Ferro soube de carta de Berardo pela comunicação social. Respondeu em carta fechada
A carta que Berardo enviou a Ferro causou mal estar junto do presidente do Parlamento que não gostou de saber da mesma pela comunicação social. A resposta para o comendador já seguiu mas é fechada.
O presidente do Parlamento não gostou de saber da carta de Joe Berardo pela comunicação social, onde o comendador se queixa do tratamento que teve na comissão parlamentar de inquérito à Caixa Geral de Depósitos (CGD) e pede a intervenção de Ferro Rodrigues. Ao ECO, fonte oficial do gabinete do presidente da Assembleia da República adianta que Ferro Rodrigues leu a carta “depois de a ter lido na comunicação social” e que já respondeu mas por uma “carta não aberta”.
Joe Berardo enviou uma carta aberta ao presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, para fazer a “defesa da honra pessoal”, queixando-se de ser vítima de “um verdadeiro julgamento popular” no Parlamento. Teme ainda que os danos reputacionais da sua prestação na comissão de inquérito à Caixa Geral de Depósitos (CGD) possam afetar os vários processos judiciais que tem contra si. O conteúdo da carta foi conhecido na segunda-feira através do telejornal da RTP. E até Ferro Rodrigues, o destinatário da carta, teve conhecimento da mesma pela comunicação social.
O gabinete de imprensa da presidência do Parlamento “confirma que recebeu a carta depois de ter lido na comunicação social”, disse fonte oficial ao ECO, acrescentando que a mesma terá como destino a comissão parlamentar de inquérito, até porque “o presidente da Assembleia da República não pode intervir nas comissões de inquérito” que gozam de “total autonomia”.
Ferro Rodrigues foi rápido na resposta a Joe Berardo e faz questão de mostrar o descontentamento com o procedimento usado pelo comendador. “O presidente da Assembleia da República respondeu por uma carta não aberta”, disse ainda fonte oficial ao ECO.
Na carta, Berardo diz que foi vítima de um “julgamento popular” e afirma ter a certeza que Ferro “tudo fará” para que no futuro isso não volte a acontecer.
Berardo considera que será penalizado nos processos onde é alvo pela sua ida à comissão de inquérito à Caixa. “A minha posição perante os vários processos judiciais que me foram movidos dificilmente possa vir a ser apreciada com o necessário distanciamento, pois os tribunais, sendo uma realidade humana, onde decidem homens e mulheres, não são imunes, ainda que inconscientemente, aos efeitos da opinião pública”, frisa Joe Berardo numa carta com cinco páginas.
A carta é conhecida dias depois das notícias sobre o arresto de alguns bens de Berardo por parte do tribunal: entre os quais dois apartamentos em Lisboa. Foi um arresto feito a pedido da CGD, mas Berardo tem mais processos. Além dos bens, Berardo diz que pagou 231 milhões de euros em juros à banca “a troco de nada”.
No passado dia 20 de abril, CGD, BCP e Novo Banco entregaram uma ação executiva no Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa para cobrar dívidas de Joe Berardo de quase 1.000 milhões de euros. Ao banco público ficou a dever perto de 320 milhões, segundo a EY.
(Notícia atualizada)
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