Saíram mais 1.600 trabalhadores da banca em 2018. Quase o dobro do ano anterior
Principais bancos nacionais voltaram a reduzir os seus quadros de forma expressiva no ano passado. Só na Caixa, saíram 646 trabalhadores em 2018. E o Totta encerrou quase centena e meia de balcões.
Os bancos nacionais voltaram a acelerar a sua cura de emagrecimento no ano passado. Saíram das principais instituições financeiras cerca de 1.600 trabalhadores em 2018, quase dobro das saídas registadas em 2017 (955). E isto num ano em que fecharam cerca de três centenas de agências.
Foi na Caixa Geral de Depósitos (CGD) onde se registou o maior número de saídas: 646 trabalhadores abandonaram o banco público no âmbito do plano estratégico acordado com Bruxelas aquando da recapitalização de cinco mil milhões de euros. Foram também encerradas 65 agências no último ano, em linha com os 64 encerramentos registados em 2017.
Paulo Macedo não vai ficar por aqui. Atualmente, o banco do Estado conta com 7.675 colaboradores e 522 balcões, mas tem de chegar a 2021 com menos de 6.650 trabalhadores e entre 470 e 490 balcões. Ou seja, vai ter de cortar mais 1.000 postos de trabalho e entre três a cinco dezenas agências até lá. Ainda há 180 milhões de euros para fazer face a reformas e pré-reformas nos próximos anos, garantiu o presidente da CGD na última conferência de resultados.
No Novo Banco, cuja reestruturação também acelerou no ano passado, António Ramalho disse que saíram cerca de 450 funcionários em 2018. Trabalhavam 5.093 trabalhadores no banco detido pelo Lone Star (75%) e Fundo de Resolução (25%) no final do ano passado.
Em termos de agências, a maior dieta de emagrecimento foi protagonizada pelo Santander Totta. O banco liderado por Pedro Castro e Almeida encerrou 147 balcões no ano passado, muito por força da integração diz Popular Portugal no final de 2017 que forçou a um redimensionamento da rede comercial. Em saídas, 290 pessoas abandonaram o banco do grupo espanhol Santander.
Bancos voltaram a emagrecer em 2018
Fonte: Bancos
Castro e Almeida também anunciou que as mudanças dentro do banco vão continuar: prevê fundir grandes agências nos centros urbanos e, perspetivando mais saídas por reforma ou pré-reforma nos próximos anos, adiantou que o banco vai mudar a política de contratação de pessoal. “A visão que temos a três anos, através da saída normal das pessoas por reforma ou pré-reforma, é que vamos ter de contratar de pessoas com perfil completamente diferente: matemáticos, programação e mais analítico”, assegurou o novo CEO do Totta que chamou a si o pelouro do Pessoal.
No BPI, fecharam-se 10 balcões e registaram-se 42 saídas, sendo a instituição financeira com a rede comercial e quadros mais estabilizados.
Enquanto isso, o BCP indicava que até setembro tinham deixado o banco 150 colaboradores, enquanto haviam sido encerradas duas dezenas de agências. Miguel Maya deverá atualizar estes números quando a 21 de fevereiro apresentar os resultados anuais.
Para já, apenas CGD, BPI e Santander Totta prestaram contas. No acumulado, estas três instituições lucraram cerca de 1.500 milhões de euros no ano passado.
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