Cartel? “Está à vista na banca e noutros setores”, diz Rio
António Costa e Rui Rio concordam que se demorou tempo demais a detetar o cartel da banca. Mas Rio vai mais longe, afirmando que há mais casos noutros setores. Aponta o dedo ao retalho.
A Autoridade da Concorrência multou 14 bancos em 225 milhões de euros por cartel no crédito. Este cartel funcionou entre 2002 e 2013, sendo que só agora chegou a coima. Tanto António Costa como Rui Rio lamentam ter demorado tanto tempo a ser descoberto, mas também a haver sanções. Ambos pedem mais regulação, sendo que o líder do PSD foi mais longe, afirmando que o que aconteceu na banca verifica-se também noutros setores, o que, diz, está a “dar cabo do capitalismo”.
Questionado, no debate com Rui Rio para as Legislativas de 2019, sobre a multa aplicada aos bancos, António Costa disse que sempre que vê “o sistema a funcionar, a serem detetadas infrações e a serem punidas essas infrações, acho que o sistema está a funcionar”. Contudo, gostava de ter visto mais celeridade no processo. “Com certeza que gostávamos que tivesse sido detetado mais cedo. Não sei porque não foi detetado mais cedo.”
Rio respondeu no mesmo sentido. “Convivo bem [com esta multa aos bancos], no momento em que os bancos são multados”, mas diz que convive “mal com o facto de durante tanto tempo ter sido assim”.
"Com certeza que gostávamos que tivesse sido detetado mais cedo. Não sei porque não foi detetado mais cedo.”
O líder do PSD diz que é “preciso regulação a sério”. O “capitalismo evoluiu muito, em muitas coisas para pior…”, disse Rio, apontando para outros setores além da banca. “Há muitos setores de atividade onde verdadeiramente já não há concorrência. Há três, quatro ou cinco players que facilmente de ajustam, marcam os preços e dão cabo do capitalismo”, atirou.
"Cartéis estão à vista neste [a banca] e noutros setores.”
“O supervisor demorou tempo demais. Isto é relativamente fácil de se perceber“, disse, salientando que acontece em “todos os setores onde há três ou quatro empresas, seja na procura ou na oferta”. E deu um exemplo na procura, utilizando o retalho. “As grandes superfícies fazem ao contrário, são poucas a comprar e impõem o preço“, disse. Os cartéis estão “à vista neste [a banca] e noutros setores”, rematou.
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