Sporting reúne credores antes da Taça para evitar default
Os obrigacionistas vão reunir-se este domingo, às 10h00, para decidir se aceitam o adiamento no pagamento de 30 milhões de dívida do Sporting que vence na sexta-feira.
O clima de instabilidade que se instalou no Sporting depois do jogo com o Atlético de Madrid levou a SAD a propor aos credores uma espécie de moratória no pagamento da dívida.
As obrigações em causa foram emitidas em maio de 2015 e deveriam ser pagas na sua totalidade — 30 milhões de euros — na próxima semana, 25 de maio. Como a SAD não conseguiu ainda ir ao mercado vender dívida nova para reembolsar esta dívida antiga, então propôs aos seus credores que aceitassem adiar o prazo de reembolso, de 25 de maio para 26 de novembro.
Os acionistas da SAD já aprovaram este adiamento em assembleia geral (AG), mas ainda falta o ‘ok’ decisivo por parte dos credores que detêm as obrigações que pagam um juro anual bruto de 6,25%.
Na primeira convocatória da AG, que aconteceu no passado dia 4 de maio, este adiamento não foi aprovado (nem chumbado) por falta de quórum. Na AG de obrigacionistas só estiveram presentes credores donos de 1,03% do total da emissão, uma presença insuficiente para que as deliberações da reunião fossem consideradas válidas.
Por isso, o Sporting convocou uma nova AG para este domingo, às 10h00, no Estádio José de Alvalade, para tentar aprovar este adiamento. A AG acontece no mesmo dia em que a equipa de futebol vai jogar no Jamor a final da Taça de Portugal com o Desportivo das Aves. Nesta segunda convocatória para domingo as regras são diferentes:
- Na primeira convocatória era exigido para aprovação do adiamento pelo menos 50% dos votos correspondentes a todos os obrigacionistas; Na segunda convocação bastará uma maioria de dois terços dos votos emitidos na própria AG.
- Além disso, neste segundo encontro, “a AG poderá reunir e decidir qualquer que seja o número de obrigacionistas presentes e/ou representados”.
Isto quer dizer que, em teoria, será mais fácil aprovar o ponto único da AG. Neste cenário, o Sporting ganha uma “folga” de seis meses para poder ir ao mercado para se financiar e fazer o roll over da dívida. Se houver um chumbo, o Sporting arrisca entrar em default já na próxima sexta-feira, a não ser que consiga fundos junto à banca para pagar aos obrigacionistas.
Miguel Maya, atual vice e próximo CEO do BCP, um dos dois maiores credores da SAD do Sporting, veio dizer esta sexta-feira que “a banca está preocupada com a situação do Sporting”.
As obrigações que vencem agora foram compradas sobretudo por investidores no retalho: mais concretamente por 4.241 investidores. Apenas cinco credores aplicaram mais de 500 mil euros nesta linha.
A SAD já entretanto teve o ok por parte dos acionistas em AG para que possa emitir dívida nova no mercado até um máximo de 60 milhões de euros, pagando para tal um juro de 6%. A primeira venda deverá ascender a 15 milhões de euros e serve para o “cumprimento de serviço de dívida e tesouraria”.
As últimas emissões da SAD do Sporting
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