BCP afunda 2,8% e leva o PSI-20 para o vermelho

Banco liderado por Miguel Maia foi a cotada que mais caiu em Lisboa. Além de ter visto um corte no preço-alvo e recomendação pela JB Capital Markets, foi penalizado pelo sentimento no setor.

A grande perdedora da sessão acionista desta quarta-feira foi a banca. O Deutsche Bank anunciou prejuízos de 3.150 milhões de euros no segundo trimestre, superando as expectativas. Os resultados penalizaram todo o setor bancário europeu, que espera um corte nos juros do Banco Central Europeu (BCE) que lhe poderá penalizar ainda mais as contas. O português BCP não foi exceção.

O banco liderado por Miguel Maia não só foi penalizado pela tendência no setor, como também pelo corte na recomendação da JB Capital Markets, que recomendam aos clientes “manter” as ações, em vez do anterior “comprar”. O preço-alvo caiu para 0,30 euros, de 0,35. Os títulos tombaram 2,76% para 0,265 euros, para o valor mais baixo em um mês, e lideraram as quedas na bolsa de Lisboa.

O PSI-20 fechou a cair 0,23% para 5.203,07 pontos, pressionado também pelas descidas da Sonae (-0,51%) e da EDP (-0,15%). A Redes Energéticas Nacionais (REN), que se prepara para investir 167 milhões de dólares (148,9 milhões de euros) para comprar a empresa chilena de transporte de eletricidade Transemel, deslizou 0,60% para 2,47 euros.

Em sentido contrário, a Jerónimo Martins travou as perdas do índice, com um ganho de 1,19% para 14,83 euros, tal como a Galp Energia que subiu 0,96% para 14,17 euros. A EDP Renováveis, que anunciou esta quarta-feira um lucro de 343 milhões de euros no primeiro semestre do ano (mais 147% que no período homólogo), valorizou 0,87% para 9,30 euros.

Na véspera da reunião do BCE, em que Mario Draghi poderá anunciar estímulos adicionais à economia da Zona Euro, o sentimento foi misto para as praças europeias. Tal como o PSI-20, também o francês CAC 40 desvalorizou 0,2%. O índice pan-europeu Stoxx 600 ganhou 0,1%, o alemão DAX avançou 0,3% e o espanhol IBEX 35 subiu 0,7%.

A sessão ficou ainda marcada pela tomada posse de Boris Johnson como primeiro-ministro do Reino Unido. A estreia no cargo levou o ministro das Finanças Philip Hammond a demitir-se. O índice acionista britânico FTSE 100 desvalorizou 0,6% e a libra apreciou-se 0,52%.

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