“Questão da forma não é essencial” para formar nova geringonça, diz Costa
Para o primeiro-ministro, "a maior ou menor instabilidade" na próxima legislatura "tem mais a ver com as políticas que se praticam e os resultados que se obtêm".
Governo minoritário ou geringonça alargada? Com acordos escritos ou sem acordos escritos? A forma é uma questão que “não é essencial” para o primeiro-ministro, António Costa, que considera que “a maior ou menor instabilidade” na próxima legislatura “tem mais a ver com as políticas que se praticam e os resultados que se obtêm”.
À saída de uma reunião com o Presidente da República — a última das dez audições concedidas por Marcelo Rebelo de Sousa aos partidos durante o dia desta quinta-feira –, António Costa comunicou ter sido indigitado primeiro-ministro e garantiu não existirem perspetivas de existir uma maioria parlamentar que apoie uma eventual moção de rejeição ao XXII Governo Constitucional. “Acho que há condições para o Governo se apresentar à Assembleia da República”, afirmou.
Perante a insistência dos jornalistas para saber se o novo Governo vai procurar acordos escritos de governação com os partidos da esquerda, o socialista indicou: “Amanhã [quarta-feira] iniciarei contactos com o Livre, PAN, PCP, PEV e BE com vista a saber quais são as condições e a melhor forma de podermos contribuir todos para que a legislatura corra de forma positiva. […] Não posso antecipar conclusões.” Como é sabido, BE exige um acordo escrito, mas o PCP é contra, mas António Costa desvalorizou, recordando que, “no passado, houve legislaturas com governos minoritários sem qualquer tipo de acordo”.
O primeiro-ministro recordou também que conhece “os programas de todos os partidos” e disse ter esperança de que seja possível “encontrar caminhos” que levem a pontos de entendimento entre todos.
Mesmo nestas circunstâncias, António Costa foi perentório — o próximo Governo é do PS: “A interpretação que faço dos resultados [das eleições] é que os portugueses ficaram satisfeitos com a solução política da legislatura anterior e desejariam que tivesse continuidade, agora com o PS reforçado”, rematou.
Quanto à composição do próximo Governo, António Costa garantiu que o novo executivo será “próximo do atual Governo”, mas admitiu que vão existir “alguns ajustamentos”. Até porque Vieira da Silva, ministro do Trabalho e da Segurança Social, já manifestou vontade de não continuar.
(Notícia atualizada às 22h14 com mais informações)
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