Movimentos nos portos caíram 4,8% até julho devido às greves e paragem da central de Sines
A queda no transporte de petróleo, a paragem da central termoelétrica e a greve que afetou o porto de Sines ditaram queda de 52,2 milhões de toneladas movimentadas nos portos nacionais.
Os movimentos nos portos comerciais do continente registaram uma quebra de 4,8% para 52,2 milhões de toneladas, de janeiro a julho, em termos homólogos, informou hoje a Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT).
Segundo o relatório de julho de 2019 do Acompanhamento do Mercado Portuário, divulgado pela AMT, o decréscimo explica-se pela diminuição de petróleo bruto nos portos de Sines e de Leixões (com quebras respetivas de 911,2 e 313,9 mil toneladas), pela perda de carga contentorizada em Sines (quase menos dois milhões de toneladas) e também pela diminuição da importação de carvão (cerca de menos 450 mil toneladas), sobretudo devido à paragem programada para manutenção da central termoelétrica de Sines desde finais de junho.
A AMT destaca ainda o efeito da greve dos trabalhadores portuários do Terminal XXI como um dos fatores que justificam o recuo dos movimentos nos portos, um conflito laboral que conduziu a várias paralisações, a última iniciada no dia 12 de agosto e suspensa dias depois para permitir as negociações entre o sindicato e a empresa concessionária.
Sines, Lisboa, Setúbal e Figueira da Foz registaram perdas de 2,25 milhões de toneladas, 346,5 mil toneladas, 86,2 mil toneladas e 160,7 mil toneladas, respetivamente.
Pelo contrário, os portos de Leixões e de Aveiro registaram, nos primeiros sete meses de 2019, “as melhores marcas de sempre, com movimentos a ascender 11,5 e 3,2 milhões de toneladas, respetivamente, mais 1,2% e mais 2,7% face a igual período do ano anterior”.
O documento refere também que o Porto de Sines continua a liderar no movimento global portuário, embora com os recuos verificados desde abril, com uma quota de 48,8% (-1,8 pontos percentuais face a julho de 2018), seguido de Leixões (21,1%), Lisboa (12,7%), Setúbal (7,6%) e Aveiro (6,1%).
O segmento de movimento de contentores registou, entre janeiro e julho deste ano, uma quebra global de 4,3% no volume de TEU (unidade equivalente a 20 pés) movimentado, para 1,65 milhões de TEU.
A AMT indica o desempenho negativo de Sines, Setúbal e Lisboa (-10,9%, -6% e -1%, respetivamente), que anulou as variações positivas registadas em Leixões e Figueira da Foz (com taxas de +11,1% e de +8,8%), como a causa para aquele decréscimo.
Ainda neste segmento, o relatório sublinha que o Porto de Sines continua a liderar, detendo uma quota de 53%, seguindo-se Leixões (24,8%), Lisboa (16,3%), Setúbal (5,1%) e Figueira da Foz (0,8%).
Relativamente ao movimento de navios, observou-se, nos sete primeiros meses de 2019, um decréscimo de 1,9% no número de escalas (6.233 escalas), bem como uma diminuição no volume de arqueação bruta de 1,3% (para quase 116,8 milhões), quando comparado com o mesmo período do ano passado.
Já os portos de Viana do Castelo, Lisboa e Sines foram os únicos que registaram um crescimento no número de escalas de, respetivamente, 6%, 1,1% e 1,4%.
Viana do Castelo, Figueira da Foz, Setúbal e Faro são os portos com perfil “exportador”, uma vez que registam um volume de carga embarcada superior ao da carga desembarcada, com um quociente entre carga embarcada e o total movimentado de 63,4%, 71,5%, 54,4% e 100%, respetivamente, no período em análise.
No seu conjunto, estes quatro portos representam uma quota de carga embarcada de 15,2% (10,3% destes respeitam a Setúbal).
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