Artista Mishima Kimiyo em Lisboa para “provocar” sociedade consumista

A exposição de uma das mais importantes artistas contemporâneas japonesas está na Galeria Sokyo."Breakable Print Matter" diz o seu público em relação aos seus trabalhos que podem ser vistos em Lisboa.

A fotografia escolhida para o artigo diz muito sobre a obra e a própria Mishima Kimiyo. Em japonês escreveu “Frágil” numa peça de cerâmica. Ou seja, o sarcasmo e sentido de humor que expressa através das suas obras, numa permanente ansiedade em relação à abundância de informação e ao consumismo de uma sociedade onde tudo é rapidamente descartado.

Começou na pintura, mas no início dos anos 1960 aventura-se nas colagens com materiais impressos como jornais e revistas, entre eles páginas da LIFE, colecionada pelo marido. Uma forma de comunicar com a sociedade, com os materiais reais do seu dia-a-dia a serem usados nas obras de arte numa clara ligação às suas vivências.

Mishima Kimiyo aprendeu a técnica da serigrafia e nos anos 70 começou a trabalhar com cerâmica, aplicando os materiais impressos numa fina camada de barro através da serigrafia. Trabalhos tridimensionais tão realistas que quase parece lixo real, o que faz com que o seu público lhes chame “Breakable print matter”.

O momento em que começou a prestar atenção ao chamado lixo diário, coincide com o período de grande crescimento económico do Japão, que tal como os Estados Unidos se torna numa sociedade de consumo. A cerâmica — central na sua obra, pela sua durabilidade — foi um dos fatores que atraiu a artista, por não mudar, por não ser reciclada, assumindo uma missão de criar objetos permanentes, que nos recordam que esses produtos não vão desaparecer.

A exposição individual que acaba de inaugurar na Galeria Sokyo, em Lisboa, inclui obras de diferentes fases da sua carreira, desde 1969 até trabalhos recentes.

 

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TAP vai despedir mil tripulantes de cabine até março de 2021

Os representantes dos funcionários dizem-se "disponíveis" para colaborar no desenho do plano de reestruturação, mas acusam a TAP de esconder informações sobre deste processo.

A TAP prepara-se para despedir mil tripulantes de cabine entre até março do próximo ano, estando metade destas saídas já concretizadas. Os números são avançados pelo Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC), citando a própria TAP, que acusa a companhia aérea de excluir os trabalhadores do desenho do plano de reestruturação.

“Os tripulantes de cabine são a classe profissional mais atingida no contexto atual. Para os tripulantes de cabine, a reestruturação iniciou-se em março envolvendo a não renovação dos contratos a termo, que já afetaram mais de 500 tripulantes até à presente data, sendo que totalizará cerca de 1.000 tripulantes até final de março de 2021, segundo informação da própria TAP”, diz o SNPVAC em comunicado.

A saída de trabalhadores já foi assumida pelo Governo. O ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, disse há duas semanas que vão sair da TAP 1.600 trabalhadores até ao final do ano. Até agora, já se contaram 1.200 saídas, adiantou o governante, que indicou ainda que os prazos relativos ao plano de reestruturação vão ser cumpridos, admitindo até que possam ser antecipados.

Além da não renovação de contratos, o sindicato diz ainda que os tripulantes de cabine estão a ser afetados pelo congelamento das progressões salariais e das progressões técnicas e pela não inclusão de prestações retributivas sujeitas a contribuições para a Segurança Social na compensação paga durante o período de lay-off, incluindo a garantia mínima, o vencimento horário PNC (horas extra), a extensão de PSV e as comissões de venda a bordo.

Estes aspetos ficam evidentes pela análise do Relatório e Contas do primeiro semestre de 2020 face ao período homólogo de 2019, onde se conclui que os custos com o PNC caíram significativamente mais do que com qualquer outro grupo profissional“, aponta o sindicato.

A redução do número de trabalhadores acontece numa altura em que a TAP está a desenhar um plano de reestruturação que irá apresentar a Bruxelas no âmbito do apoio público de 1,2 mil milhões de euros à companhia aérea. Os representantes dos funcionários dizem-se “disponíveis” para colaborar neste processo, mas acusam a empresa de esconder informações sobre a evolução.

Decidiu, por isso, constituir uma equipa de trabalho multidisciplinar para assegurar colaboração numa solução que ajude à viabilização da empresa, “com o menor impacto possível em termos da sua atividade futura”, bem como minimizar o impacto da reestruturação, garantir que “os eventuais sacrifícios são repartidos de forma justa, equilibrada e transversal” e manter os associados informados.

Não podemos aceitar que este processo de reestruturação nos seja apresentado como um facto consumado, sem antes serem ouvidas as estruturas representativas dos trabalhadores, nomeadamente o SNPVAC“, acrescenta.

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Costa abre debate de terça-feira com viabilização da proposta só garantida na generalidade

  • Lusa
  • 26 Outubro 2020

Entre os partidos que se vão abster, ninguém ainda deu ao executivo socialista garantias de que manterá o sentido de voto quando a proposta for sujeita a votação final global.

O primeiro-ministro abre na terça-feira na Assembleia da República o debate da proposta de Orçamento do Estado para 2021, que tem viabilização garantida na generalidade, na quarta-feira, com a votação final global ainda muito incerta.

Dois dados recentes complicam este ano as contas do Governo para a aprovação final do Orçamento – um documento que o executivo considera ser em larga medida condicionado pela atual crise sanitária, económica e social provocada pela pandemia de covid-19: Em julho, o PCP esteve contra o Orçamento Suplementar para 2020 na votação final global; depois, este domingo, o Bloco de Esquerda anunciou o voto contra o Orçamento para o próximo ano já na generalidade, depois de cinco anos em que os parceiros à esquerda do PS viabilizaram juntos cinco orçamentos.

Ao longo dos dois dias debate, segundo fonte do executivo, além de António Costa, vão sentar-se na bancada do Governo os ministros de Estado Pedro Siza Vieira (Economia), Augusto Santos Silva (Negócios Estrangeiros), João Leão (Finanças) e Mariana Vieira da Silva (Presidência).

Estarão ainda presentes no debate orçamental os ministros do Trabalho e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, da Saúde, Marta Temido, do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, e das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, assim como os secretários de Estado dos Assuntos Parlamentares, Duarte Cordeiro, e Adjunto do primeiro-ministro, Tiago Antunes.

A proposta do Governo de Orçamento do Estado para 2021 tem votos anunciados a favor apenas do PS, contra do PSD, Bloco de Esquerda, CDS-PP, Chega e Iniciativa Liberal, sendo viabilizada na fase de generalidade pelas abstenções de PCP, PAN, PEV e das deputadas não inscritas Joacine Katar Moreira e Cristina Rodrigues.

Neste grupo de abstenções, ninguém ainda deu ao executivo socialista garantias de que manterá este sentido de voto após o processo na especialidade do Orçamento quando em 26 de novembro a proposta for sujeita a votação final global.

O PCP transmitiu mesmo essa mensagem de forma incisiva, dizendo que as negociações com o Governo registaram até agora “alguns avanços”, designadamente com a antecipação já para janeiro do aumento extraordinário de dez euros das pensões mais baixas, mas que esses progressos são “insuficientes”.

No plano político, uma das notas mais relevantes dos últimos dias foi a decisão do Bloco de Esquerda de votar contra já na generalidade, afastando-se assim da linha que tem seguido desde o Orçamento do Estado para 2016 – uma opção que poderá marcar em definitivo o fim da solução governativa denominada “geringonça”, pelo menos tal como foi construída em novembro de 2015.

O Bloco de Esquerda exigiu ao executivo socialista respostas em quatro áreas que definiu como fundamentais – reforço do Serviço Nacional de Saúde, abrangência do novo apoio social, impedir despedimentos e fim das transferências orçamentais para o Novo Banco – e concluiu que essas respostas não foram dadas ao fim de vários meses de negociações.

Em contrapartida, o Governo socialista rejeitou esta versão dos acontecimentos, assegurando que houve da sua parte progressiva aproximação de posições em relação aos bloquistas em todos esses quatro domínios, mas que este partido não se moveu da intenção de votar contra o Orçamento.

O PSD, apesar de ter contribuído em julho passado para a viabilização do Orçamento Suplementar, anunciou na semana passada que iria votar contra a proposta orçamental do Governo já na generalidade.

Na justificação do seu voto contra, entre outras razões de ordem económica e financeira, o presidente social-democrata, Rui Rio, criticou a carga inerente às despesas do Estado presente na proposta de Orçamento, assim como a escassez de medidas de apoio às empresas e de estímulo ao crescimento económico do país. Do ponto de vista político, Rui Rio referiu que foi o próprio primeiro-ministro quem publicamente dispensou o PSD de negociar uma eventual viabilização deste Orçamento.

Em matéria de cenário macroeconómico, o Governo estima que, depois de uma acentuada recessão este ano, que justifica pelas consequências mundiais da pandemia da covid-19, a economia deverá crescer 5,4% em 2021.

Também de acordo com a projeção do Governo, o défice vai descer de 7,3% em 2020 para 4,3% no próximo ano. Uma redução que, segundo o ministro de Estado e das Finanças, João Leão, deixará Portugal “em boa posição” no conjunto dos Estados-membros da União Europeia.

Na proposta do executivo de Orçamento do Estado prevê-se também uma ligeira descida do desemprego de 8,7% em 2020 para 8,2% em 2021, com as exportações (depois de uma queda de 22%) a registarem uma retoma na ordem dos 10,9% e as importações também a subirem para 7,2%.

No que respeita à evolução da dívida pública – vertente que o ministro de Estado e das Finanças considera fundamental para que Portugal consiga financiar-se com baixos juros nos mercados -, a previsão do Governo é de que desça em relação ao PIB (Produto Interno Bruto) de um máximo de 134,8% este ano para 130,9% em 2021.

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NASA anuncia descoberta de moléculas de água na superfície iluminada da Lua

  • Lusa
  • 26 Outubro 2020

Agência espacial norte-americana anunciou a descoberta de moléculas de água na superfície iluminada da Lua. "A água pode estar distribuída por toda a superfície lunar", revela a NASA.

A agência espacial norte-americana NASA anunciou esta segunda-feira a descoberta de moléculas de água na superfície iluminada da Lua.

Segundo um comunicado da NASA, a água pode estar distribuída por toda a superfície lunar, e não apenas limitada a lugares frios e às escuras.

Os dados recolhidos pelo observatório SOFIA, da NASA, permitiram, segundo a agência espacial, detetar moléculas de água na cratera Clavius, uma das maiores crateras visíveis da Terra, localizada no hemisfério sul da Lua.

Observações anteriores possibilitaram detetar hidrogénio, mas foram incapazes de distinguir entre água e hidroxilo (composto constituído por um átomo de oxigénio e outro de hidrogénio).

Os resultados da descoberta foram publicados na revista da especialidade Nature Astronomy.

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Quem tem a melhor oferta de luz, gás ou dual? Veja aqui

  • ECO
  • 26 Outubro 2020

As tarifas de energia variam consoante a dimensão da família e o tipo de oferta, mas em quase todos os fornecedores há ofertas mais baratas do que o mercado regulado.

Há cada vez mais operadores no mercado de energia, seja com ofertas de luz, gás ou de ambas. Qual a mais barata? Nem sempre é fácil identificar as opções mais em conta, mas a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) dá uma ajuda, revelando quais as ofertas mais atrativas no final do terceiro trimestre deste ano. São ofertas que permitem poupar centenas de euros.

Muon, GoldEnergy e Endesa. Estas são as três operadoras que oferecem “pacotes” mais baratos do que o mercado regulado, mostra o Boletim de Ofertas Comerciais de Eletricidade e Gás Natural da ERSE.

A Muon é mesmo a operadora que apresenta a fatura da luz mais em conta para todos os tipos de agregados familiares considerados pela ERSE, permitindo poupanças avultadas face à tarifa regulada. No caso do gás, é a Endesa que brilha.

A poupança anual da oferta mais competitiva face ao mercado regulado pode chegar aos 287 euros no caso de uma família numerosa que contrate apenas eletricidade da Muon. Para a mesma família que contrate uma oferta dual (eletricidade e gás natural), a poupança pode chegar aos 272 euros ao ano, no caso da GoldEnergy.

Para um casal sem filhos

Para um casal sem filhos que contrate um tarifário de eletricidade no mercado regulado, a fatura mensal será de 37,35 euros. Mas há 11 operadoras que oferecem opções mais baratas no mercado liberalizado. A alternativa mais em conta é oferecida pela Muon: 32,79 euros mensais, o equivalente a um desconto de 12% e a uma poupança mensal de 4,6 euros face à tarifa regulada.

A opção da Muon é uma oferta padrão, ou seja, sem qualquer tipo de restrição. Entre as ofertas condicionadas (com certas condições contratuais), é a GoldEnergy que fica mais em conta com uma fatura mensal de 32,91 euros por mês. Esta alternativa, ainda assim mais onerosa que a da Muon, permite também uma poupança de cerca de 12% face ao mercado regulado.

Se a tarifa contratada for de apenas gás natural, o mercado regulado prevê uma fatura mensal de 12,09 euros. Mas há cinco opções mais baratas. A Endesa tem a alternativa mais económica: 8,99 euros, o equivalente a um desconto de 26% e uma poupança mensal de 3,1 euros face ao mercado regulado. A opção mais cara é da Audax: 20,44 euros por mês.

Para o mesmo casal sem filhos que pretenda contratar eletricidade e gás natural na mesma fatura (dual), a tarifa do mercado regulado representa uma fatura mensal de 49,44 euros. Contudo, há quatro comercializadores com preços mais competitivos. A opção mais em conta é da Endesa: 42,35 euros por mês, permitindo uma poupança de 14% face ao mercado regulado. A Rolear, por sua vez, tem a tarifa mais cara: 54,34 euros por mês.

Para um casal com dois filhos

No caso de um casal com dois filhos que contrate um tarifário com apenas eletricidade no mercado regulado, a fatura mensal será de 90,79 euros. Mas há 11 operadoras que oferecem opções mais baratas. A alternativa mais em conta é oferecida novamente pela Muon: 78,53 euros mensais, o equivalente a um desconto de 14% e a uma poupança mensal de 12,3 euros face à tarifa regulada.

Também aqui a opção da Muon é uma oferta padrão. Se analisarmos apenas as ofertas condicionadas, é a GoldEnergy que fica mais em conta com uma fatura mensal de 78,87 euros por mês. Esta alternativa permite também uma poupança de 13% face ao mercado regulado.

Se a tarifa contratada for de apenas gás natural, o mercado regulado prevê uma fatura mensal de 23,08 euros. Mas há cinco opções mais baratas. A Endesa tem a alternativa mais económica: 19,33 euros, o equivalente a um desconto de 16% e uma poupança mensal de 3,8 euros face ao mercado regulado. A opção mais cara é novamente da Audax: 33,65 euros por mês.

Para o mesmo casal com dois filhos que pretenda contratar eletricidade e gás natural na mesma fatura (dual), a tarifa do mercado regulado representa uma fatura mensal de 113,87 euros. Contudo, há quatro comercializadores com preços mais competitivos. A opção mais em conta é da GoldEnergy: 100,97 euros por mês, permitindo uma poupança de 11% face ao mercado regulado. A Rolear tem novamente a tarifa mais cara: 120,67 euros por mês.

Para um casal com quatro filhos

No caso de um casal com quatro filhos que contrate um tarifário com apenas eletricidade no mercado regulado, a fatura mensal será de 191,56 euros. Mas há 11 operadoras que oferecem opções mais baratas. A alternativa mais em conta é oferecida novamente pela Muon: 167,65 euros mensais, o equivalente a um desconto de 12% e a uma poupança mensal de 23,9 euros face à tarifa regulada.

Também aqui a opção da Muon é uma oferta padrão. Se analisarmos apenas as ofertas condicionadas, é a GoldEnergy que fica mais em conta com uma fatura mensal de 167,95 euros por mês. Esta alternativa permite também uma poupança de 12% face ao mercado regulado.

Se a tarifa contratada for de apenas gás natural, o mercado regulado prevê uma fatura mensal de 45,22 euros. E aqui há apenas uma opção mais barata: a da Endesa, por 43,32 euros por mês, o equivalente a um desconto de 4% e uma poupança mensal de 1,9 euros face ao mercado regulado. A opção mais cara é da Audax: 58,73 euros por mês.

Para o mesmo casal com quatro filhos que pretenda contratar eletricidade e gás natural na mesma fatura (dual), a tarifa do mercado regulado representa uma fatura mensal de 236,78 euros. Contudo, há quatro comercializadores com preços mais competitivos. A opção mais em conta é da GoldEnergy: 214,10 euros por mês, permitindo uma poupança de 10% face ao mercado regulado. A Rolear tem novamente a tarifa mais cara: 248,58 euros por mês.

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Governo confirma que aumento extra das pensões até 658 euros será pago a partir de janeiro

Todas as pensões até 658 euros beneficiarão de um aumento extraordinário de 10 euros a partir de janeiro de 2021, assegurou a ministra do Trabalho.

Todas as pensões até 658,22 euros vão beneficiar de um aumento extraordinário de 10 euros a partir de janeiro do próximo ano, garantiu, esta segunda-feira, a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social. Ana Mendes Godinho veio, assim, confirmar a alteração ao Orçamento do Estado para 2021 já anunciada pelo PCP.

Na proposta de Orçamento do Estado para 2021, entregue a 12 de outubro no Parlamento, o Governo sugeriu uma atualização extraordinária das pensões até 1,5 vezes o Indexante dos Apoios Sociais (isto é, 658,22 euros), com efeitos a partir de 1 agosto. Nesse documento, o Executivo destacava que, à semelhança do que aconteceu nos anos anteriores, o reforço para as pensões que foram aumentadas entre 2011 e 2015 seria de apenas seis euros.

Esta medida acabou, contudo, por mudar de contornos, após a negociação do Governo com os partidos mais à esquerda. Na semana passada, o PCP anunciou que o Executivo se tinha comprometido a pagar o reforço de 10 euros a todas as pensões até 658 euros (mesmo às que foram aumentadas entre 2011 e 2015) a partir de janeiro.

Esta segunda-feira, a ministra do Trabalho confirmou-o. “A atualização que prevemos para 2021 é de 10 euros para todas as pensões até 1,5 IAS e a partir de janeiro“, assegurou Ana Mendes Godinho, quando questionada pelo CDS-PP sobre a discriminação das pensões aumentadas entre 2011 e 2015.

A governante avançou também que cerca de 1,9 milhões de pensionistas deverão ver as suas pensões aumentadas, por esta via, em 2021, ano em que não deverá haver aumentos pela via normal. Isto porque a inflação de 2020 deverá ficar em terreno negativo.

O Orçamento do Estado para 2021 é votado no próximo dia 28 na generalidade, estando a aprovação já garantida com a abstenção do PCP, PAN e das duas deputadas não inscritas.

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SATA quer emitir até 49,5 milhões de euros em papel comercial com garantias públicas

Estas emissões têm garantias públicas no âmbito da ajuda devido ao impacto da pandemia. Companhia aérea contratou o Haitong para o programa que está previsto decorrer até 16 de abril de 2021.

A Sata Air Açores – Sociedade Açoriana de Transportes Aéreos está no mercado para emitir até 49,5 milhões de euros em papel comercial junto de investidores qualificados. Estes títulos têm garantias da Região Autónoma, no âmbito do apoio público ao setor da aviação que está a ser fortemente afetado pela pandemia. Encaixe financeiro vai servir para financiar o plano de reestruturação da companhia.

A empresa açoriana comunicou esta segunda-feira à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) a abertura de um programa de emissões de papel comercial a decorrer até 16 de abril de 2021. “As emissões poderão ter prazos de 7 a 182 dias. O prazo de cada emissão não pode exceder o termo do programa“, explica.

Em cada emissão, a SATA admite colocar entre um milhão de euros e 49,5 milhões de euros, através de títulos com valor unitário 50 mil euros. O juro só será conhecido no momento da emissão e irá depender da procura, mas a companhia aérea está a trabalhar com o Haitong Bank para acautelar o fraco apetite dos investidores.

“Caso não seja integralmente preenchido o montante pretendido pela Emitente ao abrigo da respetiva notificação, o Haitong Bank subscreverá e tomará para si a totalidade da parcela de Papel Comercial solicitado que se encontre em falta”, refere a empresa sobre os títulos que serão emitidos à negociação na bolsa de Lisboa.

Estas emissões têm garantias da Região Autónoma no âmbito do programa de ajuda pública devido ao impacto da pandemia. A 18 de agosto, a Comissão Europeia deu luz verde ao Portugal – Rescue Aid to SATA Group, tendo informado a República Portuguesa que “não se opunha à concessão de um auxílio à Emitente sob a forma de garantia de empréstimo a contrair com a finalidade pretendida”. Esta decisão está associada a um plano de reestruturação que terá de ser entregue em Bruxelas até 18 de fevereiro do próximo ano.

O montante das emissões deverá ser utilizado pela emitente exclusivamente para dar cumprimento às necessidades constantes do plano de liquidez entregue pela Emitente à Comissão Europeia nos termos e para efeitos da decisão datada de 18 de agosto de 2020, no âmbito do processo SA.58101 (2020/N) – Portugal – Rescue Aid to SATA Group”, acrescenta a companhia aérea.

Apesar de Bruxelas ter aprovado o apoio público à SATA, informa que abriu uma investigação para apurar se Portugal respeitou as regras europeias em “certas medidas públicas de apoio” à companhia aérea, referindo-se a três aumentos de capital levados a cabo desde 2017 para resolver parcialmente os défices de capital da empresa. Os resultados desta investigação ainda não são conhecidos.

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Governo acena com papão da direita e mais 150 milhões. Bloco não aceitou

O ECO teve acesso à última carta que o Governo enviou ao Bloco de Esquerda para tentar desbloquear as negociações do Orçamento. Houve cedências, mas os bloquistas mantiveram-se irredutíveis.

Foi na tarde deste domingo, horas antes da Mesa Nacional do Bloco de Esquerda, que o Governo enviou uma carta para a Rua da Palma com os últimos argumentos para tentar convencer Catarina Martins a viabilizar o Orçamento do Estado para 2021.

Na carta, a que o ECO teve acesso, o Governo tenta responder, ponto por ponto, às reticências e às exigências do Bloco, mas aparentemente sem sucesso já que ao cair da noite de domingo, Catarina Martins anunciava, nos noticiários das televisões, que os bloquistas iriam votar contra a proposta de Orçamento na generalidade.

Nessa carta enviada ao Bloco, num último forcing para tentar convencer os parceiros da geringonça, o Governo afirmava que o esforço financeiro com o novo apoio social implica gastar “um valor próximo dos 600 milhões de euros”, um número acima dos “400 e 450 milhões de euros” que ficaram inscritos na proposta do Orçamento para este Apoio Extraordinário ao Rendimento dos Trabalhadores.

Além de abrir os cordões à bolsa, o Governo também esgrimiu argumentos políticos na tentativa de tentar conquistar o voto favorável ou a abstenção do Bloco. No final da carta, o Governo fala sobre “as alternativas que se perspetivam” a um chumbo do OE, e aqui acena com o papão da direita.

Escreve que “para a direita a austeridade é a única forma correta de reagir a uma crise. Estão contra o conjunto de medidas sociais previstas no OE2021: contra o aumento do salário mínimo, contra a política de aumento dos rendimentos e das pensões, contra maior proteção social para os que perdem o emprego e estão a ser afetados pela crise”.

Votação do Orçamento Suplementar - 03JUL20

A missiva faz ainda um apelo ao Bloco e recorda os tempos passados juntos: “Tal como em 2015, estamos prontos para, em conjunto, voltar a fazer de novo um percurso de recuperação da economia e da melhoria da vida dos portugueses. Já mostrámos que o conseguimos fazer”.

A carta termina com o Governo a prometer que a aprovação deste orçamento “será o primeiro grande passo dessa estratégia de recuperação económica e da recusa da alternativa de austeridade”.

O Orçamento, pelo menos na generalidade, vai ser viabilizado, sem os votos do Bloco de Esquerda que, pela primeira vez desde o Orçamento Retificativo do Banif, vai votar contra um Orçamento de António Costa.

Três argumentos e muitos milhões

Na carta enviada este domingo ao Bloco, o Governo tenta rebater os argumentos do Bloco de que “em 2020, o Governo não usou os 4.500 milhões de euros de que dispunha com o Orçamento Suplementar”.

O Governo rebate, defendendo que o Bloco “está a comparar limites máximos autorizados de despesa com uma previsão de execução real para o ano em curso. Em todos os orçamentos existe essa diferença quer no Orçamento geral do país quer nos orçamentos das autarquias. Porque por definição a execução da despesa tem de ficar abaixo do limite autorizado. Seria impossível gerir um orçamento e criaria enormes constrangimentos aos serviços públicos caso não houvesse essa margem”.

Explica o Governo que é mais adequado comparar “o que é comparável”, ou seja, a previsão inicial de execução da despesa para 2020 com a previsão atual de execução da despesa, numa ótica de contas nacionais.

As contas do Governo mostram que o OE2020 previa um crescimento da despesa de 4,3% em 2020 face a 2019, atingindo 94.800 milhões de euros. No OE suplementar, para fazer face à pandemia e às suas consequências económicas e sociais, reviu-se em alta a previsão de crescimento da despesa, atingindo 99.420 milhões. Finalmente, no OE2021, “é atualizada a estimativa da execução de despesa para 2020, prevendo-se um crescimento da despesa em 2020 muito semelhante ao que tinha sido previsto no OE suplementar de 8,7% (+7.904 milhões de euros), atingindo 98.889 milhões”.

“Portanto, apenas menos 531 milhões do que o previsto no OS suplementar”, desculpa-se o Governo, sendo que dessa diferença, “319 milhões devem-se à redução da previsão das despesas com juros”.

Mais dinheiro e médicos para o SNS

A Saúde é um dos pontos que este domingo, às 20h30, Catarina Martins classificava de crucial para o voto contra o Orçamento: “Os serviços estão a rebentar, e ainda não chegamos aos piores momentos da pandemia”, afirmava a coordenadora dos bloquistas.

Poucas horas antes, o Governo escrevia na carta enviada ao Bloco que o orçamento do Ministério da Saúde “tem um enorme aumento de cerca de 1.200 milhões de euros face ao OE de 2020, um aumento superior a 10%. Mesmo comparando com o OE suplementar (que teve meios extraordinários para fazer face à pandemia), o orçamento da saúde para 2021 aumenta 786 milhões”.

Sobre o número de profissionais no SNS, o Governo comprometeu-se com os parceiros de esquerda com um reforço muito elevado de profissionais em 2021: “São mais 4.200 profissionais no SNS a que se somam mais 260 profissionais para o INEM. Esta medida tem um impacto muito elevado na despesa estrutural do Estado num montante aproximado de cerca de 125 milhões por ano”.

Este é o gráfico com que João Leão tentou convencer os bloquistas:

As cedências no novo apoio social

Ainda na carta, o Governo também recorda ao Bloco as condições que o próprio partido impôs no início de setembro para que se avançasse com este novo Apoio Extraordinário ao Rendimento dos Trabalhadores.

“No início de setembro foram iniciadas as negociações com o BE, com referência na altura a um documento no qual o BE previa designadamente, abranger nas suas propostas 100.000 pessoas em 2021, com um custo de 420 milhões de euros, e assumindo como exigências da nova prestação: comprovar perda de rendimentos, disponibilidade para aceitar ofertas de emprego e condição de recursos com referência ao limiar da pobreza para todos”, explica o Governo tentando demonstrar que foi além do desenho inicial da medida.

Defende que o novo apoio social “não só cumpre estas condições, como vai mais além na abrangência, prevendo-se nesta fase uma despesa próxima dos 600 milhões”, um valor que contrasta com o gasto de 400 e 450 milhões de euros previsto no Orçamento.

O Executivo exemplifica com duas novas cedências que aceitou para alargar a abrangência deste novo apoio social:

  1. Por um lado refere que em 2021 é assegurado, a quem termine o subsídio de desemprego, o direito a receber durante seis meses o novo apoio social, sem condição de recursos, “com direito a um montante de apoio que corresponde ao valor da prestação de desemprego que recebia, com o limite de 501 euros”. Terminado este período de seis meses o trabalhador pode continuar a ter direito ao novo apoio social, sempre que reúna as respetivas condições de atribuição.
  2. Por outro lado, escreve na carta que o Governo, “está ainda disponível para avaliar a abrangência desta prestação, nomeadamente no que se refere a considerar os Membros de órgãos estatutários e de também abranger, sem aplicação da condição de recursos, os trabalhadores independentes ou os membros de órgãos estatutários cuja atividade esteja interdita por determinação do Governo ou da autoridade competente de saúde”.

Argumentos que não convenceram os bloquistas que já anunciaram que, pelo menos na votação na generalidade agendada para esta quarta-feira, vão votar contra o Orçamento. O documento terá a viabilização garantida graças às abstenções do PCP, PAN e das deputadas não inscritas Cristina Rodrigues e Joacine Katar Moreira (a antiga deputada do Livre até admitiu votar favoravelmente).

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Allianz Capital Partners interessada em projetos de hidrogénio verde em Portugal

  • Lusa
  • 26 Outubro 2020

Allianz Capital, que chegou a acordo para adquirir 75% da Galp Gás Natural Distribuição, está interessada em “explorar oportunidades de investimento na cadeia de valor do hidrogénio verde”.

A Allianz Capital Partners, que chegou a acordo para adquirir 75% da Galp Gás Natural Distribuição, está interessada em “explorar oportunidades de investimento na cadeia de valor do hidrogénio verde”, no âmbito da Estratégia Nacional Portuguesa para o Hidrogénio.

“Estamos particularmente interessados em explorar oportunidades de investimento na cadeia de valor do hidrogénio verde, contempladas na Estratégia Nacional Portuguesa para o Hidrogénio (“EN-H2”) que a Allianz subscreve plenamente”, adiantou a gestora de ativos e investimentos alternativos que faz parte da Allianz Global Investors (AllianzGI), numa resposta escrita enviada à Lusa.

Na mesma nota, a gestora de ativos privados da seguradora alemã esclarece que procura globalmente “oportunidades de investimento que forneçam fluxos de caixa estáveis, de preferência vinculados à inflação, no longo prazo com um perfil de risco-retorno adequado”.

A Galp comunicou esta segunda-feira à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) o acordo para venda de uma participação 75,01% na Galp Gás Natural Distribuição à Allianz Capital Partners, por 368 milhões de euros.

O preço acordado para a participação de 75,01% a alienar é de 368 milhões de euros, adiantou a petrolífera liderada por Carlos Gomes da Silva, referindo que o valor implícito de 100% da GGND é de 1,2 mil milhões de euros.

Por sua vez, a Allianz Capital Partners sublinhou, em comunicado, que a rede da GGND abastece cerca de 1,1 milhão de lares em Portugal e é composta em quase 95% por tubos de polietileno de baixa pressão (“PE”), que podem ser utilizados para a distribuição de hidrogénio, gás natural sintético ou biometano.

Este é o “primeiro investimento direto em infraestruturas” portuguesas da gestora de fundos de capital privado da seguradora alemã Allianz, segundo o comunicado.

“Em conjunto com a GGND e os nossos parceiros, esperamos apoiar esta infraestrutura crítica, que contribui para o plano de descarbonização da economia portuguesa e pode tornar-se um facilitador importante para a transição energética para gases renováveis, proporcionando aos nossos clientes de seguros e investidores rendimentos de longo-prazo ajustados ao risco”, refere, citado na mesma nota, o diretor de investimentos da Allianz Capital Partners, Christian Fingerle.

A Allianz Capital Partners está também presente no mercado de energias renováveis em Portugal, tendo-se tornado dona, em 2018, de duas centrais solares: Ourika, com 46 megawatts (MW) de potência instalada, no concelho de Ourique, Alentejo, e a Solara, com quase 220 MW, no concelho de Alcoutim, Algarve.

A GGND gere as empresas concessionárias e licenciadas responsáveis pela atividade de operação de redes de gás nas nove concessões regionais, com mais de 10.000 quilómetros de redes de distribuição em serviço, estando presente em 85 concelhos do país.

O capital da GGND era detido em 77,5% pela Galp Gas & Power, SGPS, e os restantes 22,50% pertencem à Meet Europe Natural Gas, Lda, uma sociedade detida pelas japonesas Marubeni Corporation (50%) e pela Toho Gas (50%).

Esta transação está sujeita às aprovações regulatórias usuais e à obtenção de consentimentos de terceiros, sendo a sua conclusão esperada para o primeiro trimestre de 2021.

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Galp afunda 5% para mínimos de 11 anos após revelar prejuízos

Petrolífera nacional apresentou esta manhã prejuízos de 45 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano e foi castigada na bolsa: ações tombaram quase 5% para o valor mais baixo desde 2009.

A Galp afundou quase 5% na bolsa, depois de ter apresentado prejuízos de 45 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano. As ações da petrolífera caíram para mínimos de mais de 11 anos.

Com uma queda de 4,89% para 7,74 euros, o valor mais baixo desde janeiro de 2009, a companhia petrolífera liderada por Carlos Gomes da Silva protagonizou um dos piores desempenhos em Lisboa. O PSI-20, o principal índice português, cedeu 2,12% para 4.051,69 pontos.

Além dos prejuízos de 45 milhões até setembro, que comparam com os lucros de 403 milhões no período homólogo, a Galp anunciou a venda de 75% da empresa de distribuição de gás natural à gestora de ativos Allianz Global Investors, por 368 milhões. O negócio, ainda a aguardar a autorização dos reguladores, avalia a Galp Gás Natural Distribuição em cerca de 1,2 mil milhões.

Em conference call, Carlos Gomes da Silva disse que a companhia vai manter as “perspetivas cautelosas para os próximos meses”, destacando a refinação como uma área particularmente desafiante. “Manteremos o foco na otimização dos negócios e na eficiência operacional. Na arena da refinação e de midstream, são tempos realmente difíceis, especialmente para a refinação”, disse o CEO da Galp, citado pela Reuters.

Galp Energia tomba 5%

A Galp não foi a única cotada sob alta pressão esta segunda-feira em Lisboa. Apenas a Jerónimo Martins escapou à maré vermelha, ao somar 0,31% para 14,485 euros, enquanto a Sonae Capital fechou sem qualquer variação nos 0,77 euros.

A maior queda pertenceu à Altri, com a papeleira a ceder 4,94% para 3,38 euros. Também a Novabase (-4,24%) e a Nos (-4,13%) encerraram o dia a perder mais de 4%, intensificando as perdas na praça portuguesa.

Entre os pesos pesados, o BCP, que presta contas ao mercado esta quinta-feira, caiu quase 3% para 7,52 cêntimos. Os analistas do Caixabank/BPI apontam para uma queda do lucro na ordem dos 40% no terceiro trimestre. EDP e EDP Renováveis cederam mais de 1%.

Lisboa acompanhou as quedas que se verificaram um pouco por toda a Europa após Itália e Espanha terem imposto novas restrições para controlar a segunda vaga da pandemia.

O alemão DAX-30 tombou mais de 3% para mínimos de quatro meses. O Stoxx 600, que reúne as 600 principais companhias europeias, cede 1,81%. Os principais índices em França e Espanha recuaram 1,90% e 1,23%, respetivamente.

(Notícia atualizada às 17h10)

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Apoios extraordinários já custaram dois mil milhões de euros ao Estado

Face à pandemia de coronavírus, o Governo criou uma série de apoios extraordinários ao emprego, às empresas e aos rendimentos das famílias. Até agora, já custaram dois mil milhões de euros.

Os apoios extraordinários criados face à pandemia de coronavírus já custaram dois mil milhões de euros ao Estado, avançou, esta segunda-feira, a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social. Ana Mendes Godinho detalhou que, desse total, 1,5 mil milhões dizem respeito a pagamentos diretos e os restantes 500 milhões a isenções e reduções contributivas.

De acordo com a governante, até ao momento, os apoios extraordinários em causa já abrangeram 2,2 milhões de pessoas e 150 mil empresas, tendo custado ao Estado dois mil milhões de euros, entre custos diretos e indiretos.

No que diz respeito às medidas direcionadas para os rendimentos das famílias, Ana Mendes Godinho detalhou que 110 mil pessoas já beneficiaram das baixas médicas por isolamento profilático pagas a 100%, e 34 mil das baixas médicas por Covid-19 também pagas a 100%. A ministra adiantou ainda que 60 mil pessoas beneficiaram da prorrogação das prestações sociais mínimas, nomeadamente quando terminavam o subsídio social de desemprego. Essas medidas custaram 46 milhões de euros, 11 milhões de euros e 40 milhões de euros, respetivamente.

Quanto aos apoios ao emprego, o lay-off simplificado abrangeu 895 mil trabalhadores e 110 mil empresas; As medidas pós lay-off atingiram, até agora, 460 mil trabalhadores. Desde julho que só as empresas cuja atividade continue encerrada por imposição legal podem aderir à versão simplificada do lay-off. Em alternativa, o Governo criou o apoio à retoma progressiva e o incentivo à normalização da atividade.

A ministra do Trabalho anunciou também esta segunda-feira o reforço do Adaptar Social+ de 10 milhões de euros para 19 milhões de euros. Em causa está uma medida desenhada para financiar as medidas de proteção e a compra de equipamentos de proteção.

“Almofada” da Segurança Social daria para pagar prestações por 20 meses

O Governo estima que o Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social deverá chegar aos 22,2 mil milhões de euros no próximo ano, o que daria para pagar as prestações durante 20 meses, num cenário de ausência de receitas. Estes dados foram avançados, esta segunda-feira, pela ministra do Trabalho, quando questionada pelo PS sobre a sustentabilidade da Segurança Social.

Ana Mendes Godinho destacou ainda que o referido valor representa uma melhoria de oito mil milhões de euros face a 2015. “É o valor mais alto em termos de evolução do Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social [FEFSS]”, garantiu a governante.

A ministra avançou, por outro lado, que os primeiros saldos negativos do sistema deverão acontecer, é estimado, no final da década de 2020, o que é um cenário “semelhante” ao que já existia em 2018 e 2019. “Em qualquer uma das situações, estamos com projeções semelhantes aquelas que tínhamos em 2018 e 2019”, disse.

(Notícia atualizada às 18h14)

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UE prepara “direitos de retaliação” para avançar contra EUA por ajudas à aviação

  • Lusa
  • 26 Outubro 2020

A Comissão Europeia está atualmente a finalizar o processo de preparação de tarifas retaliatórias, envolvendo os Estados-membros da UE.

A União Europeia (UE), que recebeu esta segunda-feira ‘luz verde’ formal da Organização Mundial do Comércio (OMC) para impor tarifas retaliatórias de 3,4 mil milhões de euros contra os Estados Unidos, avisou estar “a finalizar” o processo de preparação.

Em meados deste mês, a OMC autorizou a UE a avançar com tarifas retaliatórias de quatro mil milhões de dólares (3,4 mil milhões de euros) contra os Estados Unidos no caso que opõe os dois blocos por ajudas diretas à aviação, medida essa que foi formalmente adotada esta segunda-feira pelo órgão de resolução de litígios da organização.

Em reação a essa formalização, o bloco comunitário informou em comunicado que “a Comissão Europeia está atualmente a finalizar o processo [de preparação de tarifas retaliatórias], envolvendo os Estados-membros da UE”, embora prefira chegar a um acordo com os Estados Unidos sobre a aviação.

O objetivo é que a UE esteja, então, “pronta a utilizar os seus direitos de retaliação no caso de não haver perspetivas de levar o litígio a uma solução mutuamente benéfica num futuro próximo”, frisa Bruxelas na nota de imprensa.

O vice-presidente executivo da Comissão Europeia com a pasta do Comércio, Valdis Dombrovskis, reitera no comunicado que prefere “um acordo negociado com os Estados Unidos”.

“Para o efeito, continuamos a envolver-nos intensamente com os nossos homólogos americanos, e estou em contacto regular com o representante comercial dos Estados Unidos, Robert E. Lighthizer”, precisa Valdis Dombrovskis.

Ainda assim, avisa que, “na ausência de um resultado negociado, a UE estará pronta a tomar medidas em conformidade com a decisão da OMC”.

Em causa está a disputa comercial entre Washington e Bruxelas por causa de ajudas públicas à aviação norte-americana (Boeing) e europeia (Airbus), que já dura há vários anos, e no âmbito da qual a OMC já declarou como culpados tanto os Estados Unidos como a UE.

Com a decisão agora formalizada, a UE pode aumentar os seus direitos sobre as exportações americanas até 3,4 mil milhões de euros.

Na decisão publicada em meados de outubro, o órgão de apelação da OMC justificou que o montante total destas tarifas retaliatórias que a UE pode adotar é “proporcional ao grau e natureza dos efeitos adversos” das ajudas públicas dos Estados Unidos à Boeing.

E nesse acórdão favorável à UE, a OMC precisou, ainda, que essas contramedidas contra os Estados Unidos podem traduzir-se na “suspensão de concessões pautais e outras obrigações” nomeadamente relativas a uma “lista de produtos norte-americanos a ser definida oportunamente”.

Em outubro passado, a OMC decidiu a favor dos Estados Unidos e autorizou o país a aplicar tarifas adicionais de 7,5 mil milhões de dólares (quase sete mil milhões de euros) a produtos europeus, em retaliação pelas ajudas da UE à fabricante francesa de aeronaves, a Airbus.

Essa foi a sanção mais pesada alguma vez imposta por aquela organização.

Entretanto, em dezembro de 2019, os juízes da OMC defenderam que estas tarifas adicionais deviam ser reduzidas em cerca de dois mil milhões de dólares para perto de cinco mil milhões de dólares.

Com esta permissão, os Estados Unidos adotaram taxas aduaneiras de 10% na aeronáutica e de 25% na agricultura.

Em retaliação, Bruxelas avisou logo que iria adotar medidas semelhantes quando tivesse ‘luz verde’ da OMC – o que hoje aconteceu – já que Washington também foi considerado culpado por apoiar a Boeing.

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