“BE vai apresentar na especialidade medidas que tem vindo a lutar até agora”, diz Catarina Martins

  • ECO
  • 26 Outubro 2020

Bloco de Esquerda anunciou este fim de semana que vai chumbar proposta de OE 2021 na generalidade. Governo respondeu afastando o partido das negociações.

O Bloco de Esquerda vai chumbar a proposta de Orçamento do Estado (OE) para 2021, na generalidade, mas Catarina Martins garante que vai continuar, na especialidade, a pedir ao Governo que inclua medidas de reforço do financiamento do Sistema Nacional de Saúde (SNS) e do apoio social.

O BE vai apresentar na especialidade nem mais nem menos do que as medidas que tem vindo a lutar até agora“, disse a líder bloquista, em entrevista à TVI, identificando o SNS e o apoio aos setores mais afetados pela crise pandémica como prioridades para o partido. “O BE não se pode comprometer com um OE que faz com que o SNS tenha menos dinheiro no próximo ano e que diminua o apoio social”.

Relativamente à Saúde, contesta a alegação do Governo de que o orçamento do SNS vai aumentar 467,8 milhões de euros no próximo ano por considerar que a comparação não pode ser feita em relação ao Orçamento do Estado para 2020, mas sim face ao Orçamento Suplementar porque a pandemia continuará a pressionar a saúde no próximo ano. “O OE 2021 tem menos para o SNS do que tinha o cômputo do ano 2020 contando com o Orçamento Suplementar“.

Após a entrevista, o Governo respondeu através do Twitter com um gráfico em que revela aumentos anuais das transferências do Orçamento do Estado para o SNS desde 2015. Segundo os dados apresentados, houve um crescimento de 2.555 milhões de euros até 2021.

Outra das reivindicações do BE tem sido a abrangência do novo apoio social. A pedido dos bloquistas, o Executivo liderado por António Costa incluiu no OE 2021 um novo apoio social associado à pandemia. Inicialmente previsto para 170 mil pessoas e com um custo de 550 milhões de euros, foi reforçado no seguimento das negociações à esquerda.

A ministra Ana Mendes Godinho anunciou esta segunda-feira que, afinal, o apoio deverá chegar a 250 mil pessoas e que custará 633 milhões euros ao Estado. Apesar de o tornar mais abrangente, com custos mais avultados para o Estado, o partido liderado por Catarina Martins considera que o Governo podia ter ido mais longe. “No próximo ano vai haver menos apoio social“, defende.

No domingo à noite, Catarina Martins confirmou que a Mesa Nacional do BE decidiu, por unanimidade, votar contra a proposta de OE na generalidade, pela primeira vez desde 2015. O Governo respondeu, ameaçando excluir o Bloco de Esquerda das negociações do OE para 2021 na especialidade, isto depois de ter já garantido a viabilização do documento na generalidade.

(Notícia atualizada às 22h com resposta do Governo)

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Mais de três dezenas de bancos da UE utilizam paraísos fiscais

  • Lusa
  • 26 Outubro 2020

Estas operações podem revelar que os bancos estão a transferir os seus lucros para reduzir a sua fatura fiscal.

Mais de três dezenas de bancos da UE e do Reino Unido utilizaram paraísos fiscais de baixo imposto ou imposto zero e 29 “pareciam estar a declarar” lucros em países onde não empregavam, segundo um estudo da Transparency International.

“Entre os 39 bancos da União Europeia e do Reino Unido analisados no estudo, 31 estavam a utilizar paraísos fiscais de baixo imposto ou imposto zero, enquanto 29 pareciam estar a declarar lucros elevados em países onde não empregavam efetivamente qualquer pessoal”´, indicou, em comunicado, a rede anti-corrupção Transparency International Portugal (Transparência e Integridade), citando dados do relatório “Murky havens and phantom profits: the tax affairs of EU and UK banks”.

Segundo o documento, estas operações podem revelar que os bancos estão a transferir os seus lucros para reduzir a sua fatura fiscal.

Desde 2015, os bancos da União Europeia são obrigados a publicar relatórios “country by country” sobre impostos, lucros e colaboradores.

“As práticas questionáveis destacadas pela nossa investigação continuam a escapar ao escrutínio público”, apontou a responsável pelo Transparency International EU, Elena Gaita, exemplificando que o HSBC relatou lucros de 1,59 mil milhões de euros na Arábia Saudita, apesar de não ter funcionários no país.

Por outro lado, o Deutsche Bank reportou lucros de 418 milhões de euros em Malta, onde não tem colaboradores desde 2016.

“Só pudemos examinar o comportamento fiscal dos bancos porque estes estão sujeitos às regras de declaração de impostos da União Europeia, país por país”, notou Elena Gaita.

Para esta responsável, em causa pode estar “apenas a ponta do iceberg”, pelo que defende ser “essencial” que as regras sejam alargadas a outros setores da economia.

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Proibido circular entre concelhos de 30 de outubro a 3 de novembro, mas há exceções. Veja-as aqui

  • ECO
  • 26 Outubro 2020

Profissionais de saúde, agentes de proteção civil, às forças e serviços de segurança e políticos podem circular entre concelhos. Quem for trabalhar também, mas têm de mostrar declaração.

Para travar o aumento do número de casos de Covid-19, e procurando evitar as deslocações habituais no Dia de Todos os Santos, o Governo decidiu proibir a circulação entre concelhos de 30 de outubro até 3 de novembro. Medida aplica-se a todos os cidadãos, mas há algumas exceções.

A proibição de “circular para fora do concelho de residência habitual no período compreendido entre as 00h00 do dia 30 de outubro de 2020 e as 6h00 do dia 3 de novembro de 2020, salvo por motivos de saúde ou por outros motivos de urgência imperiosa”, não se aplicará, de acordo com a Resolução do Conselho de Ministros publicada em Diário da República, a:

a) Aos profissionais de saúde e outros trabalhadores de instituições de saúde e de apoio social, bem como ao pessoal docente e não docente dos estabelecimentos escolares;

b) Aos agentes de proteção civil, às forças e serviços de segurança, militares, militarizados e pessoal civil das Forças Armadas e aos inspetores da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica;

c) Aos titulares de cargos políticos, magistrados e dirigentes dos parceiros sociais e dos partidos políticos representados na Assembleia da República;

d) Aos ministros de culto, mediante credenciação pelos órgãos competentes da respetiva igreja ou comunidade religiosa, nos termos do n.º 2 do artigo 15.º da Lei n.º 16/2001, de 22 de junho, na sua redação atual;

e) Ao pessoal de apoio dos órgãos de soberania e dos partidos com representação parlamentar, desde que comprovado o respetivo vínculo profissional através de cartão de trabalhador ou outro documento idóneo;

f) Às deslocações para efeitos de atividades profissionais ou equiparadas, desde que:

  • Prestem declaração, sob compromisso de honra, se a deslocação se realizar entre concelhos limítrofes ao da residência habitual ou na mesma Área Metropolitana; ou
  • Estejam munidos de uma declaração da entidade empregadora, se a deslocação não se circunscrever às áreas definidas na subalínea anterior.

g) Às deslocações de menores e seus acompanhantes para estabelecimentos escolares, creches e atividades de tempos livres, bem como às deslocações de estudantes para instituições de ensino superior ou outros estabelecimentos escolares;

h) Às deslocações dos utentes e seus acompanhantes para Centros de Atividades Ocupacionais e Centros de Dia;

i) Às deslocações para a frequência de formação e realização de provas e exames, bem como de inspeções;

j) Às deslocações para participação em atos processuais junto das entidades judiciárias ou em atos da competência de notários, advogados, solicitadores, conservadores e oficiais de registos, bem como para atendimento em serviços públicos, desde que munidos de um comprovativo do respetivo agendamento;

k) Às deslocações necessárias para saída de território nacional continental;

l) Às deslocações de cidadãos não residentes para locais de permanência comprovada;

m) Às deslocações para assistir a espetáculos culturais, se a deslocação se realizar entre concelhos limítrofes ao da residência habitual ou na mesma Área Metropolitana e desde que munidos do respetivo bilhete;

n) Ao retorno à residência habitual.

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Uso de máscara na rua passa a ser obrigatório a partir de quarta-feira

  • ECO
  • 26 Outubro 2020

Proposta do Governo foi promulgada esta segunda-feira pelo Presidente da República.

Marcelo Rebelo de Sousa deu “luz verde” ao uso obrigatório de máscaras na rua devido à pandemia de Covid-19. A proposta do Governo foi promulgada esta segunda-feira pelo presidente da República, sendo que falta apenas a publicação em Diário da República, o que deverá acontecer esta terça-feira, para que a medida entre em vigor logo no dia a seguir.

“O Presidente da República promulgou hoje o diploma da Assembleia da República que determina, a título excecional, por 70 dias, a obrigatoriedade do uso de máscara para o acesso, circulação ou permanência nos espaços e vias públicas“, pode ler-se numa nota no site da presidência.

Na sexta-feira passada, o Parlamento aprovou a obrigatoriedade do uso de máscara para o acesso ou permanência nos espaços e vias públicas, “sempre que o distanciamento físico recomendado pelas autoridades de saúde se mostre impraticável”. A medida vai estar em vigor durante 70 dias, sendo que poderá ser renovada.

A medida foi inicialmente apresentada pelo Governo, mas em conjunto com a obrigatoriedade de utilizar a aplicação de rastreio de contágio de Covid-19. Como a grande maioria dos partidos discordou com a medida relativa à app, o PSD avançou com uma proposta apenas referente ao uso de máscaras obrigatório, sendo essa que foi votada esta sexta-feira. Passou, com os votos favoráveis do PSD, PS e CDS, o voto contra da Iniciativa Liberal e a abstenção do Bloco, PCP, PEV e da deputada não inscrita Joacine Katar Moreira.

Aplica-se aos maiores de dez anos, sendo que pode haver dispensa da obrigatoriedade “em relação a pessoas que integrem o mesmo agregado familiar, quando não se encontrem na proximidade de terceiros” ou mediante a apresentação de um atestado médico de incapacidade multiusos ou declaração médica que ateste que a condição clínica ou deficiência cognitiva não permitem o uso de máscaras. Também não é obrigatório o uso de máscara quando tal “seja incompatível com a natureza das atividades que as pessoas se encontrem a realizar”.

A fiscalização “compete às forças de segurança e às polícias municipais” e o incumprimento do uso de máscara constitui contraordenação, sancionada com coima entre os 100 e os 500 euros.

(Notícia atualizada às 20h45)

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Casos recorde de Covid-19 nos EUA castigam Wall Street

O sentimento dos investidores está a ser penalizado pelo agravamento da situação pandémica. EUA, Rússia ou França estão entre os países que registaram esta segunda-feira um número recorde de infeções.

Há cada vez mais casos de infeção por Covid-19 nos EUA e os estímulos orçamentais (que aliviem o impacto económico da pandemia) tardam em chegar. A conjugação destes dois fatores com renovadas tensões entre norte-americanos e chineses e com uma época de resultados penalizada pela pandemia atirou Wall Street para terreno negativo.

O S&P 500 deu o maior tombo diário em quatro semanas, tendo fechado com uma perda de 1,85% para 3.401,24 pontos. Já o industrial Dow Jones tombou 2,28% para 27.688,47 pontos, enquanto o tecnológico Nasdaq recuou 1,64% para 11.358,94 pontos.

O sentimento dos investidores está a ser penalizado pelo agravamento da situação pandémica. EUA, Rússia ou França estão entre os países que registaram esta segunda-feira um número recorde de infeções.

Os receios sobre o ressurgimento da Covid-19 e a contínua falha em conseguir alcançar um pacote orçamental entre Republicanos e Democratas deixou os investidores nervosos“, disse Michael Arone, chief investment strategist da State Street Global Advisors, à Reuters. “Estes foram os dois grandes drivers da queda de hoje”.

A penalizar ainda mais estão as renovadas tensões entre EUA e China depois de o gigante asiático ter sinalizado que poderá impor sanções a empresas de defesa norte-americanas caso EUA avancem com a venda de armas a Taiwan. Isto a uma semana das eleições presidenciais nos EUA e em plena época de resultados. No campo empresarial, esteve em destaque a especialista em brinquedos Hasbro, que afundou 9,5% após ter divulgado contas.

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Insurtech Lovys está a recrutar 30 programadores para novo centro tecnológico em Leiria

  • ECO Seguros
  • 26 Outubro 2020

A seguradora coloca em Portugal um novo polo tecnológico para cumprir o objetivo de atingir 100 mil clientes no final de 2021. Vai ainda lançar nova ronda de investimento e entrar em novos mercados.

A Lovys, seguradora que é uma startup portuguesa, escolheu a cidade de Leiria para instalação do seu polo de desenvolvimento tecnológico, poucos meses antes da expansão para novos mercados. O ecossistema de inovação, a qualidade de quadros na área e a proximidade a algumas universidades da região centro foram os principais critérios que justificam a escolha.

Fundada em 2017 por João Cardoso e centrada no mercado francês, a Lovys é uma insurtech portuguesa que oferece seguros sob forma de subscrição 100% digital e flexível. Os clientes podem subscrever até 4 produtos (seguro casa, carro, smartphone ou animais de companhia), podendo alterar mensalmente a sua subscrição e escolher livremente as suas garantias. A empresa conta com 55 colaboradores, tendo escritórios em Paris, Lisboa, Porto e Leiria. Levantou mais de 3,7 milhões de euros em rondas de investimento, tendo feito uma das maiores rondas seed em seguros no mercado Europeu, no valor de 3,3 milhões de euros. Tem como principais investidores a Portugal Ventures, MAIF Avenir e Plug & Play Ventures.

A Lovys tem focado o seu mercado em França onde conta com mais de 20 mil clientes, valor esse que, segundo a empresa “deverá duplicar nos próximos meses através do crescimento no mesmo mercado, mas também em novos mercados europeus”. A expansão da marca noutros países e uma nova ronda de investimento são algumas das prioridades até ao início do próximo ano, a empresa espera atingir os 100 mil clientes até ao final de 2021.

As vagas estarão disponíveis em diversas plataformas especializadas, como a Landing Jobs ou Linkedin, sendo os perfis com mais de 5 anos de experiência os mais procurados

Tendo uma componente tecnológica bastante forte, a Lovys procurou uma cidade onde pudesse desenvolver tecnologia transversalmente para vários países. Escolheu Leiria, onde a empresa detinha já um pequeno escritório, onde será criado um polo tecnológico que vai incluir diversas áreas de engenharia. Serão cerca de 30 novos colaboradores a serem recrutados nos próximos 6 meses. O polo será criado numa primeira fase na incubadora D.Dinis (IDDnet), associação criada pelo Instituto Politécnico de Leiria, a Câmara Municipal de Leiria e a NERLEI – Associação Empresarial da Região de Leiria.

As vagas estarão disponíveis em diversas plataformas especializadas, como a Landing Jobs ou Linkedin, sendo os perfis com mais de 5 anos de experiência os mais procurados.

“Cerca de 60% dos colaboradores da Lovys têm funções de cariz tecnológico”, afirma João Cardoso, CEO da Lovys, acrescentando que “a tecnologia que criamos é das nossas maiores vantagens competitivas, razão pela qual decidimos criar um dos maiores polos de inovação europeus na indústria dos seguros”.

Natural de Leiria, João Cardoso, começou a sua carreira em Londres, na Morgan Stanley após concluir a licenciatura pela Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa. Fez duas start up no Brasil até regressar a Portugal, e a França, lançando a Lovys que agora investe forte na sua cidade de origem: “a existência de talento na cidade mas também a sua capacidade de atrair pessoas de outros ecossistemas de inovação circundantes como Aveiro e Coimbra foram fundamentais na escolha”, conclui.

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Novo apoio social vai chegar a 250 mil pessoas. Governo admite gastar 633 milhões de euros

As negociações do Governo com a esquerda levaram a alterações no desenho do novo apoio social, que deverá abranger, assim, mais 80 mil pessoas do que inicialmente estava previsto.

Afinal, o novo apoio social previsto no Orçamento do Estado para 2021 deverá chegar a 250 mil pessoas, adiantou, esta segunda-feira, a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social. São mais 80 mil beneficiários do que o Governo tinha projetado inicialmente, aumento que resulta das alterações à prestação negociadas com os partidos mais à esquerda. No Parlamento, Ana Mendes Godinho avançou que o Executivo estima agora que a medida custará 633 milhões euros, mais 183 milhões de euros do que estava previsto.

“Exemplo do trabalho conjunto e do diálogo que temos feito ao longo destes meses é exatamente a evolução que fizemos na prestação social, que neste momento, com os cálculos que fazemos, consegue abranger muitas mais pessoas do que aquela que foi a construção inicial. Portanto, com o alargamento que fomos fazendo, estimamos que chegue a 250 mil pessoas, com um custo de 633 milhões de euros, o que revela o esforço de procurar chegar a todos os que precisam”, disse a governante, numa audição parlamentar, esta tarde, sobre o Orçamento do Estado para o próximo ano.

Inicialmente, o Governo tinha indicado que seriam abrangidos 170 mil beneficiários e que a medida custaria 450 milhões de euros ao Estado. O alargamento do universo de potenciais abrangidos resulta, assim, das negociações com os partidos mais à esquerda para garantir a viabilização da proposta orçamental na generalidade.

Em causa está um apoio extraordinário para os trabalhadores que percam o subsídio de desemprego, fiquem sem trabalho ou registem uma quebra de rendimentos de, pelo menos, 40%. Em termos gerais, a prestação varia entre 50 euros e 501,16 euros, mas aplicam-se fórmulas de cálculo diferentes para cada um dos grupos de beneficiários.

Aliás, esse ponto — isto é, o cálculo — era um dos que a esquerda queria ver revisto, de modo a reforçar a ajuda e alargar o universo de beneficiários. Outro era a duração da medida, defendendo as bancadas mais à esquerda a atribuição da ajuda por 12 meses em todos os casos.

Apesar de ter sinalizado alterações ao desenho da medida, esta segunda-feira, a ministra do Trabalho não detalhou que mudanças serão feitas, na especialidade, em relação ao que consta na proposta de Orçamento do Estado para 2021, que irá a votos, na generalidade, no próximo dia 28. Com os votos favoráveis do PS e as abstenções do PCP, PAN e das deputadas não inscritas, esse documento tem agora a aprovação garantida.

29 mil contratos a prazo convertidos em permanentes

Na audição desta segunda-feira, a ministra do Trabalho adiantou, além disso, que até ao momento a medida Converte+ já abrangeu 29 mil trabalhadores, que passaram assim de contratados a prazo a efetivos, nas empresas para as quais trabalham.

Tal teve um impacto de 89 milhões de euros, assegurou Ana Mendes Godinho, que avançou também que o Governo está a avaliar lançar um novo aviso deste programa no próximo ano.

Em causa está um incentivo aos empregadores para que convertam os contratos a prazo em permanentes, recebendo para o efeito um apoio equivalente a quatro vezes a remuneração base mensal prevista no novo contrato de trabalho sem termo, com um limite de sete vezes o Indexante dos Apoios Sociais, isto é, 3.071,67 euros. Este apoio pode, além disso, ser majorado.

Esta segunda-feira, Ana Mendes Godinho adiantou ainda que será lançado, nos próximos dias, um segundo aviso para o apoio à contratação sem termo de técnicos qualificados para o setor social, nomeadamente para os lares, no valor de 20 milhões de euros. Este apoio poderá ser, de resto, ser conciliado com o Programa Regressar, isto é, podem ser abrangidos emigrantes que peçam ajuda para pagar a volta a Portugal, salientou a ministra.

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Portugal vai atingir recorde de internamentos em cuidados intensivos. Temido admite enviar doentes do SNS para o privado

  • ECO
  • 26 Outubro 2020

"Estima-se que na quarta-feira seja ultrapassado n​​​úmero de internados em UCI registado na primeira vaga", que foi de 271 pessoas, diz Marta Temido.

Portugal tem vindo a registar cada vez mais casos de infeção pelo novo coronavírus. Atingem-se recordes de novos casos, aumentando os casos que obrigam a internamento, prevendo-se que seja alcançado um pico de internamentos em unidades de cuidados intensivos já esta semana, revela Marta Temido.

Estima-se que na quarta-feira seja ultrapassado n​​​úmero de internados em UCI registado na primeira vaga“, que foi de 271 pessoas, afirmou a ministra da Saúde em conferência de imprensa realizada horas depois de terem sido apresentados os números diários por Graça Freitas, a Diretora-Geral da Saúde.

A 4 de novembro, de acordo com cálculos dos técnicos do Instituto Ricardo Jorge, Marta Temido diz que se prevê que “estejam mais de 2.634 doentes internados em enfermaria e 444 em unidade de cuidados intensivos“. Isto se as medidas adotadas pelo Governo para travar a pandemia não surtirem o efeito desejado.

Atualmente, depois de o forte crescimento de novas infeções nas últimas semanas, Portugal conta com 1.672 pessoas internadas, sendo que há 240 nos cuidados intensivos.

Marta Temido diz que o SNS tem um total de 19.778 camas, sendo que 17.741 delas podem ser destinadas a doentes Covid-19. E que em situação de pico da pandemia, o número de camas pode atingir as 18.077.

Apesar de o SNS ter uma capacidade elástica, Temido diz que o “SNS está preparado para encaminhar os utentes que não tenham resposta no SNS para o setor privado e social”.

(Notícia atualizada às 19h54 com mais informação)

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CMVM ordena suspensão imediata de Artur Trindade do OMIP devido ao caso EDP

Supervisor considerou que os argumentos apresentados não eram justificação suficiente para impedir a suspensão.

A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) ordenou a suspensão imediata das funções de Artur Trindade na OMIP — Pólo Português e na OMIClear. O ex-secretário de Estado é arguido no âmbito do caso EDP por suspeitas de corrupção devido à contratação do pai do então governante pela elétrica.

“Na sequência da análise dos factos apresentados nas cinco pronúncias recebidas no âmbito da audiência dos interessados e dos elementos já apurados pela CMVM, bem como dos riscos subjacentes à permanência em funções, a CMVM entendeu tornar efetiva a decisão de suspensão de funções projetada na notificação de 21 de setembro“, diz o supervisor em comunicado.

Nessa data, a comissão liderada por Gabriela Figueiredo Dias tinha anunciado pretender pedir a suspensão do gestor por apontar falhas na idoneidade, permitindo a Artur Trindade contra-argumentar. Anuncia agora tornar querer efetiva essa decisão, apesar de sublinhar que a medida tem natureza provisória e cautelar.

“Visa assegurar, por razões de interesse público, a abstenção preventiva de Artur Álvaro Laureano Homem da Trindade do exercício das suas funções de administração naquelas entidades até ser proferida decisão no processo administrativo de reavaliação da adequação – onde se inclui a idoneidade – para o exercício das referidas funções, o qual também teve início a 21 de setembro”, explica a CMVM.

Acrescenta que mantém a apreciação de que existe uma “dúvida fundada” sobre a adequação de Artur Trindade para o desempenho dos cargos regula­dos que ocupa, “prejudicando a confiança necessária de investidores e demais agentes económicos no funcionamento eficiente dos mercados, e constituindo um risco para a estabilidade do sistema financeiro, o qual é ainda mais relevante estando em causa uma sociedade gestora de um mercado regulamentado, uma câmara de compensação e contraparte central, estruturas fundamentais para o regular funcionamento dos mercados de capitais”.

(Notícia atualizada às 19h35)

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Presidente da FPAK acredita na continuidade da F1 em Portugal

  • Jorge Girão
  • 26 Outubro 2020

"Estamos no bom caminho para fazermos parte do calendário da Fórmula 1", diz Ni Amorim, presidente da Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting.

Ni Amorim, presidente da Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting (FPAK), faz um balanço positivo da edição deste ano do Grande Prémio de Portugal, mostrando-se confiante quanto à continuidade da prova no nosso país.

A corrida que se realizou no passado fim de semana foi fruto de uma situação muito sui generis criada pela situação pandémica em que vivemos atualmente, tendo Portugal aproveitado a oportunidade para albergar um evento da categoria máxima 24 anos depois da sua última visita.

Apesar do curto período para organizar um evento tão rigorosa como um Grande Prémio de Fórmula 1, o presidente FPAK aponta que toda a organização esteve à altura do exigido, ainda que admita haver alguns aspetos a melhorar. “Desportivamente a prova foi um sucesso. Pilotos e equipas teceram largos elogios à pista e à organização, o que nos deixa extremamente satisfeitos. Não podemos esquecer que todo este ‘circo’ foi montado num curto espaço de tempo. O presidente da FIA, Jean Todt, também ficou muito bem impressionado com a pista, com as infraestruturas e com a envolvência”, diz Ni Amorim.

“Este Grande Prémio aconteceu num período difícil para todos com medidas muito específicas. Elogiado por muitos e criticado por tantos outros. Houve coisas que correram muito bem e outras que precisam ser melhoradas, mas isso é normal e faz parte de todo um processo”, acrescentou. “Saio de Portimão com o dever de missão cumprida e ciente que estamos no bom caminho para fazermos parte do calendário da Fórmula 1”, rematou.

A prova realizada do Autódromo Internacional do Algarve no passado fim de semana foi uma solução de recurso da FOM para garantir 17 provas na temporada deste ano, que foi profundamente afetada pela pandemia da Covid-19.

Contudo, apesar da edição deste ano do Grande Prémio de Portugal ser, originalmente, uma situação pontual, o responsável pelo órgão máximo do automobilismo português considera haver espaço para que a Fórmula 1 continue a visitar o nosso país. “Acredito que não foi uma participação esporádica, vamos ter de trilhar todo um caminho, é certo, mas o que se fez este fim de semana foi ímpar. Todos os que estiveram envolvidos na organização estão de parabéns, sem eles o sucesso não teria sido possível. O meu muito obrigado”, concluiu o presidente da FPAK.

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DGS revê norma sobre isolamento após contacto com infetados

  • Lusa
  • 26 Outubro 2020

Quando houver um consenso entre os peritos, a DGS fará emitir uma nova orientação sobre o período de incubação na eventualidade de um contacto de alto risco.

A Direção-Geral da Saúde (DGS) está a rever a norma sobre o período de isolamento profilático, podendo a quarentena para as pessoas que estiveram próximas de infetados com o novo coronavírus deixar de ser 14 dias.

A ciência neste momento começa a dar indicações sobre quais são os dias máximos, até onde as pessoas provavelmente podem incubar o vírus, podem vir estar infetadas e podem vir a transmitir“, disse a diretora-geral da Saúde, na conferência de imprensa de atualização de informação relativa à pandemia de covid-19.

Graça Freitas acrescentou que se está a começar a perceber que, a partir do décimo dia, “a probabilidade de alguém que ainda não se infetou se vir a infetar é pequena”. A responsável sustentou que é com base nesta ciência que a DGS está a rever documentação internacional, a analisar a evidência noutros países e a consultar peritos e especialistas.

“Estamos a trabalhar numa eventual nova recomendação que só será feita obviamente se tivermos confiança suficiente na medida que estamos a promover”, ressalvou, frisando que a DGS está a rever essa norma e quando houver um consenso entre os peritos fará emitir uma nova orientação sobre o período de incubação na eventualidade de um contacto de alto risco, ou seja, de uma pessoa que esteve próximo de um infetado com covid-19 e assim “sair do seu isolamento mais precocemente”.

Graça Freitas sustentou que estas são matérias “muito sensíveis” e a DGS tem baseado as orientações na evidência e o conhecimento.

A diretora-geral da Saúde afirmou que se começou por reduzir o período de isolamento profilático para as pessoas infetadas ao passar-se a considerar que ao fim de 10 dias, desde a data de início de sintomas ou de um teste positivo, o doente tem alta clínica desde que apresente “uma melhoria franca do seu estado clínico”.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 1,1 milhões de mortos e mais de 43 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP. Em Portugal, morreram 2.343 pessoas dos 121.133 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

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Construtora Sacyr vende negócio em África à angolana Griner por 33 milhões de euros

  • Lusa
  • 26 Outubro 2020

A construtora espanhola Sacyr anunciou que vendeu ao grupo angolano Griner as três filiais que operam em Angola, Moçambique e Cabo Verde, por 33 milhões de euros, excluindo a dívida.

A construtora espanhola Sacyr anunciou esta segunda-feira que vendeu ao grupo angolano Griner as três filiais que operam em Angola, Moçambique e Cabo Verde, por 33 milhões de euros, excluindo a dívida, sujeito a aprovações regulamentares.

“A Sacyr assinou um contrato de compra e venda com o grupo angolano Griner para a venda de três filiais: Sacyr Somague Angola, Sacyr Somague Moçambique e CVC Sacyr Somague em Cabo Verde”, lê-se num comunicado enviado hoje à Lusa.

“Esta operação enquadra-se na estratégia da Sacyr de reduzir o risco de construção em mercados não estratégicos e colocar o foco da sua atividade no negócio de concessões nos seus mercados de referência”, que representa “cerca de 80% do EBITDA [lucros antes de juros, impostos, depreciações e amortizações] do grupo”, acrescenta-se no texto.

Depois de formalizada a venda, que depende ainda da aprovação dos reguladores, “a Sacyr dará apoio técnico aos projetos de maior complexidade em curso, como o Porto de Nacala e a empreitada de construção civil da área 1 do projeto de LNG em Moçambique, ou as DMU e o porto de Namibe em Angola, para garantir uma transição plenamente satisfatória para os clientes”.

A Sacyr entrou na atividade da construção no mercado africano, em geral, e lusófono em particular, pela mão da sua filial portuguesa, a Sacyr Somague, que tem vários projetos importantes nos três países em termos de obras públicas, como portos, autoestradas e hospitais, e também de construções residenciais e instalações desportivas, aponta-se ainda no comunicado.

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