ACAP: Mudança nas portagens acaba a “discriminação” no setor

  • Lusa
  • 9 Agosto 2018

A ACAP, que já reivindicava uma alteração nos critérios para pagar portagens de classe 1, considera que a medida resolve "constrangimentos para a indústria automóvel".

A Associação Automóvel de Portugal (ACAP) congratulou-se hoje com a inclusão de veículos até 1,30 metros na classe 1 das portagens das autoestradas, a mais barata, considerando que a mudança vai acabar com a “discriminação” no setor.

“A ACAP congratula-se [com este cenário porque] é aquele que, no imediato, resolve as distorções que há no mercado e resolve também os constrangimentos para a indústria automóvel em Portugal”, disse à agência Lusa o secretário-geral da ACAP, Hélder Pedro.

Segundo o responsável, a medida hoje aprovada em Conselho de Ministros, de que os veículos que pagam menos portagem passam a incluir os que têm peso bruto inferior ou igual a 2.300 quilogramas e altura ao primeiro eixo até 1,30 metros, “vem pôr fim a uma discriminação” que existia no setor.

“Achamos que não vai aumentar as vendas, vai é criar maior justiça, porque havia modelos que não se vendiam por este critério e, assim, todos têm hipótese de estar no mercado, é isso que defendemos, a equidade do mercado”, justificou.

Hélder Pedro observou que, até aqui, “as pessoas escolhiam os modelos que não pagassem classe 2”, isto caso quisessem andar em autoestradas. Agora, com a nova medida, haverá “uma elasticidade na procura”, realçou. Em causa está, assim, “uma escolha mais diversificada de modelos”, bem como um maior tráfego nas autoestradas, o que, consequentemente, “aumenta as receitas também”, apontou.

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Além disso, de acordo com secretário-geral da ACAP, o decreto-lei hoje aprovado vem adaptar-se à evolução do setor, já que a definição de classes anterior não tinha “em conta a nova realidade do mercado”.

“Isto [as classes] foi definido em 2000, há 13 anos, e entretanto o ‘design’ dos carros evoluiu, com os SUV e os ‘crossovers’”, assinalou, notando que os carros de hoje em dia acabam por ter “pouco peso”, mas “uma altura frontal acima do mínimo estabelecido”.

Questionada pela Lusa sobre as novas regras, a Brisa, concessionária de várias autoestradas portuguesas, referiu decorrerem conversações com o executivo. “Estamos em conversações com o Governo e, neste momento, não podemos adiantar mais nada”, respondeu fonte oficial da empresa.

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