Facebook está a avaliar a credibilidade dos utilizadores para combater notícias falsas
Os utilizadores do Facebook estão a ser avaliados internamente pela rede social numa escala de reputação que vai de zero a um, revelou o Washington Post. Saiba porquê.
O Facebook começou a avaliar a credibilidade dos utilizadores com base numa escala de zero a um, naquela que é a mais recente medida da empresa para ajudar a combater a propagação de notícias falsas. A plataforma está também a monitorizar quem tem mais propensão para denunciar notícias que não são verdadeiras, embora opte por limitar a sua distribuição em vez de apagar o conteúdo da rede social.
O sistema foi revelado esta terça-feira pelo The Washington Post (acesso condicionado), com base em informações cedidas pela responsável do Facebook no combate às notícias falsas, Tessa Lyons. Até aqui, sabia-se apenas que a empresa está a avaliar a credibilidade dos órgãos de comunicação social, um fator que determina se os conteúdos partilhados pelas empresas de media alcançam mais ou menos pessoas na plataforma.
No entanto, agora, o Facebook tem também um sistema semelhante que vai avaliar os utilizadores numa escala de zero a um. São vários os fatores que contribuirão para esta escala reputacional, como é o caso da qualidade dos conteúdos partilhados. Além disso, se um utilizador denunciar uma notícia supostamente falsa e uma entidade independente confirmar que a informação veiculada não é efetivamente verdadeira, o peso das denúncias desse utilizador passará a ser maior.
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Isto acontece porque, como explica o jornal norte-americano, muitos utilizadores denunciam notícias como sendo falsas só porque não concordam com determinada informação. O problema real não é esse, mas sim as notícias taxativamente falsas que servem interesses obscuros, ou que procuram desestabilizar e polarizar a sociedade. Desde 2015 que o Facebook permite aos utilizadores sinalizar artigos como falsos que são, depois, enviados a entidades independentes para serem sujeitos a um processo de verificação.
A criação deste sistema reputacional servirá também para que o Facebook recolha mais dados sobre os utilizadores, dados esses que podem ser fornecidos a algoritmos para os mais variados fins. Entre eles estará a despromoção do conteúdo falso nos feeds de notícias dos utilizadores, uma medida que, na visão da rede social, ajuda a combater eventuais campanhas de desinformação — como aquelas que, alegadamente, terão sido perpetradas por agentes russos para ajudar a eleger Donald Trump como Presidente dos EUA.
Desconhecem-se que outros fatores poderão contribuir para a subida ou descida do índice de credibilidade de um utilizador no Facebook. Não se sabe também se a empresa liderada por Mark Zuckerberg está a fazer esta monitorização em todos os países ou apenas em mercados específicos. Em Portugal, ainda não se conhecem entidades independentes que estejam a verificar a credibilidade das notícias partilhadas na plataforma.
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