, e também os acionistas Álvaro Sobrinho e José Maria Ricciardi. Anunciou ainda que não irá ao Jamor.
Bruno de Carvalho reprova a cobertura mediática que tem sido feito da crise no Sporting ao longo das últimas semanas, afirmando que “chegou a um ponto absolutamente inaceitável”. Numa conferência de imprensa que convocou em Alvalade, o presidente do clube afirmou: “A única coisa que falta é, como aconteceu naquele ato hediondo, entrar por aqui um grupo de pessoas e arrancar-nos partes do corpo, porque nós já sofremos tanto nas mãos das televisões, dos comentadores”.
O presidente do Sporting surgiu acompanhado de vários jornais, criticando as primeiras páginas onde surge, por exemplo, o título Brunos de Carvalho devem ser mortos à nascença, no Expresso, ou no Sol onde “com caricaturas, estou eu com um bastão a dizer ‘Bruno deu aval a agressões'”.
Bruno de Carvalho não criticou apenas a cobertura mediática da crise do Sporting, nomeadamente sobre si próprio, que considerou “um total desrespeito pelas regras mais basilares da democracia”, mas também Álvaro Sobrinho, da Holdimo, uma das principais acionistas do Sporting. “A Holdimo já deveria há muito tempo ter vendido a sua participação, porque não é uma marca ideal para dar nome e prestígio ao Sporting”, afirmou.
O presidente do Sporting acusou a Holdimo de Sobrinho e José Maria Ricciardi de criarem uma “campanha de terror” contra a administração do clube. “José Maria Ricciardi é o estratega de tudo isto que se está a passar”, acrescentou.
“Garantidamente que não foi a SAD que deu autorização” para o ataque aos atletas do Sporting, continuou Bruno de Carvalho. “Éramos o único clube que tinha a folha limpa no que toca a atos de violência. Acabamos por ficar manchados por um ato hediondo, e eu lamento, indignado, que a comunicação social, e alguns sportinguistas, com o apoio da bem montada teia cartilheira do Benfica, uma campanha atroz que visa que eu sou o autor, primeiro era direto, depois era moral” dos atos em causa.
“A Academia é e sempre será um local seguro”, acrescentou, apesar do ataque aos futebolistas e técnicos que treinavam em Alcochete. “Volto a dizer que a Sporting SAD garantirá toda a segurança de todos os atletas, de todas as modalidades, e são 55”. Pede, assim, calma aos atletas, antes de insinuar que estes é que não se têm comportado corretamente: “Nós, sim, teríamos razões para pôr processos disciplinares. Não me venham falar de rescisões”.
“O nosso trabalho com a banca tem sido excelente. O nosso trabalho com os verdadeiros patrocinadores tem sido excelente”, disse Bruno de Carvalho, num ataque aos patrocinadores que já abandonaram o Sporting. Afirmou ainda que não estará presente na final da Taça de Portugal, no Jamor.
Na terça-feira, antes do primeiro treino para a final da Taça de Portugal, em que o Sporting defronta o Desportivo das Aves, a equipa de futebol foi atacada na Academia de Alcochete por um grupo de cerca de 50 alegados adeptos encapuzados, que agrediram técnicos e jogadores. A GNR deteve 23 dos atacantes.
Paralelamente, a Polícia Judiciária deteve na quarta-feira quatro pessoas na sequência de denúncias de alegada corrupção em jogos de andebol, incluindo o diretor desportivo do futebol, André Geraldes, que foi libertado sob caução e impedido de exercer funções desportivas.
O cenário agravou-se com as demissões na quinta-feira da Mesa da Assembleia Geral, em bloco, e da maioria dos membros do Conselho Fiscal e Disciplinar, instando o presidente do Sporting a seguir o seu exemplo, mas Bruno de Carvalho anunciou ao fim do dia que se irá manter no cargo.
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