Conselho Europeu suspenso menos de duas horas depois de começar

A reunião dos chefes de governo da União Europeia começou com três horas de atraso e foi rapidamente suspensa para novas negociações bilaterais. Acordo não está fácil em Bruxelas.

Começou com três horas de atraso e não foram precisas duas horas para que o presidente do Conselho Europeu mandasse suspender os trabalhos dos líderes dos governos da União Europeia que tentam escolher os próximos líderes da União Europeia. Donald Tusk vai agora ter (mais) reuniões bilaterais com os líderes antes de retomar a reunião.

O presidente do Conselho Europeu anunciou que iria apresentar a solução encontrada em Osaka por Angela Merkel, Emmanuel Macron, Mark Rutte e Pedro Sanchez, de propor o socialista holandês Frans Timmermans como sucessor de Jean-Claude Juncker na presidência da Comissão Europeia, mas a resistência inicial foi tal que obrigou aquele que tem sido o pivot das negociações a atrasar o início do reunião extraordinária do Conselho Europeu cerca de três horas.

Os líderes reuniram-se já depois das 21h00 (20h00 em Lisboa), mas o plano não parece ter sobrevivido ao jantar. De acordo com o porta-voz de Donald Tusk, o Conselho Europeu foi suspenso pouco depois das 23h00 em Bruxelas, para que o Donald Tusk tenha mais reuniões bilaterais para tentar encontrar uma solução que os líderes apoiem.

Quando os encontros bilaterais terminarem, a reunião dos chefes de Estado e de Governo da União Europeia será retomada. Nesta altura já é conhecida oposição de um conjunto de países à nomeação de Frans Timmermans: Polónia, Hungria, República Checa, Eslováquia, Bulgária, Croácia e Itália.

À luz das regras que exigem uma maioria reforçada no Conselho Europeu — 72% dos países que representem pelo menos 65% da população da União Europeia — este grupo é suficiente para bloquear a nomeação de Frans Timmermans.

Caso os líderes não cheguem a acordo esta noite, está previsto um pequeno-almoço durante a manhã desta segunda-feira para começar os trabalhos.

Independentemente de haver acordo no Conselho Europeu quanto aos restantes cargos — presidente da Comissão Europeia, presidente do Conselho Europeu e alto-representante para os Negócios Estrangeiros (a presidência do Banco Central Europeu deverá ficar para mais tarde), o Parlamento Europeu vai eleger o seu novo presidente na quarta-feira, o que pode estragar as contas dos líderes, já que este é um cargo que tem sido visto como um prémio de consolação para um dos candidatos pelas principais famílias políticas europeias que não for escolhido para a Comissão Europeia.

(Notícia atualizada às 22:30 com mais informação)

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Sobreviverá o ‘plano Timmermans’ à viagem entre Osaka e Bruxelas?

Os líderes europeus estão finalmente reunidos, com três horas de atraso e muitas dores de cabeça. Oposição a leste e pelo PPE pode matar plano Timmermans à nascença e bloquear acordo mais uma vez.

Angela Merkel e Emmanuel Macron tentaram contornar o elefante na sala e, juntamente com holandês Mark Rutte e o espanhol Pedro Sanchéz, cozinharam uma solução à margem da reunião do G20 em Osaka, no Japão, que evitaria um confronto institucional com o Parlamento Europeu e mais mostras de divisão entre os dois mais importantes países da União Europeia. Mas o Plano B que colocaria o socialista Frans Timmermans na presidência da Comissão Europeia pode estar condenado à partida.

As negociações na União Europeia não são conhecidas por serem rápidas ou fáceis e a escolha dos próximos líderes da União prometem não ser diferentes. O primeiro a cair foi o candidato apontado pela família política europeia (spitzenkandidat) de centro-direita, o Partido Popular Europeu (PPE). O alemão Manfred Weber ficou em primeiro, porque o seu PPE conseguiu eleger mais deputados para o Parlamento Europeu, mas ainda antes do resultado já se antecipava a sua derrota.

A França opôs-se desde a primeira hora ao alemão, alegando falta de experiência governativa e posições anteriores contrárias à ideia que têm para a Europa, e juntaram ao leque uma necessidade de mudança nos cargos de topo da União Europeia, até aqui praticamente dominados pelo PPE.

A primeira reunião dos líderes europeus permitiu perceber que não havia acordo para que Manfred Weber chegasse à presidência da Comissão Europeia. Mas também não houve acordo para os outros dois nomes, o socialista holandês Frans Timmermans e a liberal dinamarquesa Margrethe Vestager.

Depois de muitas consultas e negociações, foi então que Angela Merkel e Emmanuel Macron, juntamente com os líderes das equipas negociais dos liberais — o primeiro-ministro holandês Mark Rutte — e dos socialistas — o primeiro-ministro espanhol Pedro Sanchez — testarem uma nova solução: Frans Timmermans seria o novo presidente da Comissão Europeia; o belga Charles Michel substituiria Donald Tusk no Conselho Europeu; a búlgara Kristalina Georgieva (que Angela Merkel tentou à última hora que fosse a secretária-geral da ONU, retirando o apoio expresso anteriormente expresso a António Guterres) a alta representante para os Negócios Estrangeiros.

Mas a ideia de colocar Frans Timmermans como novo presidente da Comissão Europeia enfrenta grande resistência dentro e fora do Conselho Europeu por vários motivos diferentes:

  1. Os quatro de Visegrado: Polónia, Hungria, República Checa e Eslováquia foram os primeiros a anunciar que estão contra Frans Timmermans, com especial destaque para a Polónia e Hungria. Como primeiro vice-presidente da Comissão Europeia, Frans Timmermans tem sido a face mais visível da divergência sobre a aplicação da lei nestes países, que a UE entende ir contra os princípios democráticos e a legislação comunitária. Este grupo de países entende que Timmermans não têm o entendimento necessário sobre os países de leste para perceber a nova realidade da União Europeia, numa altura em que o bloco de leste exige maior representatividade e responsabilidade nas estruturas da UE.
  2. Itália: O novo governo populista está muito longe da Itália das últimas décadas. O primeiro-ministro Giuseppe Conte disse que analisaria a candidatura de Timmermans, mas o ministro do Interior Matteo Salvini deixou uma mensagem muito clara: “certamente que não apoiaremos um esquerdista na Comissão Europeia”. Também o presidente do Parlamento Europeu, o italiano Antonio Tajani, disse que não apoiará a candidatura de Timmermans, nem como vice-presidente do PPE, nem o seu partido no Parlamento Europeu, o Forza Italia.
  3. PPE insatisfeito com Merkel: os líderes da Bulgária, da Croácia e da Irlanda — todos eles parte da família política do PPE — estão contra a escolha de Frans Timmermans para a liderança da União Europeia e continuam a defender que o cargo deve ir para spitzenkandidaten vencedor das últimas europeias, o alemão Manfred Weber. No Parlamento Europeu o entendimento é o mesmo e até na Alemanha há resistência pública ao acordo a que Angela Merkel terá dado aval.
  4. O Parlamento Europeu: o PPE perdeu eurodeputados, mas continua a ser o partido com mais assentos no Parlamento Europeu. Sem o acordo do PPE, tanto no Conselho Europeu como no Parlamento Europeu, dificilmente alguém conseguirá ser nomeado presidente da Comissão Europeia, e o PPE tem mantido a sua posição de que o próximo presidente tem de ser Manfred Weber, que também se tem recusado até agora a sair da corrida. Na quarta-feira há reunião em Estrasburgo para eleger o próximo presidente do Parlamento Europeu. Mesmo que os líderes escolham um nome, este tem de ser aprovado por maioria absoluta no Parlamento Europeu, o que não se advinha uma tarefa fácil.
  5. A incógnita May: Mesmo com o Reino Unido prestes a sair da União Europeia e a própria Theresa May a sair do poder ainda antes de isso vir a acontecer, o voto da ainda primeira-ministra britânica é muito importante para haver um acordo na sala. Para ser escolhido um presidente da Comissão Europeia é necessária uma maioria de 72% dos países, que representem pelo menos 65% da população da União. Como um dos maiores países da União e com a oposição já anunciada a Timmermans por vários países, o sentido de voto de Theresa May pode ser decisivo e não é claro qual será.

Os líderes europeus reuniram-se finalmente na sala do Conselho Europeu em Bruxelas, já passava das 21h00 (20h00, em Lisboa), três horas mais tarde do que estava previsto, para continuar as consultas para tentar vender o plano alternativo concebido em Osaka. Se não chegarem a acordo esta noite, está previsto que os líderes se voltem a reunir já esta segunda-feira de manhã para um pequeno-almoço para continuar os trabalhos.

Caso este plano falhe, há pelo menos dois candidatos em lista de espera. A liberal dinamarquesa Margrethe Vestager que é vista com bons olhos entre por Alemanha e França, com o apoio como solução de compromisso de países como Portugal e Espanha, e até de alguns dos países de leste que se opõem a Frans Timmermans. Na expetativa está ainda o francês Michel Barnier, o atual negociador do Brexit, e político ligado historicamente ao PPE.

De fora da agenda, segundo Emmanuel Macron, estará a escolha do futuro presidente do Banco Central Europeu. Mario Draghi termina o seu mandato no final de outubro, mas os líderes querem evitar ao máximo juntar os dois processos de seleção. Ainda assim, tanto Alemanha como França têm os seus próprios candidatos e as escolhas que serão feitas para os restantes cargos influenciarão a nomeação do sucessor de Mario Draghi.

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Costa acredita que “há hoje boas condições” para a escolha de Timmermans

  • Lusa
  • 30 Junho 2019

O primeiro-ministro português manifestou este domingo toda a confiança de que o socialista Frans Timmermans será escolhido para a presidência da Comissão Europeia.

O primeiro-ministro, António Costa, disse acreditar que “há hoje boas condições” para que o Conselho Europeu chegue a acordo em Bruxelas sobre a nomeação do socialista Frans Timmermans para a presidência da Comissão Europeia.

“Eu continuo otimista que hoje cheguemos a uma boa solução de acordo. Como é sabido, desde o princípio que acho que Frans Timmermans é a personalidade que reúne melhores condições para ser presidente da Comissão. Creio que há hoje boas condições para que isso aconteça, mas vamos a ver, temos ainda seguramente muitas horas de reunião antes de chegarmos a uma conclusão final”, disse, à chegada ao Conselho.

António Costa afirmou ter constatado “como ao longo destas semanas o nome de Frans Timmermans para presidente da Comissão tem vindo a ter um consenso cada vez mais alargado” entre os 28, e relativizou a anunciada oposição de alguns países, designadamente aqueles que fazem parte do chamado Grupo de Visegrado, com Polónia e Hungria à cabeça.

“Não surpreende a ninguém que países como a Polónia ou com a Hungria, que tiveram um conflito direto com a Comissão sobre o respeito pelo Estado de direito, pela independência do poder judicial, tenham maiores dificuldades em apoiar quem, como vice-presidente da Comissão, liderou esse processo e abriu os procedimentos por violação do artigo 7º”, apontou.

“Isso é normal, creio que não surpreende ninguém, mas creio também que seria muito mau sinal para a cidadania, para a democracia europeia, para quem quer defender a independência do poder judicial e a supremacia do Estado de direito, aceitar essa argumentação para não apoiar Frans Timmermans. Esse é mesmo, diria, o argumento que o Conselho não pode aceitar”, sublinhou.

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Médis e ANF lançam projeto de deteção precoce de diabetes

  • ECO Seguros
  • 30 Junho 2019

O projeto-piloto decorrerá em 14 farmácias de Gondomar e prevê que os casos de maior risco identificados tenham acesso a duas consultas médicas e exames complementares.

Um projeto-piloto de deteção precoce de diabetes conduzido pela Médis e pela Associação Nacional de Farmácias (ANF) arranca a 1 de julho, em 14 farmácias de Gondomar. Sob o mote “É possível prevenir a diabetes… E viver com ela!”, os utentes do município terão acesso gratuito a um rastreio na farmácia que permitirá sinalizar pessoas com maior risco de diabetes tipo 2, refere um comunicado das duas entidades.

O projeto-piloto dirige-se a pessoas com idade igual ou superior a 45 anos e sem diagnóstico de diabetes e prevê que os casos de maior risco identificados tenham acesso a duas consultas médicas e exames complementares quando necessário, em prestadores da Rede Médis aderentes à iniciativa, para avaliação da sua saúde no que à diabetes respeita. De acordo com os promotores da iniciativa será fornecida informação sobre a doença a todos os participantes, assim como sobre estilos de vida saudáveis, como reforço da literacia em saúde e prevenção da diabetes.

“A diabetes é um dos maiores problemas de saúde pública do século XXI. A enorme prevalência torna urgente combater este flagelo através do diagnóstico precoce e de inovar no acompanhamento médico e farmacêutico da população em risco”, alerta o presidente da Associação Nacional das Farmácias, Paulo Cleto Duarte, citado no comunicado.

Pelo seu lado, o CEO da Médis, Eduardo Consiglieri Pedroso, também citado no comunicado, após referir o elevado número de pessoas afetadas pela doença, um cenário agravado pelo envelhecimento da população, classifica a o projeto como “uma iniciativa de responsabilidade social que visa sensibilizar, alertando para a temática, e atuar, permitindo a quem participe conhecer melhor o seu estado de saúde quanto à diabetes”. Consiglieri Pedroso acentua que a “prevenção e deteção precoce do risco são elementos chave para alcançar a redução da prevalência da doença”.

A Médis integra o grupo segurador Ageas, que ocupa a segunda posição no ranking do mercado de seguros nacional. A ANF reúne aproximadamente 2.800 farmácias, cerca de 95% das que existem no país.

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Seguradoras vão recusar cobertura a jogo, armas e nuclear

  • ECO Seguros
  • 30 Junho 2019

Grandes seguradoras ponderam restringir a venda de apólices de seguro a setores de atividade como as centrais a carvão e, mesmo, a nucleares, à indústria de armamento e ao jogo.

Algumas das maiores empresas de seguro europeias recusam-se a vender apólices a centrais a carvão e produtores de armamento. Uma seguradora holandesa pondera mesmo negar-se a cobrir empresas de jogo (gambling) e geradores de energia nuclear.

A ASR Nederland, através da sua área de gestão de ativos, já listou 243 empresas onde não realizará qualquer investimento devido ao perfil ético que apresentam, revela a Bloomberg. O grupo pondera agora utilizar aquela lista na área seguradora. “Estamos a debater internamente sobre se ainda se justifica segurar as empresas que são excluídas dos nossos investimentos com base na nossa política de investimento socialmente responsável”, afirmou Jos Baeten presidente executivo da ASR Nederland.

A Axa foi a primeira grande seguradora a recusar vender apólices de seguro a novas centrais de energia a carvão em 2017. No final do ano seguinte, a Zurich, a Munich Re, a Swiss Re, a Hannover Re e a Allianz seguiram o mesmo caminho.

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Regulador chinês de seguros e banca partilha experiência com Macau

  • ECO Seguros
  • 30 Junho 2019

A Autoridade Monetária de Macau convidou o regulador chinês da banca e dos seguros a partilhar experiências.

A “China Banking and Insurance Regulatory Commission” (CBIRC) foi convidada pela Autoridade Monetária de Macau (AMCM) a fim de realizar a “Palestra e sessão de troca de ideias sobre supervisão de atividades de locação financeira”, que contou com participantes da AMCM e do Gabinete de Informação Financeira.

No decurso do evento os enviados da CBIRC e as suas agências de supervisão partilharam com os interessados de Macau, em forma temática, o desenvolvimento das atividades de locação financeira registado no Interior da China, bem como as políticas regulatórias e os trabalhos de pesquisa implementados. Os participantes compartilharam as suas experiências práticas neste âmbito.

O intercâmbio e a cooperação entre a Autoridade Monetária de Macau e a “China Banking and Insurance Regulatory Commission, da China, concretizou-se através do mecanismo de intercâmbio e cooperação de pessoal entre as duas partes, que consta do “Memorando de Cooperação sobre o Desenvolvimento do Setor Financeiro de Macau com características próprias”, reforçando-se, assim, a colaboração regulatória entre as duas partes e promovendo-se o desenvolvimento estável das atividades de locação financeira.

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Temperaturas começam a descer ligeiramente na Europa

  • Lusa
  • 30 Junho 2019

Depois do calor intenso dos últimos dias, as temperaturas estão finalmente a baixar na Europa. A onda calor durou seis dias e fez, pelo menos, oito mortos.

As temperaturas estão finalmente a descer na Europa, após seis dias de onda de calor na Europa que fez pelo menos oito mortos. Na França, onde o recorde absoluto foi batido na sexta-feira com 45,9 graus centígrados no sul, as temperaturas caíram cerca de dez graus em Paris ou no noroeste, mas na zona leste continuam elevadas, 36 ou 37 graus centígrados.

As temperaturas estão também mais suportáveis em Itália, com máximas de 37 ou 38 graus. De momento, pelo menos oito mortes foram relatadas devido à onda de calor que remonta ao Saara: quatro em França (mais uma pessoa em situação de risco), duas em Espanha e duas em Itália. As vítimas foram sobretudo pessoas idosas ou trabalhadores da construção.

Portugal escapou a esta vaga de calor excecional para um mês de junho. França e Espanha têm-se debatido também com incêndios florestais em França, que exigiram a evacuação de casas e danos significativos já visíveis nas vinhas do sul da França.

“Sou enólogo há 30 anos e nunca vi uma videira queimada por uma insolação como sábado”, disse Jérôme Despey, enólogo e vice-presidente do principal sindicato agrícola francês, à France Presse. Em Espanha, mais de 700 soldados, centenas de bombeiros e meios como aviões e helicópteros combateram vários incêndios no centro e nordeste, onde as temperaturas até chegaram a 42 graus. O maior incêndio foi na Catalunha, que já consumiu mais de 6.000 hectares mas está estabilizado, ainda que deva demorar dias até ser extinto.

Por outro lado, na Alemanha, especialmente no centro e leste, as temperaturas continuam altas para o país e ainda chegam a 36 ou 37 graus, sendo necessário esperar até segunda-feira para ver que baixem novamente. Segundo os serviços especializados alemães, a temperatura média de junho no país já é quatro graus mais alta que a do período de referência internacional de 1981 até 2010.

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Trump diz que EUA estão “a ganhar” guerra comercial contra a China

No sábado, Donald Trump anunciou o recomeço das negociações entre Pequim e Washington. E no domingo, fez questão de sublinhar que os EUA estão "a ganhar" a guerra comercial contra a China.

Um dia depois de ter anunciado o recomeço das negociações entre Washington e Pequim, Donald Trump diz que os Estados Unidos estão “a ganhar” a guerra comercial contra a China, avança a Bloomberg (acesso condicionado). O presidente norte-americano falava aos jornalistas, este domingo, numa visita à Coreia do Sul.

Donald Trump começou por considerar que a Reserva Federal não “tem ajudado de todo” nas tensões comerciais frente aos chineses e acabou por declarar: “Apesar disso, estamos a ganhar. Estamos a ganhar à grande, porque criámos uma economia que não fica atrás de nenhum outra”, disse o líder norte-americano.

No sábado e após uma reunião que demorou mais de uma hora com o Presidente chinês, Trump tinha garantido que as negociações entre a Pequim e Washington iriam recomeçar. O Presidente tinha também adiantado que, apesar de manter as taxas já aplicadas, não iria avançar, pelo menos por agora, com mais tarifas aduaneiras aos produtos chineses. Ou seja, tinha anunciado uma espécie de trégua temporária.

A Bloomberg nota, contudo, que a Casa Branca não revelou mais detalhes sobre esse retomar das negociações, não sendo claro que posições irão tomar as duas maiores economias do mundo. Para já, sabe-se apenas o que foi revelado por Donald Trump: os Estados Unidos não irão avançar para já com novas taxas, que iriam abranger 300 mil milhões de dólares de artigos chineses e em troca a China irá adquirir bens agrícolas produzidos nos Estados Unidos.

A guerra comercial entre os Estados Unidos e a China já dura há mais de um ano e envolve, neste momento, milhares de milhões de dólares em importações de ambos os países, afetando o comércio e o crescimento económico global.

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Tusk vai propor Timmermans para a Comissão Europeia

  • Lusa e ECO
  • 30 Junho 2019

O presidente do Conselho Europeu vai propor o nome do holandês Frans Timmermans para a presidência da Comissão Europeia. Candidatura de Timmermans pode, contudo, esbarrar numa minoria de bloqueio.

O presidente do Conselho Europeu proporá, este domingo, o nome de Frans Timmermans para a presidência da Comissão Europeia, mas a nomeação do socialista holandês poderá “chocar” com uma minoria de bloqueio impulsionada pelos países de Visegrado e por Itália.

De acordo com a agência EFE, que cita fontes do Conselho Europeu, Donald Tusk apresentará esta noite aos chefes de Estado e de Governo da União Europeia (UE), reunidos numa cimeira extraordinária em Bruxelas, uma proposta para a distribuição dos cargos de topo da UE, que reservaria a presidência do executivo comunitário aos socialistas europeus, cujo ‘”spitzenkandidat” é Frans Timmermans, na próxima legislatura.

A proposta, defendida por Alemanha, França, Espanha e Holanda, foi revelada esta manhã pelo político polaco à Conferência de Presidentes do Parlamento Europeu, que congrega o presidente da assembleia, o conservador Antonio Tajani, e os líderes dos grupos políticos com assento no hemiciclo.

As mesmas fontes detalharam à agência espanhola que Tusk prevê testar esta proposta na cimeira extraordinária desta noite, uma vez que a nomeação para a presidência da Comissão requer o apoio de uma maioria qualificada reforçada no Conselho, e que os líderes daqueles quatro países acreditam que podem “alcançar a maioria necessária”.

A candidatura de Timmermans, que ganhou um novo fôlego em Osaka (Japão), onde alguns dos principais decisores europeus, caso da chanceler alemã, Angela Merkel, do presidente francês, Emmanuel Macron, do presidente do Governo espanhol, Pedro Sánchez, e do primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, participaram na cimeira do G20, pode, contudo, esbarrar numa minoria de bloqueio liderada pelos países de Visegrado.

Hungria, Polónia, República Checa e Eslováquia já anunciaram o seu veto ao atual primeiro vice-presidente da Comissão Europeia, que ganhou particular protagonismo na cena europeia ao ser o ‘rosto’ de Bruxelas nos ‘braços de ferro’ com Polónia e Hungria devido às alegadas violações ao Estado de direito nestes dois Estados-membros.

Com o veto do grupo de Visegrado, o possível voto contra de Itália, anunciado pelo ministro do Interior e vice primeiro-ministro italiano, Matteo Salvini, e a provável abstenção do Reino Unido, devido ao ‘Brexit’, a nomeação do candidato principal dos socialistas não alcançaria a maioria qualificada reforçada (pelo menos 21 Estados-membros e 65% da população da UE).

Segundo os dados oficiais do Conselho, os restantes 22 Estados-membros (que votariam favoravelmente) somam 62,77% da população europeia, abaixo dos 65% requeridos.

À entrada da cimeira deste domingo, o primeiro-ministro português sublinhou que “há boas condições para que” Timmermans suceda a Jean-Claude Juncker na presidência da Comissão Europeia. Ainda que tenha reforçado que “nada fechado até aos 28 falarem”, António Costa disse que Timmermans é um ponto de consenso.

Após a cimeira inconclusiva de 20 de junho passado – que terminou já na madrugada de 21 sem ‘fumo branco’ -, os chefes de Estado e de Governo da União Europeia, entre os quais o primeiro-ministro António Costa, voltam a reunir-se em Bruxelas, em cima do prazo limite para tentar encontrar um compromisso, uma vez que na terça-feira tem início, em Estrasburgo, França, a sessão inaugural da nova legislatura do Parlamento Europeu (PE), na qual será eleito o presidente da assembleia, um dos lugares de topo negociados ‘em pacote’.

Além da presidência do executivo comunitário – o posto que todos querem, e pelo qual estão dispostos a ‘abrir mão’ dos restantes – estão em jogo as presidências do Conselho Europeu, do Banco Central Europeu e de Alto Representante para a Política Externa, assim como a presidência do Parlamento Europeu, já que, embora esta seja decidida pelos eurodeputados, é tradicionalmente também negociada ‘em pacote’, de modo a serem respeitados os necessários equilíbrios (partidários, geográficos, demográficos e de género) na distribuição dos postos.

Com os serviços do Conselho a anunciarem que a cimeira deste domingo (com início agendado para as 18:00 locais, 17:00 de Lisboa) pode prolongar-se até um “pequeno-almoço na segunda-feira”, o Parlamento Europeu decidiu adiar por 24 horas a eleição do seu novo presidente, que estava agendada para terça-feira, primeiro dia da sessão, e passa para quarta-feira, esperando que até lá o Conselho chegue a um compromisso.

(Notícia atualizada com declarações de António Costa)

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Uma ETAR, uma Câmara e 80 empresas de curtumes em risco

Solução encontrada pelo município de Alcanena para a ETAR pode pôr em risco 3.500 postos de trabalho e o funcionamento de 80 empresas, diz presidente da Associação dos Industriais de Curtumes.

Os industriais de curtumes do concelho de Alcanena estão preocupados com o futuro do setor e consideram que a autarquia esta a pôr em causa a competitividade da indústria tendo em conta o resgate do contrato de concessão da exploração da Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Alcanena, por parte da Câmara Municipal.

Segundo o secretário-geral da Associação Portuguesa dos Industriais de Curtumes (APIC), Gonçalo Santos, o objetivo da autarquia é transitar a gestão da ETAR industrial de Alcanena (AUSTRA) para a recém-criada empresa municipal AQUANENA, que pretende que esta ETAR passe a ser apenas para uso doméstico. “Isto está a gerar uma grande preocupação junto dos industriais de curtume do concelho, uma vez que deixam de ter uma unidade onde possam tratar as águas e resíduos provenientes das suas fábricas, o poderá pôr em causa toda a indústria, local e nacional, e consequentemente a sustentabilidade da região”, refere em declarações ao ECO.

A fileira do couro em Portugal, direta e indiretamente, exporta mais de 95% da sua produção e com o resgate do contrato da concessão da ETAR podem estar em causa cerca de 3.500 empregos diretos e indiretos apenas na indústria do couro, sem contar com o setor do calçado nacional que continua, “apesar da forte internacionalização, a ser o principal cliente” desta indústria, que “poderá perder suporte competitivo em Portugal” conclui.

São cerca de 80 empresas que dependem diretamente do Sistema de Alcanena, que não inclui apenas a ETAR, mas também os aterros de lamas e resíduos sólidos e unidade de reciclagem de crómio.

Gonçalo Santos

Secretário-geral da Associação Portuguesa dos Industriais de Curtumes (APIC)

Gonçalo Santos explico ao ECO que existe o receio por parte dos industriais do curtume, que a mudança da entidade reguladora e a classificação da ETAR (transição do uso industrial o uso doméstico doméstico), venha a implicar que cada fábrica tenha o seu próprio sistema de tratamento. “Todas as empresas que descarregam os efluentes no sistema terão de construir as suas próprias ETAR e isso representa um avultado investimento e nem todas as empresas têm condições financeiras para o fazer, tendo que encerrar pois não terão como descarregar os efluentes”. Acrescentando ainda que “as empresas que têm capacidade para o fazer, poderão enfrentar problemas de licenciamento, dada a complexidade do processo em geral, e em particular para a indústria de curtumes”, refere o secretário-geral da APIC.

O responsável receia também que o encerramento dessas empresas leve à redução do volume de efluentes a entrar na ETAR o que tornaria a atual ETAR “num elefante branco”. Explica que se a ETAR for apenas de uso doméstico, segundo os critérios da Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR) a ETAR serviria uma população de 400 mil pessoas para um concelho que tem cerca de 14 mil, das quais entre nove e onze mil são servidas por esta ETAR.

Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Alcanena.

Câmara quer gestão municipal do saneamento básico

Gonçalo Santos aponta ainda a incapacidade financeira, técnica e administrativa da Câmara Municipal de Alcanena ou da empresa municipal para gerir a ETAR e efetuar os investimentos exigidos pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA) colocam em causa a futura emissão da licença de descarga para a ETAR. “Os industriais sabem da dificuldade da gestão da ETAR e sabem que a câmara ou empresa municipal não tem perfil, nem capacidade de financiamento para gerir a ETAR e fazer as obras exigidas a curto prazo pela APA”, afirma o secretário-geral da Associação Portuguesa dos Industriais de Curtumes.

O resgate do contrato da concessão da ETAR industrial de Alcanena teve por base um parecer da Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR), sobre a impossibilidade de associações de utilizadores serem entidades gestoras, disse à Lusa a presidente da Câmara de Alcanena, Fernanda Asseiceira. A autarca socialista de Alcanena referiu que os industriais têm vindo a “dificultar o processo” por não quererem “abdicar de uma posição de controlo”. Alertando que município “tem toda a legitimidade para exercer uma competência que é sua”. Atualmente a Estação de Tratamento de Águas Residuais de Alcanena está ao encargo da Austra.

O ECO tentou obter mais esclarecimento por parte da Câmara Municipal de Alcanena, mas os contactados não quiserem responder às questões enviadas.

Estamos em sérios riscos. Daqui a 120 dias não temos autorização para descargas.

Gonçalo Santos

Secretário-geral da Associação Portuguesa dos Industriais de Curtumes (APIC)

Para o dirigente da APIC existem razões para os industriais do curtume estarem preocupados e dá o exemplo da obra na ETAR exigida pela Agência Portuguesa do Ambiente num prazo de 180 dias, de forma a cumprir os valores de emissão para o meio hídrico (de que dependem as licenças de descarga e a consequente declaração de conformidade ambiental).

Gonçalo Santos relembra que a Austra já tem o financiamento aprovado para as obras na Estação de Tratamento de Águas Residuais e não terá de fazer concurso público para as lançar. Voltando a referir que a “a Câmara Municipal de Alcanena ou a empresa municipal não reúnem qualquer destas condições, estando limitadas no endividamento – a empresa municipal é uma empresa recente sem histórico bancário, as autarquias tem dificuldades acrescidas no endividamento e qualquer uma das duas terá de lançar um concurso público para a obra que tem um custo estimado de cerca de 800 mil euros”, alerta Gonçalo Santos.

Caso a obra não avance as empresas ficam impedidas de fazer a descarga dos efluentes. O secretário-geral da APIC alerta com preocupação que a data está a aproximar-se cada vez mais. “O prazo termina em menos de 120 dias dado que mais de 60 dias já decorreram desde a comunicação da APA com as condições de emissão da nova licença”. Acresce ainda que as obras deveriam ser executadas durante o mês de agosto — durante a paragem da industria de curtumes. Caso as obras não sejam concluídas nesse prazo, a ETAR entrará numa situação de incumprimento ambiental e a entidade gestora não poderá emitir declarações de cumprimento ambiental solicitadas pelos clientes e em consequência pelas empresas de curtumes”, refere.

Da TAP à Gucci, da Volvo à Balenciaga. Alcanena trabalha com grandes marcas

Gonçalo Santos, secretário-geral da Associação Portuguesa dos Industriais de Curtumes, frisa a importância do setor que exporta diretamente mais de 40% da sua produção. Os industriais de curtumes exportam grande parte da sua produção para grandes marcas de moda e do setor automóvel. Por exemplo, hoje são os industriais de Alcanena que fornecem os estofos dos novos aviões Airbus da TAP.

Volvo, Volkswagen, Porsche, Renault, Gucci, TAP, grupo Kering, Balenciaga, entre outras, são algumas das marcas internacionais que trabalham com os industriais do concelho de Alcanena e que exigem garantias de cumprimento ambiental. “Hoje em dia, todas as marcas estão focadas nos temas ambientais, na sustentabilidade, e na economia circular e querem garantias de cumprimento ambiental, caso contrário irão comprar em Espanha ou Itália, que são os nossos principais concorrentes e garantem as mesmas condições”, alerta Gonçalo Santos.

Se não existir cumprimento ambiental, não há clientes, não há encomendas e ,certamente, não serão necessárias empresas nem trabalhadores. Será o fim de uma indústria com mais de 200 anos.

Gonçalo Santos

Secretário-geral da Associação Portuguesa dos Industriais de Curtumes

O secretário-geral da Associação Portuguesa dos Industriais de Curtumes afirmou ao ECO que a solução encontrada pelo município de Alcanena pode pôr em risco estes contratos, caso a nova entidade gestora da ETAR não cumprir com as exigências ambientais impostas pelas marcas.

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Morreu o cartoonista argentino Guillermo Mordillo

  • ECO e Lusa
  • 30 Junho 2019

O ilustrador e cartoonista Guillermo Mordillo morreu, na noite de sábado, aos 86 anos, em Maiorca. A notícia está a ser avançada pela agência EFE, que confirmou junto de fontes próximas da família.

Mordillo tinha 86 anos e era um célebre artista.

Morreu o ilustrador e cartoonista Guillermo Mordillo, na ilha de Maiorca, em Espanha, avança a agência EFE. O artista tinha 86 anos, mas continuava no ativo. De acordo com o El País, Mordillo morreu na noite de sábado, na sequência de uma indisposição, enquanto jantava com a família, na cidade de Palma Nova.

Filho de pais espanhóis, o ilustrador nasceu a 04 de agosto de 1932 na Argentina. Tinha Walt Disney e Buster Keaton como principais inspirações e o desenho e o futebol eram as suas paixões. A propósito, juntamente com os animais, os temas de futebol são os mais recorrentes nas suas ilustrações, milhares das quais sem palavras.

Trabalhou na Argentina, no Peru, mas foi durante a estadia de 17 anos em Paris que atingiu fama internacional, estreando-se na revista Paris Match em 1966. Como não dominava o francês, não usava palavras nas tiras que desenhava, o que se tornou a sua marca.

Casado e com dois filhos, Mordillo dividia agora os seus dias entre Maiorca e o Mónaco. Fontes próximas indicam que se mantinha no ativo, apesar da sua idade avançada, e estava a trabalhar em muitos “projetos interessantíssimos”.

Entre os prémios recebidos pelo artista, estão o Prémio Phoenix de Humor (1973), o Prémio Yellow Kid (1974), o Prémio Nakanoki (1977), a Palma de Ouro de San Reno e o título de Cartoonista do Ano no salão internacional de Montreal.

Ao longo de sua carreira, fez apenas três exposições: uma em Paris, uma em Barcelona e a última em Palma de Maiorca, em 1989, cujos fundos foram destinados ao tratamento de crianças autistas.

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Série 3 cresceu. Está mais imponente

As linhas estão lá. Apesar de ser um modelo completamente novo, o Série 3 faz-se notar. Está maior, mais imponente e cheio de tecnologia.

Há automóveis familiares, depois há automóveis capazes de levar a família a passear mas que são perfeitos para um encontro a dois: carro e condutor. E a BMW sabe bem como fazê-los. Prova disso mesmo é o novo Série 3. Traz conforto para cinco, mas também uma boa dose de adrenalina para brindar quem procura mais emoção com o volante entre mãos. Tudo numa uma roupagem entre o executivo e o desportivo.

São inegáveis as qualidades de familiar do porta-estandarte da marca da Baviera. A berlina está maior em praticamente todos os sentidos, exceto na altura. No exterior, percebe-se isso mesmo pela forma como o 3 assenta no asfalto. Tornou-o mais imponente na estrada, sensação para a qual contribui o desenho da dianteira, com as óticas mais esguias, inspiradas no 5, e um duplo rim maior, mais dominante.

O crescimento só 3 faz-se notar também quando se entra no habitáculo. Além do conforto a que a marca já habituou os seus clientes, que sente tanto através dos bancos como dos materiais de topo que utilizou seja no tablier, seja nas quartelas das portas, há mais espaço. Nem à frente nem atrás se podem queixar. Não há luta de ombros. Na bagageira há 480 litros para encher.

Quem está ao volante consegue ter mais facilmente ter essa perceção de que o 3 está mais largo. Especialmente porque se nota logo o tablier mais alongado que permite uma melhor integração do sistema de infoentretenimento ao centro. Mais “16:9”, com um ecrã de 10,3 polegadas que tanto pode ser operado com o joystick junto à caixa de velocidades como por toque ou mesmo apenas por gestos. É à escolha.

Atrás do volante, optando pelo BMW Live Cockpit Professional, o painel de instrumentos passa a digital, com um ecrã de 12,3 polegadas completamente configurável. Tem tudo o que o condutor precisa, sendo o seu look dinâmico em função do modo de condução selecionado. Com o Pack M, um extra que custa uns bons milhares de euros (mas que é um must), optar pelo Sport Plus faz o painel passar de um modo civilizado para um que pede um circuito fechado.

Armada diesel, potência a gasolina

Explorada a tecnologia a bordo, feitos todos os ajustes ao banco e ao próprio volante, é altura de dar vida ao que não se vê, mas que nos BMW se sente sempre. Botão de Start e liga-se uma panóplia de motores, desde os diesel, com o 318d de 150 cv e o 320d de 190 cv, até ao 330d com uns potentes 265 cv, até à gasolina, ainda representado apenas pelo 330i, mas que se revela um excelente embaixador. Enquanto não chega o 340i nem o M3, é a “máquina” para aqueles condutores que se arrepiam com o ronco que sai dos escapes.

São 258 cv que tanto passam despercebidos no meio do trânsito citadino, permitindo ultrapassar o pára-arranca com suavidade, como em Sport, e ainda mais em Sport Plus, se fazem ouvir ao mais suave toque no acelerador. É rápido. Muito rápido. Faz os 0 aos 100 km/h em 5,8 segundos, mas mais impressionantes são as recuperações. É o suficiente para “colar” ao banco.

As passagens de caixa são rápidas, aumentando a sensação de “comer” asfalto. A direito parece uma flecha, mas mais impressionante é nas curvas e contra-curvas. A distribuição de peso perfeita (50-50) permite pôr o carro onde se quer em cada curva, parecendo que estamos a andar sob carris. Isto se não desligarmos o ESP. Aí, a diversão a dois aumenta. É uma berlina familiar de grandes dimensões, mas nem parece. É fácil controlar os excessos. E pura diversão que se paga com consumos menos simpáticos. Quando não se exagera facilmente faz menos de 8 litros.

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