Desemprego foi cortado quase a metade. Luís Guimarães já fala em “pleno emprego”
Taxa de desemprego foi cortada quase a metade e há mais 347,7 mil empregos, níveis que não se viam desde 2002. Haverá espaço para melhorias? O empresário têxtil Luís Guimarães acha que não.
Desde que o atual Governo entrou em funções, a taxa de desemprego caiu para quase metade e há mais 347,7 mil pessoas empregadas, na sua maioria pessoas que estavam situação de desemprego, até de longa duração, uma vez que a população ativa pouco aumentou. Poderá a tendência manter-se? O empresário Luís Guimarães, da Polopique, acha que não: Portugal já tem “pleno emprego”, diz.
Depois de atingir de um máximo histórico de 17,9% em janeiro de 2013, na pior altura da crise em Portugal, a taxa de desemprego tem vindo a ser reduzida de forma consistente.
Quando o atual Governo entrou em funções, a taxa de desemprego situava-se nos 12,4%. Em maio deste ano, essa taxa já tinha descido para os 6,3%.
Desde dezembro de 2015, há mais 347,7 mil pessoas empregadas, pouco à custa de um aumento da população ativa, que só aumentou em cerca de 27 mil. Com a população portuguesa a encolher todos os anos, haverá espaço para que a redução do desemprego e a criação de emprego continue a acontecer a estes níveis?
O empresário têxtil Luís Guimarães considera que não. “Baixar a taxa de desemprego é impossível. Para mim isto já é pleno emprego em Portugal”.
O dono da Polopique, uma empresa com 22 anos no setor que é também uma das principais fornecedoras da Inditex, aponta dificuldades em encontrar trabalhadores no seu setor.
“Na indústria têxtil toda a gente está a pedir trabalhadores que não há. Mas não é só no têxtil. Também não há para os serviços ou para a restauração. Os lugares estão a ser ocupados por brasileiros. Mas não querem vir para as empresas têxteis”, explicou o empresário.
O empresário fala também da dificuldade em encontrar mão-de-obra entre os trabalhadores disponíveis, explicando que há pessoas com um período de inatividade muito longo e outras que se caracterizam por uma “grande rotatividade”. “50% destes desempregados nunca mais vão trabalhar na vida. Ninguém os quer contratar. São pessoas com oito ou nove anos de fundo de desemprego. O problema não é a idade, mas o tempo que estiveram sem trabalhar, sublinha.
Depois “há quem prefira trabalhar apenas seis meses e depois ir para casa com o subsídio de desemprego e há outros que só ficam nas empresas seis meses para que o Fisco não os detete”, lamenta Luís Guimarães. Durante o período da troika, muitos portugueses acumularam dívidas ao Fisco e à Segurança Social e com este expediente evitam que lhes seja penhorado o salário, já que a máquina fiscal leva cerca de seis meses a detetar o paradeiro dos devedores, explica o industrial têxtil, com conhecimento de causa, garante.
Luís Guimarães reconhece também que as empresas têm dificuldade em pagar o salário mínimo nacional, não porque ele é muito elevado – “o salário mínimo é muito baixo” –, mas porque os custos da empresa com os trabalhadores além do salário “são muito elevados”, defendendo que é necessário baixar a contribuição para a Segurança Social que os empregadores têm de pagar por cada empregado (a Taxa Social Única) e também a que os próprios têm de descontar do seu próprio salário, e assim “pagar mais ao trabalhador”.
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