Sem ganhos extraordinários, lucro do BPI cai para 253 milhões até setembro
BPI registou lucros de 253,6 milhões de euros até setembro. É uma quebra de mais de 50% face ao período homólogo.
O BPI registou lucros de 253,6 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano. É uma quebra de mais de 50% face ao período homólogo em que os resultados líquidos dispararam à conta de ganhos extraordinários.
O banco liderado por Pablo Forero anunciou nesta segunda-feira que encerrou os nove primeiros meses deste ano com um resultado líquido de 253,6 milhões de euros, valor que corresponde a uma quebra de 52% face ao mesmo período de 2018. Essa quebra de resultado é “muito influenciada por impactos positivos extraordinários registados em setembro de 2018″, explica o banco.
Especificamente 160 milhões de euros, resultantes essencialmente dos ganhos com a venda de participações, bem como da alteração da classificação contabilística do Banco de Fomento de Angola (BFA) no final de 2018. Essa alteração leva a que o resultado consolidado passe a partir de 2019 a “refletir os dividendos do BFA atribuídos ao BPI quando anteriormente refletia a apropriação de resultados do BFA por equivalência patrimonial”, segundo explica o banco em comunicado.
Já o lucro líquido recorrente da atividade em Portugal totalizou 152,8 milhões de euros, uma redução homóloga de 7% que é “explicada por imparidades de 11 milhões de euros em unidades de participação que o banco tem há alguns anos em fundos de recuperação, subscritas por contrapartida da cedência de créditos aqueles fundos”.
Por sua vez, o contributo do BFA para o lucro consolidado até setembro ascendeu a 86,4 milhões de euros, valor que inclui os dividendos líquidos relativos ao exercício de 2018, atribuídos ao BPI, e uma reversão de impostos diferidos passivos (51 milhões de euros). O BCI, em Moçambique, gerou um contributo positivo de 14,5 milhões de euros nos nove primeiros meses de 2019.
Recursos de clientes sobem. Crédito mantém crescimento
No mercado doméstico, o banco viu os recursos totais de clientes subirem 733 milhões de euros (+2,2%), para 33.928 milhões, com os depósitos de clientes a crescerem 5,8% face ao período homólogo, para 22.336 milhões de euros.
Do lado do crédito a clientes, a carteira bruta aumentou 602 milhões de euros (+2,6%) no acumulado do ano, para 24.089 milhões. No caso do crédito a empresas a carteira cresceu 2,8%, para 9.553 milhões de euros, enquanto no crédito a particulares a carteira cresceu 12% face a dezembro de 2018, alcançando 1.554 milhões de euros.
Ao nível da margem financeira, o BPI diz que “mantém crescimento suportado pela atividade comercial”. Em resultado da nova produção de crédito, viu beneficiou de um crescimento de 3,4% na margem financeira face ao período homólogo, para 326,1 milhões de euros.
No que respeita às receitas de comissões líquidas ocorreu, contudo, uma quebra de 9 milhões de euros face ao período homólogo para 192,5 milhões de euros. O BPI enquadra essa redução com o facto de que “já não beneficiam do contributo dos negócios de cartões, acquiring e banca de investimento alienados em 2018“. Em base comparável, pelo contrário, as comissões aumentaram 8,8%, para 15,6 milhões de euros.
(Notícia atualizada às 9h06)
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