Católica mantém crescimento do PIB de 2,1% mas revê em baixa 2020 e 2021
Universidade Católica manteve a estimativa de crescimento da economia portuguesa para 2019 nos 2,1% do PIB, mas alerta para “riscos descendentes", e reviu em baixa a previsão para 2020 e 2021.
O núcleo de economistas da Universidade Católica manteve esta quarta-feira a estimativa de crescimento da economia portuguesa para 2019 nos 2,1% do PIB, mas alertando para “riscos predominantemente descendentes”, e reviu em baixa a previsão para 2020 e 2021.
De acordo com o Núcleo de Estudos de Conjuntura da Economia Portuguesa (NECEP) da Católica, “o desempenho da economia portuguesa em 2019 dependerá da evolução do investimento e da procura externa” e nesse sentido “os dados mais recentes do comércio mundial desaconselham uma leitura confiante”.
“Neste contexto, o NECEP mantém, ainda assim, a sua projeção anterior de um cenário central de crescimento do PIB [Produto Interno Bruto] de 2,1% em 2019”, lê-se na folha trimestral de conjuntura relativa ao terceiro trimestre de 2019.
Os economistas sublinham que a estimativa para 2019 “encerra riscos predominantemente descendentes face à intensificação dos fatores de incerteza, nomeadamente, ao nível da economia da zona euro onde o terceiro trimestre poderá ter sido bastante fraco, com um crescimento em cadeia de apenas 0,1%”.
A manutenção da estimativa de um crescimento da economia de 2,1% assenta, por um lado, na revisão em alta do Instituto Nacional de Estatística (INE) devido à atualização da base das contas nacionais e, por outro, à “relativa estabilidade do crescimento em cadeia observada nos últimos trimestres”, diz o NECEP.
Para o terceiro trimestre do ano, os economistas estimam um crescimento da economia de 0,5% em cadeia e de 2,1% em termos homólogos, “sem alteração significativa face aos níveis de crescimento do trimestre anterior (0,6% e 1,9%, respetivamente)”.
“Com efeito, a generalidade dos indicadores de alta frequência aponta no sentido da estabilização do crescimento face ao segundo trimestre do ano. Para já, a manutenção dos indicadores em patamares absolutos acima da média histórica permite concluir que a recuperação da economia, iniciada em 2013, continua em curso”, avançam os economistas.
O NECEP estima ainda que, no terceiro trimestre do ano, a taxa de desemprego terá descido de 6,3% para 6,1%.
Para os anos seguintes, o NECEP defende que a revisão dos dados do INE, a fragilidade da economia da zona euro e a debilidade do comércio internacional “justificam uma maior prudência no cenário central da previsão de crescimento para 2020”, apontando para uma recuperação de 1,9%, contra os anteriores 2,1%.
“Os fatores de incerteza justificam um intervalo de projeção alargado, agora situado entre 1,2% e 2,6%”, acrescentam os economistas.
Já para 2021, o NECEP avança com uma “substantiva revisão em baixa” em menos 0,4 pontos percentuais, estimando agora um crescimento de 1,7% do PIB.
“A incerteza é muito significativa neste âmbito como resultado, em larga medida, do ambiente preocupante que rodeia a economia mundial na atualidade”, lê-se no documento.
Os economistas apontam ainda “alguma incerteza adicional associada ao comportamento do Governo no período pós-eleitoral”.
“Se, por um lado, os resultados eleitorais das legislativas de 06 de outubro reforçaram o peso do Partido Socialista (PS), o principal partido do Governo, no Parlamento, por outro lado, os riscos políticos parecem ter aumentado já que não se vislumbra, ainda, qual a solução política governativa, nem quando será conhecida”, realça o NECEP.
O Governo estimou em abril, no Programa de Estabilidade, um crescimento do PIB de 1,9% para 2019 e 2020 e de 2% para 2021.
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