Sobremesa com pólen apícola criada em Aveiro vence prémio europeu de inovação alimentar

  • Lusa
  • 20 Outubro 2020

O Orangebee é um preparado fermentado de aquafaba (água que resulta da cozedura de leguminosas) com uma camada de geleia de laranja, polvilhado com pólen apícola. Pode ser usado como sobremesa.

Portugal conquistou o primeiro prémio na ECOTROPHELIA Europe, considerada a maior competição europeia em ecoinovação alimentar, com um preparado de duas estudantes de mestrado da Universidade de Aveiro, anunciou esta terça-feira a fonte académica.

O preparado alimentar “Orangebee”, à base de aquafaba e pólen apícola, que reutiliza desperdícios da indústria alimentar, foi o vencedor da competição que juntou estudantes universitários de 13 países europeus, sendo a edição deste ano a quarta participação portuguesa. A competição visa promover a inovação, o empreendedorismo e a competitividade do setor agroalimentar europeu, desafiando estudantes do ensino superior a desenvolverem produtos inovadores e sustentáveis.

Bárbara Vitoriano e Adelaide Olim, alunas de mestrado em biotecnologia alimentar e design, respetivamente, na Universidade de Aveiro, desenvolveram um preparado fermentado de aquafaba (água que resulta da cozedura de leguminosas) com uma camada de geleia de laranja, polvilhado com pólen apícola.

Trata-se de um produto alimentar “que pode ser utilizado como sobremesa, e reutiliza resíduos habitualmente desprezados pela indústria alimentar”. De acordo com as mentoras do projeto, o Orangebee “é um preparado fermentado sem gordura e fonte de fibra, com 89 kcal por porção (que providencia 8% da dose diária recomendada de vitamina C e 21% da dose diária de FOS, prebiótico importante na regulação do trânsito intestinal), sendo um produto vegetariano, sem glúten e lactose.

Devido à presença do pólen apícola, considerado alimento funcional, fornece também uma quantidade considerável de vitaminas antioxidantes e flavonoides, essenciais na proteção do organismo contra as agressões externas.

Christoph Hartmann, da Nestlé, que liderou o júri europeu, explicou a escolha: “o produto Orangebee tem um design bastante apelativo, muita qualidade e uma proposta de valor elevada. É um excelente contributo para o futuro da inovação alimentar.” O Orangebee foi o projeto ecoinovador que representou Portugal, após o apuramento na competição nacional, de entre os 13 países em competição e as 14 universidades europeias presentes.

Os projetos desenvolvidos pelas equipas de estudantes da Grécia e da Islândia garantiram o segundo e terceiro lugar do pódio, respetivamente — o projeto O-live, que desenvolveu gressinos à base de azeite e com diferentes recheios de vegetais e frutos gregos, e o projeto Frosti, que apresentou uma solução de flocos de skyr sem lactose.

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Um em cada dez portugueses quer reequipar a casa. Foco é a cozinha

13% dos portugueses tencionam reequipar a casa, com foco na cozinha. Observador Cetelem aponta que, em média, vão gastar 350 euros em grandes eletrodomésticos.

As intenções de consumo para a habitação dos portugueses estão a aumentar e já existem alguns sinais de retoma. Dados recolhidos pelo Observador Cetelem mostram que 13% dos portugueses inquiridos querem reequipar a casa, sendo o principal foco a cozinha (44%). Já o consumo de pequenos eletrodomésticos registou um aumento de dois pontos percentuais face a junho, enquanto os móveis e a decoração tiveram um decréscimo de cinco pontos percentuais.

Estando os portugueses de olhos postos no reequipar das cozinhas, os grandes eletrodomésticos são também uma das categorias onde tencionam gastar mais, uma média de 357,65 euros, calcula o Observador Cetelem. Em simultâneo, os portugueses planeiam gastar uma média de 74,86 euros em pequenos eletrodomésticos.

Contrariamente aos eletrodomésticos e à semelhança do mobiliário, a informação recolhida aponta para uma menor intenção de compra de eletrodomésticos de imagem e som (uma redução de um ponto percentual) e de investimentos em obras e remodelações (menos quatro pontos percentuais), concluiu o inquérito, que entrevistou uma amostra de 1.000 pessoas residentes em Portugal Continental.

Ainda no que respeita a investimentos na habitação, também está nos planos de 3% dos portugueses remobilar a sala (52%), a cozinha (30%) e os quartos (27%). As divisões que vão merecer mais atenção são a cozinha (55%), os quartos e a casa de banho (ambos com 18%).

O inquérito apurou ainda que, apesar do grande crescimento das compras online nos últimos meses, “quando se trata de mobiliário ainda existe uma preferência pela compra em lojas físicas (100%)”. No entanto quando trata-se de comprar eletrodomésticos e equipamentos de imagem e som, o online já é opção para cerca de 15% dos portugueses.

Numa análise ao perfil da habitação dos portugueses, conclui-se que 72% reside em apartamentos, 15% numa moradia com espaço exterior e 12% em moradia sem espaço exterior. Destes, 70% vive em casa própria e 27% em casa alugada.

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Juros implícitos no crédito da casa aliviam de máximos de cinco meses. Taxa média fixa-se nos 0,966% em setembro

A taxa de juro implícita no crédito à habitação fixou-se nos 0,966%, em setembro, para globalidade dos contratos.

Os juros implícitos do crédito da casa aliviaram após máximos de cinco meses. A taxa de juro implícita no conjunto dos contratos desceu ligeiramente para fixar-se nos 0,966% em setembro, revela o Instituto Nacional de Estatística (INE) esta terça-feira.

“A taxa de juro implícita no conjunto dos contratos de crédito à habitação foi 0,966% em setembro (0,967% no mês anterior). Nos contratos celebrados nos últimos três meses, a taxa de juro desceu de 1,003% em agosto para 0,966% em setembro”, adianta o gabinete público de estatísticas.

Para o destino de financiamento de aquisição de habitação, “o mais relevante no conjunto do crédito à habitação”, a taxa de juro implícita para o total dos contratos pelo contrário subiu. O aumento foi de 0,2 pontos base face a agosto, para se fixar nos 0,985%. No que se refere aos contratos celebrados nos últimos 3 meses, a taxa de juro para este destino de financiamento fixou-se em 0,961%, abaixo dos 0,994% verificados em agosto.

Evolução dos juros implícitos no crédito da casa

Fonte: INE

No que diz respeito ao valor médio da prestação vencida, para a totalidade dos contratos, esta manteve-se inalterada nos 226 euros, o que acontece pelo terceiro mês consecutivo. Desse valor, 44 euros (19%), corresponderam ao pagamento de juros, enquanto os 182 euros remanescentes (81%) equivaleram à amortização de capital. Já nos novos contratos, o valor médio da prestação desceu 2 euros, para 283 euros.

Face a esse quadro, em setembro, o capital médio em dívida para a totalidade dos contratos subiu 167 euros face ao mês anterior, para se fixar nos 54.484 euros. Para os contratos celebrados nos últimos três meses, o montante médio do capital em dívida foi de 108.249 euros, mais 321 euros do que em agosto.

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INE alerta para travagem da economia. “Ritmo de recuperação foi mais lento em setembro”

O INE antecipa que o ritmo de recuperação da economia foi "mais lento" em setembro do que nos meses anteriores.

O Instituto Nacional de Estatística (INE) alerta que o ritmo de recuperação da economia, após o choque inicial da crise pandémica, desacelerou em setembro face aos meses de verão, de acordo com a Síntese Económica de Conjuntura de setembro divulgada esta terça-feira.

“Em Portugal, não considerando médias móveis de três meses (ver secção seguinte), a informação disponível revela uma contração progressivamente menos intensa da atividade económica entre junho e setembro”, explica o Instituto Nacional de Estatística”, assinalando, porém, uma travagem: “O ritmo de recuperação foi mais lento em setembro que nos meses anteriores“, alerta.

O mesmo aconteceu na Zona Euro onde a recuperação económica continuou em setembro, mas a um ritmo “mais lento”. Houve um aumento da confiança na indústria, comércio a retalho, construção e, em particular, nos serviços, tendo a melhoria da confiança nos consumidores sido “ténue”.

Este é o primeiro sinal claro — será preciso esperar até à segunda quinzena de novembro para se saber o PIB do terceiro trimestre — de que a recuperação da economia pode ter desacelerado com a deterioração da situação pandémica, levando a uma maior precaução por parte dos consumidores. No caso de Portugal, o indicador de confiança dos consumidores caiu em setembro.

Este indicador permanece assim “num patamar relativamente próximo nos últimos três meses após a recuperação parcial observada em maio e junho, mas situando-se ainda significativamente abaixo dos níveis pré-pandemia”. Entre agosto e setembro, os portugueses mostraram-se mais pessimistas sobre a evolução futura da economia portuguesa e sobre a sua situação financeira particular. Contudo, é de assinalar que aumentaram as expectativas relativas à realização de compras importantes.

Já o indicador de clima económico, que junta as opiniões das empresas, continuou a recuperar em setembro. Os indicadores de confiança aumentaram na construção e obras públicas e nos serviços, tendo diminuído no comércio e na indústria transformadora.

(Notícia atualizada às 11h34 com mais informação)

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Football Leaks: Jorge Jesus disse “não saber” bem o que fazia em tribunal

  • Lusa
  • 20 Outubro 2020

Jorge Jesus afirmou em tribunal “não saber bem” porque estava a testemunhar no processo ‘Football Leaks’, no qual o arguido Rui Pinto é acusado de ter divulgado o seu contrato com o Sporting.

O treinador de futebol Jorge Jesus afirmou esta terça-feira em tribunal “não saber bem” porque estava a testemunhar no processo ‘Football Leaks’, no qual o arguido Rui Pinto é acusado de ter divulgado o seu contrato com o Sporting.

Nunca foi coisa a que desse grande importância, nem sei o que estou aqui a fazer”, afirmou o atual técnico do Benfica, durante a 14.ª sessão do julgamento do processo, que decorre no Tribunal Criminal de Lisboa.

Perante esta afirmação, o coletivo de juízes lembrou ao técnico, que teve dificuldade em precisar o período durante o qual orientou o Sporting, que foi arrolado como testemunha pelo Ministério Público, pela defesa e por assistentes.

Em tribunal, Jorge Jesus afirmou não saber que tinha uma conta de email no Sporting, à qual, segundo a acusação, Rui Pinto terá acedido de forma ilegal.

Nem sabia que tinha conta de email no Sporting. Não sei se o Sporting me criou essa conta. Se o fez, eu não tinha conhecimento”, disse Jorge Jesus, acrescentando: “Se usei [a conta]? Não, nem no Benfica, nem no Sporting.”

O treinador, que esteve no Sporting entre 2015 e 2018, mas referiu ao coletivo ter orientado os ‘leões’ entre 2014 e 2016, referiu que a divulgação do contrato nunca o preocupou, porque não tem “nada a esconder”.

“[A divulgação] Não me preocupou, não tenho nada a esconder, nem valorizei. Para mim, nunca criou instabilidade, e não estava ali nada que não fosse verdade. Não sei o que a divulgação causou ao Sporting, sou treinador de futebol”, afirmou.

Rui Pinto, criador da plataforma eletrónica ‘Football Leaks’, através da qual foram divulgados milhares de documentos confidenciais do mundo do futebol e alegados esquemas de evasão fiscal cometidos em diversos países, está acusado de 90 crimes.

O arguido, de 31 anos, responde por um total de 90 crimes: 68 de acesso indevido, 14 de violação de correspondência, seis de acesso ilegítimo, visando entidades como o Sporting, a Doyen, a sociedade de advogados PLMJ, a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e a Procuradoria-Geral da República (PGR), e ainda por sabotagem informática à SAD do Sporting e por extorsão, na forma tentada.

Este último crime diz respeito à Doyen e foi o que levou também à pronúncia do advogado Aníbal Pinto.

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Catarina Martins: “Se for o Ministério Público a investigar, passam 10 anos sem sabermos o que se passou” no NB

Líder do Bloco diz confiar no Ministério Público, mas quer que seja o Parlamento a investigar o que se passa no Novo Banco para não ter de esperar dez anos pelos resultados.

Catarina Martins diz que confia no Ministério Público, mas prefere que seja o Parlamento a liderar a investigação ao Novo Banco e àquilo que considera ser um “assalto” do fundo Lone Star aos portugueses para não ter de esperar 10 anos para saber o que se está a passar no banco.

“Se entregarmos isto (Novo Banco) aos tempos do Ministério Público e o Parlamento não fizer nada para investigar para saber o que se está a passar, vamos ter pago tudo à Lone Star, a Lone Star vende o Novo Banco, até pode destruir o banco, que passarão dez anos sem sabermos o que se passou”, disse a coordenadora do Bloco de Esquerda em entrevista ao Observador (acesso livre).

A líder bloquista disse que “há indícios muito fortes de que a Lone Star está a vender ativos a preço de saldo e não se sabe muito bem a quem”. “Negócios que são muito estranhos feitos com muita proximidade entre quem vende e quem compra“, afirmou.

"Se entregarmos isto (Novo Banco) aos tempos do Ministério Público e o Parlamento não fizer nada para investigar para saber o que se está a passar, vamos ter pago tudo à Lone Star, a Lone Star vende o Novo Banco, até pode destruir o banco, que passarão dez anos sem saber o que se passou.”

Catarina Martins

Coordenadora do Bloco de Esquerda

Nesse sentido, insta o Governo a não se comprometer com mais dinheiro para o Fundo de Resolução injetar no Novo Banco sem serem conhecidos os resultados da auditoria que a Assembleia da República já pediu ao Tribunal de Contas. “Se todos os partidos estão de acordo que é preciso investigar e que o Lone Star está a assaltar os portugueses, queremos garantir que não haja mais nenhuma injeção sem resultados de uma nova investigação“, sublinhou Catarina Martins.

Catarina Martins adiantou ainda que o Bloco tem uma “solução para o dia seguinte” porque a Lone Star vai querer vender o banco, admitindo que poderá passar pelo Estado ou pela banca privada.

Pelo meio, a dirigente bloquista lançou críticas à forma como os bancos são fiscalizados pelas empresas de auditorias, com a fatura dos problemas a sobrar sempre para o erário público: “O sistema financeiro está feito num clube de amigos. As quatro empresas que podem auditar os bancos são as mesmas fazem negócios com os bancos. E vamos de escândalo em escândalo financeiro com os contribuintes a pagar e sem que ninguém tenha sido condenado”.

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Juncker “escandalizado” com cortes orçamentais na UE impostos por “frugais”

  • Lusa
  • 20 Outubro 2020

"Estou escandalizado com estas derrapagens, que se devem à influência nociva dos quatro 'frugais", afirma Juncker, que se diz desiludido com a “falta de ambição” dos líderes europeus.

O antigo presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, afirma-se desiludido com a “falta de ambição” dos líderes europeus em termos da capacidade orçamental da União Europeia (UE), manifestando-se “escandalizado” com os cortes impostos pelos chamados países ‘frugais’.

Numa entrevista concedida à Fundação Schuman no início do mês e publicada esta semana, o ex-presidente do executivo comunitário lamenta que o acordo alcançado em julho passado em torno do orçamento da UE para 2021-2027 contemple cortes avultados em diversas políticas relativamente à proposta original apresentada ainda pela sua Comissão.

“O Conselho Europeu cortou no financiamento do programa Erasmus, baixou também o orçamento para a Defesa, para a Investigação, para a Saúde. Estou escandalizado com estas derrapagens, que se devem à influência nociva dos quatro ‘frugais‘”, disse, referindo-se às posições negociais de Holanda, Áustria, Suécia e Dinamarca.

Estes quatro Estados-membros, autodenominados “frugais”, acertaram posições durante as negociações sobre o Fundo de Recuperação e o Quadro Financeiro Plurianual, negando-se a aprovar um compromisso mais ambicioso em termos orçamentais.

Juncker nota também na entrevista que mesmo o Plano de Relançamento acordado para fazer face à crise económica provocada pela pandemia, num valor total de 750 mil milhões de euros, “não é assim tão impressionante”. “Se compararmos com os 550 mil milhões de investimentos gerados pelo ‘plano Juncker’, é quase na mesma ordem”, observou, referindo-se àquela que foi a “bandeira” do seu mandato, o plano de investimentos estratégicos, lançado em 2014, no primeiro ano de mandato do executivo liderado pelo dirigente luxemburguês.

Juncker também notou que, quando era presidente do Eurogrupo, lançou em conjunto com Itália a ideia de eurobonds, que foi rejeitada, constando que, agora, a Comissão irá aos mercados angariar os 750 mil milhões de euros “como se fosse a coisa mais normal do mundo”, considerando que o princípio é o mesmo, o do endividamento comum.

Por fim, mesmo relativamente à suspensão das regras do Pacto de Estabilidade e Crescimento, decidida este ano pela Comissão dirigida por Ursula von der Leyen para permitir aos Estados-membros desviarem-se das regras de défice e dívida pública para fazer face à crise da pandemia, Jean-Claude Juncker recordou que, no quadro da crise financeira anterior, avançou ele próprio com essa ideia, “contra a vontade de Alemanha e Holanda”.

Tanto o Quadro Financeira Plurianual para 2021-2027 como o Fundo de Recuperação acordados em julho passado pelos líderes europeus, depois de uma “maratona” negocial de quatro dias e quatro noites, aguardam ainda o acordo interinstitucional com o Parlamento Europeu, sem o qual não poderão entrar em vigor a 1 de janeiro próximo.

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Desempregados inscritos no IEFP aumentam 36,1% em setembro

No fim do nono mês do ano estavam registados, nos Serviços de Emprego do Continente e Regiões Autónomas, 410.174 indivíduos desempregados.

O número de desempregados registados em Portugal voltou a subir em setembro, 36,1% face ao mesmo mês de 2019, revelam os dados divulgados pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) esta terça-feira. No fim do nono mês do ano estavam registados, nos Serviços de Emprego do Continente e Regiões Autónomas, 410.174 indivíduos desempregados, nota o IEFP.

Desta forma, em um ano, inscreveram-se mais 108.892 desempregados no IEFP. Já quando se comparam os números de setembro com o mês anterior, agosto, o número de desempregados inscritos aumentou em 843 pessoas, o que se traduz numa variação de 0,2%. Este foi assim o terceiro mês consecutivo de agravamento destes números, depois de uma queda em junho.

Apesar de todos os grupos terem contribuído para o aumento homólogo de desempregados, o destaque vai “para as mulheres, adultos com idade igual ou superior a 25 anos, os inscritos há menos de um ano, os que procuravam novo emprego e os que possuem como habilitação escolar o secundário”, adianta o IEFP.

No que diz respeito à distribuição a nível regional, em setembro, é o Algarve que sobressai, uma região bastante afetada pela pandemia, nomeadamente devido aos entraves que esta colocou ao turismo. O desemprego no Algarve aumentou em 157,5% face ao mesmo período do ano anterior. Em Portugal, apenas a Região Autónoma dos Açores escapou ao aumento do desemprego, tendo mesmo registado um decréscimo de 1,2%.

Foi no setor dos serviços que se registaram mais desempregados, sendo que, olhando mais próximo, as subidas percentuais mais acentuadas foram nas atividades de Alojamento, restauração e similares (+91,5%), Transportes e armazenagem (+67,8%) e Atividades imobiliárias, administrativas e dos serviços de apoio (+53,1%).

O IEFP adianta ainda que existiam 14.398 ofertas de emprego por satisfazer no final de setembro de 2020, menos 23,9% do que no período homólogo mas mais 6,1% do que em agosto. Já as colocações nesse mês totalizaram as 8.244 em todo o país.

(Notícia atualizada às 11h35)

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Endividamento da economia atinge novo recorde nos 736,6 mil milhões de euros

O endividamento dos cidadãos, empresas e Estado subiu 1,7 mil milhões em agosto, atingindo um total de 736,6 mil milhões de euros. Os números dos últimos meses foram revistos em baixa pelo BdP.

O endividamento da economia portuguesa (empresas, cidadãos e Estado) subiu 1,7 mil milhões de euros em agosto, face a julho, fixando-se nos 736,6 mil milhões de euros, acima do recorde alcançando em maio de 735,8 mil milhões de euros, segundo os dados do Banco de Portugal divulgados esta terça-feira.

Os números mostram que o banco central reviu em baixa a série do endividamento da economia dos últimos meses uma vez que anteriormente este valor já tinha superado os 740 mil milhões de euros, o que deixa de acontecer nesta atualização.

Recorde-se que, na sequência da crise pandémica que levou os agentes económicos a endividarem-se mais, o endividamento da economia em percentagem do PIB disparou ao aumentar mais de 15 pontos percentuais num só trimestre, passando dos 338% no primeiro trimestre para os 354,2% do PIB no segundo trimestre.

Em agosto, “endividamento do setor não financeiro situou-se em 736,6 mil milhões de euros, dos quais 334,4 mil milhões de euros respeitavam ao setor público e 402,2 mil milhões de euros ao setor privado”, esclarece o Banco de Portugal. O aumento do endividamento da economia deveu-se principalmente à subida de 2,3 mil milhões de euros do endividamento do setor público.

Endividamento da economia atinge novo recorde

Fonte: Banco de Portugal.

Este acréscimo foi parcialmente compensado pela redução de 600 milhões de euros do endividamento do setor privado em agosto. Mas dentro do setor privado houve situações diferentes: as empresas baixaram o endividamento em 900 milhões de euros ao passo que os particulares aumentaram em 300 milhões de euros a sua dívida.

O incremento do endividamento do setor público refletiu-se, sobretudo, no crescimento do endividamento face ao setor financeiro (1,5 mil milhões de euros) e face ao exterior (0,9 mil milhões de euros)”, detalha o banco central, assinalando que “estes aumentos foram parcialmente compensados pela redução do endividamento perante as próprias administrações públicas (0,2 mil milhões de euros)”.

(Notícia atualizada às 11h07 com mais informação)

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Fortuna dos bilionários chineses da internet com crescimento recorde este ano

  • Lusa
  • 20 Outubro 2020

Multimilionários chineses, sobretudo do setor da internet, registaram níveis recorde de criação de riqueza ao longo deste ano. País asiático tem já mais multimilionários do que os EUA.

Os multimilionários chineses, sobretudo do setor da tecnologia, viram as suas fortunas crescer a um ritmo recorde ao longo de 2020, um ano que está a ser marcado por uma profunda crise económica mundial devido à pandemia da Covid-19.

“O mundo nunca viu tanta riqueza a ser criada no espaço de apenas um ano”, disse Rupert Hoogewerf, contabilista britânico que criou a Hurun Report In, considerada a Forbes chinesa. “Os empresários da China saíram-se muito melhor do que o esperado. Apesar da Covid-19, as suas fortunas alcançaram níveis recorde de crescimento”, apontou.

Com sede em Xangai, a “capital” financeira da China, a Hurun Report Inc publica anualmente uma lista dos mais ricos da China.

A China, onde a pandemia do novo coronavírus começou em dezembro passado, foi o primeiro país a tomar medidas de confinamento altamente restritivas, mas também o primeiro a reabrir, em março, depois de o Partido Comunista ter declarado vitória no combate à doença.

Os empresários chineses beneficiaram do retorno precoce da economia à normalidade, tendo conseguido conquistar quota de mercado a concorrentes estrangeiros que continuam a ser afetados pelas medidas de prevenção e controlo da doença.

Foi sobretudo a economia digital da China que mais beneficiou da pandemia.

Jack Ma, fundador do gigante do comércio eletrónico Alibaba, manteve o estatuto de magnata mais rico da China este ano, à medida que o confinamento impulsionou o comércio e serviços ‘online’.

A fortuna de Ma aumentou 45%, em relação a 2019, para 58,8 mil milhões de dólares (49,8 mil milhões de euros), segundo a Hurun Report Inc.

Se “os primeiros dois meses da epidemia eliminaram enormes quantidades de riqueza (…), a nova economia, impulsionada pela tecnologia digital, atingiu níveis sem precedentes desde junho”, observou Rupert Hoogewerf, no relatório.

Wang Xing, fundador da empresa de entrega de refeições Meituan, quadruplicou a sua fortuna este ano e converteu-se no 13.º homem mais rico da China.

Richard Liu, chefe do gigante do comércio eletrónico JD.com, duplicou a sua fortuna, que se fixa agora nos 23,5 mil milhões de dólares (19,9 mil milhões de euros), a 16.ª maior do país.

A fortuna de Eric Yuan, da plataforma de videochamadas Zoom, que tem sede na Califórnia, subiu mais de 10 mil milhões de dólares (8,4 mil milhões de euros), para 16,2 mil milhões de dólares (13,7 mil milhões de euros).

Os empresários do setor da saúde também beneficiaram: Jiang Rensheng, fundador da fabricante de vacinas Zhifei, triplicou a sua fortuna, estimada em 19,9 mil milhões de dólares (16,8 mil milhões de euros), e ocupa agora o vigésimo lugar.

“Houve mais riqueza criada este ano na China do que nos cinco anos anteriores combinados”, apesar da pandemia, descreveu a Hurun.

Face à ascensão dos bilionários da Internet, o presidente do grupo Fosun, Guo Guangchang, de 53 anos, e que detém várias empresas em Portugal, caiu 27 lugares entre os mais ricos da China, para a 72.ª posição, detalhou a Hurun.

A fortuna pessoal de Guo manteve-se inalterada, face ao ano anterior, nos 8.400 milhões de dólares (7.130 milhões de euros).

O país asiático tem já mais bilionários do que os Estados Unidos. Ao todo, o país somou mais 257 bilionários do que no ano passado, somando agora 878, só na China continental, que exclui Macau e Hong Kong.

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Seguradora Ageas faz recomendações para se enfrentar Bárbara

  • ECO Seguros
  • 20 Outubro 2020

Para além dos conselhos da Proteção Civil, o grupo segurador tem recomendações próprias para fazer aos seus clientes e à rede de distribuição. Reforçou as linhas de atendimento aos segurados.

No seguimento da tempestade “Bárbara”, os distritos de Lisboa, Setúbal, Santarém, Portalegre e Castelo Branco vão estar sob aviso vermelho, entre as 12:00 e as 18:00 de terça-feira, que dará origem a precipitação forte, aumento da intensidade do vento – com rajadas até 100 quilómetros por hora e até 130 quilómetros por hora nas terras altas – e agitação marítima, em especial na costa da região sul.

Além das recomendações da Proteção Civil, o Grupo Ageas Portugal recomenda ainda as populações locais a:

  • Garantir a desobstrução dos sistemas de escoamento das águas pluviais e retirada de inertes e outros objetos que possam ser arrastados ou criem obstáculos ao livre escoamento das águas;
  • Não atravessar zonas inundadas, de modo a precaver o arrastamento de pessoas ou viaturas para buracos no pavimento ou caixas de esgoto abertas;
  • Garantir uma adequada fixação de estruturas soltas, nomeadamente, andaimes, placards e outras estruturas suspensas, ter especial cuidado na circulação;
  • Se em permanência junto de áreas arborizadas, estando atento para a possibilidade de queda de ramos e árvores, em virtude de vento mais forte;
  • Ter especial cuidado na circulação junto da orla costeira e zonas ribeirinhas historicamente mais vulneráveis a galgamentos costeiros, evitando se possível a circulação e permanência nestes locais;
  • Estar atento às informações da meteorologia e às indicações da Proteção Civil e Forças de Segurança e nos terrenos confinantes com rios e cursos de água, historicamente sujeitos a cheias e inundações, retirar os animais e os equipamentos agrícolas.

Os cuidados devem continuar pós-tempestade:

  • Não propague rumores ou informações exageradas sobre a situação;
  • Se há feridos, reporte-os imediatamente aos serviços de emergência;
  • Permaneça em sua casa, caso esta não tenha sofrido danos;
  • Certifique-se de que os seus aparelhos elétricos estão secos antes de os ligar;
  • Colabore com os seus vizinhos na reparação dos danos;
  • Em caso de necessidade, solicite a assistência das brigadas de salvamento ou das autoridades mais próximas.

O Grupo Ageas Portugal informa ainda que as linhas de atendimento para participação de sinistros encontram-se preparadas para receber o maior número de chamadas possível e estão disponíveis através: Ageas Seguros: 217 943 039; Ocidental: 210 042 490; Seguro Directo: 218 612 323.

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BE exige três mudanças chave no novo apoio social. Quer valor mínimo mais alto

A coordenadora bloquista apontou vários problemas com o desenho que o Governo fez da nova prestação social, em questões como a condição de recursos e o valor mínimo.

O Bloco de Esquerda propôs ao Governo uma nova prestação social para os trabalhadores desprotegidos, mas acabou por ficar “surpreendido”, pela negativa, com o desenho da medida que apareceu no Orçamento do Estado (OE). Catarina Martins aponta assim três pontos que teriam de mudar no novo apoio, nomeadamente o valor mínimo, a condição de recurso e o tempo, em entrevista à Rádio Observador.

“O que acabou por ficar no OE, de forma surpreendente para nós, foi uma espécie de apoios extraordinários” mas “revistos em baixa”, apontou a coordenadora bloquista. Um dos problemas do partido com esta nova prestação social é o tempo, sendo que tem um período máximo de 12 meses para os trabalhadores dependentes ou independentes cuja prestação de proteção no desemprego tenha terminado após 1 de janeiro do próximo ano, e para os demais, a ajuda é atribuída, no máximo, por seis meses, consecutivos ou interpolados.

Para além disso, há discordância nas condições de acesso a este apoio, que, como estão definidas atualmente, “deixam quase toda a gente de fora”, argumenta Catarina Martins. “Temos de fazer uma condição de recurso em que nenhum membro do agregado fique em situação de pobreza”, defende a líder do BE.

Finalmente, há problemas no valor. O Bloco queria definir um limite mínimo mais alto, de um Indexante dos apoios sociais (IAS). “O mínimo dos mínimos” é garantir que, para o ano, “não cortem para metade” a prestação para quem agora teve acesso a apoios extraordinários e não tem atividade. “Não podemos dizer que o OE tem mais proteção social e depois as pessoas ficarem com metade do rendimento atual”, reitera Catarina Martins.

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