Farfetch dispara mais de 40% na estreia em Nova Iorque. Ganha 2,5 mil milhões
Investidores americanos receberam com bastante entusiasmo a nova cotada de origem portuguesa. A Farfetch, fundada por José Neves, estreou-se em Wall Street a disparar 43% para 28,6 dólares.
A Farfetch teve uma receção bem calorosa em Wall Street. As ações da retalhista online de luxo disparam 43% para atingirem os 28,60 dólares nos primeiros minutos de negociação de sempre na NYSE, em Nova Iorque. E José Neves, fundador do primeiro unicórnio português, acabou de ficar mais rico com a estreia positiva no mercado de capitais americano.
Depois de uma oferta pública inicial (IPO, na sigla inglesa) que valorizou a cada ação em 20 dólares, acima do intervalo previsto pela companhia entre os 17 dólares e 19 dólares, a Farfetch não perdeu o gás no arranque da sua negociação e continua a valorizar na bolsa. A preços de mercado, a retalhista vale agora 8,3 mil milhões de dólares (cerca de 7,1 mil milhões de euros), mais 2,5 mil milhões de dólares face à avaliação de 5,8 mil milhões fixada no IPO.
Comparando com outras cotadas portuguesas, a Farfetch apresenta uma capitalização bolsista muito próxima da avaliação atribuída pelos investidores à EDP Renováveis (7,3 mil milhões de euros), valendo quase duas vezes mais do que o BCP (3,8 mil milhões de euros).
“Somos inovação, vamos continuar a ser inovação e a aproveitar todas oportunidade do mundo online”, disse José Neves em entrevista ao canal americano CNBC. Considerou ainda que está entusiasmado com a ida para Wall Street, “uma grande oportunidade” para a Farfetch. Com o IPO, a retalhista levantou 885 milhões de dólares, dinheiro que servirá para financiar o seu crescimento.
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Em Portugal, apesar de os investidores terem ficado de fora do IPO, são já várias as corretoras que aderiram à moda de luxo e disponibilizam desde esta sexta-feira os títulos da Farfetch para negociação em mercado secundário, caso do BiG e da GoBulling. Também a Dif Broker vai permitir brevemente a compra e venda de ações da retalhista, disse o CEO Pedro Lino ao ECO.
A Farfetch é mesmo destaque do dia em Wall Street. “A Farfetch vai tornar-se hoje na quarta companhia em três dias a ir para a bolsa. Estas empresas levantaram cerca de 2,7 mil milhões de dólares e juntas apresentam um valor de mercado acima de 17 mil milhões de dólares”, lê-se na conta de Twitter da New York Stock Exchange, onde vai passar a cotar a empresa nacional.
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Entre os acionistas de referência da Farfetch encontram-se o próprio José Neves, que também lucrou com a operação: detendo quase 43 milhões de ações, a sua posição na empresa vale 1,2 mil milhões de dólares. Na estrutura de investidores estão ainda a JD.com, a segunda maior empresa de comércio eletrónico na China, ou a família Pinault que controla a Kering, grupo francês que detém marcas de luxo como a a italiana Guci.
A empresa com sede em Londres registou prejuízos de 68,4 milhões de dólares no primeiro semestre deste ano, um agravamento de 133% face ao mesmo período do ano passado. Já as vendas continuam de “vento em popa”: aumentaram mais de 50% para os 267,5 milhões de dólares entre janeiro e junho, segundo as demonstrações financeiras que a Farfetch enviou ao mercado durante a sua caminhada rumo a Wall Street.
(Notícia atualizada às 17h17)
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