Vodafone España pode despedir até 1.000 trabalhadores
A Vodafone em Espanha está a estudar a apresentação de um pedido para levar a cabo um despedimento coletivo que pode afetar 20% da força de trabalho da empresa.
Pressionada pela “guerra” dos preços nas telecomunicações, a Vodafone España, liderada pelo português António Coimbra, tem planos para despedir até 1.000 trabalhadores, um número que representa cerca de 20% da força de trabalho. A notícia foi avançada pelo Expansión e pelo El País. A empresa tenciona abrir negociações com os sindicatos em breve, no sentido de levar a cabo este plano, mas a imprensa espanhola sublinha que os representantes sindicais ainda não foram formalmente informados da situação.
O El País sublinha que a empresa ainda não fechou o número exato de pessoas tem de despedir para voltar ao equilíbrio, mas está a estudar apresentar um Expediente de Regulación de Empleo, que é, em linhas gerais, uma autorização para levar a cabo um despedimento coletivo. A subsidiária espanhola tem, atualmente, mais de 5.000 trabalhadores.
Contactada pelos dois jornais, a Vodafone España não comenta estas informações. O ECO contactou a Vodafone Portugal, no sentido de apurar se a situação débil da congénere espanhola poderá provocar ondas de choque em Portugal, mas a empresa também não quis comentar. “A Vodafone Portugal não tem qualquer comentário a fazer”, disse fonte oficial da empresa, em resposta a um conjunto de questões remetidas pelo ECO.
A notícia não está a refletir-se no desempenho do grupo Vodafone na bolsa de Londres. As ações da empresa seguem a valorizar 1,62%, para 154,46 pence.
Vodafone España com menos ambição
No início deste mês, a Vodafone España revelou um plano de redução de custos operacionais no valor de 1,2 mil milhões de euros, a implementar até 2021, mas não detalhou em que áreas é que os cortes iriam ter maior influência. Também nessa altura, a empresa baixou o seu valor em 2,9 mil milhões de euros, face à redução das ambições para o futuro, depois de revelar ter perdido 98 mil clientes de TV por subscrição e uma queda nas receitas de 3,2%, para 2,42 mil milhões de euros, entre abril e setembro (o primeiro semestre fiscal da empresa).
Em contrapartida, em Portugal, o negócio tem seguido em sentido inverso. As receitas totais da Vodafone Portugal no mesmo período aumentaram 2,3%, para 490 milhões de euros, devido à “progressiva recuperação” do negócio no segmento móvel, como explicou Mário Vaz, presidente executivo da Vodafone Portugal, em meados deste mês de novembro.
Tal como fez a concorrente Altice, a Vodafone também se prepara para vender torres de telecomunicações em vários mercados, revelou o novo homem-forte do grupo, Nick Read. O objetivo passará por abater dívida da empresa, que rondará os 31 mil milhões de euros. A Vodafone detém atualmente 110 mil torres de telecomunicações na Europa e, desse número, controla diretamente 55 mil torres, avaliadas em cerca de 12 mil milhões de euros.
A “guerra” dos preços é uma forma de ilustrar a concorrência pelo preço dos serviços em telecomunicações, um problema que está a afetar várias operadoras do setor em vários mercados internacionais. Por exemplo, o grupo Altice, que detém a Meo em Portugal e a SFR em França, viu as receitas do terceiro trimestre deste ano caírem 6,3%, para 3,44 mil milhões de euros, devido à concorrência dos preços e às campanhas promocionais agressivas que estão a pressionar o negócio no mercado francês.
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