Quantos funcionários públicos há? Finanças não sabem, nem quanto ganham
Após uma auditoria à base de dados que contém informação sobre funcionários públicos, as Finanças concluíram que não se sabe, com rigor, o número de funcionários públicos nem quanto ganham.
A Inspeção-Geral de Finanças (IGF) desconhece o número de funcionários públicos do país, depois de ter realizado uma auditoria ao Sistema de Informação da Organização do Estado (SIOE). A principal conclusão do estudo é que esse sistema “não disponibiliza a informação necessária à completa e adequada caracterização dos recursos humanos da Administração Pública“. Em curso está uma reforma do SIOE.
O SIOE é uma base de dados criada há sete anos, atualmente gerida pela Direção-Geral da Administração e Emprego Público (DGAEP). Na auditoria levada a cabo pelas Finanças — que analisou “essencialmente o ano de 2015” –, o objetivo foi perceber se o SIOE “assegura” a integridade e a fiabilidade dos dados que lhe são transmitidos e “garante” o seu adequado tratamento.
“Não é efetuado o adequado controlo do registo e da atualização da informação (da responsabilidade das entidades públicas empregadoras), pelo que não é devidamente assegurado o cumprimento das regras estabelecidas”, lê-se nas conclusões do estudo, citado pelo Jornal de Negócios (acesso pago), não havendo publicação dos relatórios de auditoria.
Concluindo, “o SIOE não dispõe de informação suficiente por forma a caracterizar adequadamente os recursos humanos da AP (v.g. número de funcionários públicos existentes, remunerações, avaliações e qualificações, horas trabalhadas e distribuição nas carreiras), manifestando ainda obsolescência funcional“, lê-se no documento.
Em declarações ao Negócios, o Ministério das Finanças assegurou que “a Síntese Estatística do Emprego Público reproduz com rigor o registo de dados efetuados pelos serviços através do SIOE”. No entanto, admitiu que a informação recolhida “possui caráter genérico e é recolhida de forma agregada, dependendo a sua atualização do carregamento trimestral por cada uma das entidades abrangida“.
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
Quantos funcionários públicos há? Finanças não sabem, nem quanto ganham
{{ noCommentsLabel }}