“Agronegócio é mais do que uma questão de economia, é uma questão de soberania”, dizem produtores angolanos
Os produtores agrícolas angolanos reconhecem que o setor está a atravessar um momento difícil, mas defendem tem "potencialidades imensas" que têm de ser aproveitadas a bem da "soberania" do país.
Mais do que uma questão económica, o negócio da agricultura é uma questão de soberania. As palavras são do produtor angolano Afonso Miguel, mas ressoam nos comentários de todos os agricultores angolanos que participaram, esta quarta-feira, no Seminário Desenvolvimento Agro Sustentável, promovido pelo EuroBic, no âmbito da Feira AgroGlobal. Os responsáveis reconhecem que o setor está a atravessar um momento difícil, mas sublinham que o país tem “potencialidades imensas” que deve aproveitar.
Assim, na opinião de Afonso Miguel, responsável pela Fazenda Ninho Mbave, Angola tem necessariamente de apostar neste setor, já que esta é uma questão fundamental para o posicionamento do próprio país face aos demais. O produtor salienta a necessidade de serem atribuídos subsídios, que promovam o crescimento das explorações e o reforço da sua competitividade.
Essa necessidade já tinha, aliás, sido reconhecida pelo próprio Executivo angolano, que anunciou novos apoios deste tipo para os agricultores, nesta mesma ocasião.
“Qualquer atividade agrícola tem de ser subsidiada”, reforçou José Alexandre Silva, da Fazenda de Santo António, no mesmo âmbito. De acordo com este produtor, o que falta ao país liderado por João Lourenço são de facto esses apoios. Silva nota mesmo que Angola tem “potencialidades enormes” que não aproveita por falta deste tipo de recursos.
O responsável pela Fazenda Agrolíder, por sua vez, também corrobora a ideia. “Angola é uma terra promissora para a agricultura”, começa João Macedo, apelando ao Governo angolano que troque as importações pelo apoio aos produtores. “Estamos a atravessar, de facto, um momento difícil, mas vamos continuar a luta cerrada. O importante é vencer”.
Segundo Macedo, além da falta de subsídios, a escassez de quadros especializados é um dos problemas mais graves do setor. O mesmo dilema foi denunciado por Rogério Leonardo, da Fazenda Lucalagro. “Angola precisa de mais 5% a 10% de mão-de-obra qualificada”, esclareceu. “Precisamos de gente formada e de escolas agrícolas”, acrescentou, por sua vez, Miguel Campilho.
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