Portugal recompra mais 400 milhões de dívida que vence no próximo ano
IGCP voltou a recomprar dívida pública em outubro, numa operação que vai aliviar o esforço de reembolso no próximo ano. Em junho de 2019, vence uma linha de obrigações no valor de oito mil milhões.
Portugal voltou a recomprar dívida pública em outubro, depois de o Tesouro português ter ido ao mercado “resgatar” mais de 400 milhões de euros em obrigações que venciam já em 2019. Com esta operação, baixou-se o esforço de reembolso do Estado no próximo ano, mas de forma ligeira, estando prevista uma devolução aos investidores de cerca de oito mil milhões de euros em dívida de longo prazo em junho próximo.
Tal como na anterior operação de recompra de dívida, realizada em fevereiro, também esta não foi pré-anunciada pelo IGCP, a agência responsável pela gestão da dívida pública, não tendo existido qualquer oferta dirigida ao mercado, como acontecia habitualmente até então.
Ainda assim, de acordo com a apresentação mensal aos investidores, foram recomprados no mês passado cerca de 428 milhões de euros em obrigações do Tesouro a 10 anos que chegam à maturidade em junho de 2019. Isto depois de o IGCP ter resgatado 150 milhões em fevereiro, perfazendo recompras de dívida no valor total de 578 milhões nesta linha de obrigações que foi emitida em 2009 e apresenta um saldo vivo de cerca de 8,3 mil milhões de euros.
Será mais ou menos este valor que o Portugal terá de devolver ao mercado no próximo dia 14 de junho de 2019, mas a estratégia do Governo tem sido de suavizar o perfil de reembolso da sua dívida não só no próximo ano mas também nos anos seguintes. Em 2020, atingem a maturidade obrigações no valor de 10 mil milhões de euros, um montante que cresce para os 17 mil milhões de euros em 2021.
E continua a pagar ao FMI
Ao mesmo tempo que recompra dívida diretamente no mercado secundário, o IGCP tem procurado acelerar os reembolsos antecipados ao Fundo Monetário Internacional (FMI), cujo empréstimo oficial onera mais os cofres do Estado do que a nova dívida vendida no mercado primário. Faltam pagar cerca de 4,5 mil milhões de euros mas o Governo prevê fazer um pagamento antecipado na ordem dos dois mil milhões até final do ano.
Parte dessa devolução ao Fundo será realizada com recurso aos 1.250 milhões de euros captados na última emissão de dívida a dez anos, realizada há duas semanas. Outra parte virá da chamada “almofada financeira” do IGCP.
De acordo com a mesma apresentação, o IGCP espera usar este ano quase dois mil milhões de euros em depósitos que tem nos seus cofres para fazer face às necessidades de financiamento do Estado. Chegará a dezembro com uma posição de liquidez com cerca de 7,9 mil milhões de euros.
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