Legislativas dão 64 milhões aos partidos. PS ganha 25

  • ECO
  • 11 Outubro 2019

PS, vencedor das eleições, arrecadará 25,2 milhões de euros, enquanto o PSD acumulará perto de 20 milhões. CDS vai receber pouco mais que o PAN.

A noite eleitoral deu mais do que votos. Poderá ter garantido aos partidos um encaixe financeiro de 64 milhões de euros para o total dos quatro anos da nova legislatura, diz o Jornal de Notícias (acesso pago). Para financiamento da campanha, as candidaturas têm direito a um total de quase sete milhões de euros, sendo o remanescente subvenções para financiamento da atividade partidária e para apoio a cada um dos deputados eleitos.

Relativamente à campanha, o Parlamento estava preparado um “bolo” de 6,97 milhões para distribuir pelos partidos que conseguissem um eleito. No entanto, refere o jornal, as nove candidaturas (que conseguiram eleger), apenas orçamentaram um total de 7,6 milhões.

Além deste valor, há ainda que ter em conta com as subvenções para o resto da legislatura. As nove candidaturas bem-sucedidas vão ter direito a 55,9 milhões de euros para os próximos quatro anos, valor ao qual se junta uma verba anual de 1.765 euros para cada um dos 230 deputados.

Segundo o JN, o PS, vencedor das eleições, arrecadará 25,2 milhões de euros, enquanto o PSD acumulará perto de 20 milhões. O Bloco de Esquerda, que manteve o mesmo número de deputados, receberá 6,7 milhões, mais do que os 4,5 milhões para a CDU.

Bem menos que na anterior legislatura receberá o CDS, que viu a sua bancada parlamentar encolher para apenas cinco deputados. Receberá três milhões, pouco mais do que os 2,3 milhões para o PAN. Chega, Iniciativa Liberal e Livre irão receber 479 mil euros, 475 e 433, respetivamente.

(Artigo corrigido tendo em conta que a peça original não tinha em conta a redução de 20% do montante global disponível para cobrir as campanhas eleitorais, que passou a estar na lei)

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BCP e Galp dão ganhos à bolsa de Lisboa pelo terceiro dia

O PSI-20 está em alta pelo terceiro dia, em linha com os pares europeus, impulsionado pelas ações do BCP e da Galp Energia.

A bolsa nacional entrou com o “pé direito” na última sessão da semana. Avança pelo terceiro dia consecutivo, em linha com as pares europeia, e com o BCP e a Galp Energia a puxarem pelo desempenho do índice de referência.

O PSI-20 avança 0,5%, para os 4.947,77 pontos, enquanto a referência para o mercado europeu — o Stoxx 600 — valoriza 0,3%.

A atenção dos investidores continua focada na guerra comercial. Em relação às negociações entre os EUA e a China, Donald Trump disse aos jornalistas em Washington que as negociações tinham corrido “muito bem” e que esta sexta-feira vai reunir-se com o vice-primeiro-ministro chinês, Liu He.

Por cá, o índice bolsista nacional está a ser suportado pelos ganhos de dois pesos pesados: BCP e Galp Energia. As ações do banco liderado por Miguel Maya somam 1,15%, para os 19,33 cêntimos, enquanto as da petrolífera comandada por Carlos Gomes da Silva sobem 1%, para os 13,595 euros. As ações da Galp acompanham o avanço das cotações do petróleo nos mercados internacionais.

Em sentido positivo, referência ainda para a Mota-Engil. As ações da construtora ganham 0,33%, para os 1,831 euros, depois de na quinta-feira, a empresa ter anunciado o lançamento de uma emissão obrigacionista destinada a pequenos investidores. A Mota-Engil paga um juro de 4,375% para angariar 75 milhões de euros.

A impedir ganhos mais acentuados para o PSI-20 está a EDP Renováveis. As ações da empresa liderada por Manso Neto recuam 1,33%, para os 9,61 euros. Também a Jerónimo Martins segue em queda, com os seus títulos a desvalorizarem 0,4%, para os 15,005 euros.

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Berardo avalia obras de arte em 1,3 mil milhões de euros

  • ECO
  • 11 Outubro 2019

Joe Berardo quer o fim do arresto da sua coleção de arte. Avalia o conjunto das obras em 1,3 mil milhões de euros, quase o triplo da última avaliação feita pelos bancos.

Joe Berardo exige o fim do arresto decidido pela justiça da sua coleção de arte para pagar as dívidas que tem aos bancos portugueses, nomeadamente à Caixa Geral de Depósitos. Avalia em 1,3 mil milhões a sua coleção de arte, quase o triplo do valor da última avaliação conhecida, noticia o Jornal Económico.

A discordância em relação ao valor das obras de arte compradas pelo empresário madeirense é uma questão de longa data. A primeira avaliação feita pela leiloeira Christie’s, datada de 2006, dizia que a coleção Berardo valia 316 milhões de euros.

Em 2009, a coleção voltou a ser avaliada, numa altura em que os bancos pretendiam saber quanto custava a coleção, numa altura em que o Joe Berardo já devia centenas de milhões a estes bancos. Esta avaliação valorizou a coleção em mais de 500 milhões de euros.

No entanto, Joe Berardo tem uma opinião muito diferente. O empresário diz agora que coleção tem um valor radicalmente diferente do conhecido até ao momento, mais do dobro: cerca de 1,3 mil milhões de euros.

Joe Berardo já tinha apresentado uma avaliação feita por um perito contratado por si, que foi considerada demasiado inflacionada pelos bancos a quem concedeu as obras de arte como garantia do pagamento dos créditos.

São no total 2.200 as obras de arte da coleção de Joe Berardo arrestadas no âmbito da ação judicial solicitada por três bancos credores, aos quais o empresário deve quase mil milhões de euros.

Além das obras, foram arrestados pela CGD dois imóveis em Lisboa: a casa onde Berardo reside e um apartamento na Lapa. E, mais recentemente, foi feito o arresto do recheio da casa de luxo na Av. Infante Santo surge no âmbito de um processo judicial interposto pela CGD na Madeira. Em janeiro deste ano, o Tribunal Judicial da Comarca da Madeira condenou a Metalgest, empresa do grupo Berardo, a pagar uma dívida de cerca de 50,2 milhões de euros.

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Hoje nas notícias: Berardo, eleições e Operação Teia

  • ECO
  • 11 Outubro 2019

Pedido do fim do arresto da Coleção Berardo, críticas internas no PCP, encaixe para os cofres dos partidos com as eleições, e o risco de a maioria das provas da Operação serem anuladas em destaque.

As eleições continuam a fazer capas nos jornais, com destaque para os 65 milhões de euros que os partidos com mais votos vão receber, mas também para as críticas internas a militantes e ex-militantes que Jerónimo de Sousa “omitiu” na conferência de imprensa após as eleições. Nota ainda para o pedido do fim do arresto da Coleção Berardo, para o facto de o grupo tailandês Minor ter recebido pela venda de três Tivoli o que pagou por 14, e para o risco de a maioria das provas da Operação Teia serem anuladas.

Berardo pede fim do arresto e diz que coleção vale 1,3 mil milhões

Poucos dias depois de terem sido arrestadas da sua casa, obras de arte avaliadas em milhares de euros com vista a assegurar a recuperação de parte de dívida de 52 milhões à CGD, Joe Berardo vem pedir o fim do arresto à Coleção Berardo. O empresário madeirense alega que a coleção vale 1,3 mil milhões de euros, um valor corresponde a mais do dobro face à última avaliação. Em maio, o espólio da Coleção Berardo estava avaliado em 571 milhões de euros.

Leia a notícia completa no Jornal Económico (notícia indisponível).

Maioria das provas da Operação Teia correm risco de ser anuladas

A esmagadora maioria das provas recolhidas no âmbito da Operação Teia, caso de corrupção que envolve o ex-presidente da Câmara de Santo Tirso, Joaquim Couto, e o ainda autarca de Barcelos, Miguel Costa Gomes, correm o risco de vir a ser anuladas. Tal resulta de uma decisão do Tribunal da Relação do Porto, citada pelo Público, que considera o juiz de instrução do Porto que autorizou a realização das escutas telefónicas e das buscas incompetente para analisar o caso.

Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado).

Resultado eleitoral rende 64 milhões de euros a dez partidos

O desfecho das legislativas vai render 65 milhões de euros para os cofres dos partidos. O Estado financia a campanha e após o resultado eleitoral paga em função dos votos conseguidos. São dez os partidos que terão direito a uma parte desse dinheiro, com o PS como vencedor das eleições terá direito à maior fatia. Já o Livre é o partido que menos dinheiro vai receber.

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (notícia indisponível).

Jerónimo de Sousa “omitiu” críticas internas a militantes e ex-militantes

Jerónimo de Sousa deixou de fora da conferência de imprensa em que apresentou os resultados da reunião do Comité Central do PCP uma crítica aos membros e ex-membros do partido, que também são responsabilizados no comunicado do comité central pelo resultado nas eleições de domingo. Estes membros e ex-membros estão em discordância com o rumo do partido nos últimos quatro anos, mas Jerónimo de Sousa não expôs essa divisão interna.

Leia a notícia completa no Diário de Notícias (acesso condicionado).

Minor recebe pela venda de três Tivoli o que pagou por 14

O grupo tailandês Minor International recuperou quase todo o dinheiro investido na compra dos 14 hotéis Tivoli, a marca que pertencia ao Grupo Espírito Santo, vendendo apenas três unidades. O grupo admite continuar a vender mais destas unidades hoteleiras, quando o “momento e circunstâncias certas” se apresentarem.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

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Kwanza, leis laborais e clima. Os 21 riscos da Mota-Engil a conhecer antes de investir nas obrigações

Construtora avança com uma emissão de 75 milhões de euros em dívida ao retalho. No entanto, todas as operações de mercado têm riscos. Estes são os que a empresa identifica para a colocação.

A Mota-Engil vai emitir nova dívida para pequenos investidores. São 75 milhões de euros captados através de obrigações a cinco anos, oferecendo uma taxa de juro bruta de 4,375%. Em simultâneo, a empresa vai avançar duas operações de troca de dívida também de retalho já existente: quem tem títulos que venciam em 2020 e 2021 podem trocá-los por outros com prazo em 2023 e 2024.

No prospeto das operações — que vão decorrer entre segunda-feira, 14 de outubro, e sexta-feira, 25 de outubro –, a empresa é obrigada a definir todos os riscos possíveis, que vão desde o câmbio às leis dos países onde opera, passando pela liquidez das obrigações. O ECO sintetizou os 21 riscos identificados pela construtora portuguesa presentes nas 195 páginas do prospeto e que os aforradores devem conhecer antes de investirem.

1. Riscos do setor… e dos mercados onde opera

A Mota-Engil está exposta a riscos específicos dos setores e mercados em que atua na Europa, África e América Latina. “O cumprimento das obrigações assumidas pela Mota-Engil depende dos fundos disponibilizados pelas sociedades nas quais participa e através das quais desenvolve indiretamente atividades, incluindo a título de distribuição de dividendos, pagamento de juros, reembolso de empréstimos concedidos ou outros pagamentos”, alerta.

2. Exposição a países ou mercados emergentes

“Tendo em consideração a sua forte presença em países africanos e latino americanos, alguns dos quais marcados por instabilidade política e social, com especial destaque para o seu rating, bem como o peso relativo de certos mercados emergentes e das carteiras destas regiões no total da carteira do grupo Mota-Engil, a ocorrência de riscos daquela natureza, aferidos sob diferentes dimensões relativamente a cada mercado no qual as empresas do grupo Mota-Engil atuam, expõem o grupo Mota-Engil a alterações ou perturbações específicas e próprias de tais mercados”.

3. Dependência de investimento público e privado em cada mercado

O investimento público em novos projetos de infraestrutura depende dos ciclos políticos de cada mercado, das respetivas políticas orçamentais em vigor a cada momento, bem como do contexto macroeconómico, fatores que o emitente e oferente não controla nem pode condicionar. Também o investimento em parcerias público-privadas está dependente da estratégia de investimento público de cada mercado e das condições dos mercados financeiros nacionais e internacionais.

4. Mota-Engil pode ser alvo de aquisição

A empresa tem como principal acionista a FM – Sociedade de Controlo, SGPS, S.A., à qual é imputável a maioria dos direitos de voto. Assim, “uma eventual aquisição ou alteração relevante de controlo da Mota-Engil por um seu acionista (atual ou futuro) poderá ter um impacto importante na estratégia“.

António Mota e as irmãs no aniversário dos 30 anos da Mota-Engil na bolsa portuguesa.Paula Nunes

5. Riscos financeiros associados à diversificação geográfica

Pela sua diversificação geográfica, com presença em três continentes e 28 países, o grupo está “exposto a uma variedade de riscos financeiros, merecendo especial enfoque os riscos de crédito, liquidez, taxa de câmbio e taxa de juro“. Estes riscos financeiros resultam do desenrolar das atividades da Mota-Engil e induzem incertezas quanto à capacidade de geração de fluxos de caixa e de retornos adequados à remuneração dos capitais próprios.

6. Geografias diferentes aumentam risco cambial

As principais moedas que não o euro a que a atividade da Mota-Engil está exposta são o dólar americano, o kwanza angolano, o peso mexicano, o novo sol peruano, o real brasileiro, o zloty polaco, o metical moçambicano, o kwacha malawiano, o rand sul africano e o peso colombiano. O risco de taxa de câmbio tem duas formas: de transação associado aos fluxos de tesouraria e aos valores dos instrumentos financeiros registados na demonstração da posição financeira e de translação associado a flutuações no valor do capital investido nas empresas estrangeiras do grupo, devido a alterações de taxas de câmbio.

7. Riscos legais decorrentes do exercício da própria atividade da construtora

Em virtude de se encontrar presente e desenvolver atividade em diferentes mercados, o grupo está sujeito a uma multiplicidade de leis e regulamentos. Este cenário expõe-o a obrigações e deveres jurídicos cujo risco pode não ter sido devidamente avaliado e/ou minimizado, o que, por sua vez, pode originar impactos financeiros adversos ou o aumento da litigância.

8. Pela natureza das atividades, a Mota-Engil está exposta a risco de crédito

O risco de crédito prende-se com o risco de não receber ou não receber integralmente, os créditos sobre terceiros nos prazos estabelecidos e/ou negociados para o efeito. Este risco de crédito tem natureza operacional e de tesouraria e prende-se, sobretudo, com as contas a receber decorrentes do desenvolvimento normal das diversas atividades, merecendo especial atenção nas atividades de prestação de serviços na região de África, em particular pelo mercado de Angola.

9. Risco de liquidez ou capacidade de cumprir prazos

O risco de liquidez prende-se com a potencial falta de capacidade das empresas da Mota-Engil para liquidar ou cumprir obrigações no prazo estipulado. As empresas do grupo dedicam-se à área de engenharia e construção e apresentam necessidades de liquidez mais importantes, dado os prazos de pagamento verificados na indústria desde o momento em que os trabalhos são executados até à sua conversão em inflow. “Assim, a liquidez disponível é relevante para um correto financiamento do investimento a realizar e/ou para acautelar as necessidades de fundo de maneio requeridas pela operação”.

10. Política monetária compromete taxa de juro variável

A dívida financeira da Mota-Engil, maioritariamente denominada em euros, encontra-se indexada a taxas de juro cujas variações podem resultar em perdas. O nível da exposição a risco de taxa de juro variável será mais importante caso a política monetária conduzida pelos bancos centrais se torne mais restritiva em comparação com o guidance verificado nos últimos anos.

11. Disposições legais relativas à saúde, à segurança no trabalho e a riscos laborais podem mudar

O desenvolvimento da atividade da Mota-Engil está sujeito a disposições legais relativas à saúde, à segurança no trabalho e a riscos laborais. No setor de atividade onde o opera, “a sinistralidade laboral assume um caráter absolutamente incontestável, estando o grupo Mota-Engil sujeito a disposições legais relativas à saúde, à segurança no trabalho e a riscos laborais”.

12. Legislação nos vários países de atividade também

As atividades da Mota-Engil podem ser afetadas pela legislação e regulamentação aplicável nos vários mercados em que opera. Considerando a sua presença em diferentes mercados, o grupo não controla o fluxo de alterações/reforço de obrigações e/ou outras definições regulatórias a que está sujeito, ou eventuais alterações de interpretação dessas obrigações e/ou outras definições regulatórias.

13. Riscos ambientais podem resultar em multas ou sanções

O desenvolvimento da atividade da Mota-Engil está exposto a riscos ambientais, relacionados com a captação e utilização de água, materiais sobrantes não incorporados nos trabalhos realizados, impactos na biodiversidade, emissões diretas e indiretas de gases com efeitos de estufa e outros, efluentes e resíduos, e outros impactos ambientais decorrentes dos produtos e serviços prestados. Os riscos ambientais a que as empresas do grupo Mota-Engil estão expostas podem materializar-se em multas e sanções a aplicar por entidades governamentais, impactos reputacionais negativos, penalidades previstas em contratos com clientes e custos de remediação dos impactos ambientais originados.

14. Falhas de IT podem levar a ataques cibernéticos

A atividade da Mota-Engil poderá ser afetada por falhas dos sistemas tecnológicos e da segurança dos sistemas de informação. Eventuais falhas dos sistemas tecnológicos e da segurança dos sistemas de informação, poderão tornar vulneráveis as empresas do Grupo Mota-Engil a riscos de ataques cibernéticos que possam comprometer os dados pessoais retidos pelas empresas, dados contabilísticos e financeiros e informação estratégica. Eventuais falhas dos sistemas tecnológicos e da segurança dos sistemas de informação poderão expor as empresas do grupo Mota-Engil a multas e sanções a aplicar pelos reguladores, custos de recuperação de informação, e disrupção nas áreas de suporte e nas atividades operacionais.

Gonçalo Moura Martins, CEO da Mota-Engil.Paula Nunes/ECO

15. Riscos específicos da emissão de Obrigações Mota-Engil 2024

Quanto aos riscos relacionados especificamente com as Obrigações Mota-Engil 2024, há o risco de crédito do emitente e oferente, pelo que o pagamento integral e atempado de juros e o reembolso do capital relativo às Obrigações Mota-Engil 2024 encontram-se dependentes da capacidade de realizar esses pagamentos na data devida. “Em conformidade, caso o Emitente e Oferente venha a estar exposto a dificuldades para honrar os seus compromissos e obrigações inerentes às Obrigações Mota-Engil 2024, e dado que as mesmas não têm associadas quaisquer garantias prestadas pelo emitente e oferente ou por terceiro, os titulares de Obrigações Mota-Engil 2024 terão um crédito comum sobre o Emitente e Oferente e, num cenário de insolvência do Emitente e Oferente, poderão perder a totalidade dos montantes por si investidos e não receber a remuneração que lhes seria devida”.

16. Negociação das obrigações no mercado não é garantida

Foi solicitada a admissão à negociação das Obrigações Mota-Engil 2024 no mercado regulamentado Euronext Lisbon, pelo que os investidores poderão transacioná-las livremente em mercado regulamentado, uma vez admitidas à negociação, ou fora de mercado, após a respetiva emissão, ou seja, após 30 de outubro de 2019. Porém, a admissão não garante, por si só, uma efetiva liquidez das Obrigações Mota-Engil 2024.

17. Obrigacionistas vinculados a decisões do grupo

As condições das Obrigações Mota-Engil 2024, bem como a legislação e regulamentação aplicáveis, contêm regras sobre convocação de assembleias de Obrigacionistas para deliberar acerca de matérias que afetem os seus interesses em geral. Aquelas regras preveem que a tomada de decisões com base em certas maiorias vincule todos os obrigacionistas, incluindo aqueles que não tenham participado nem votado numa determinada assembleia e aqueles que tenham votado em sentido contrário à deliberação aprovada.

18. Troca também tem riscos

Já sobre as ofertas de troca, existe também risco de iliquidez das Obrigações Mota-Engil 2020 e das Obrigações Mota-Engil 2021 que não sejam objeto de troca. Após a data de liquidação, a liquidez dos títulos que não tenham sido trocados poderá ser mais reduzida apesar de continuarem a estar admitidas à negociação respetivamente nos mercados regulamentados Euronext Lisbon e Bourse de Luxembourg.

19. Mota-Engil não é obrigada a voltar a recomprar obrigações

Por outro lado, há o risco de indisponibilidade do oferente para adquirir as duas linhas de obrigações com prazos em 2020 e 2021 que não forem trocadas. “Ao realizar as ofertas públicas de troca, a Mota-Engil apresenta aos respetivos destinatários uma proposta para a aquisição, mediante troca, de Obrigações Mota-Engil 2020 e/ou de Obrigações Mota-Engil 2021 por Obrigações Mota-Engil 2024 nos termos que se encontram previstos na lei e no prospeto e não se obriga a realizar no futuro qualquer proposta de aquisição a qualquer título“.

20. Valor das obrigações pode mudar consoante o mercado

Existe ainda o risco de inadequação das Obrigações Mota-Engil 2020 e/ou das Obrigações Mota-Engil 2021 face às Obrigações Mota-Engil 2024 tendo em conta as diferenças de maturidade e de duration. O valor de mercado dos novos títulos deverá apresentar uma maior sensibilidade a variações nas taxas de juro de mercado do que o valor de mercado das obrigações anteriores. “Em particular, se as taxas de juro de mercado subirem, é expectável que o valor de mercado das Obrigações Mota-Engil 2024 venha a ser afetado de forma mais negativa do que o valor de mercado das Obrigações Mota-Engil 2020 e das Obrigações Mota-Engil 2021″.

21. Pouca liquidez para quem não trocar

Por último, há o risco associado à variação dos termos de troca no mercado secundário. O oferente não pode assegurar “que a valorização de cada Obrigação Mota-Engil 2020 e/ou de cada Obrigação Mota-Engil 2021 para fins de troca permaneça superior ao seu preço médio de fecho em mercado secundário”, que o diferencial positivo entre as taxas de rentabilidade das várias linhas de obrigações “seja adequado às características específicas do emitente” ou que “a cotação de mercado das Obrigações Mota-Engil 2024, no momento e/ou após a sua admissão à negociação, não seja inferior ao valor considerado nos termos de troca, ou seja, ao seu valor nominal”.

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Investir num tijolo de uma loja do Pingo Doce? Pode render até 10% nos fundos da Corum

Corum Investments, uma gestora de fundos francesa que aposta em imóveis comerciais, quer atrair as poupanças de pequenos aforradores com retornos que poderão chegar a dois dígitos.

Há uma nova sociedade gestora em Portugal que quer dar a oportunidade a pequenos investidores de aproveitarem o boom do imobiliário. Os dois fundos de investimento alternativos da francesa Corum Investments já estão disponíveis através do EuroBIC e, dentro de uma semana, irão começar a ser distribuídos diretamente. Com pagamentos mensais aos acionistas e rendibilidades no ano passado acima de 7%, a sociedade quer atingir retornos de 10%.

“A Corum Investments foi criada em 2011 e, em 2017, começou a pensar na internacionalização em Portugal, Áustria e Holanda”, explicou José Gavino, responsável para o mercado português, numa apresentação esta quinta-feira em Lisboa.

Com mais de três mil milhões de euros em ativos sob gestão, a Corum Investments investe em imobiliário comercial (indústria, retalho, hotelaria ou saúde) em 15 países diferentes. Em Portugal, começou a comprar em 2014 e detém atualmente 11 imóveis avaliados em 60 milhões de euros. A sociedade recebe rendas destes ativos e redistribui-as na forma de dividendos mensais, através de dois fundos que se ficam agora disponíveis para investidores portugueses.

Meta é dar retornos de dois dígitos

O Corum Origin tem atualmente cerca de 1,8 mil milhões de euros em ativos distribuídos por 12 países, sendo que em Portugal são 3% do total. É o caso de lojas do Pingo Doce — incluindo a de Grijó, no Porto, que foi a mais recente aquisição –, porque “o objetivo é ter arrendatários fortes”, diz Gavino ao descrever as empresas a quem arrendam imóveis comerciais. “Não investimos em arrendamento habitacional”, clarifica o responsável da sociedade que tem como arrendatários empresas como o Carrefour, Foot Locker, Deutsche Bank ou MediaMarkt.

A rendibilidade deste fundo em 2018 foi de 7,28%, uma taxa que sobe para 8,30% de performance total considerando os dividendos mensais, as mais-valias de vendas de imóveis (que é feita logo no momento da venda de um espaço) e da valorização das próprias ações. O investimento mínimo para subscrever estes títulos é de 1.090 euros.

Há dois ou três anos que vemos que os preços estão menos interessantes para investirmos [em Portugal], mas continua a haver oportunidades. Não acreditamos que haja uma bolha. Pode-se chegar a um momento de estagnação dos preços, mas vemos que os motivos [para a subida dos preços dos imóveis] são muito diferentes que há dez ou 15 anos.

José Gavino

Responsável da Corum Investments para o mercado português

Já no caso do Corum XL, a subscrição é ainda mais baixa: 189 euros. O fundo com 500 milhões de euros deu 7,91% de retorno no ano passado, o que representou uma perfomance total de 10,07%. Mas os gestores querem mais.

Procuramos ter ganhos nos ativos e na vertente cambial para chegar a 10% a dez anos“, refere o responsável da Corum para Portugal. Mas a este objetivo de retorno anual é preciso considerar que há uma comissão única, mas pesada: 12% pagos apenas uma vez no momento do resgate. “Não compensa aos investidores estarem sempre a entrar e sair do fundo, mas a longo prazo compensa”, refere. O resgate pode ser feito a partir de dez dias depois da subscrição.

Há oportunidades em Portugal, mas Reino Unido é que está barato

No caso do fundo Corum XL, 64% dos ativos são no Reino Unido. Porquê a escolha? “Acreditamos que o Brexit é uma oportunidade única e que o Reino Unido é perfeitamente capaz de ultrapassar um hard Brexit”, considera Gavino. “Temos yields acima de 10% no Reino Unido, o que só é possível neste momento. Estamos bastante confortáveis com este tipo de investimento e não estamos preocupados com o que a libra vai fazer dentro de seis meses porque somos investidores de longo prazo”.

Já sobre Portugal e Espanha, a sociedade gestora considera que o mercado está em alta, mas que ainda há oportunidades. “Houve uma evolução muito positiva dos preços, mas principalmente no setor habitacional. Há dois ou três anos que vemos que os preços estão menos interessantes para investirmos, mas continua a haver oportunidades“, diz.

Não acreditamos que haja uma bolha. Pode-se chegar a um momento de estagnação dos preços, mas vemos que os motivos [para a subida dos preços dos imóveis] são muito diferentes do que há dez ou 15 anos, quando eram compras feitas por portugueses muito alavancadas”, acrescentou Gavino, apontando para o elevado endividamento das famílias antes de crise e para a crescente tendência de investimento estrangeiro no imobiliário português.

A escolha dos ativos para investir é feita a nível global por uma equipa de 15 pessoas em França, que trabalha em cooperação com a equipa de dez pessoas que faz a gestão de ativos. Em Portugal, a Corum tem atualmente cinco funcionários (que quer aumentar para dez ainda este ano) e ainda outros dez funcionários que fazem todo o IT do grupo.

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5 coisas que vão marcar o dia

A Cofina está em contagem decrescente para requerer à CMVM o registo da OPA sobre as ações da Media Capital. O Banco de Portugal organiza o 29.º encontro entre os Bancos Centrais de Língua Portuguesa.

Termina esta sexta-feira o prazo para a Cofina requerer à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários o registo da Oferta de Aquisição Pública sobre as ações da Media Capital. O dia será ainda marcado pelo 29.º encontro dos governadores dos Bancos Centrais dos Países de Língua Portuguesa em Lisboa, evento organizado pelo Banco de Portugal. A nível internacional, destaque para a entrega do Prémio Nobel da Paz e o encontro entre o Presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump, com o vice-primeiro-ministro chinês Liu He, no âmbito das negociações da guerra comercial.

Termina prazo para Cofina requer à CMVM registo da OPA à Media Capital

Esta sexta-feira é o último dia para a Cofina requerer o registo da Oferta Pública de Aquisição (OPA) sobre a totalidade das ações da Media Capital, dona da TVI e da rádio Comercial, entre outros. Este pedido será entregue à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) e “fica dependente, além da instrução documental prevista na lei e apreciação pela CMVM, da verificação das condições presentes no anúncio preliminar”, escreve o regulador. O grupo Cofina, liderado por Paulo Fernandes, confirmou a 21 de setembro que tinha chegado a acordo com a espanhola Prisa para comprar as ações da Media Capital. A operação está avaliada em 225 milhões de euros.

Banco de Portugal organiza encontro entre bancos centrais da CPLP

O Banco de Portugal organiza esta sexta-feira, o 29.º encontro de Lisboa entre os Bancos Centrais dos Países de Língua Portuguesa. O evento promovido pela entidade liderada por Carlos Costa terá um painel dedicado às implicações da inovação tecnológica na atividade financeira. O encontro acontece no Largo de S. Julião, a sede da instituição, e além dos governadores dos bancos centrais contará com a presença do secretário de Estado Adjunto e das Finanças, Ricardo Mourinho Félix.

Termina ronda de negociações entre China e Estados Unidos

O Presidente dos Estados Unidos da América (EUA) vai reunir-se esta sexta-feira na Casa Branca com o vice-primeiro-ministro chinês Liu He, um sinal de que a tensão causada pela guerra comercial entre os dois países poderá estar a diminuir. Uma delegação chinesa está reunida em Washington desde quinta-feira para negociar com o secretário de Estado do Tesouro norte-americano, Steven Mnuchin, e com o representante para o Comércio, Robert Lighthizer. O objetivo é encontrar um acordo que agrade às duas potências e, por forma a evitar o avanço das novas tarifas aplicadas a 250 mil milhões de dólares de importações chinesas e que entram em vigor a 15 de outubro.

Brexit: Barnier vai reunir-se com Steve Barclay

A apenas três semanas da data prevista para a saída do Reino Unido da União Europeia, o ministro britânico para o Brexit, Seteve Barclay, vai encontrar-se esta sexta-feira em Bruxelas com Michel Barnier, negociador-chefe para o Brexit. Os dois responsáveis “vão discutir o estado da situação após uma semana de negociações técnicas”, cita a agência Lusa.

Nobel da Paz: Papa Francisco, Trump e Greta. Quem vencerá?

O prémio Nobel da Paz de 2019 é atribuído esta sexta-feira. A escolha é feita por um comité de cinco membros eleito pelo Parlamento norueguês, sendo que entre os 301 candidatos para arrecadarem o tão prestigiado prémio estão 223 pessoas nomeadas individualmente e 78 organizações. O Papa Francisco, o Presidente dos EUA, Donald Trump, a ambientalista sueca Greta Thunberg e o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) são os principais candidatos, segundo as casas de apostas online. No ano passado, o Prémio Nobel da Paz foi atribuído ao ginecologista congolês Denis Mukwege e à ativista yazidi Nadia Murad, defensores da luta contra a violência sexual.

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Mais de 46 mil alunos colocados nas três fases de acesso ao ensino superior

  • Lusa
  • 11 Outubro 2019

Terminado o concurso nacional de acesso, o número total de colocados no ensino superior público é de 46.058 estudantes. Sobraram 2.607 vagas, menos do que as 3.468 que sobraram em 2018.

O final do concurso nacional de acesso ao ensino superior regista 2.607 vagas que sobram nas instituições públicas, mais do que o total de candidatos que não conseguiram colocação nas suas opções, segundo dados oficiais revelados esta sexta-feira.

O Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES) divulgou os resultados da terceira e última fase de candidatura ao concurso nacional de acesso ao ensino superior, que revelam que apenas 1.402 estudantes dos 3.688 que se candidataram conseguiram um lugar nas universidades ou politécnicos públicos.

Na terceira fase, 2.286 candidatos não obtiveram colocação. Entre os 3.688 candidatos, há 1.723 que tentaram nesta fase uma mudança de curso, uma vez que já tinham efetuado uma matrícula em fase anterior. Apenas 90 candidatos não tinham apresentado candidatura em nenhuma das fases anteriores, havendo ainda 1.383 candidatos que não conseguiram colocação noutras fases e 492 que conseguiram, mas não efetuaram matrícula.

As instituições colocaram a concurso 3.428 vagas, às quais acresceram outras 552 “libertadas por candidatos colocados e matriculados em fase anterior” e que procuraram outra colocação noutro curso. Sobraram 2.607 vagas, menos do que as 3.468 que sobraram em 2018, e terminado o concurso nacional de acesso (CNA) o número total de colocados no ensino superior público é de 46.058 estudantes, mais 1,6% do que os 45.313 colocados em 2018.

“O número de estudantes colocados especificamente na terceira fase do CNA aumenta face a igual fase do ano anterior. Em 2019 foram colocados 1.402 estudantes na terceira fase (840 dos quais não tinham ainda qualquer matrícula) enquanto em 2018 haviam sido colocados 1.385 estudantes na terceira fase (777 dos quais não tinham ainda qualquer matrícula)”, refere o MCTES em comunicado.

A tutela sublinha ainda que o total de alunos colocados fora de Lisboa e Porto aumentou, “reflexo das medidas de redistribuição territorial de vagas assumidas durante a presente legislatura”. De acordo com os dados disponibilizados, os politécnicos de Lisboa e Porto, assim como a Universidade de Lisboa, foram as instituições públicas que mais alunos perderam face ao ano anterior, com variações entre cerca de menos 30 e menos 50 estudantes colocados do que em 2018.

Por outro lado, os politécnicos de Setúbal (com mais 126 estudantes), de Bragança (mais 90) e da Guarda (mais 76) lideram as instituições que mais aumentaram o número de alunos colocados. As vagas que sobraram podem agora ser ocupadas em concurso especiais de acesso que se seguem ao CNA.

“Existem outros mecanismos de ingresso, nomeadamente o ingresso de estudantes em CTeSP [cursos superiores técnicos profissionais] bem como em diversos concursos especiais e regimes especiais, adaptados ao perfil diversificado dos estudantes que procuram o ensino superior. Consideradas todas essas vias de ingresso, é estimado que o número total de colocados no ensino superior público em 2019-2020 seja cerca de 77.000 estudantes”, lê-se no comunicado do MCTES.

As universidades têm 27.670 alunos colocados, concluída a terceira fase de acesso, o que representa uma taxa de ocupação de vagas de 98%. Já os politécnicos, com 18.388 colocados, têm uma taxa de ocupação de 81,2%.

Com 100% ou mais de taxa de ocupação (por terem sido criadas vagas adicionais de desempate) existem quatro instituições: a Universidade Nova de Lisboa, o ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa, o Instituto Politécnico de Lisboa e a Escola Superior de Hotelaria e Turismo de Lisboa.

As universidades de Lisboa, Porto, Minho e Coimbra, os politécnicos do Porto e do Cávado e Ave e as escolas de enfermagem de Coimbra e Porto fecharam o CNA com uma taxa de ocupação quase total, acima dos 99%.

O politécnico de Bragança, que está entre as instituições que mais cresceram em número de colocados face a 2018, deixou, ainda assim, mais de metade das vagas por preencher, com uma taxa de ocupação de 47,8%.

Por área de formação, agricultura pescas e silvicultura continua a ser a menos atrativa, com uma taxa de ocupação abaixo dos 40%.

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Governo com folga de 600 milhões para negociar próximo Orçamento com a esquerda

Portugal teve esta quinta-feira boas notícias na frente económica e orçamental. Duas instituições aproximaram-se das previsões de Mário Centeno para o PIB e um delas vê mesmo um excedente no OE.

Qual a diferença entre o défice de 0,2% do PIB previsto pelo Governo em abril para 2019 e o excedente de 0,1% do PIB que o Conselho das Finanças Públicas (CFP) antevê agora para este ano? A resposta são cerca de 600 milhões de euros de folga que ninguém sabe ainda como vão ser usados. Mas que estão em cima da mesa nas negociações que o PS terá de fazer com Bloco de Esquerda e PCP com vista à aprovação do Orçamento do Estado para 2020.

“Temos condições para antecipar este ano e nos próximos resultados melhores do que o previsto”, disse esta quinta-feira o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, a partir da Grécia, comentando os dados do CFP.

A ideia de que os resultados poderiam ser melhores que o esperado já tinha sido admitida pelo ministro das Finanças numa entrevista à Lusa, quando reconheceu que o défice poderia ficar ligeiramente melhor do que os 0,2% do PIB que estão inscritos no Programa de Estabilidade e que foram reafirmados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) ao Eurostat.

No entanto, só quando o Governo enviar para Bruxelas o draft do Orçamento do Estado e quando entregar no Parlamento a proposta de lei do Orçamento — que António Costa já disse gostava que fosse ainda este ano — é que se saberá o que o que o Governo fez à folga que conseguiu este ano.

O Governo terá três hipóteses:

  1. Manter a meta de défice de 0,2% acomodando novas medidas para o próximo ano. Uma solução que permitiria ao PS ter na manga uma folga para negociar à esquerda o ok ao Orçamento.
  2. Assumir um excedente orçamental de 0,1% e não reservar qualquer margem para medidas reclamadas pelo Bloco de Esquerda, PCP, PEV, PAN e Livre.
  3. Ou uma solução mista em que melhora um pouco a sua meta de défice face aos 0,2% do PIB, mas não gasta tudo nos objetivos orçamentais, reservando uma parte para as negociações do OE.

Para se perceber para que podem servir 600 milhões de euros, calculados no pressuposto de que tudo o resto se mantém constante, é útil ir por exemplo ao programa eleitoral do Bloco de Esquerda e ver quais as prioridades que tem posto na mesa das negociações com o PS. Uma delas é a recuperação do investimento público que os bloquistas querem que seja reposto no patamar anual dos 5% do PIB, o que agora corresponde a dez mil milhões de euros.

Fonte: Programa eleitoral do Bloco de Esquerda

No capítulo do investimento público, Catarina Martins tem sublinhado que a prioridade do Bloco é “salvar o Serviço Nacional de Saúde” (SNS), garantindo que este tem o financiamento necessário, combatendo a promiscuidade entre o público e o privado, e fazendo o caminho para a exclusividade dos profissionais do SNS. Mas também responder à crise da habitação e dos transportes e construir uma resposta decidida à emergência climática. Medidas que custam dinheiro, embora no programa do BE não estejam quantificadas.

Por outro lado, o Bloco defende ainda a recuperação do controlo público dos CTT. Ora a empresa tem presentemente uma capitalização bolsista de 326,7 milhões de euros, o que se acomoda bem na nova folga que Centeno tem. Além disso, para recuperar o controlo não é necessário deter a empresa a 100%, logo a medida ficaria mais barata. Contudo, é preciso ter em conta que os CTT são uma empresa endividada e, passando para o universo do Estado, iria pesar na dívida pública, tal como a CP ou a Águas de Portugal.

Mas, na quinta-feira, a comissão política do PS reuniu-se e decidiu não assinar acordo escrito com o Bloco e avançar já para um governo minoritário do PS que terá de procurar apoio parlamentar para aprovar Orçamentos.

Por isso é necessário ter em conta também quais são as exigências do PCP para dar luz verde a um Orçamento do Estado. No programa comunista estavam medidas como um aumento geral das reformas, creche gratuita para todas as crianças até aos três anos, construção de habitação pública e aumentar o salário mínimo para 850 euros, uma medida que também tem impacto nas contas públicas tendo em conta o elevado número de funcionários públicos.

Para se perceber o que estes 600 milhões representam convém recordar que, por exemplo, as medidas de alívio fiscal sugeridas pelo PS custam 200 milhões de euros. Dar continuidade ao desenvolvimento de mecanismos que acentuem a progressividade do IRS, revendo os respetivos escalões, está no programa eleitoral do PS e custa 200 milhões de euros, embora não se saibam detalhes, nomeadamente ao nível de eventuais alterações dos limites dos escalões e, principalmente, das suas taxas marginais.

Por outro lado, o Programa de Estabilidade para 2019 prevê medidas de redução de taxa de imposto — aumentar as deduções fiscais, no IRS, em função do número de filhos (sem diferenciar os filhos em função do rendimento dos pais) — a partir de 2021, que também custa 200 milhões de euros.

Na apresentação do relatório que apontou para um excedente orçamental, a presidente do CFP não quis dizer o que o Governo deve fazer com um excedente orçamental, mas Nazaré Cabral não passou ao lado da “mudança de legislatura” ao destacar os riscos orçamentais que pairam sobre as contas públicas e ao lembrar que Portugal tem ainda o “legado” da elevada dívida pública.

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PS não vai assinar acordo escrito com o Bloco. Estão reunidas as condições para PS formar Governo, diz Costa

  • ECO e Lusa
  • 10 Outubro 2019

"Estão reunidas as condições para o PS formar Governo, iniciando a sua governação com perspetivas de estabilidade para o horizonte da legislatura", disse o secretário-geral do PS.

O secretário-geral do PS considerou esta quinta-feira que estão reunidas as condições para que os socialistas formem Governo e iniciem funções governativas com perspetivas de estabilidade no horizonte da legislatura. E excluiu a possibilidade de fazer um acordo por escrito com o Bloco de Esquerda.

“Resultou dos contactos que, à semelhança da legislatura agora finda, será prosseguida uma metodologia idêntica de apreciação prévia das propostas de Orçamentos do Estado e de outras relevantes para a estabilidade governativa”, pode ler-se no comunicado do PS divulgado após a reunião da Comissão Política. Desta forma, os socialistas fecham claramente a porta a um acordo escrito com o BE para viabilizar a estabilidade governativa ao longo dos quatro anos da legislatura.

António Costa à entrada para a reunião da Comissão Política Nacional do PS já tinha frisado que “estão reunidas as condições para o PS formar Governo, iniciando a sua governação com perspetivas de estabilidade para o horizonte da legislatura”. Uma reunião que acontece um dia depois de o líder dos socialistas ter feito uma ronda de conversações com as forças parlamentares de esquerda (Bloco de Esquerda, PCP, PEV e Livre) e com o PAN, para aferir as condições de governabilidade nos próximos quatro anos.

A decisão de não avançar com o acordo por escrito prende-se com o facto de isso não trazer vantagens. “Entendemos que não havia vantagem em privilegiar um só partido, se houvesse o risco de, com isso, alienar a boa vontade e predisposição para entendimentos manifestados por todos os outros, em particular o PCP”, disse ao Expresso um responsável socialista.

Fonte socialista adiantou à agência Lusa que, se o PS fizesse um acordo escrito de legislatura apenas com o Bloco de Esquerda, estaria agora a hierarquizar parceiros na nova solução política, o que dentro do PS se considera indesejável.

Por outro lado, na sua intervenção, António Costa, para desdramatizar a ausência de qualquer acordo escrito, afirmou que o teor das anteriores declarações conjuntas com o Bloco de Esquerda, PCP e PEV se esgotou há dois anos, a meio da legislatura. O importante, segundo o secretário-geral do PS, é que o Bloco de Esquerda, PCP e PEV, assim como o Livre e o PAN, estão disponíveis para “análise conjunta prévia de orçamentos do Estado” e de outros documentos relevantes do ponto de vista político, assim como também não votam moções de rejeição ou de censura vindas de forças da direita.

O secretário-geral do PS foi assim “mandatado” para formar Governo, já que foi o partido que venceu as eleições e que elegeu deputados em todos os círculos. E como a primeira abordagens com os vários partidos demonstrou que tinham “vontade de trabalhar para que haja mais quatro anos de estabilidade política, estabilidade que é essencial para o desenvolvimento do país, para a confiança que gera crescimento e para a nossa credibilidade externa”, a solução será adotar “metodologia idêntica” à da legislatura anterior.

Já à entrada da reunião Costa destacou que está em curso “um diálogo com as diferentes forças políticas” de esquerda e com o PAN. “A mensagem que todas deram foi muito clara sobre a existência de condições para a formação do Governo e para o seu início em funções. Há uma vontade do conjunto destas forças políticas para dialogarmos permanentemente ao longo da legislatura, tendo em vista encontrar soluções e proceder-se à avaliação prévia de orçamentos e de outros documentos considerados de política fundamental”, respondeu, fugindo à pergunta se o PS já tinha alguma estimativa sobre o custo global das medidas que o Bloco de Esquerda coloca como condições para celebrar um acordo escrito de legislatura.

Tendo em conta que será este o tratamento que todos os partidos vão ter — compromisso de consultas prévias em relação a documentos fundamentais, como os Orçamentos do Estado e eventuais moções de censura — o Expresso avança que não haverá mais reuniões do PS, na próxima semana, nem com o BE nem com o PAN. Os novos encontros que vierem a ser marcados serão para conversar sobre o Orçamento do Estado.

À entrada, quando foi interrogado se espera críticas dentro do PS em relação à estratégia que tenciona prosseguir, renovando as aproximações prioritárias à esquerda e não com o PSD, o líder socialista sorriu e recorreu ao humor para responder.

“Não sei se haverá críticas. O PS é um partido livre, felizmente cada um pensa pela sua própria cabeça e se houver alguma oposição ela não deixará de se manifestar. E também se essa oposição se manifestar [os jornalistas] não deixarão de saber. Tudo aquilo que acontece dentro do PS é também conhecido fora das paredes do PS”, declarou.

(Notícia atualizada)

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Wall Street mais otimista com negociações comerciais. Petróleo sobe 2%

As bolsas norte-americanas subiram perante a informação de que Donald Trump vai reunir esta sexta-feira com o vice-primeiro-ministro chinês. Preço do petróleo sobe mais de 2%.

Depois de uma abertura sem gás, as bolsas norte-americanas aceleraram. Os três principais índices prolongaram os ganhos de quarta-feira e fecharam mais uma sessão em terreno positivo. Os investidores receberam com ânimo a informação de que o Presidente dos EUA vai reunir com o vice-primeiro-ministro chinês esta sexta-feira, num encontro onde os dois líderes vão discutir o impasse comercial que se arrasta há vários meses.

O S&P 500 fechou em alta de 0,66%, para 2.938,81 pontos, enquanto o industrial Dow Jones valorizou 0,60%, para os 26.503,86 pontos. O tecnológico Nasdaq também avançou 0,60% e está a cotar em 7.951,11 pontos. Além do aparente alívio das tensões comerciais entre EUA e China, os índices também beneficiaram da subida expressiva dos preços do petróleo, com o WTI a ganhar 2,03%, para 53,66 dólares o barril.

Exxon Mobil avança após subida dos preços do petróleo

“Grande dia de negociações com a China. Eles querem fazer um acordo, mas será que eu quero? Vou reunir-me com o vice-primeiro-ministro [da China] amanhã [sexta-feira], na Casa Branca”, escreveu Donald Trump no Twitter, pouco depois da abertura das bolsas. Altos responsáveis dos dois países arrancaram esta quinta-feira mais uma ronda negocial para tentarem chegar a um acordo que declare tréguas comerciais entre as duas maiores economias do mundo.

A Caterpillar, uma das empresas mais sensíveis às questões comerciais, fechou a sessão com uma valorização de 2,85%. Os títulos da companhia estão a valer 122,84 dólares. A Apple também ajudou, subindo 1,38% em bolsa. As ações da fabricante do iPhone estão a cotar em 230,165 dólares em Nova Iorque.

Porém, o dia não foi positivo para a Cisco. O banco Goldman Sachs reviu em baixa a recomendação sobre as ações da tecnológica, de “buy” para “neutral“, precipitando os títulos do grupo. A Cisco fechou o dia com uma queda de 1,47%, para 46,15 dólares.

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Agência de Inovação lança programa de aceleração em Ciência e Tecnologia. Candidaturas abertas até 15 de novembro

A Agência Nacional de Inovação lança programa de aceleração em Ciência e Tecnologia, com duração de três meses. O objetivo é transformar 24 ideias em negócios. Candidaturas abertas até 15 de novembro.

A Agência Nacional de Inovação (ANI) divulgou esta quinta-feira que vai lançar o programa Born from Knowledge Rise que é um programa de aceleração em Ciência e Tecnologia, com a duração de três meses. As candidaturas estão abertas até dia 15 de novembro.

O programa vai contar com três edições regionais que representam um investimento total de 200 mil euros para ajudar ideias a tornarem-se em produtos e/ou serviços inovadores.

O Born from Knowledge Rise pretende apoiar ideias numa fase preliminar, mas com potencial para dar origem a start-ups e evoluírem para produtos inovadores vendáveis. Ao longo de três meses, o BfK Rise oferece acompanhamento e capacitação intensivos a equipas com projetos de base científica e tecnológica.

“É o passo seguinte para a a capacitação” deste tipo de ideias, explica Katiuska Cruz, coordenadora do programa, à margem do concurso ideias Born from Knowledge (BfK Ideas), edição 2019, que visa distinguir as melhores ideias de negócio provenientes de instituições de ensino superior portuguesas.

O objetivo desta iniciativa é capacitar 24 ideias, preferencialmente oito no norte, oito no centro e oito no Alentejo. Pretendemos transformar ideias e projetos em negócios com impacto que acabam por se traduzir em inovação”, destaca Katiuska Cruz.

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