Novas regras de proteção de dados podem criar novo “mercado em ebulição”

  • Lusa
  • 8 Março 2018

Entrada em vigor das novas regras europeias para a proteção de dados poderá criar uma lacuna na oferta de profissionais de tecnologias de informação

A entrada em vigor das novas regras europeias para a proteção de dados poderá criar uma lacuna na oferta de profissionais de tecnologias de informação, disse à Lusa o presidente da Associação Nacional de DPO (ANDPO), Henrique Necho.

O novo Regulamento Geral sobre Proteção de Dados (RGPD), em vigor a partir de 25 de maio de 2018, vai exigir que empresas públicas e privadas da União Europeia que lidem com o tratamento, ou armazenamento, de dados pessoais passem a integrar a função do ‘Data Protection Officer’ (DPO), ou operacional de proteção de dados, sob pena de coimas que podem chegar aos 20 milhões de euros, ou 4% do volume de negócios anual global das empresas.

“Não há oferta. Há, neste momento, como em tudo o que é novidade, um desequilíbrio na procura e na oferta nesta área dos DPO”, asseverou o presidente da ANDPO, admitindo a emergência de um “mercado em ebulição” para dar resposta às exigências do novo regulamento europeu.

Citando um estudo de 2017 da Associação Internacional de Profissionais de Privacidade (IAPP, na sigla em inglês), Henrique Necho apontou para “uma lacuna na ordem dos 75 mil profissionais desta área em todo o continente europeu”, a que se deverão somar novos serviços em áreas da auditoria, consultoria, formação, ou de profissionais de certificação através da atribuição de selos de privacidade.

A preparação das empresas portuguesas para o novo regulamento permanece, contudo, aquém do desejável para o que o especialista da ANDPO considera “uma mudança civilizacional”.

Recorrendo a um outro estudo, publicado em janeiro deste ano e encomendado pela Microsoft Portugal à IDC (International Data Corporation), Henrique Necho sublinha que apenas 2,5% dos decisores consideram que a sua empresa está preparada para lidar com o RGPD e que “todas as entidades e organizações que façam o tratamento de dados pessoais têm de investir nesta matéria, começando pela sensibilização interna”.

O risco de incumprimento por parte das empresas e instituições públicas portuguesas pode ainda provocar uma sobrecarga de processos e pedidos de tratamento de informações recebidos pela Comissão Nacional de Proteção de Dados (CNDP), que em 2017 registou quase 22 mil ocorrências e motivaram um alerta à comissão parlamentar de Assuntos Constitucionais para o incumprimento, a partir de maio de 2018, das novas competências exigidas pelo regulamento europeu, caso não se verifique um incremento de verbas e pessoal.

“A CNPD, muito provavelmente, terá de expandir a sua capacidade de resposta, quer em termos de recurso humanos, quer em termos materiais, para, de alguma forma, poder responder de uma forma mais eficaz a esta avalanche que se prevê nos próximos tempos”, corroborou à Lusa o presidente da ANDPO.

Já no que diz respeito ao incumprimento por parte de empresas e instituições, Henrique Necho acredita que a CNPD “não se vai colar aos valores máximos que estão previstos no regulamento.”

“Muito provavelmente, a CNPD, numa situação de fiscalização em que tenha de aplicar algum tipo de coima – e estou aqui a tentar prever um bocado o futuro – vai ter em conta a realidade económica da empresa”, afirmou o presidente da ANDPO.

A Comissão Europeia estima que a entrada em vigor do RGPD venha permitir benefícios económicos na ordem de 2,3 mil milhões de euros anuais decorrentes da legislação única, no que Henrique Necho entende dever-se sobretudo a uma “questão de concorrência desleal” entre empresas e instituições.

Segundo o especialista, “este é um regulamento que veio na sequência de uma exigência da sociedade para que houvesse mais cuidado na proteção da privacidade, de dados pessoais que são usados para todo o tipo de ‘scams’ (esquemas fraudulentos), de ‘spams’ (mensagens nãos solicitadas) e de todo o tipo de situações ilegítimas”, asseverou.

“A Comissão Europeia estima que, pondo um ordenamento europeu, vá equilibrar as relações entre as empresas. No fundo, o DPO é uma destas novas profissões de que se fala que vêm aí com a transformação digital”, disse à Lusa.

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Quebra histórica de lucros não trava CTT. Ações avançam 1,5%

As ações dos CTT lideram as subidas do PSI-20 nesta sessão. Os títulos da empresa de serviço postal valorizam em torno de 1,5%, passando ao lado da queda histórica dos lucros.

Os CTT reportaram uma quebra histórica dos seus lucros na quarta-feira, mas tal não está a ser suficiente para penalizar o respetivo rumo bolsista. As ações da empresa liderada por Francisco Lacerda valorizar perto de 1,5%, encabeçando os ganhos do índice bolsista de Lisboa.

As ações dos CTT seguem neste momento a valorizar 1,4%, para os 3,198 euros, depois de já terem estado a ganhar perto de 3%. O avanço do título acontece depois de na quarta-feira, após o fecho do mercado, os CTT terem reportado uma quebra de mais de 50% dos seus lucros no ano passado, e acima daquilo que os analistas estimavam.

A empresa de serviço postal reportou uma diminuição de 56,1% do resultado líquido para os 27,3 milhões de euros em 2017, como consequência da deterioração do negócio postal que levou a empresa a uma profunda reestruturação nos próximos três anos.

CTT em alta

A pressionar as contas estiveram sobretudo três fatores: a queda do tráfego de correio, os gastos com plano de saída de trabalhadores e ainda a entrada da empresa Transporta no Grupo CTT.

Contudo, o mercado parece não ter ficado receoso perante o resultado reportado pela empresa de correio. “A nossa primeira leitura é que os resultados do 4T17 foram ligeiramente melhores que o esperado, nomeadamente no negócio de Correio e de Expresso & Encomendas”, explica o CaixaBI numa nota de research enviada a clientes nesta quinta-feira.

Em termos operacionais, o resultado alcançado pelos CTT não terá sido assim tão negativo. O CaixaBank BPI assinala os volumes de correio entregue que ficaram acima do previsto no último trimestre de 2017, tendo acontecido o mesmo com o EBITDA nesse período.

“Os resultados do quarto trimestre mostraram algumas dinâmicas positivas, nomeadamente no negócio de Correio, com os volumes endereçados a caírem apenas 4,5% em termos homólogos face a uma expectativa de queda de 6,0%”, refere também a esse propósito o CaixaBI.

Em termos de avaliação do título, qualquer dos dois bancos mantém a sua posição, com o CaixaBI a salientar no entanto o facto de os “CTT operarem num contexto de mercado desafiante”. O CaixaBI atribui ao título uma recomendação de “comprar” e um preço-alvo de 4,70 euros.

Já o CaixaBank BPI também recomenda “comprar”, mas com um target inferior: 4,25 euros por ação.

(Notícia atualizada às 9h00 com mais informação)

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Governo discute redução da duração dos contratos a prazo

  • ECO
  • 8 Março 2018

Para combater a precariedade, a Comissão Europeia quer reduzir a duração máxima dos contratos a prazo para dois anos e limitar as situações em que estes possam ser usados.

No mais recente relatório da Comissão Europeia, o tema da precariedade volta a ser referido, nomeadamente os contratos a prazo e as suas remunerações associadas no país. Assim, para combater esse problema, o Governo tem estado a discutir a possibilidade de reduzir o tempo máximo desses contratos a prazo, limitando ainda o seu uso.

De acordo com o Jornal de Negócios [acesso condicionado], o Governo tem tido conversações com os parceiros sociais sobre essas medidas, vistas com melhores olhos pelos patrões do que o aumento da subida da taxa social única (TSU). No relatório de Bruxelas é referido o facto de, em Portugal, os patrões recorrerem com bastante frequência a contratos a prazo e das suas remunerações associadas que são, em média, inferiores a quem tenha um contrato sem termo (reduções a rondar os 15% a 20%).

A Comissão Europeia tem em cima da mesa duas medidas: reduzir o tempo máximo dos contratos a prazo e limitar as situações em que os patrões podem recorrer aos mesmos. Assim, conforme avança o Negócios, Bruxelas deverá reduzir o tempo máximo dos contrato a prazo para dois anos, ao invés dos três anos que estão em vigor. No entanto, resta ainda uma medida que não consta nos planos do Governo português e que, segundo a comissão, deveria constar: a “agilização dos despedimentos individuais”.

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Lisboa avança após cinco dias no vermelho. BCP e EDP suportam

O PSI-20 abriu com ganhos em torno de 0,5%, num arranque de sessão marcado pela valorização do BCP e da EDP que puxam pelo índice. Lisboa acompanha as bolsas europeias.

A bolsa de Lisboa arrancou a sessão com o pé direito, a recuperar de cinco sessões negativas. O PSI-20 abriu a valorizar em torno de 0,5%, apoiado na valorização dos títulos do BCP e da EDP. Os CTT abriram em queda, mas as suas ações já seguem a somar mais de 1%.

O PSI-20 arrancou a sessão a somar 0,51%, para os 5.366,8 pontos, com a maioria dos títulos positivos e a acompanhar o sentimento positivo dos pares europeus.

O BCP é um dos título que mais puxa pelo desempenho do índice bolsista lisboeta. As suas ações seguem a valorizar 0,93%, para os 29,37 cêntimos. No mesmo sentido, segue também a EDP, com os seus títulos a somarem 1,27%, para os 2,869 euros. O sentimento positivo alastra-se aliás a todo o setor da energia. As ações da EDP Renováveis valorizam 0,28%, para os 7,205 euros, enquanto as da Galp Energia progridem 0,41%, para os 14,69 euros em sintonia com o rumo das cotações do petróleo que também avançam nos mercados internacionais.

 

Nota positiva para as ações dos CTT que, apesar de um arranque negativo, seguem agora a valorizar 1,2%, para os 3,192 euros. Isto apesar de a empresa liderada por Francisco Lacerda ter reportado na quarta-feira, após o fecho da sessão, uma quebra histórica dos seus lucros. O lucro dos CTT afundou 56% em 2017 para os 27 milhões de euros, condicionado por menos negócio no correio postal e nos serviços financeiros.

Em queda, destaque apenas para quatro cotadas. A Pharol é a mais penalizada, ao ver as suas ações deslizarem 5,19%, para os 20,1 cêntimos, numa altura em que a empresa está em choque com a Oi depois de ter decidido travar aumentos de capital na sua participada brasileira.

Em queda está também a Novabase que se prepara para sair do PSI-20, com as suas ações a desvalorizarem 0,36%, para os 2,78 euros.

(Notícia atualizada às 8h20 com novas cotações e mais informação)

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Hoje nas notícias: Contratos a prazo, CDS e aeroportos

  • ECO
  • 8 Março 2018

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que marcam o dia.

Entre as manchetes desta quinta-feira destaque para a entrevista de Adolfo Mesquita Nunes, vice-presidente do CDS que, em entrevista ao Público, afasta o cenário de um “casamento entre o seu partido e o CDS. Os contratos a prazo também são notícia, estando em cima da mesa uma redução da sua duração, enquanto se sabe também que o plano para a segurança nos aeroportos está há seis meses na gaveta. Referência ainda para um artigo de opinião de António Guterres que fala de igualdade de género no “Dia da Mulher”.

Adolfo Mesquita Nunes afasta “casamento” entre CDS e PS

“A função do CDS não é casar-se com o PS”. A frase é de Adolfo Mesquita Nunes, vice-presidente do CDS. Nesta quinta-feira, em entrevista ao Público (acesso condicionado), à beira do congresso do CDS que se realiza no próximo fim de semana, diz ainda que o seu partido não tem “inveja de alguém que negoceie com o PS”. O também vereador da Covilhã admite sim discutir ideias com o PSD, preferindo contudo fazer para já uma apreciação de Rui Rio.

Segurança para os aeroportos na gaveta

O novo plano de segurança para os aeroportos está na gaveta há pelo menos seis meses. A notícia é avançada pelo Diário de Notícias (acesso pago), explicando que o projeto foi concluído em setembro passado por uma comissão coordenada pela Autoridade Nacional de Segurança da Aviação Civil (ANSAC), mas ainda não foi aprovado em Conselho de Ministros. Fonte oficial da Autoridade Nacional de Segurança da Aviação Civil avançou ao jornal que este “será brevemente submetido para processo legislativo”.

Governo negoceia redução da duração dos contratos a prazo

O Governo já iniciou conversas informais com os parceiros sociais sobre a melhor forma de reduzir a precariedade, tendo colocado em cima da mesa os cenários de redução do tempo máximo dos contratos a prazo (atualmente de três anos) e a limitação das situações que podem justificar o seu uso. A notícia é avançada, nesta quinta-feira, pelo Jornal de Negócios (acesso pago) que cita informação avançada pela Comissão Europeia, no mais recente relatório onde faz uma avaliação da governação em áreas consideradas críticas.

PS incita Governo a agir sobre o futebol

A recente polémica em torno do futebol levou o PS a pedir ao Governo para atuar nesse âmbito. O Público (acesso condicionado) noticia nesta quinta-feira que Ana Catarina Mendes, secretária-geral adjunta do PS, considera que “chegou o momento de também o Governo dizer aos dirigentes desportivos que chega deste espetáculo”. O jornal cita as declarações da responsável do PS que foram proferidas no programa Xeque-Mate da TVI24 de quarta-feira.

António Guterres fala de igualdade de género

Num dia em que várias manchetes dos jornais nacionais se dedicam ao “Dia Internacional da Mulher” e ao tema da igualdade de género, destaque para um artigo de opinião a este propósito de António Guterres ao Público (acesso condicionado). “Quero ser claro: isto não é um favor às mulheres: a igualdade de género não é uma questão de direitos humanos”, salienta o secretário-geral da ONU, salientando que “estamos num momento crucial para os direitos das mulheres”.

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China promete “resposta adequada e necessária” a taxas alfandegárias dos EUA

  • Lusa
  • 8 Março 2018

Pequim prometeu uma "resposta adequada e necessária" caso Donald Trump avance com o aumento dos impostos sobre as importações de aço e alumínio.

Pequim prometeu esta quinta-feira adotar uma “resposta adequada e necessária”, caso os EUA subam os impostos sobre as importações de aço e alumínio, afirmou o ministro chinês dos Negócios Estrangeiros, apontando os perigos de uma guerra comercial.

Num mundo globalizado, quem recorre a uma guerra comercial está a seguir a receita errada“, afirmou Wang Yi, durante uma conferência de imprensa. “A História ensinou-nos que as guerras comerciais nunca são o caminho correto para a resolução de problemas”, acrescentou.

O presidente dos EUA, Donald Trump, suscitou o protesto de vários países, na semana passada, após anunciar a imposição de taxas aduaneiras de 25%, para as importações de aço, e 10%, para as de alumínio. Face às reações do Canada, União Europeia e China, Trump ameaçou os parceiros comerciais com “impostos recíprocos”, e garantiu que as guerras comerciais são “boas e fáceis de ganhar”.

A China é o maior produtor mundial de aço e alumínio, mas fornece menos de 2% do aço importado pelos EUA, pelo que aquelas taxas teriam um impacto reduzido na indústria chinesa. No entanto, Washington tem lançado investigações antidumping — preço de comercialização abaixo do custo de produção — sobre vários produtos da China, desde máquinas de lavar roupa a painéis solares e contraplacado.

Em agosto passado, o governo de Trump lançou ainda uma investigação para averiguar se Pequim exige indevidamente que as empresas estrangeiras transfiram tecnologia, em troca de acesso ao mercado. As duas maiores economias do mundo “têm responsabilidades para com os seus povos, mas também para com o resto do planeta“, afirmou Wang Yi. O ministro chinês disse desejar que os dois países “se sentem na mesa de negociações para encontrar soluções mutuamente benéficas”. Em janeiro, o superavit comercial da China com os Estados Unidos fixou-se em 22 mil milhões de dólares, mantendo-se praticamente inalterado face ao mesmo mês do ano anterior.

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5 coisas que vão marcar o dia

Reunião do BCE sobre política monetária, discussão sobre economia no Parlamento e resultados das cotadas em Lisboa vão marcar o dia.

Na Zona Euro, as atenções estão viradas para o BCE. Em Portugal, o foco vai para o debate sobre emprego e economia, no Parlamento, isto quando continuam as apresentações de resultados das cotadas da bolsa de Lisboa. Atenção ainda ao fim do prazo dado aos credores da Oi para escolherem o modo de pagamento dos montantes em dívida.

Parlamento debate economia e emprego

A sessão plenária desta quinta-feira terá como temas, de acordo com a marcação dos social-democratas, a economia e o emprego. As últimas estimativas divulgadas pelo INE revelaram que o desemprego português caiu para os 7,9% em janeiro. Por outro lado, a economia conquistou o seu maior crescimento desde 2000, tendo o PIB aumentado 2,7% no último ano — ainda assim, o nono menor crescimento da União Europeia. O principal motor dessa expansão foi a aceleração do investimento.

BCE decide sobre juros

O Banco Central Europeu vai reunir-se, esta quinta-feira, para debater a política monetária europeia. Depois do encontro, Mario Draghi responderá às perguntas dos jornalistas, pelo que os mercados deverão estar expectantes. O BCE publicará, no mesmo dia, as suas projeções macroeconómicas para a Zona Euro.

Mais resultados, agora da Altri

Esta quinta-feira, a Altri vai apresentar as suas contas relativas ao último ano. Segundo as estimativas dos analistas da CaixaBI, a empresa co-liderada por Paulo Fernandes terá fechado 2017 com um resultado líquido de 92 milhões de euros, o que representa um aumento de 18,2% face ao ano anterior. A gigante da pasta de papel terá terminado o ano com receitas de 653,2 milhões de euros, mais 6,5% do que em 2016.

Oi: Chega ao fim o prazo dos credores

O prazo disponibilizado aos credores da Oi para escolherem uma das opções de pagamento dos montantes em dívida chega ao fim. O prazo inicial foi prorrogado, sendo que esta data é importante para estes investidores já que caso essa escolha não seja feita, perderão a totalidade do investimento. Esta é uma ação que surge no âmbito do plano de recuperação da operadora brasileira — que tem a Pharol como maior acionista –, que se vê a braços com uma dívida próxima de 16 mil milhões de euros.

Trabalhadores da CGD na COFMA

O Presidente do Sindicato dos Trabalhadores das Empresas do Grupo Caixa Geral de Depósitos, João Fernandes Lopes, vai esta quinta-feira à Assembleia da República ser ouvido pela Comissão de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa, após a sessão plenária. No final do último mês, o banco público anunciou que vai abrir um programa de rescisões amigáveis, ainda este ano. Trata-se de um novo plano de rescisões por mútuo acordo, que inclui o fecho de mais balcões.

 

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É lesado PT/Oi? Tem até hoje para dizer como quer receber os créditos em dívida

Termina esta quinta-feira o prazo para os credores da PT/Oi escolherem uma forma de pagamento dos créditos em dívida junto do administrador judicial.

Se é lesado da PT/Oi, saiba que hoje é o último dia para escolher a forma como quer receber os créditos que lhe são devidos. O prazo original era o dia 26 de fevereiro, mas foi estendido por dez dias e termina esta quinta-feira, para dar a hipótese aos obrigacionistas de individualizarem os respetivos créditos junto do administrador judicial.

Terá de escolher uma de duas formas de pagamento, de acordo com a sociedade de advogados Candeias & Associados, que representam cerca de 400 pessoas nesta situação:

  • “Uma primeira, a 12 anos, com um corte de 50%, juros a 6%, com capitalização nos primeiros seis anos e também seis anos de período de carência. Em 2024, os credores passarão a ser reembolsados semestralmente do capital e, anualmente, dos juros. A final, o valor que irá receber é de cerca de 95 a 110% do valor investido, mas apenas daqui a 12 anos. Atenção que, neste caso, se fará a conversão dos euros em dólares ao câmbio de 1,1770. Os juros e o capital serão reembolsados em dólares”, indica a sociedade.
  • “Uma segunda opção, a 25 anos, que permite o reembolso anual ao fim do 20.º ano, durante os 5 anos seguintes. Aqui, pode manter a moeda em euros (não vencerão quaisquer juros). Pode optar pelo real. Nesse caso, terá uma taxa referencial, que é publicada anualmente (a de 2017, a taxa foi de 0,60%; em 2016 foi de 2,01%)”, acrescenta.

Nestas condições estarão cerca de 7.000 credores portugueses da PT/Oi. A escolha de uma forma de pagamento é um passo importante na reclamação das dívidas, uma vez que, caso não seja escolhida uma forma por parte dos credores, os montantes não são considerados.

No entanto, não deixe tudo para a última hora, alertou a Candeias & Associados em fevereiro: “Recordamos ainda que o credor não deve deixar para os últimos dias a realização destes procedimentos. Tal como aconteceu no Programa de Acordo de Pagamento, prevê-se uma adesão massiva nos últimos dias.”

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Bulgária e França também saíram dos desequilíbrios excessivos. Mas só Portugal recebe carta

Portugal não foi o único a sair da categoria de país com desequilíbrios macroeconómicos excessivos Bulgária e França também saíram. Mas apenas Portugal vai receber uma carta da Comissão Europeia.

Mário Centeno, presidente do Eurogrupo, e Valdis Dombrovskis, vice-presidente da Comissão Europeia para o euro, em LisboaPaula Nunes/ECO

Portugal vai ser o único dos três Estados-membros que saíram da categoria de desequilíbrios macroeconómicos excessivos a receber uma carta da Comissão Europeia. Bruxelas quis dar um sinal positivo aos desenvolvimentos da economia portuguesa, mas quer ter a certeza que o país consolida essas melhorias. Valdis Dombrovskis, vice-presidente da Comissão Europeia para o euro, admitiu que o caso de Portugal esteve “mais sujeito a interpretações”.

O Pacote de Inverno do Semestre Europeu trouxe boas notícias para Portugal: o país deixou de ter desequilíbrios excessivos na avaliação dos técnicos da Comissão. Na conferência de imprensa, Pierre Moscovici, comissário europeu para os Assuntos Económicos, usou uma imagem para ilustrar o caso português: “Nós estamos hoje perante um copo meio cheio”, assegurou, argumentando que “a tendência é incontestavelmente positiva”. Foi um dia de “boas notícias”, como assinalou Moscovici. Mas ainda há trabalho pela frente.

Foi Valdis Dombrovskis quem veio por água na fervura. O vice-presidente da Comissão Europeia responsável pelo euro também deixou elogios a Portugal, mas coube-lhe anunciar que Bruxelas irá enviar uma carta às autoridades portuguesas para salientar a importância da implementação de medidas para continuar a resolver os desequilíbrios macroeconómicos existentes. Este é um procedimento especial — já usado anteriormente — que vai ser adotado no caso de Portugal, mas não no caso da Bulgária e de França — dois países que também deixaram de ter desequilíbrios macroeconómicos excessivos.

Porquê? Dombrovskis esclarece: “Em relação às cartas, se olharem para a avaliação do ECFIN (Direção-Geral dos Assuntos Económicos e Financeiros) para os diferentes casos dos países, eu diria que Portugal foi o caso que esteve mais sujeito a interpretações”. “Decidimos optar por uma interpretação positiva, mas ao mesmo tempo queremos enfatizar que ainda persistem grandes desequilíbrios e que Portugal tem de trabalhar para os resolver“, explicou o vice-presidente, assinalando que ainda não há uma data para o envio da carta.

No entanto, esta carta será enviada antes de o Governo divulgar o seu Programa Nacional de Reformas (PNR) e o Programa de Estabilidade (PE). O objetivo de Dombrovskis é estimular Portugal a continuar a implementar reformas estruturais de forma “ambiciosa”, algo que quer ver “detalhado” no PNR. Depois de apresentados esses documentos, Bruxelas divulgará as suas recomendações específicas por país em maio.

A decisão “positiva” para Portugal feita no colégio dos comissários foi mais consensual no caso da Bulgária e França (que ainda está sob o Procedimento por Défices Excessivos). Em ambos os países, a decisão foi mais clara pelo que não vão receber uma carta na caixa de correio. Sobre França, Valdis Dombrovskis disse que o país “apresentou reformas muito ambiciosas e muito abrangentes”.

Quando se referiu à Bulgária e a Portugal ao mesmo tempo, o vice-presidente colocou a tónica dos problemas no caso português. “O mesmo acontece [saída dos desequilíbrios excessivos] também à Bulgária e Portugal, mas no que se refere às questões atuas ainda há grandes desafios no caso de Portugal, sobretudo no que se refere ao nível de endividamento muito elevado dos particulares, das empresas e também do endividamento público e, portanto, as autoridades português foram convidadas a apresentar um Pacote de Reformas em abril que seja ambicioso”.

Apesar de receber a carta, e estar sob especial atenção, com esta melhoria Portugal também se diferencia de países como a Croácia, Chipre e Itália que continuam a registar desequilíbrios macroeconómicos excessivos. A Comissão Europeia destacou principalmente os progressos no mercado de trabalho com a redução da taxa de desemprego e os desenvolvimentos positivos na consolidação do sistema financeiro. Bruxelas assinala a melhoria registada com o ciclo económico positivo, mas não deixa de estar preocupada com o que acontecerá quando as condições deixarem de ser tão favoráveis.

A boa notícia não retira, porém, Portugal do procedimento por desequilíbrios macroeconómicos. O único país que saiu desse procedimento este ano foi a Eslovénia. Portugal continua lá, mas deixa de estar sob a ameaça de ter sanções — uma dúvida que existiu mas que foi dissipada por Bruxelas no ano passado. A vertente corretiva que leva a sanções está prevista para os países que repetidamente apresentem desequilíbrios macroeconómicos excessivos, algo que agora deixa de estar em cima da mesa em Portugal.

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Bruxelas diz que mudança nos escalões de IRS vai agravar desigualdade em Portugal

As mudanças implementadas pelo Governo no IRS em 2018 vão ter um efeito negativo na desigualdade em Portugal. A conclusão é dos técnicos da Comissão Europeia que alertam que medida vai custar mais.

A desigualdade em Portugal vai aumentar com o impacto das mudanças que o Governo decidiu fazer no IRS aprovadas no Orçamento do Estado para 2018 (OE2018), segundo as contas da Comissão Europeia. Bruxelas estima que essa reforma vá aumentar o coeficiente de Gini — a medida internacional de desigualdade numa economia –, o que implica uma maior redistribuição desigual do rendimento. Além disso, os técnicos alertam que a perda de receita será maior do que o previsto por Mário Centeno.

No relatório Country By Country do Pacote de Inverno do Semestre Europeu, a Comissão Europeia dedica toda uma página à reformulação fiscal em Portugal aplicada em 2018 com as mudanças nos escalões de IRS, o aumento do mínimo de existência e o desaparecimento da sobretaxa. Os técnicos aplicaram um modelo à situação portuguesa através do qual simulam dois cenários: o cenário base onde tudo fica igual a 2017 e o cenário de 2018 com a reforma do IRS implementada.

Com essa ferramenta, a Direção-Geral dos Assuntos Económicos e Financeiros (ECFIN) estimou a perda de receita e os efeitos redistributivos das medidas. E as conclusões são claras: a reforma fiscal do IRS vai custar mais 85 milhões de euros face ao previsto e os efeitos na desigualdade do país serão negativos. “Estima-se que a reforma do IRS não tenha um impacto de redução da desigualdade no rendimento, uma vez que a maior parte dos benefícios serão concentrados” nos contribuintes com mais rendimentos, assinala a Comissão Europeia.

Tanto o fim total da sobretaxa de IRS para os escalões mais altos como a mudança na estrutura dos escalões levam a aumentar do coeficiente de Gini, o que implica uma redistribuição do rendimento mais desigual.

Comissão Europeia

Country Report Portugal 2018

“Em relação à redistribuição [do rendimento], tanto o fim total da sobretaxa de IRS para os escalões mais altos como a mudança na estrutura dos escalões levam a aumentar do coeficiente de Gini, o que implica uma redistribuição do rendimento mais desigual”, lê-se no documento divulgado esta quarta-feira. Este efeito é “marginalmente compensado” pela diminuição do coeficiente de Gini induzido pelo aumento do mínimo de existência.

Para Bruxelas a abolição da sobretaxa em 2018 vai beneficiar em grande parte apenas o último decil de rendimentos, ou seja, os mais ricos dos mais ricos. E as mudanças nos escalões? “Como os cinco decis mais baixos [de rendimento] já estão isentos de IRS ou a pagar a taxa mais baixa, a mudança na estrutura dos escalões intermédios beneficia principalmente os cinco decis mais altos“, explicam os técnicos. Além disso, nas contas da Comissão, “o aumento do mínimo de existência beneficia principalmente a média do rendimento disponível para o quinto decil”.

No OE2018, o Governo decidiu desdobrar o segundo e o terceiro escalões, reduzindo as taxas marginais aplicadas. Passaram assim a existir sete escalões de IRS em 2018.

Estado vai perder mais 85 milhões de euros do que prevê o Governo

Os técnicos estimam que o fim da sobretaxa vá significar uma perda de receita de 140 milhões de euros em 2018. Já a mudança nos escalões deverá representar uma perda de receita de 440 milhões de euros — o Governo estima uma perda de 230 milhões — e o aumento do mínimo de existência menos 30 milhões de euros.

Considerando apenas as últimas duas medidas — para que comparar com os números do Governo –, a perda de receita atinge os 470 milhões de euros, sendo que o Ministério das Finanças, em outubro de 2017, estimava uma perda de receita de 385 milhões de euros na proposta do OE2018. Há uma diferença de 85 milhões.

Contudo, os técnicos admitem que o efeito não se reflita totalmente em 2018. Porquê? Como a tabela de retenção não traduz totalmente o desagravamento fiscal introduzido nos escalões do IRS, o efeito só se vai materializar quando forem entregues em 2019 as declarações de IRS relativas a 2018 e os respetivos reembolsos.

Ao todo as três medidas representam, nos cálculos do ECFIN, 610 milhões de euros, o que representa cerca de 5% da receita de IRS que o Estado deveria angariar no cenário base.

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PS entende-se com PSD e CDS nas regras para a Uber

  • ECO
  • 8 Março 2018

Sem acordo com o Bloco de Esquerda e PCP, o PS virou-se para a direita para aprovar esta quinta-feira regulamentação das empresas de transportes alternativas aos táxi.

Perante a falta de entendimento com o Bloco de Esquerda e o PCP, partidos de apoiam a solução governativa de António Costa, o PS virou-se para o PSD e o CDS para avançar na regulação da atividade de empresas como a Uber, Cabify ou Taxify, revela o Jornal de Negócios (acesso pago). Chegou a acordo com a direita, o que permite a aprovação das regras esta quinta-feira.

Sem revelar onde obteve a informação, o jornal de economia refere que depois da falta de entendimento notória há duas semanas, quando foi adiada a votação da legislação, foram dados passos no sentido de aproximar as propostas do PS às do PSD e CDS.

A iniciativa do Governo ditava que a atividade destas empresas só poderia ser exercida por pessoas coletivas, o que o PSD discordava. Os socialistas terão, entretanto, apresentado uma proposta em que em vez desse requisito passasse a haver um outro: os motoristas destes veículos terão de ter um contrato escrito que titule a relação entre as partes.

O PSD aceitou a nova proposta, sendo que o PS terá também aceite uma outra exigência da direita: a criação de uma taxa de regulação e supervisão a pagar pelos operadores de plataforma eletrónica (de 5% sobre os valores de taxa de intermediação cobrados pelo operador). O CDS é também favorável a esta taxa.

Com estas cedências, a lei da Uber, como é conhecida, que há quase um ano desceu à especialidade, poderá finalmente ser aprovada. Segundo o Negócios, as iniciativas legislativas do Governo, PSD e BE para regulamentar estas empresas vão ser votadas esta quinta-feira, sendo a votação feita ponto a ponto.

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Rui Rio avança com governo-sombra

  • Lusa
  • 7 Março 2018

O líder do PSD quer dar novas funções ao Conselho Estratégico Nacional, liderado por David Justino. Vai ter porta-vozes por áreas políticas e funcionar como um governo-sombra.

O presidente do PSD, Rui Rio, anunciou esta quarta-feira a criação de novos moldes para o Conselho Estratégico Nacional (CEN) do partido, presidido por David Justino, e estará dividido em 16 áreas temáticas, que terão porta-vozes e coordenadores nacionais. “O Conselho Estratégico Nacional tem dois objetivos: um é o órgão que muitas vezes se designou, mas não é isso exatamente que ele é, uma espécie de gabinete sombra ou governo sombra. É o órgão que vai ter os porta vozes e os coordenadores do partido para as mais diversas áreas”, explicou Rui Rio, apresentando aos jornalistas a anteproposta definida na reunião da Comissão Política Nacional e cujo regulamento será criado nos próximos 15 dias.

Por outro lado, acrescentou Rio, será este órgão que vai produzir o programa eleitoral para as legislativas de 2019. No entanto, Rio destacou que a maior mudança será “uma revolução na forma de funcionamento de um partido político”. “O que se pretende com este conselho é pôr todo um país a militar de uma forma diferente no partido. Militam da forma tradicional [em concelhias, distritais], mas se quiserem e não encontrarem espaço na militância tradicional, têm uma diferente: se são profissionais de saúde ou se se interessam por saúde podem militar na secção de saúde”, exemplificou, acrescentando que esta participação estará também aberta a independentes.

Assim, as 16 secções temáticas propostas são:

  • relações externas;
  • assuntos europeus;
  • reforma do Estado e descentralização;
  • defesa nacional;
  • finanças públicas;
  • justiça, cidadania e igualdade;
  • segurança interna e proteção civil;
  • agricultura, alimentação e florestas;
  • coesão do território, ambiente e natureza;
  • economia, inovação e internacionalização;
  • saúde;
  • solidariedade e bem-estar;
  • educação, cultura e desporto;
  • ensino superior, ciência e tecnologia
  • assuntos do mar.

As secções temáticas nacionais poderão ter a sua sede em diferentes cidades e ser replicadas pelas distritais que assim entenderem. Questionado se esta nova forma de organização não retira poder às distritais e aos deputados, que têm assumido essa função de porta-vozes, Rui Rio desvalorizou.
“Isto é um desafio às distritais, vamos ver quais são aquelas que têm mais dinâmica, mais presença no terreno e mais capacidade de trazer a denominada sociedade civil para o PSD”, afirmou Rio, admitindo, contudo, que algumas possam encarar esta novo órgão como “sombra à sua atividade”.

Por outro lado, o presidente do PSD disse não temer que possa ele próprio apagar-se com a diluição das posições do partido por tantos porta-vozes. “Cada um tem de cumprir a sua função (…) Eu estou capaz de fazer a síntese política daquilo que é atividade do partido”, disse.

Rui Rio defendeu que o partido “tem obrigação de ter pessoas especializadas” nas várias áreas, que considera que até aqui não tido. “Recorre-se muitas vezes aos deputados, que muitas vezes não são especialistas”, disse. Ainda assim, o presidente do PSD assegurou que “as funções dos porta-vozes parlamentares mantêm-se intactas”, além de que cada secção temática terá, obrigatoriamente, de integrar “um a dois representantes” do grupo parlamentar do PSD. “Nós somamos é capacidade do partido ter, fora do parlamento, um conjunto de porta-vozes”, defendeu.

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