Pedro Santana Lopes sai do PSD. Pode fundar um novo partido
O ex-primeiro-ministro, em entrevista à Visão, diz que "acabou" a relação que mantinha com o PSD há já 40 anos. A hipótese de fundar um partido novo não está posta de parte.
O ex-primeiro-ministro Pedro Santana Lopes pôs fim à relação de 40 anos com o Partido Social Democrata (PSD), revelou o próprio, em entrevista à Visão desta semana. “A minha intervenção política não se fará mais dentro do PSD. Isso acabou. É uma relação que acabou. Deixámos de viver juntos”, afirmou, de forma perentória.
Pedro Santana Lopes revela ainda que está a decidir de que forma vai continuar “a lutar” por Portugal. “Não desisto de lutar pelo meu país. Tenho é de ver como é que é o melhor modo de continuar a lutar pelo meu país”, indicou, não colocando de parte um cenário em que cria um novo partido ou vai a eleições.
O político português refere que, durante o percurso no PSD, “várias vezes” teve este estado de espírito. “Se calhar é melhor fazer uma organização partidária em que eu possa mais à vontade ter a intervenção política que acho que devo ter”, atirou Pedro Santana Lopes, num curto vídeo de antecipação à publicação da entrevista completa, na edição desta quinta-feira da revista.
"Se calhar é melhor fazer uma organização partidária em que eu possa mais à vontade ter a intervenção política que acho que devo ter.”
O ex-primeiro-ministro, que foi provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, fala ainda do negócio da entrada da instituição no capital do banco Montepio. “Esta história da Misericórdia e do Montepio… nunca fui a favor nem contra a entrada da Santa Casa no Montepio. Mandei estudar. E mandei estudar porque tive todas as autoridades do Estado a pedirem-me para a Santa Casa entrar no Montepio”, revelou.
Sobre a alegada pressão do ministro Vieira da Silva para a realização da operação, Santana Lopes considerou ter sido uma “pressão legítima”, porque “respeitou sempre a autonomia da instituição”. Questionado sobre se Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República, também exerceu essa pressão, Santana Lopes hesitou, para depois responder: “Eu entendo que não devo revelar as minhas conversas com o senhor Presidente da República”.
E acrescentou: “Senti o Estado, todo ele, empenhado em que houvesse essa possibilidade da entrada da Santa Casa no Montepio”.
(Notícia atualizada às 20h com mais informações)
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