Multinacionais pagam menos impostos que antes da crise

  • Juliana Nogueira Santos
  • 12 Março 2018

Os cortes nos impostos são uma das razões, mas o Financial Times diz que há empresas adotam estratégias para, deliberadamente, pagarem menos. Destacam-se as tecnológicas.

As grandes multinacionais estão a pagar menos impostos que aqueles que pagavam antes da crise, ou seja, há uma década. A análise é do Financial Times, que revela que a fiscalidade sobre os resultados destas empresas caiu 9%, comparando com 2008. A pressão dos governos para reduzirem défices fez baixar os impostos, mas há também estratégias fiscais que ajudam estas grandes companhias.

Os cortes nos impostos são um dos fatores que explica a queda na fatura fiscal das empresas, com os países a quererem ser cada vez mais competitivos no que diz respeito à atração de investimento. Mas os números analisados pelo jornal mostram ainda que as empresas estão a ficar deliberadamente para trás nos pagamentos de impostos sobre os lucros obtidos.

Quando se fala em setores, os números são mais altos do lado das tecnológicas. A par com as empresas do setor da indústria, os impostos cobrados às tecnológicas caíram 13%. Já no setor da saúde, dos bens de consumo e dos materiais, os impostos cobrados mantiveram-se inalterados.

Basta olhar para o caso da Amazon, da General Electric ou da Facebook. Dos cerca de 40% de taxas que a gigante liderada por Jeff Bezos tinha de pagar em 2017, esta terá pago menos de 5%. Já a GE, que também deveria ter pago mais de 40%, pagou perto de 10%. A empresa de Mark Zuckerberg pagou também 5% dos quase 30% de impostos que tinha a pagar.

“Têm sido tomadas muitas medidas que são visíveis, mas a realidade é bem diferente”, afirma Mihir Desai, professor de Finanças de Harvard, em relação ao esforço para fazer com que as empresas paguem impostos. “Os cortes de impostos e os descontos por propriedade intelectual têm sido as forças dominantes dos impostos sobre as empresas e isso reflete-se na dinâmica de concorrência. Chamem-lhe uma grande ironia ou hipocrisia, mas é uma das duas.”

O jornal também analisou à lupa as últimas medidas reformistas propostas pela administração norte-americana, que corta o imposto sobre as empresas de 35% para 21% e deixa cair a taxa de repatriação de lucros. Viu mais benefícios para as empresas do que para a economia.

Enquanto estas medidas vão trazer 400 mil milhões de dólares para os cofres do Estado norte-americano, irão implicar uma poupança de até 500 mil milhões de dólares para as empresas.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Hoje nas notícias: IVA, Santa Casa e carros para a polícia

  • ECO
  • 12 Março 2018

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que marcam o dia.

O setor imobiliário está em alta. À grande procura chegam agora boas notícias fiscais: o Estado pode ser obrigado a devolver o IVA aos proprietários que não consigam arrendar os prédios. Quem o diz é o Tribunal de Justiça Europeu. Ainda no campo das finanças, a escolha de Mário Centeno para a Santa Casa, de um inspetor-geral das Finanças está a gerar polémica. O dirigente público fica com dupla função, mas Centeno garante que não há incompatibilidades. Com o turismo em alta, as companhias aéreas estão a reforçar a oferta e este verão vão existir 20 novas rotas em Portugal. Do lado das empresas, Pedro Soares dos Santos continua na maré de elogios a Costa.

Estado obrigado a devolver IVA de prédios desocupados

Os proprietários de prédios comerciais, industrias ou serviços que não consigam arrendá-los não são obrigados a regularizar o IVA junto do Fisco. A decisão é do Tribunal de Justiça Europeu (TJUE) e abre espaço a pedidos de devolução de IVA de vários milhões de euros por parte do setor imobiliário. Num acórdão com data de final de fevereiro, o TJUE veio dizer que os proprietários que não consigam colocar os seus imóveis no mercado, apesar de terem ativamente tentado arrendá-los não podem ser penalizados no IVA. Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

Centeno escolhe inspetor-geral de Finanças para a Santa Casa

A decisão do ministro das Finanças, quando em junho teve que escolher um novo nome para ficar à frente do conselho de auditoria da Santa Casa da Misericórdia, o órgão interno a quem cabe fiscalizar a gestão, examinar as contas e acompanhar a execução dos orçamentos, recaiu em Vítor Braz, inspetor geral das Finanças. Esta decisão coloca o dirigente público numa dupla função. Os atos da instituição podem ser auditados pela Inspeção da Segurança Social, que pertence ao sistema de controlo interno coordenado por aquele dirigente. O ministro afasta qualquer incompatibilidade. Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado).

Guerra de rotas nas companhias aéreas

A alta do turismo e o facto de Portugal estar na moda está a ser aproveitada pelas companhias aéreas que operam no país. No próximo verão as transportadoras aéreas têm mais de 20 novas rotas em operação e reforço de frequências em alguns destinos. TAP, Ryanair e Easyjet são as que mais reforçam a oferta e apesar de não avançarem números, todas preveem um aumento do número de passageiros. Das novas rotas em questão espalhadas pelos principais aeroportos, 16 serão uma estreia absoluta e sete operam pela primeira vez no período estival, uma vez que arrancaram no inverno. Leia a notícia completa no Diário de Notícias.

Novos carros para as forças policiais

O Governo vai investir 57 milhões de euros no reforço das viaturas das forças policiais até 2021. No total serão 1.869 viaturas, 901 para a GNR, 56 para o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras e 912 para a PSP. A garantia foi dada pelo ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, depois de o Governo ter criado um grupo de trabalho para analisar e rever os contratos de manutenção das viaturas policiais. O objetivo deste investimento é impedir a situação atual, em que dezenas de carros-patrulha estão parados, principalmente na PSP. Eduardo Cabrita reconheceu os problemas. “É verdade que há problemas nas viaturas. Houve desinvestimento durante ano”, acusou o ministro. Leia a notícia completa no Correio da Manhã (acesso pago).

Pedro Soares dos Santos: “Costa é o único neste momento capaz de construir consensos”

Depois de na apresentação de resultados do grupo ter assumido admiração por António Costa, Pedro Soares dos Santos volta à carga. Para o líder da Jerónimo Martins “Costa é o único neste momento capaz de construir consensos”, mas a onda de elogios não se estende aos parceiros de coligação do governo. Pedro Soares dos Santos diz mesmo que Bloco de Esquerda e PCP “só atrapalham”. Em entrevista ao Público, desta segunda-feira, Pedro Soares dos Santos defende reformas estruturais no Estado e um ataque à dívida pública. Sobre o grupo que gere e o mercado da Polónia, diz que é verdade que existe um risco “mas não é muito grande”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Nos brilha em bolsa. Aumento do dividendo dá ganho de mais de 2%

A operadora surpreendeu ao apresentar lucros de 124 milhões. E também com o anúncio de um aumento de 50% nos dividendos, animando os investidores. Ações sobem mais de 2%. PSI-20 brilha na Europa.

A Nos está a ser a estrela da primeira sessão da semana. Depois de revelar um crescimento dos lucros superior ao que era esperado pelos analistas, mas também de aumentar em 50% a remuneração a pagar aos investidores, os títulos estão a ganhar mais de 2%. A bolsa nacional está a destacar-se pela positiva entre as pares da Europa.

As ações da empresa liderada por Miguel Almeida arrancaram a sessão com uma valorização de 0,68%. Aceleraram rapidamente, apresentando uma subida de 2,26% para os 5,20, com os investidores a aplaudirem os resultados alcançados em 2017.

Ações da Nos em alta na bolsa

Os lucros cifraram-se em 124,1 milhões de euros. Este valor compara com os 90,4 milhões registados no ano anterior. Houve um crescimento de 37,3%. Os analistas sondados pela Reuters apontavam para lucros de 121,6 milhões.

Ao mesmo tempo, o “Conselho de Administração da Nos aprovou a proposta de um dividendo ordinário de 30 cêntimos de euro por ação, representando um acréscimo de 50% face ao dividendo pago no ano anterior”.

Este dividendo, que leva a empresa a entregar 125% dos lucros, ou seja, 25% mais do que os resultados líquidos obtidos em 2017, está a ajudar a puxar pelas ações. Tendo em conta a cotação atual, de 5,16 euros, a remuneração proposta pela Nos oferece uma elevada rentabilidade. O dividend yield da Nos ascende a 5,9%.

Lisboa segue ganhos da Europa

Não é só a Nos que está a valorizar, ainda que seja a cotada que mais se destaca em Lisboa. Praticamente todas as empresas do PSI-20 estão em terreno positivo, permitindo ao índice nacional acompanhar o movimento positivo das praças na Europa. O índice português soma 0,76% enquanto o Stoxx 600 ganha 0,39%.

A EDP regista também uma forte subida, de quase 2%, para 2,977 euros, dando um forte contributo para a sessão de ganhos em Lisboa. Destaque positivo também para a Mota-Engil, que ganha 1,45%, enquanto os CTT somam 0,41%, apesar da multa aplicada pela Concorrência espanhola no final da semana passada.

O BCP, que deverá, em breve, ter um novo presidente executivo, Miguel Maya, como o ECO avançou, também sobe. As ações do banco ainda comandado por Nuno Amado seguem a valorizar 0,28% para 29 cêntimos.

(Notícia atualizada às 8h25 com mais informação)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Spacex quer iniciar voos de teste para assegurar vida humana noutros planetas

  • Lusa
  • 12 Março 2018

Elon Musk diz que o objetivo destes voos será a construção de bases na Lua ou em Marte, o que poderia garantir a sobrevivência da raça humana e, assim, promover a sua regeneração na Terra.

A SpaceX do multimilionário Elon Musk, que lançou um foguete poderoso em direção a Marte em fevereiro, pode realizar voos de teste interplanetários no próximo ano, com o objetivo de assegurar a sobrevivência da espécie humana, disse Musk.

Este vaivém poderá realizar “voos curtos, de ida e volta, provavelmente já no primeiro semestre do próximo ano“, disse Musk na conferência “SXSW” em Austin, Texas.

O objetivo a longo prazo desses projetos é a construção de bases na Lua ou em Marte, o que poderia garantir a sobrevivência da raça humana e, assim, promover a sua regeneração na Terra no caso de uma terceira guerra mundial, disse o multimilionário.

Existe, de facto, uma “certa probabilidade” de que a humanidade pode enfrentar uma “era das trevas”, “especialmente se acontece uma terceira guerra mundial”, disse o multimilionário, também o dono da conhecida marca de automóveis elétricos Tesla.

“Queremos garantir que o Homem permaneça noutro lugar (para além da Terra) como uma semente da civilização humana, para que possa trazer de volta a civilização e talvez diminuir a duração da idade das trevas”, afirmou.

Nesta perspetiva, “uma base lunar e uma base marciana, que poderiam talvez ajudar a regenerar a vida aqui na Terra, seria realmente importante”.

Aos 46 anos, Elon Musk é um dos empresários inovadores com mais sucesso nos Estados Unidos.

O foguetão espacial Falcon Heavy, considerado “o mais poderoso do mundo”, descolou com sucesso, no dia 6 de fevereiro, da Florida, com um carro elétrico Tesla vermelho.

Outra das suas inovações para reduzir o custo dos voos espaciais, que visam levar seres humanos a Marte até 2024, é conseguir reutilizar os foguetões de propulsão, que voltam a Terra em perfeitas condições de reutilização.

Musk já tinha anunciado que, no final de 2018, enviaria dois turistas para visitar a Lua, seguindo os passos das famosas missões da Apollo da NASA entre 1960 e 1970.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Maior IPO do mundo era para ser este ano. Passou para 2019

  • ECO
  • 12 Março 2018

A Saudi Aramco devia entrar em bolsa este ano, mas o processo vai atrasar. A empresa que será responsável pelo maior IPO de sempre decidiu adiar a operação até ao próximo ano.

A Saudi Aramco quer ir para a bolsa. A ideia era colocar as ações no mercado de capitais ainda este ano, protagonizando aquela que será a maioria oferta pública inicial (IPO, na sigla inglesa) de sempre. No entanto, a dificuldade em encontrar investidores que garantam a avaliação de dois biliões de dólares vai fazer derrapar a operação para, no mínimo, 2019.

De acordo com o Financial Times (acesso pago), vários responsáveis britânicos foram avisados pelos sauditas que a colocação das ações da petrolífera estatal será adiada. A Saudi Aramco tem a intenção de dispersar as ações em Londres, sendo que a escolha deste mercado para o fazer não estará em causa, mas a estreia em bolsa só acontecerá no próximo ano.

A Arábia Saudita pretende vender uma posição de 5% na maior petrolífera do mundo, operação que faz parte de um programa de reformas do país que procura fontes de financiamento alternativas às do petróleo. No entanto, os bancos de investimento responsáveis pela colocação das ações estão a ter algumas dificuldades em obter a verba que o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman pretende.

A Saudi Aramco pretende ficar avaliada em dois biliões de dólares com a entrada em bolsa. No entanto, os dados financeiros da empresa, bem como os operacionais, têm sido mantidos em segredo há décadas. Esse facto torna mais difícil convencer investidores a comprarem ações da companhia estatal.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Metade da população mundial ligada à Internet mas acesso global só em 2042

  • Lusa
  • 12 Março 2018

Tim Berners-Lee, inventor da internet, diz que "todas as pessoas deveriam ter pelo menos um gigabyte de dados móveis".

Metade da população deverá estar ligada à Internet este ano, mas o acesso global só vai estar completo em 2042, avisa o inventor da web, Tim Berners-Lee, a propósito das desigualdades existentes.

O cientista britânico, considerado o inventor da World Wide Web, considera que “a divisão entre as pessoas que têm acesso à internet e aquelas não têm aprofunda as desigualdades existentes, desigualdades que representam uma séria ameaça global.

Num texto publicado para coincidir com o 29.º aniversário da Internet, refere que a falta de acesso afeta sobretudo o género feminino, habitantes de zonas rurais e de países menos desenvolvidos.

Estar ‘offline’ hoje é estar excluído das oportunidades de aprender e ganhar, de ter acesso a serviços importantes e de participar no debate democrático. Se não investimos seriamente na redução deste fosso, os últimos mil milhões [de pessoas] não estarão ligados antes de 2042. É uma geração inteira deixada para trás”, afirma.

A Fundação Web, uma organização que promove o desenvolvimento e acesso da Internet no mundo, foi criada por Berners-Lee e trabalha com a ONU, que em 2016 declarou o acesso à internet um direito humano, ao nível da água potável, eletricidade, habitação e alimentação.

Está associada à Aliança para uma Internet Acessível [Alliance for Affordable Internet], que declarou que todas as pessoas deveriam ter pelo menos um gigabyte de dados móveis, cujo custo ainda é primitivo para muitas pessoas no mundo.

"Estar ‘offline’ hoje é estar excluído das oportunidades de aprender e ganhar, de ter acesso a serviços importantes e de participar no debate democrático. Se não investimos seriamente na redução deste fosso, os últimos mil milhões [de pessoas] não estarão ligados antes de 2042.”

Tim Berners-Lee

Inventor da internet

“O problema é que nem todos os atores nesta área estão a fazê-lo com a rapidez necessária e a tratar dos temas necessários para que o acesso não só aumente, mas seja também equitativo”, afirmou à agência Lusa a diretora executiva da Aliança, Sónia Jorge.

A igualdade digital, vincou a portuguesa radicada nos EUA, está ligada à inclusão de diferentes estratos sociais e género para que beneficiem das oportunidades da sociedade digital.

“Não é só dar acesso, mas dar um acesso que depois facilite oportunidades e benefícios de forma igual para todas as populações e regiões. Hoje em dia existe uma grande diferença de acesso em várias regiões do mundo”, lamentou a especialista em regulamentação e cooperação internacional relacionada com tecnologias de informação e comunicação.

O objetivo é que, em vez de completar o acesso universal à Internet em 2042, este possa ser feito antes e sem grandes diferenças.

“Os desafios que temos de abordar não só são desafios do nosso setor, mas são desafios a nível de desenvolvimento global”, argumentou.

Berners-Lee defende políticas e modelos de negócios que promovam o acesso da Internet aos mais pobres através de soluções de acesso público, como redes comunitárias e iniciativas públicas de internet sem fios [wi-fi], de ações de formação dedicadas a mulheres, contrariando o domínio de certas plataformas.

Além do controlo que exercem sobre a circulação de informação e ideias, usam a sua posição para travar a concorrência, mas o britânico reconhece que algumas empresas, nomeadamente redes sociais como Twitter e Facebook, estão a tentar reagir, embora em conflito com a própria política de produzir lucro.

“Um quadro legal ou regulamentar que responda por objetivos sociais poderia ajudar a aliviar essas tensões”, sugere o criador da Fundação Web, uma organização que promove o desenvolvimento e disponibilidade da Internet no mundo.

Por outro lado, questiona o modelo de negócio predominante da economia digital, que depende da publicidade para criar receitas, apelando à criatividade.

“Quero que a Web espelhe as nossas esperanças e concretize os nossos sonhos, em vez de ampliar os nossos medos e de aprofundar as nossas divisões”, escreve Tim Berners-Lee.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

BPI passa a cobrar transferências online. Custam mais de um euro

  • ECO
  • 12 Março 2018

Era uma exceção, mas deixou de o ser. O banco liderado por Pablo Forero vai passar a cobrar as transferências interbancárias feitas na internet. E cobrará mais do que a media do setor.

Entre os grandes bancos, o BPI era uma exceção no que toca às comissões de transferências interbancárias realizadas online. Não cobrava. Mas isso vai mudar muito em breve. O banco liderado por Pablo Forero vai rever o seu preçário, passando a exigir mais de um euro aos seus clientes por cada uma destas operações.

“A partir de 1 de Junho de 2018, o BPI irá proceder à revisão do preçário de alguns produtos/serviços”, refere o banco num comunicado publicado no seu site, tal como avançado pelo Jornal de Negócios. Esta revisão contém alterações a alguns serviços menos comuns, sendo de destacar as comissões de transferências feitas na internet.

Alteração do preçário a 1 de junho

O banco vai passar a cobrar 1,04 euros por cada transferência realizada pelos seus clientes para contas noutras instituições financeiras, um valor que iguala o de outras instituições, caso do BCP, Novo Banco, Montepio ou EuroBic, refere o jornal. A média do mercado é de 99 cêntimos, já incluindo o imposto de selo.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

5 coisas que vão marcar o dia

Dia em cheio quanto a indicadores económicos: exportações e inflação em Portugal, desemprego na OCDE. A Nos continua a época de resultados no PSI-20 com subida do dividendo à vista

Exportações, inflação e desemprego. Dia em grande em termos de indicadores económicos, importantes para medir o pulso à economia. No plano mais política, há reunião do Eurogrupo presidido pelo português Mário Centeno. Outro ponto de interesse: continua a temporada de resultados no PSI-20 com a operadora de telecomunicações Nos a prestar contas com subida do dividendo à vista.

Nos presta contas. Mais dividendo à vista

A operadora de telecomunicações Nos terá visto o lucro disparar 35% para os 121,6 milhões de euros, face aos 90,4 milhões atingidos em 2016, segundo as estimativas dos analistas sondados pela Reuters. São boas notícias para a telecom liderada por Miguel Almeida que poderá anunciar um dividendo de 30 cêntimos por ação, mais 50% face à remuneração acionista distribuída um ano antes. As contas são divulgadas antes da abertura da bolsa.

Como arrancou o ano nas exportações?

É um dos principais motores da economia portuguesa: as exportações. O INE apresenta esta manhã dados relativos ao início do ano no setor exportador nacionais. Em 2017, as vendas de bens e serviços ao exterior atingiram os 55 mil milhões de euros, aumentando 10% face a 2016. Atingiu o maior peso no Produto Interno Bruto (PIB) dos últimos 17 anos: 28,6%.

E os preços desaceleraram em fevereiro?

A autoridade de estatística apresenta ainda a evolução dos preços no mês de fevereiro. Na estimativa rápida, o INE adiantou que a taxa de inflação desacelerou para 0,6% no mês passado, nível que compara com os 1% registados em janeiro, o terceiro mês em que a subida dos preços desacelerou.

Inflação e Grécia à mesa do Eurogrupo

As atenções concentram-se em Bruxelas, onde a inflação vai estar na mesa de discussão do Eurogrupo. A situação económica da Grécia também será debatida, embora não se preveja que seja libertada uma nova tranche para ajudar o país. Começam ainda os preparativos para a próxima Cimeira de líderes europeus, a realizar-se no próximo dia 15 de março, centrada no Orçamento Europeu pós-2020 e respetivo financiamento.

Como compara o desemprego de Portugal com a OCDE?

Todos os meses, a OCDE faz a súmula dos níveis de desemprego em várias regiões do mundo. Volta hoje atualizar estes dados (relativos a janeiro), o que vai permitir comparar o desempenho de Portugal face às principais economias mundiais. Na última revisão a estes números, a OCDE dava conta de uma significativa redução da taxa de desemprego portuguesa. É para manter o ritmo?

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Lucro da Nos bate estimativas. Dividendo dispara 50%

A operadora liderada por Miguel Almeida registou um aumento de 37% dos lucros. Um forte aumento que levou a Nos a elevar a remuneração aos acionistas. Vai dar 30 cêntimos por cada ação.

A Nos lucrou mais no ano passado. Os resultados líquidos da empresa liderada por Miguel Almeida ascenderam a 124 milhões de euros, valor que superou as estimativas dos analistas. Houve um forte aumento que se traduzirá num crescimento expressivo da remuneração a entregar aos acionistas. O dividendo vai disparar 50%.

“O resultado líquido antes de resultados de empresas associadas e joint-ventures e interesses não controlados cresceu 5,6% para 101,3 milhões de euros. O resultado líquido consolidado atingiu 124,1 milhões de euros”, refere a empresa em comunicado enviado à CMVM. Este valor compara com os 90,4 milhões registados no ano anterior. Houve um crescimento de 37,3%. Os analistas sondados pela Reuters apontavam para lucros de 121,6 milhões.

“O EBITDA consolidado apresentou uma variação positiva de 4,3%, para 580,6 milhões de euros, com a margem EBITDA a atingir 37,2%, mais 0,4 pontos percentuais que em 2016”, diz a Nos. Por seu lado, as receitas apresentaram “um crescimento de 3,1% para 1.562 milhões de euros, com as receitas de telecomunicações a crescerem 3,1%, motivadas pelo crescimento de 3,7% do número de serviços”.

Em 2017, “o número de serviços aumentou 3,7% para 9,412 milhões, com adições líquidas de 334,9 mil face ao final de 2016“, refere a operadora, notando que o “número de subscritores móveis atingiu 4,673 milhões e os clientes de televisão por subscrição aumentam para 1,617 milhões”. Nos “serviços de banda larga fixa e telefone fixo continuou a registar-se uma evolução positiva, com crescimentos de 5,4% e 1,9% para 1,333 milhões e 1,758 milhões respetivamente”. Nas empresas, o número de clientes aumentou 40,8 mil face ao final de 2016, atingindo 1,459 milhões de serviços.

Dividendo dispara. Empresa dá 25% mais do que lucrou

Este forte aumento dos resultados líquidos vai levar a empresa a dar mais dinheiro aos seus acionistas. A Nos propõe aos acionistas que o valor do dividendo passe dos 20 para 30 cêntimos por ação. É um crescimento de 50% que se traduzirá num desembolso de 154 milhões de euros, uma soma superior aos lucros que vai, na sua maioria, para a ZOPT, da Sonae e Isabel dos Santos.

Estrutura acionista da Nos

“O Conselho de Administração da Nos aprovou a proposta de um dividendo ordinário de 30 cêntimos de euro por ação, representando um acréscimo de 50% face ao dividendo pago no ano anterior”, diz a empresa. Com os 30 cêntimos por ação, a Nos apresentará um payout de 125%, ou seja, 25% mais do que o que lucrou durante o último exercício. Será, assim, o terceiro ano consecutivo que a empresa liderada por Miguel Almeida vai apresentar um rácio entre dividendos e lucros acima da fasquia dos 100%. Em 2016 apresentou um payout de 114% e de 100% em 2015.

Apesar de dar mais dinheiro em dividendos do que o que lucra, a empresa mantém um nível de endividamento relativamente baixo. “No final do período em análise, a dívida financeira líquida situou-se nos 1.085 milhões de euros, representando 1,9 vezes o EBITDA, um rácio conservador face às congéneres do setor”, nota a empresa no comunicado enviado à CMVM

Mais investimento… em infraestrutura

Mesmo com tanto dinheiro para dividendos, a Nos continua a investir. Miguel Almeida diz que “continua focada no desenvolvimento das melhores soluções de comunicação e entretenimento para os nossos clientes, reforçando continuamente o investimento em inovação, nas nossas redes de nova geração e em serviços de cloud“.

Em 2018, vamos acelerar ainda mais os nossos investimentos em infraestrutura, nomeadamente na modernização das redes de acesso com tecnologias de última geração, prosseguindo o caminho de melhoria continua da qualidade do serviço que prestamos aos nossos clientes”, nota o presidente executivo da Nos, reiterando que a empresa “quer ter um papel ainda mais relevante na transformação digital da sociedade portuguesa e na competitividade das empresas nacionais.”

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Marques Mendes: “Grande beneficiário do Congresso do CDS é o PS”

Marques Mendes considera que Assunção Cristas acreditar que pode ser primeira-ministra corre o risco de passar por ridícula. E criticou a estratégia de o CDS ir separado do PSD à legislativas.

Luís Marques Mendes aplaudiu o Congresso do CDS. Considera que “confirmou os grandes objetivos” que o partido liderado por Assunção Cristas tem, nomeadamente mostrar que o CDS pode ganhar ao PSD. Cristas afirmar que pode ser primeira-ministra pode, segundo comentador, ser visto como ridículo, tendo em conta as sondagens. E nota que os dois partidos irem separados às legislativas é mau para ambos. Quem ganha é o PS.

No habitual comentário semanal na SIC, Luís Marques Mendes começou por salientar a preparação do Congresso do CDS. Foi preparado com profissionalismo, com entrevistas de vários responsáveis, incluindo Assunção Cristas. Conseguiu colocar o Congresso na agenda“, salienta o comentador.

“O Congresso confirmou os grandes objetivos que tinha. Entronizar a líder, exibir o CDS como partido unido, mostrar a independência do partido face ao PSD, e mostrar um CDS menos ideológico, menos pragmático. No fundo, o principal era mostrar que o CDS quer ganhar ao PSD, ser mais forte que o PSD, ser o partido alternante do Governo.

“É positivo ter ambição. Mas é um exagero. É megalómano” querer ser o partido alternante do Governo. O desejo de Cristas de “ser primeira-ministra corre o risco de ser ridículo. Tem menos de 10% nas sondagens. Não é claro que o voto útil tenha desaparecido, e que o aconteceu em Lisboa se reflete a nível nacional”, refere.

O CDS “crescer mais ou menos, depende do PSD estar forte ou não. Depende do mérito do CDS, mas também do demérito do PSD”, diz Marques Mendes, criticando o facto de os dois partidos irem separados às legislativas. “O objetivo de alcançar 116 deputados é complicado. Vão separados. É mais complicado. O grande beneficiário é o PS. Foi o grande beneficiário do Congresso”, rematou.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Robôs que se montam sozinhos, drones que desaparecem e o Wi-Fi que lhe mede o pulso. Futuro chega já este ano

Entregas com drones que desvanecem no ar. Carros que comunicam com outros carros. Mundos virtuais, mas bem reais. Robôs que se montam sozinhos. Estas são algumas das tendências tecnológicas para 2018.

As dinâmicas do mundo e da sociedade operam a grande ritmo e é cada vez mais rápida a evolução tecnológica a que estamos a assistir. E num mundo em constante mudança, quem não se adapta, desaparece ou morre. Por isso, é importante ouvir os ecos do futuro — partículas de informação, quase impercetíveis, que permitem às pessoas e empresas anteciparem detalhes de como vai ser o futuro que estamos a construir.

Todos os anos, o Future Today Institute, criado pela futurista e autora norte-americana Amy Webb, publica um “Relatório de Tendências Tecnológicas”. Não é um daqueles documentos repletos de promessas de um futuro maravilhoso. É uma análise robusta de centenas de tecnologias e tendências a que todos devem estar atentos, um trabalho desenvolvido há já mais de uma década e que, a cada ano, ganha mais reputação.

A edição deste ano surgiu um pouco mais tarde do que o normal mas, certamente, vai ser leitura de secretária de muitos gestores de empresas e líderes mundiais ao longo das próximas semanas. Ao longo das próximas linhas, falaremos de algumas tendências reveladas no relatório de 2018, que foi apresentado este domingo. Este artigo abordará algumas tendências tecnológicas num panorama mais geral.

O ano passado mostrou ser um drama sem descanso e 2018 promete ser mais do mesmo. Prepare-se, porque é provável que vá testemunhar vários acontecimentos que parecem não acompanhar as normais narrativas políticas, tecnológicas ou empresariais.

Amy Webb

Futurista, fundadora do Future Today Institute

Interruptores remotos

A tecnologia está cada vez mais imersiva. No “Relatório de Tendências Tecnológicas” deste ano, um dos tópicos abordados são os jogos imersivos que recorrem a óculos de realidade virtual, luvas sensoriais, entre outros aparelhos que espelham num computador os nossos movimentos e emoções do mundo real. Alguns dos maiores estúdios de jogos estão a preparar novas experiências virtuais: jogos 100% imersivos que podem ser jogados por milhões de pessoas ao mesmo tempo. Em última instância, um destes jogos poderá tornar-se mesmo numa espécie de realidade paralela, virtual. Uma segunda vida para os mais viciados, que poderão passar mais tempo nesse universo paralelo do que na própria realidade. (Leia o livro Ready Player One, ou veja o filme que vai sair este ano, para ter uma ideia do que aí vem.)

É aqui que entram os interruptores remotos. Imagine que está na sua sala, totalmente embrenhado, ou embrenhada, numa realidade virtual, e que começa um incêndio na cozinha. Como a imersão é completa, não vai conseguir aperceber-se do perigo que corre no mundo real. Por isso, já estão a ser desenvolvidas formas de desligar essa imersão automaticamente em caso de perigo, uma tecnologia que pode ser vista como uma espécie de alarme inteligente.

Amy Webb conta até uma história para explicar a importância desta tendência. No início deste ano, em Las Vegas, durante uma das maiores feiras de tecnologia do mundo, houve uma falha de energia, mas muitos dos espaços da feira tinham baterias para continuarem a funcionar em caso de apagão. Ora, quando se deu a quebra de energia, uma parte significativa dos visitantes da feira estavam imersos em simuladores, realidades paralelas, cápsulas de relaxamento e por aí em diante. E muitas dessas pessoas nem sequer se aperceberam da confusão que se estava a instalar no centro de exposições. Um interruptor remoto, que desligasse a imersão em caso de perigo, evitaria este tipo de situações que podem ser perigosas.

As possibilidades destes interruptores remotos vão ainda mais além da realidade virtual. Não há muito tempo, descobriu-se que a Uber tinha desenvolvido um software inteligente que permitia desativar e bloquear todos os sistemas informáticos da empresa, na sede e noutros locais, caso fosse alvo de uma rusga por parte das autoridades. A Apple e a Google também já permitem aos proprietários de smartphones bloquearem ou apagarem toda a informação nos seus telemóveis em caso de roubo ou perda.

Rastreamento por Wi-Fi

Segundo o relatório da futurista Amy Webb, “as ondas de rádio e de Wi-Fi podem agora ser usadas para rastrear os nossos movimentos físicos e estados emocionais”. O documento explica como os equipamentos de rede Wi-Fi nas nossas casas estão constantemente a enviar e a receber informação, convertida em ondas eletromagnéticas.

Essas ondas, no caso do Wi-Fi, não são muito fortes e já estão a ser desenvolvidos equipamentos que permitem ver essas ondas, à medida que vão sendo refletidas em objetos… ou em nós. O relatório é pragmático: “Os sinais de Wi-Fi podem ser aproveitados para nos reconhecerem através das paredes.” E acrescenta: “Imagine um futuro em que o seu router de Wi-Fi reconhece os seus movimentos físicos, depois calcula os seus parâmetros de saúde e, automaticamente, ajusta os dispositivos e aplicações da sua casa para ajudar a viver uma vida melhor.”

Segundo as pesquisas do Future Today Institute, este tipo de tecnologia está a ser desenvolvida no MIT. Há ainda um projeto chamado EQ-Radio que é capaz de “ler as suas emoções com recurso a um router de Wi-Fi”. “Nos testes, o EQ-Radio foi capaz de detetar emoções sem incomodar a pessoa que estava a ser monitorizada”, lê-se no documento.

Imagine um futuro em que o seu router de Wi-Fi reconhece os seus movimentos físicos (…).

Amy Webb

Futurista, fundadora do Future Today Institute

Bullying a robôs

A robótica é só um grande chavão dentro do relatório das tendências para este ano. Dentro desta categoria, existem várias tendências identificadas por Amy Webb e que ajudam a perceber o quão longe pode ir a automação ao longo dos próximos anos. Uma delas são os robôs pessoais, que poderão ajudar nas tarefas da casa e mitigar problemas como a solidão.

No entanto, há outro aspeto que se destaca dentro da robótica: são os robôs que se montam sozinhos. “Uma nova geração de robôs é capaz de se montar sozinha, permitindo-lhes fundirem-se, separarem-se e repararem-se a eles próprios”, lê-se no documento publicado este domingo. “Os robôs que se montam sozinhos oferecem um vasto conjunto de possibilidades dentro da medicina, da indústria, da construção e da área militar”, é também dito.

E por falar em robôs, há uma terceira tendência a destacar nesta área. Segundo Amy Webb, o abuso dos robôs vai ser um problema no futuro. “Os robôs pessoais só estão a chegar agora e já é possível ver uma primeira vaga de humanos a praticar bullying neles.” Foi feito um teste em que um robô totalmente autónomo tinha de seguir um determinado percurso. Se alguém se atravessasse no caminho do robô, a máquina estava programada para pedir licença.

Ora, quando confrontados com o robô, os adultos tiveram tendência para respeitar o seu pedido, mas as crianças não. O teste mostrou mesmo que um grupo de crianças não supervisionadas foi particularmente mesquinho: as crianças gritaram para a máquina e até a pontapearam.

Os robôs pessoais são uma realidade cada vez mais comum. Também são uma tendência para 2018.Wikimedia Commons

Assistentes digitais em todo o lado

Em Portugal pode ainda não ser moda. Mas, em alguns mercados, os assistentes virtuais têm vindo a proliferar-se a grande velocidade. Estamos a falar da Siri e da Alexa, da Cortana ao assistente da Google. Estas ferramentas inteligentes respondem a comandos de voz e executam tarefas. Vêm instaladas, muitas vezes, em colunas como o Echo da Amazon ou o Home da Google e são capazes de antecipar o que nós queremos, antes mesmo de o querermos.

Segundo o “Relatório de Tendências Tecnológicas” para este ano, os assistentes virtuais vão continuar a conquistar cada vez mais casas e serão uma nova plataforma de consumo de conteúdos que poderão abrir caminho para a criação de novos canais de notícias em áudio (as colunas com assistentes virtuais estão também a fazer crescer o número de fãs de podcasts, que são como programas de rádio em diferido).

“Os assistentes digitais vão crescer mais em 2018, à medida que os preços dos aparelhos vão diminuindo (pode esperar colunas a custarem menos de 20 dólares) e os sistemas vão melhorando na forma de interagir connosco”, sublinha Amy Webb no relatório das tendências. Segundo a norte-americana, vai ser cada vez mais comum falar com estes assistentes não só nas nossas casas como também nos nossos carros.

Vai poder falar com a Alexa [da Amazon] a partir do seu carro ou durante uma corrida matinal, enquanto a Cortana [da Microsoft] poderá, em breve, estar acessível durante uma reunião ou na secretária do seu emprego.

Amy Webb

Futurista, fundadora do Future Today Institute

Entregas com drones que desaparecem

Os drones são outro chavão que merece atenção por parte do Future Today Institute há já alguns anos. Para 2018, o relatório menciona um projeto da agência norte-americana DARPA, executado em 2016, para desenvolver drones que fossem capazes de fazer entregas e, depois, desvanecer no ar. “O programa mostrou que é possível programar um pequeno chip para executar um comando e se desintegrar. O que aí vem será uma espécie de Snapchat para os drones”, afirma Amy Webb no relatório, brincando com o conceito de efemeridade da conhecida rede social.

Outro ponto notado pelo instituto é o crescente aumento de patentes registadas nesta área, que poderão criar um problema com a falta de regulamentação. “Operadores comerciais como a Amazon querem começar a fazer entregas com drones”, reconhece Amy Webb, explicando que a gigante do comércio eletrónico já garantiu uma patente para um drone capaz de se autodestruir ou desmontar sozinho em caso de emergência. Também a concorrente Walmart criou uma patente de um drone que recolhe artigos das prateleiras e os entrega aos clientes na loja.

O instituto antecipa ainda que poderão ser criados corredores aéreos para drones, num cenário em que o espaço aéreo começa a ser cada vez mais populado. Os drones estão também a ficar cada vez mais pequenos e vai ser possível que centenas de minúsculos drones se movam de forma coordenada e extremamente rápida, ao ponto de uma câmara comum não ser capaz de os detetar.

Entregas de encomendas com drones são uma tendência a ganhar ritmo no campo do comércio eletrónico.Wikimedia Commons

Comunicação veículo-a-veículo (V2V)

A indústria automóvel está em constante transformação e a era elétrica promete novas possibilidades e vantagens. Mas não é a única tecnologia a ser desenvolvida pelas fabricantes. Outra, também conhecida, é a condução autónoma. Amy Webb antecipa que cada vez mais cidades norte-americanas passem a dar licenças a empresas para testarem carros sem condutor, à medida que esta tecnologia vai ganhando cada vez mais confiança das autoridades e do público.

Os carros serão capazes de transmitir a sua localização exata, aceleração, posição do volante, ritmo, estado dos travões e outras informações aos outros automóveis nas redondezas. Coletivamente, os carros irão usar esta informação e analisá-la em tempo real para tomarem decisões sobre quando e como se mover.

Amy Webb

Futurista, fundadora do Future Today Institute

Mas uma área muito promissora dentro deste setor são as comunicações veículo-a-veículo (V2V). Imagine que tem de fazer uma travagem brusca, mas que há outro condutor atrás de si. O seu carro poderá ser capaz de comunicar com o carro de trás para lhe dar ordem de travagem. É este tipo de partilha de informação que propõe tornar as estradas mais seguras (mas também levantar novos desafios éticos, embora isso seja outra conversa).

Voltando à era elétrica, a proliferação dos automóveis elétricos resultou em novos esforços no sentido de melhorar as baterias existentes, pelo que é de esperar que, num futuro próximo, as baterias tenham bem mais capacidade do que o que acontece atualmente.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Jerónimo de Sousa sobre a lei laboral: PS “ou está com os trabalhadores ou está contra eles”

  • Lusa
  • 11 Março 2018

Jerónimo de Sousa põe o Partido Socialista contra a parede na lei laboral. Quarta-feira há debate sobre a legislação laboral convocado para o PCP que apresenta quatro propostas de alteração à lei.

O secretário-geral do PCP afirmou este domingo que a votação de legislação laboral na quarta-feira, no parlamento, servirá para o PS mostrar se “está com os trabalhadores ou contra eles”, em convergência com o PSD e o CDS.

“Ou estão com os trabalhadores ou estão contra eles. O PS vai pôr-se do lado da parte mais débil ou vai juntar os trapinhos com o PSD e o CDS para vetar estas iniciativas legislativas?”, questionou Jerónimo de Sousa, na Maia, distrito do Porto, no Comício comemorativo do 97.º aniversário do PCP, subordinado ao lema “Com os trabalhadores e o Povo – Democracia e Socialismo”.

Referindo-se à votação de quatro iniciativas legislativas do PCP pelo “trabalho com direitos”, agendada para quarta-feira, o secretário-geral indicou estar “na hora de o PS dar um passo adiante e atacar estes problemas de frente, pondo fim à convergência com PSD e CDS, em matéria de direitos dos trabalhadores, como o tem feito nestes últimos anos, vindo ao encontro das propostas do PCP de valorização do trabalho e dos trabalhadores”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.