“Sozinhos e perdidos nas contas”. É assim que Centeno descreve a direita nesta legislatura
O ministro das Finanças defendeu que o tempo das derrapagens e dos orçamentos retificativos pertence ao passado e considerou que o PSD e o CDS estiveram na presente legislatura "sozinhos e perdidos".
“O tempo dos orçamentos retificativos e das derrapagens orçamentais é hoje passado. Se tivesse de usar um título para um filme do que teria sido esta legislatura para a nossa direita, então eu colocava o seguinte: ‘Sozinhos e perdidos nas contas’. Foi isso que aconteceu exatamente ao longo da presente legislatura”, disse o ministro das Finanças, Mário Centeno, durante a sessão “Contas Certas”, que fez parte da convenção nacional do PS que aprovará o programa eleitoral do partido para as legislativas de 2019.
O ministro das Finanças é, a par do secretário -geral do PS, António Costa, uma figuras em destaque deste evento que, além de apresentar os compromissos para os próximos quatro anos, faz, também um balanço da última legislatura. Justificando o título da sessão, Centeno afirmou que, ao longo dos últimos quatro anos, o Governo de António Costa “prestou as contas aos portugueses anos após ano”, ao contrário da direita, que classificou de “sozinha e perdida”.
“O Governo do PS apresentou um plano e cumpriu”, disse. “Sabíamos que tínhamos de mudar de políticas. Era necessário e crucial para o futuro do país que, em 2015, o Governo apresentasse um programa distinto daquilo que tinha acontecido nos últimos anos”, continuou.
“Se hoje temos mais emprego, mais produção e mais rendimentos, temos, também, menos dívida, pagamos muito menos juros do que pagávamos e temos muito menos desemprego”, afirmou o ministro, fazendo um balanço desta legislatura. Ao seu lado, estavam projetados alguns daqueles que, para o PS, são objetivos “prometidos e cumpridos”: mais produção, mais investimento e melhor.
Classificando os quatro anos que passaram com um “sucesso”, o ministro das Finanças frisou que apenas foi possível porque houve preparação. “Cumprimos porque nos preparámos (…) e estamos a voltar a preparar para a próxima legislatura”, afirmou. “Nenhuma economia consegue crescer de forma sustentável se não tiver um sistema financeiro que acompanhe esse crescimento”, rematou.
“Nenhum Governo pode apresentar-se com um programa que se limita a contas certas”
Ao lado de Mário Centeno estava, também, o ministro do Planeamento, Nelson de Souza, e os secretários de Estado Ricardo Mourinho Félix e João Leão. Nelson de Souza admitiu, por sua vez, que ainda existem “muitos desafios e muitas questões para superar”.
O ministro do Planeamento afirmou também que “nenhum Governo poderá apresentar-se hoje com um programa que se limita a contas certas”. “É a vida para além do défice que deve constituir o centro das nossas propostas. Será por elas que os portugueses votarão”, disse.
Contudo, Nelson de Souza salientou que “sem contas certas não há vida para além do défice”. “Pelo contrário, com contas certas, haverá mais e melhor vida para além do défice”, acrescentou. O secretário de Estado Mourinho Félix preferiu destacar que o investimento nos serviços públicos existiu. “Mentem aqueles que dizem que não investimos”, referiu, dando como exemplo o aumento do número de professores nas escolas.
“Aqueles que teimam em apocar o crescimento português ignoram que o país conseguiu reduzir a dívida, aumentar o investimento e aumentar as exportações. É um fenómeno que acontece muito poucas vezes nos países”, afirmou, acrescentando que os desvios face ao que foi projetado em 2015 “são muito reduzidos e são sempre para melhor”. “Foram contas certas que não precisaram de ser retificadas”, disse João Leão.
(Notícia atualizada às 12h50)
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