Quem fatura mais nos advogados? MLGTS, VdA e PLMJ no topo
A Iberian Lawyer divulgou o ranking das receitas das firmas top 20 da Península Ibérica em 2017. Em Portugal quem faturou mais foi a MLGTS, com 55 milhões de euros, seguida da VdA e da PLMJ.
A Morais Leitão, Galvão Teles, Soares da Silva e Associados (MLGTS) bateu a concorrência. Foi a sociedade de advogados portuguesa que mais faturou ao longo do ano passado, de acordo com o ranking realizado pela Iberian Lawyer. Os 55 milhões de euros em receitas colocaram-na à frente da Vieira de Almeida (VdA) e da PLMJ.
Negócios como a venda da Artlant à Indorama e a venda da EDP Gás à REN, por 500 milhões de euros, permitiram à MLGTS, que já este ano esteve na mediática transferência de Cristiano Ronaldo do Real Madrid para a Juventus, a destacar-se entre as sociedades de advogados em Portugal. Em 2017 representou ainda o Banco Santander na aquisição do Banco Popular, esteve com a reestruturação da TAP e a reestruturação da estrutura acionista Sport TV. A MLGTS assessorou ainda — conjuntamente com a Allen & Overy (Reino Unido e Dubai) — o sindicato bancário que financiou o projeto internacional Coral LNG.
É o segundo ano consecutivo em que fica em primeiro lugar entre o top 3 das sociedades de advogados portuguesas, tendo registado um aumento de 10% face a 2016, ano que fechou com uma faturação de 50 milhões de euros.
A Vieira de Almeida, segunda classificada, fechou o ano com 51 milhões de euros, e foi a firma portuguesa que evoluiu mais de um ano para o outro, a registar um crescimento de 15%. Também foi a única que já tinha divulgado a sua faturação: numa entrevista à revista Legal Business, João Vieira de Almeida disse que a VdA foi “a primeira firma portuguesa a ultrapassar os 50 milhões em receitas, facto que nunca teríamos alcançado sem a internacionalização que aconteceu nos últimos três anos”.
Em último lugar das firmas top 3 em Portugal, vem a PLMJ, que faturou 48,5 milhões no ano passado, a registar um aumento de 13% face a 2016. As três sociedades que mais faturaram ficaram, todas, em torno da fasquia dos 50 milhões.
Revelar as contas continua a ser um tema tabu no mercado da advocacia português, com os próprios escritórios a evitar passar os números cá para fora. Sobre a divulgação dos números, a opinião divide-se. José Luís Arnaut, managing partner da CMS Rui Pena & Arnaut, diz que a “advocacia não é uma atividade industrial” e Daniel Proença de Carvalho, presidente da Uría Menéndez — Proença de Carvalho, considera que a advocacia não é um “negócio” e que a divulgação deve “ficar para as gerações mais novas”.
Luís Pais Antunes, managing partner da PLMJ, disse na Advocatus Summit que “não via grande vantagem em introduzir maior transparência” nesse campo. Já Nuno Galvão Teles, managing partner da MLGTS, referiu que, também na Advocatus Summit, “não há problema nenhum que as sociedades de advogados possam ser mais transparentes”.
1,5 mil milhões na Península Ibérica
No total, no ano passado as firmas ibéricas registaram um aumento de 3,7% em receitas face a 2016, a fechar o ano com o total de cerca 1,5 mil milhões de euros. As portuguesas contribuíram com cerca de 10% do valor total.
Do lado das sociedades espanholas, todas com representação em Portugal, destacam-se as três grandes da lista: o escritório da Garrigues no primeiro lugar, que fechou 2017 a crescer 2% — faturou 357 milhões de euros, um valor sete vezes superior ao da MLGTS, a sociedade portuguesa que mais faturou.
No segundo lugar está a Cuatrecasas, com cerca de 248 milhões, a única sociedade em que as receitas desceram de 2016 para 2017, com um crescimento negativo de 8,2%. Segue-se a Uría Menéndez, com 235 milhões no ano passado, a registar um aumento de quase 6%.
Segundo um porta-voz da Cuatrecasas, em declarações à Iberian Lawyer., “o valor de facturação 2017 não é comparável com o valor de 2016 e a discrepância deve-se a um ajustamento de integração derivado da consolidação de contas. Usando dados comparáveis, a faturação global da Cuatrecasas cresceu 2 % em 2017”.
Em quarto lugar na tabela, e com uma grande diferença para os três primeiros lugares, vem ainda a Goméz-Acebo & Pombo, que também opera em Lisboa, a registar já cerca de 60 milhões — menos 175 milhões do que a Uría. O quinto lugar foi para a Ontier, representada em Portugal pela CCA Ontier, que fechou 2017 com uma faturação de 55,6 milhões de euros — ainda assim superior à da MLGTS.
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