Mourinho Félix junta-se aos alertas: “Crédito ao consumo deve ser seguido com muita atenção para evitar que seja concessionado de forma imprudente”
Secretário de Estado das Finanças juntou-se aos alertas do regulador sobre os riscos de excessos dos bancos na concessão de crédito: "É mais uma visão de curto prazo que estratégia de futuro".
As autoridades devem vigiar de perto a evolução do crédito em Portugal para evitar os excessos do passado, alertou esta terça-feira o secretário de Estado Adjunto e das Finanças, Ricardo Mourinho Félix, avisando para os riscos de os bancos colocarem em causa o trabalho na limpeza do malparado nos últimos anos.
“É fundamental uma vigilância na evolução de crédito à economia. O crédito a particulares, em especial o crédito ao consumo, deve ser ser seguido com muita atenção para evitar que seja concessionado de forma imprudente como aconteceu no passado”, sinalizou Mourinho Félix no discurso de abertura da conferência “A Banca do Futuro”, organizada pelo Jornal de Negócios.
“Sem uma avaliação de risco adequada, o aumento do crédito a particulares é uma visão a curto prazo mais do que uma estratégia de futuro”, adiantou ainda, alertando para o “desperdício de oportunidade” que exageros na concessão de empréstimos podem representar para os bancos e os seus acionistas, colocando em causa os esforços na limpeza da carteira de malparado.
"É fundamental uma vigilância na evolução de crédito à economia. O crédito a particulares, em especial o crédito ao consumo, deve ser ser seguido com muita atenção para evitar que seja concessionado de forma imprudente como aconteceu no passado.”
“O elevado nível de crédito malparado é ainda uma marca da crise anterior a que os bancos têm sabido dar resposta“, lembrou o governante.
Para Mourinho Félix, “o crédito é um elemento importante para o crescimento da economia, sobretudo se for canalizado para os projetos mais produtivos e que geram mais valor” e se for acompanhado “por uma utilização responsável e avaliação de risco adequada”.
Citando dados mais recentes sobre a evolução do crédito ao consumo, o secretário de Estado disse ainda que é “fundamental acompanhar a eficácia” das medidas implementadas pelo Banco de Portugal, que recomendou um maior aperto nas políticas de concessão de empréstimos à habitação e ao consumo.
Dados do Banco de Portugal mostram que, em julho, os bancos e as financeiras concederam perto de 600 milhões de euros em empréstimos com esse fim, o que corresponde a um aumento de perto de 10% face ao mesmo período do ano passado
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