Acordo com estivadores do Porto de Setúbal compra 75 dias de paz social
Acordo assinado entre os sindicatos dos estivadores de Setúbal e os operadores do porto incluiu uma cláusula de paz social de 75 dias. Se for assinado contrato coletivo podem ser cinco anos.
O acordo assinado esta sexta-feira que pôs fim à greve no Porto de Setúbal incluiu uma cláusula na qual os sindicatos se comprometem a não avançar com um pré-aviso de greve num espaço de 75 dias, revelou ao ECO, o gerente da Operestiva, Diogo Marecos.
“O acordo tem uma cláusula de paz social que determina que não seja apresentado qualquer pré-aviso de greve nos próximos 75 dias”, diz Diogo Marecos. “E os sindicatos comprometem-se a colocar cláusula de paz social no contrato coletivo” de trabalho que vai ser negociado. “Isto significa que durante esse período de vigência do contrato, cinco anos, o sindicato não pode fazer greve”, acrescenta o responsável, que se mostra confiante na possibilidade de que este ponto do acordo seja cumprido.
O acordo tem uma cláusula de paz social que determina que não seja apresentado qualquer pré-aviso de greve nos próximos 75 dias.
“Se tivermos outra greve dentro de três meses podemos esquecer o Porto de Setúbal“, sublinhou de forma perentória o responsável, confirmando que as perturbações laborais que a infraestrutura sofreu “já custaram vários milhões de euros”. Diogo Marecos sublinhou ainda que “tão importante como a componente financeira é necessário recuperar a confiança dos agentes“, nomeadamente dos armadores.
“Os navios são itinerantes, por isso estamos agora a pedir aos operadores das linhas que voltem“, afirmou. “Toda a equipa está a trabalhar para dar operatividade ao porto e ter toda a gente contente”, acrescentou. O que Diogo Marecos quer evitar a todo o custo é que aconteça o mesmo que aconteceu no Porto de Lisboa: “integrar a lista negra dos portos mundiais”. “Em Lisboa houve 123 pré-avisos de greve no espaço de dez anos”, disse o responsável.
Os navios são itinerantes, por isso estamos agora a pedir aos operadores das linhas que voltem.
Diogo Marecos garante que não houve nenhuma cedência adicional para conseguir o acordo desta sexta-feira, apenas o facto de “o sindicato local, o SEAL, ter percebido que a proposta feita há duas semanas era honesta e verdadeira”. “Não temos mais nada para dar e não queremos incorrer em inviabilidade financeira de nenhuma empresa”, sublinhou o responsável. O gerente da Operestiva frisou ainda que vão ser integrados imediatamente 56 operadores, divididos por duas empresas — oito na Setulset e 48 na Operestiva. Destes 48 há dez que já foram contratados, um processo que tem vindo a decorrer desde 27 de outubro.
Por outro lado, há a possibilidade de integrar mais dez trabalhadores, “caso exista com sucesso a celebração do contrato coletivo de trabalho e viabilidade económica” e o sindicato reconheceu a necessidade de se manter trabalhadores eventuais que, de acordo com os números dos sindicatos, serão 90.
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