Lágrimas em Londres nos primeiros despedimentos no Deutsche Bank. Estes são os maiores “layoffs” do século
Banco iniciou reestruturação em Londres, com as primeiras centenas de despedimentos de um plano que afetará 18.000 trabalhadores. Deutsche Bank não figura sequer nos maiores layoff do século.
O Deutsche Bank começou esta segunda-feira de manhã a cortar as primeiras centenas de postos de trabalho no seu banco de investimento em Londres, dando início ao agressivo plano de reestruturação que vai afetar 18.000 trabalhadores e custar cerca de 7,5 mil milhões de euros nos próximos três anos.
Funcionários do Deutsche Bank foram vistos a abandonar a sede do banco na City londrina com grandes envelopes contendo os detalhes dos seus despedimentos, testemunhou a agência Bloomberg. Muitos formaram fila dentro das instalações à espera de conhecer o seu destino junto dos recursos humanos. Alguns traders estavam visivelmente abalados, não contendo as lágrimas. Outros foram em direção ao bar Balls Brothers, que fica na vizinhança, talvez para afogar as mágoas num copo.
Os escritórios em Londres empregam cerca de 7.000 trabalhadores e era na capital financeira da Europa onde o Deutsche Bank tinha o seu braço de investimento. O banco de investimento é principal alvo do plano de reestruturação anunciado este domingo. Vai ser cortado ao meio: uma metade será liquidada, a outra vai ser integrada na unidade de retalho.
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Antes de Londres amanhecer, já as equipas de mercados de ações do Deutsche Bank de Sidney (Austrália) a Bombaim (Índia) sabiam dos seus destinos. Mas na capital do Reino Unido tudo está a ser sentido de outra forma. Com o Brexit, muitos dos bancos internacionais estão a deslocar operações para outras cidades europeias, com Dublin e Frankfurt. E as perspetivas de voltar a ter um emprego em breve são menores para quem está agora a abandonar os escritórios do banco alemão.
“É um mau momento para quem está à procura de trabalho com a calmaria normal do verão e as más condições do mercado”, notou Joseph Leung, da empresa de recrutamento de executivos Aubreck Leung.
Os maiores despedimentos do século
Cerca de 18.000 trabalhadores do Deutsche Bank vão para a rua nos próximos três anos, num plano de reestruturação com o qual o CEO, Christian Sewing, pretende baixar os custos e voltar aos lucros. Apesar da dimensão do ajustamento, o Deutsche Bank não figura no top 10 dos maiores despedimentos de larga escala deste século, de acordo com os dados da consultora de recursos humanos Challenger, Gray & Christmas citados pela Money Wise.
Citirgoup lidera despedimentos
Fonte: Consultora Challenger, Gray & Christmas
O ranking é liderado por um outro banco. E só tem empresas americanas.
Em plena crise do subprime, o americano Citigroup anunciou em novembro de 2008 uma reestruturação que implicou a saída de 50.000 trabalhadores, cerca de 15% da sua força de trabalho. “Terapia de choque” foi como o CEO Vikram Pandit classificou aquele que ainda hoje é o maior ajustamento do século.
A General Motors não fica muito atrás do Citigroup. No início de 2009, e prestes a entrar na bancarrota e a pedir ajuda pública, a fabricante de automóveis anunciou o fecho de cinco fábricas e o despedimento de 47 mil trabalhadores. Mais recentemente, no ano passado, a Verizon revelou um plano para cortar 44 mil postos de trabalho, com o objetivo de poupar dez mil milhões de dólares para poder investir na rede 5G. A telecom ocupa o terceiro lugar da lista.
O top 10 inclui mais um fabricante de automóveis (Ford), três retalhistas (Kmart, Circuit City e Toys R Us), a fabricante de aviões Boeing, outro banco (Bank of America) e uma tecnológica (HP Services).
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