Investir, apostar ou vender. Sete fintech para ganhar dinheiro através do smartphone
Criptomoedas, crowdfunding imobiliário ou apostas desportivas. O ECO andou pelo Web Summit à procura de novas soluções que permitem investir e gerar retornos a partir do telemóvel.
Não, não se trata exclusivamente de criptomoedas (apesar de haver muitas) nem daqueles sites duvidosos em que se tem de assistir a publicidades sucessivas para receber alguns cêntimos. A ideia de fazer dinheiro online não é nova, mas está a tornar-se cada vez mais real. As fintech estão em força nos mercados financeiros, tornando os investimentos mais acessíveis e reduzindo os custos.
As empresas tecnológicas do setor financeira foram um dos grandes temas do Web Summit 2019. Tal como acontece em quase todos os setores, a digitalização da economia está a mudar a relação das pessoas com as suas finanças e a dos bancos com os seus clientes. Há cada vez mais serviços que podem fazer-se a partir do telemóvel ou do computador e proliferam os bancos e corretoras digitais.
Por um lado, os supervisores financeiros europeus têm alertado para os riscos e desafios de novas soluções que, nalguns casos, ainda não são reguladas, o que até já levou as fintech portuguesas a pedirem regulação específica. Por outro, as principais vantagens — maior conveniência, simplicidade e rapidez, a par de menores custos — desta tendência têm aumentado o interesse dos utilizadores portugueses.
Plataformas de negociação multi-ativos (com produtos para todos os gostos e perfis de risco), investimento em projetos de imobiliário ou clubes de futebol e até mesmo uma bolsa de valores para ténis. O ECO andou pela Web Summit à procura dos bancos e corretoras digitais com solução inovadoras disponíveis para os investidores em Portugal. Conheça-as aqui:
1. eToro
É uma fintech israelita, está presente em 140 países e tem 12 milhões de utilizadores. A eToro é uma plataforma digital de investimento multi-ativos, sendo que a principal característica é permitir “copiar” a estratégia de investimento de outros utilizadores e, mais recentemente, de portefólios de sucesso. Para atrair mais pessoas em Portugal, eliminou as comissões da negociação de ações e ETF (em outros ativos tem comissões que dependem do produto) e incluiu na carteira títulos de três cotadas do PSI-20: BCP, EDP e Jerónimo Martins.
2. Revolut
É mais conhecida pelos depósitos em várias divisas diferentes — tendo anunciado recentemente que vai começar a conceder crédito já em dezembro –, mas não é a única funcionalidade da Revolut. A app permite a compra e venda de ações, bem como de moedas digitais como bitcoin, Litecoin ou Ethereum. No casos das ações, são norte-americanas (o objetivo é alargar a títulos dos mercados europeu e britânico, tal como a ETF) e a negociação é gratuita. Já as criptomoedas, são 25 divisas diferentes, sendo que cobra uma comissão de 1,5% por cada transação. Caso o utilizador não tenha dinheiro na sua conta na Revolut, a aplicação é ainda capaz de converter qualquer criptomoeda, em dinheiro.
3. Bitwala
Apresenta-se como a primeira plataforma tudo em um. A alemã Bitwala combina uma conta bancária, com uma carteira digital de bitcoin e transações desta criptomoeda. É regulada pela autoridade financeira da Alemanha e a conta está, na prática, alojada num banco alemão. A vantagem é que depósitos até 100 mil euros estão protegidos pela garantia de depósitos no país e oferece ainda um cartão de débito Mastercard. É possível negociar 24 horas por dia e todos os dias da semana, sendo que até à transação de 15.000 euros em bitcoins, a comissão fixa é de 1%.
4. Profitus
Das criptomoedas, para ativos mais tradicionais, mas igualmente na moda. A Profitus é uma plataforma lituana de investimento em projetos de imobiliário, em que é possível colocar desde 50 euros. O investimento médio é, no entanto, de quase 10.000 euros. Todos os meses, os investidores recebem na sua conta os juros — a taxa média é de 10,86% — até ao projeto atingir a maturidade. Há uma comissão de 1,5% sobre todos os fundos (valor do investimento e dos juros).
5. Globatalent
Do mesmo género é a Globatalent, mas para o desporto. Há campanhas (que duram três a seis meses) relacionadas com atletas e clubes em que se pode investir, através da compra de tokens. Na prática, clubes e atletas cedem ao Globatalent uma percentagem das bilheteiras ou direitos televisivos (em antecipação) em troca deste financiamento que é distribuído pelos investidores. Os ganhos — pagos anualmente — têm por base as conquistas desportivas e há um simulador de rendimentos. Assim que a campanha termina é listada na “bolsa” da plataforma, onde pode ser vendida e antecipar o pagamento dos retornos. Um pormenor: tem o apoio do tenista português João Sousa.
6. Betmarkets
Ainda se lembra de como funciona a eToro? É semelhante, mas para apostas desportivas. A portuguesa Betmarkets, criada em 2017, permite a utilizadores em 50 países apostarem em resultados de jogos. Mas tem um pormenor. Podem-se “copiar” apostas de um dos 25 “especialistas”. Não tem custos fixos associados, mas se os “especialistas” derem ganhos, também recebem retornos. Se a aposta não for certeira, não se paga nada a quem se copiou. Mas cuidado: como ainda está em versão Beta, os ganhos ainda não podem ser retirados da conta e são usados para novas apostas.
7. StockX
Funciona como uma bolsa de valores, mas o que se transaciona são ténis ou carteiras de luxo. Na StockX há um único preço para um produto (mesmo que esteja a ser revendido por centenas de vendedores diferentes) e todos os produtos são autenticados. As comissões pagas variam entre os 9,5% e os 8% (baixando quanto maior o número de produtos do vendedor) e o envio fica a cargo também do vendedor. Se tem uma coleção em bom estado guardada no sótão a ganhar pó, a StockX pode ser uma hipótese. O risco é querer comprar em vez de vender.
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