Ter um carro elétrico para a família custa menos 219 euros do que um a gasolina

Se a comparação for feita com um carro a diesel, a diferença pode chegar a 100 euros por mês, diz o Car Cost Index 2020 da LeasePlan. Elétricos são a opção mais barata no segmento médio em Portugal.

Em Portugal, ter um carro para a família movido a energia elétrica já é mais barato do que um veículo com motor de combustão interna, a gasóleo ou gasolina. A diferença pode chegar aos 100 euros por mês, se a comparação for feita com um carro a diesel, e a 219 euros face à motorização a gasolina.

A conclusão é do Índice Anual Car Cost Index 2020 da LeasePlan, que analisa o custo total de ter um automóvel — incluindo combustível, depreciação, impostos, seguros e manutenção — em 18 países europeus: Áustria, Bélgica, República Checa, Dinamarca, Finlândia, França, Alemanha, Grécia, Hungria, Irlanda, Itália, Países Baixos, Noruega, Portugal, Espanha, Suécia, Suíça e Reino Unido.

O documento revela que em Portugal ser proprietário de um carro familiar custa 811 euros para um elétrico, 910 euros se for a gasóleo e 1.030 euros na gasolina. Neste segmento de média dimensão, os veículos com emissões reduzidas custam mensalmente 840 euros em França, 845 euros na Suécia, 918 euros no Reino Unido, 930 euros em Espanha, 938 euros na Alemanha, 942 euros nos Países Baixos e 945 euros em Itália. Em todos estes países, a versão elétrica custa menos do que a equivalente a gasolina, mas só em Itália a poupança entre um e outro é maior do que em Portugal e chega a 260 euros por mês.

Custo dos diferentes tipos de veículos nos carros médios familiares

Fonte: Índice Anual Car Cost Index 2020 da LeasePlan

“Os veículos elétricos no popular segmento médio familiar são totalmente competitivos em termos de custos em comparação com os veículos com motor de combustão interna em 14 países, incluindo Áustria, Bélgica, Dinamarca, França, Alemanha, Irlanda, Itália, Países Baixos, Noruega, Portugal, Espanha, Suécia, Suíça, Reino Unido”, revela o estudo.

A LeasePlan diz que os principais fatores contribuintes para esta tendência são: O custo mais elevado do gasóleo e da gasolina; o cada vez maior número de subsídios e vantagens fiscais disponíveis para veículos elétricos; e a tributação mais elevada para efeitos de registo e circulação, especialmente no caso do gasóleo.

Tex Gunning, CEO da LeasePlan, afirma que “a boa notícia é que os custos dos elétricos estão a baixar e estamos a assistir ao desenvolvimento de um forte mercado em segunda mão para os veículos de qualidade usados”.

Em sentido contrário, considera, “a má notícia é que os governos não estão a fornecer as infraestruturas de carregamento necessárias para satisfazer a procura do mercado. Os decisores políticos nacionais e locais precisam de acelerar agora e investir numa infraestrutura de tarifação universal, acessível e sustentável para permitir que todos façam a mudança para veículos elétricos. Apoiar a transição para a mobilidade elétrica é o melhor investimento que os governos podem fazer”, disse, citado em comunicado.

nos segmentos utilitário e pequeno utilitário, o cenário inverte-se e Portugal ocupa o 10º lugar no custo mensal de propriedade de um carro, com um custo de 651 euros para os veículos a gasolina, 672 euros para carros a gasóleo e 686 euros nos elétricos.

De acordo com o Car Cost Index, o custo médio mensal de conduzir um veículo na Europa pode variar até 453€ por mês: com a Suíça no topo da tabela com 926 euros, e a Hungria como o país mais barato (sobretudo na gasolina), com um carro a custar 491 euros mensais. Suíça e a Noruega são os países onde é mais caro conduzir veículos com motores a combustão interna. A Grécia é o país onde um carro a gasóleo pesa menos na carteira.

Custo de conduzir um veículo em 18 países europeus

Fonte: Índice Anual Car Cost Index 2020 da LeasePlan

Quanto aos elétricos, são os mais económicos em oito países europeus — Alemanha, Itália, Países Baixos, Noruega, Portugal, Suécia, Suíça, Reino Unido — no segmento de veículos compactos (pequeno familiar), enquanto no segmento de média dimensão custam menos em 14 países. “De momento, nenhum país apresenta veículos elétricos económicos no segmento executivo”, revela o estudo.

Esta análise da LeasePlan tem em consideração todos os custos envolvidos na propriedade e utilização de um veículo em cada país, incluindo combustível, desvalorização, impostos, seguro e manutenção. Na edição de 2020, é efetuada a média de custos dos primeiros quatro anos de propriedade, tem em conta 30.000 km anuais. Para efeitos do índice, o “custo competitivo” diz respeito aos “veículos elétricos que não chegam a ser 5% mais caros do que os seus equivalentes com motores de combustão interna”.

Para avaliar a competitividade de um veículo elétrico face a um veículo a combustão, diesel ou gasolina, deve ser comparado o custo total de propriedade de dois veículos do mesmo segmento. O índice da LeasePlan dá um exemplo real: um Nissan Qashqai a diesel tem um custo mensal de 552 euros, 33 euros mais caro (+6,5%) do que um Nissan Leaf elétrico (519 euros).

Fonte: Índice Anual Car Cost Index 2020 da LeasePlan

De ano para ano, o estudo varia nos modelos de automóveis incluídos, nos países inquiridos e no período de propriedade assumido e inclui as melhorias tecnológicas gerais (incluindo baterias mais potentes e energeticamente eficientes em certos veículos elétricos).

A LeasePlan tem 1,9 milhões de veículos sob gestão em mais de 30 países e comprometeu-se a atingir zero emissões líquidas na sua frota total até 2030. A LeasePlan é também um parceiro fundador da iniciativa EV100 do The Climate Group, lançada no âmbito da Assembleia Geral da ONU em setembro de 2017.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Marisa Matias avisa que Portugal “está aflito” e PR não pode “ser um adorno”

  • Lusa
  • 3 Outubro 2020

A candidata presidencial defendeu na apresentação oficial da sua candidatura que a crise económica e social não começou com a pandemia de covid-19 e que o próximo Presidente não pode “ser um adorno”.

A candidata presidencial Marisa Matias afirmou este sábado que “Portugal está aflito”, mas defendeu que a crise económica e social não começou com a pandemia de covid-19 e que o próximo Presidente não pode “ser um adorno”.

Numa apresentação formal da sua candidatura, em Lisboa, a eurodeputada e dirigente do BE evocou por várias vezes Maria de Lurdes Pintassilgo, a única mulher primeira-ministra em Portugal, e recordou a sua candidatura a Belém de há cinco anos para lembrar outro cenário de crise.

“Esse fatalismo foi vencido e a política mudou em Portugal, mudou na proteção das reformas e pensões, na recuperação dos rendimentos, no desenvolvimento de serviços públicos, impedindo novas privatizações, o país ganhou com o reforço da esquerda e com a mobilização popular. Eu acredito profundamente que a minha candidatura fez parte dessa mudança que quebrou o ciclo da austeridade e que permitiu ao país respirar e recuperar”, defendeu.

Para as presidenciais de janeiro, Marisa Matias considerou que a sua candidatura representará as pessoas que “à esquerda não baixam os braços e constroem soluções para o país”.

“Uma candidatura de quem, como Maria de Lurdes Pintassilgo, acredita na força do diálogo. De quem acredita que podemos ter uma política diferente. Mesmo diferente”, salientou.

“Como Pintassilgo, sei que as eleições presidenciais não estão acima da política. Quem ocupar a Presidência não será um adorno nas escolhas decisivas que temos pela frente”, reforçou.

Na sua declaração, com cerca de 20 minutos, a candidata referiu-se ao atual contexto de crise sanitária, económica e social.

“Os seus efeitos recaem de forma desigual sobre a população, os mais pobres e os esquecidos são sempre as primeiras vítimas, o desemprego é uma praga, a vulnerabilidade cresceu. Em poucas palavras, Portugal está aflito”, avisou, salientando que “a pandemia acelerou a crise económica e social, mas não a inventou”.

“Não foi a covid que empurrou dezenas de milhares de jovens para cima de bicicletas e motas para serviços de entrega porta a porta, sem contrato e sem direitos. Não foi a covid que criou os lares clandestinos, onde são maltratados tantos idosos. Não foi a covid que inventou a soberba dos patrões que fecham a porta, despedem as trabalhadoras e abrem nova empresa ao lado”, apontou.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Donald Trump regista “progressos” e está sem febre

  • Lusa
  • 3 Outubro 2020

O médico do chefe de Estado, Sean Conley, frisou que “o presidente está muito bem, motivado e bem-disposto” e que não está sob auxílio de oxigénio para respirar.

O presidente dos Estados Unidos, Donal Trump, está a evoluir bem e não tem febre, anunciou este sábado o médico do líder norte-americano que se encontra hospitalizado desde sexta-feira com covid-19.

Em declarações aos jornalistas diante do hospital Walter Reed, em Washingon, o médico do chefe de Estado, Sean Conley, frisou que “o presidente está muito bem, motivado e bem-disposto” e que não está sob auxílio de oxigénio para respirar, apesar de ter sido internado com alguns sintomas – tosse, congestão nasal, febre e fadiga.

“Estamos extremamente satisfeitos com os progressos que o presidente fez. Há já mais de 24 horas que o presidente não tem febre e a sua última saturação registada era de 96%, não precisou de oxigénio”, explicou o clínico, que evitou fazer prognósticos sobre a evolução do líder da Casa Branca: “Não quero pôr uma data [para ter alta], ele está muito bem, mas até ao décimo dia temos de ter muito cuidado. É difícil dizer em que ponto está na evolução”.

Sean Conley referiu ainda que a primeira-dama norte-americana, Melania Trump, que também testou positivo ao novo coronavírus, “está muito bem e não precisa de ser hospitalizada”, ao contrário de Trump, de 74 anos, que foi internado como “medida de precaução”, segundo o médico, que agradeceu a todo o corpo clínico envolvido no apoio ao presidente dos EUA.

A Casa Branca tinha já adiantado que Donald Trump está a ser tratado com anticorpos sintéticos, um tratamento experimental considerado promissor.

O diagnóstico e a consequente hospitalização levaram diversos chefes de Estado e governantes, entre eles Xi Jinping (China), Jair Bolsonaro (Brasil), Kim Jong-Un (Coreia do Norte), Vladimir Putin (Rússia), Angela Merkel (Alemanha) ou Marcelo Rebelo de Sousa, a expressarem os seus desejos de melhoras a Donald Trump.

Entretanto, diversos elementos do Partido Republicano próximos do presidente assumiram estar também infetados com o vírus SARS-CoV-2.

Além do chefe de Estado e da primeira-dama, o diretor de campanha, Bill Stepien, a antiga conselheira Kellyanne Conway, a ex-diretora de comunicação e conselheira Hope Hicks e três senadores republicanos já confirmaram ter covid-19, com a situação a estender-se ainda a três jornalistas acreditados para trabalhar na Casa Branca.

A lista de contágios a partir da administração Trump poderá ainda aumentar nos próximos dias, já que no último sábado dezenas de convidados estiveram junto do presidente por ocasião da nomeação da juíza Amy Coney Barrett para um lugar no Supremo Tribunal. As imagens da cerimónia mostraram a maioria dos convidados sem máscara de proteção e a cumprimentarem-se com apertos de mão e abraços, sem lugar a distância social.

A um mês das eleições presidenciais, agendadas para 03 de novembro, a campanha entra num cenário de incógnita. As viagens de campanha foram canceladas face à hospitalização de Trump e até os debates com o candidato presidencial democrata, Joe Biden, ficaram em dúvida, inclusive o que opõe os candidatos à vice-presidência: o republicano Mike Pence (cujo teste à covid-19 deu negativo) e a democrata Kamala Harris.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Brexit: Johnson e Von der Leyen concordam em “trabalhar intensamente” num acordo

  • Lusa
  • 3 Outubro 2020

O primeiro-ministro do Reino Unido e a presidente da Comissão Europeia concordaram este sábado em “trabalhar intensamente” para alcançar um acordo comercial pós-Brexit.

O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, concordaram este sábado em “trabalhar intensamente” para alcançar um acordo comercial pós-Brexit, indicaram os serviços dos executivos britânico e comunitário.

Durante um encontro realizado por videoconferência, os dois líderes “deram instruções aos (seus) principais negociadores para trabalhar intensamente de forma a tentar ultrapassar as diferenças”, referiu Downing Street (o gabinete do primeiro-ministro britânico) e a Comissão Europeia, num comunicado conjunto.

Foram feitos progressos nas últimas semanas, mas persistem diferenças significativas, não só no domínio das pescas, mas também em termos de regulação ou de governação”, prosseguiu a nota informativa conjunta, precisando que as duas partes “acordaram em falar regularmente sobre este assunto”.

Esta conversa entre Johnson e Von der Leyen ocorreu um dia depois da nona sessão de discussões conduzida pelo principal negociador europeu, Michel Barnier, e pelo seu homólogo britânico, David Frost, a última agendada no atual calendário.

As duas partes manifestaram-se, na sexta-feira, preocupadas com o pouco tempo que resta para alcançar um acordo antes do dia 15 de outubro ou no final do mês, os prazos estabelecidos por Boris Johnson e pela União Europeia (UE), respetivamente, para conseguir colocar em vigor um potencial acordo comercial antes do fim do ano.

A fase de transição que foi negociada após a saída formal do Reino Unido da UE (processo que ficou conhecido como Brexit), a 31 de janeiro deste ano, e que manteve o acesso do país às estruturas europeias e ao mercado único europeu termina a 31 de dezembro.

Se a UE e o seu antigo parceiro não conseguirem chegar a um acordo, apenas as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC), nomeadamente os direitos aduaneiros, serão aplicáveis a partir de janeiro de 2021 às relações comerciais entre Londres e os 27.

O encontro de hoje aconteceu igualmente depois da Comissão Europeia ter decidido instaurar, na quinta-feira, um procedimento de infração contra o Reino Unido por causa de uma proposta de lei controversa que anula parcialmente o Acordo de Saída do Reino Unido da UE.

Depois de o bloco comunitário ter estipulado como prazo até final de setembro para que Londres retirasse dessa proposta de lei as partes mais polémicas, o que não aconteceu, Bruxelas decidiu avançar com uma ação na justiça, como já tinha ameaçado.

“Como sabem, pedimos aos nossos amigos britânicos para removerem as partes problemáticas da proposta de lei do Mercado Interno até final de setembro. Esta proposta de lei, na sua natureza, viola o princípio da boa fé explanado no Acordo de Saída e, se adotada como está, será em total contradição com o Protocolo da Irlanda/Irlanda do Norte”, justificou esta semana Ursula von der Leyen, em declarações à imprensa.

O executivo comunitário entende, assim, que o Reino Unido está a violar as suas obrigações decorrentes do Acordo de Saída e do direito internacional, pelo que dá agora ao Governo britânico um mês para responder e mudar tal atitude.

O artigo 5.º do Acordo de Saída prevê que o Reino Unido tome todas as medidas adequadas para garantir a execução das obrigações decorrentes do documento e que se abstenha de tomar qualquer medida que possa afetar a realização desses objetivos.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Metro de Lisboa adjudica à Teixeira Duarte nova obra de expansão da rede por 19,5 milhões

A terceira empreitada para obras do prolongamento das linhas amarela e verde do Metro de Lisboa prevê um investimento de 19,5 milhões e foi atribuída ao consórcio da Teixeira Duarte e Somafel.

O Metropolitano de Lisboa anunciou a adjudicação do terceiro contrato de empreitada do plano de expansão da rede, para o prolongamento das linhas Amarela e Verde, num investimento de 19,5 milhões de euros. A obra foi adjudicada ao consórcio da Teixeira Duarte e Somafel.

A empreitada cuja adjudicação foi aprovada a 1 de outubro prevê a “construção dos toscos, acabamentos e sistemas no âmbito da concretização do Plano de Expansão do Metropolitano de Lisboa – Prolongamento das linhas Amarela e Verde (viadutos Campo Grande –Lote 3)”, explica em comunicado, a empresa de transporte público.

“O prazo de execução desta empreitada é de 698 dias de calendário, contados da data da respetiva consignação, que só poderá ocorrer após obtenção de visto prévio do Tribunal de Contas“, concretiza ainda o Metropolitano de Lisboa.

Em causa está uma empreitada, cujo concurso foi lançado em janeiro de 2020, que integra-se no “Plano de Expansão do Metropolitano de Lisboa – Prolongamento das Linhas Amarela e Verde (Rato – Cais do Sodré)”, tendo esta sido “adjudicada à Teixeira Duarte, Engenharia e Construções, S.A. / Somafel, Engenharia e Obras Ferroviárias, pelo preço contratual de 19.497.608,44 euros, acrescido de IVA à taxa legal em vigor”.

A empresa assinala que a assinatura do contrato ocorrerá ” decorridos os prazos legais e a tramitação subsequente, nos termos do regime fixado no Código dos Contratos Públicos”.

O investimento total previsto para esta fase de expansão do Metropolitano de Lisboa é de 210,2 milhões de euros, cofinanciado em 127,2 milhões pelo Fundo Ambiental e em 83 milhões pelo Fundo de Coesão, através do POSEUR – Programa Operacional de Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Fiscalizar ou não as ordens profissionais, eis a questão

Ordens profissionais aguardam proposta de lei do possível novo "estatuto". Não consideram ser necessário mexer na competência da fiscalização, mas o tema da multidisciplinaridade divide as ordens.

As ordens profissionais têm sido tema recorrente nos últimos tempos. Após a Ordem dos Médicos ter realizado uma auditoria ao lar de Reguengos de Monsaraz, o primeiro-ministro, António Costa, questionou a legitimidade da mesma para aquela ação e afirmou que as ordens não existem para fiscalizar.

O PS está a preparar um projeto para “o novo estatuto das ordens profissionais” que será nas próximas semanas levado a debate junto dos deputados. Entre os tópicos em análise poderá estar os poderes das ordens, em particular o da fiscalização.

Não me parece que faltem ao Governo poderes de fiscalização sobre as Ordens, uma vez que tem extensos poderes nesse âmbito, tendo até já ordenado recentemente uma sindicância a uma Ordem”, refere Luís Menezes Leitão, bastonário da Ordem dos Advogados (OA).

Para o líder dos advogados o que ficou claro das reações à auditoria da OM é que a “averiguação e denúncia das Ordens sobre as graves lesões dos direitos das pessoas que ocorreram durante a pandemia não foram bem recebidas pelo Governo”. Desta forma, o bastonário acredita que a proposta de lei pretende assegurar o silêncio das ordens, “uma espécie de lei da rolha”.

"Julgo que o Governo já tem muitas competências e não me parece que o país ganhe com uma regulação profissional centrada no Estado.”

Jorge Batista da Silva

Bastonário da Ordem dos Notários

À Advocatus, Jorge Batista da Silva, bastonário da Ordem dos Notários, demonstrou estar disponível para trabalhar numa solução que sirva o interesse público. “Julgo que o Governo já tem muitas competências e não me parece que o país ganhe com uma regulação profissional centrada no Estado, mas sinceramente não me parece que seja esse o objetivo do Partido Socialista”, acrescenta.

Carlos Mineiro Aires, bastonário da Ordem dos Engenheiros, também não se mostra preocupado e assegura que quer a OCDE, quer a Comissão Europeia, têm vindo a colocar algumas exigências a Portugal “que agora terão de ser refletidas na lei”.

Também Paula Franco, bastonária da Ordem dos Contabilistas Certificados (OCC), não vê motivo para que o poder de fiscalização das ordens seja restringido ou alterado, sendo que na OCC esse poder tem sido exercido com a “ponderação”, “independência” e “proporcionalidade”.

Mas será que o facto de a fiscalização poder vir a passar para uma entidade externa significa que até ao momento essa fiscalização tem sido insuficiente ou corporativista? As ordens questionadas pela Advocatus garantem que não.

Pode haver uma ideia estabelecida, mas que não corresponde à verdade, de que as profissões liberais se auto protegem e que não fiscalizam os seus membros e as suas práticas. A maior ou menor fiscalização não deve depender do facto de ser interna ou externa, mas sim do rigor e eficácia que as organizações profissionais imprimem a essa fiscalização e da perceção pública sobre a mesma”, explica a Ordem dos Revisores Oficiais de Contas (OROC).

Com sistemas de controlo de qualidade e de atuação disciplinar implementados há vários anos, a OROC tem vindo a proceder à sua revisão e melhoria contínuas.

Luís Menezes Leitão, bastonário da OA, defende que os profissionais devem ser julgados pelos seus pares e “não por pessoas que não fazem a mínima ideia de quais são as regras de uma profissão, uma vez que nunca a exerceram e que seriam nomeadas apenas com base na confiança política”.

"O primeiro-ministro contestou a competência da Ordem dos Médicos para elaborar o relatório sobre o Lar de Reguengos e, quando ficou claro que a lei lhe atribuía essa competência, surgiu esta proposta de mudança da lei.”

Luís Menezes Leitão

Bastonário da Ordem dos Advogados

Para Carlos Mineiro Aires, estamos perante duas possibilidades de intervenção de uma entidade externa: ou existe uma fiscalização na fase de admissão, “o que para além de ser uma intromissão por elementos muito possivelmente não capacitados não é um problema para a Ordem dos Engenheiros”, ou é na atuação disciplinar, “contra o que nada temos, pois o número de processos em todo o território nacional é residual e não constitui qualquer problema quanto à transparência, isenção e forma de tratamento”.

Poderes das ordens limitados?

Enquanto umas ordens sentem que estão a tentar limitar os poderes das ordens profissionais, outras acreditam que até ao momento não, como é o caso da Ordem dos Engenheiros.

Já bastonário dos advogados é bastante assertivo na sua resposta e está confiante que os poderes estão a ser limitados. “O primeiro-ministro contestou a competência da Ordem dos Médicos para elaborar o relatório sobre o Lar de Reguengos e, quando ficou claro que a lei lhe atribuía essa competência, surgiu esta proposta de mudança da lei. No fundo, em vez de se adequar o discurso à lei, adequa-se a lei ao discurso”, refere.

Paula Franco, bastonária da OCC, admite que são necessárias alterações, mas que as mesmas devem ser feitas com base num “diálogo construtivo” com as ordens e “nunca sob a pressão de um relatório da OCDE, adotado pela AdC, que em pouco atenta à realidade laboral e económica portuguesa”.

Multidisciplinaridade divide ordens

Há muito se fala da possibilidade da instituição da multidisciplinaridade nas diversas ordens. No que toca à advocacia, o Governo já tinha deixado uma porta aberta para a integração de novas profissões nas firmas de advogados. Nas “grandes opções do plano” definidas para 2020, o Governo deixa em aberto a possibilidade de criação de sociedades multidisciplinares.

Mas o bastonário dos advogados continua a mostrar-se totalmente contra. “Trata-se de uma forma ínvia de permitir o exercício da advocacia por quem não tem qualquer competência para o efeito, apenas porque se associa a um advogado, que se disponibiliza a ser seu sócio nessa atividade”, nota.

Também o bastonário dos notários prevê consequências gravíssimas na constituição de sociedades multidisciplinares. “Numa sociedade multidisciplinar poderiam potenciar-se situações de usurpação das funções de notário, por não habilitados para o exercício da profissão, ou até desenvolver-se práticas de angariação ilícita de clientela que são proibidas por reconhecidamente colocarem em causa a independência no exercício de funções”, explica Jorge Batista da Silva.

Sem opinião, Carlos Mineiro Aires, bastonário da Ordem dos Engenheiros, refere apenas que “porquanto é prática comum a associação de engenheiros com outros profissionais para dar resposta pontual a concursos ou oportunidades que surjam, através de acordos ou parcerias pontuais e efémeros”.

O Estatuto da Ordem dos Contabilistas Certificados tem já uma janela aberta para as sociedades multidisciplinares. Isto porque permite a existência de sociedades profissionais onde a maioria do capital é detido por contabilistas certificados, e ao mesmo tempo, a existência de sociedades de contabilidade, podendo estas ter o seu capital detido por não contabilistas certificados.

“No atual contexto, no mundo da contabilidade, há muitos anos que já existem sociedades multidisciplinares, não se tendo verificado, rompimentos, ameaças ou fragilidades face às sociedades profissionais nos deveres éticos e deontológicos dos contabilistas certificados responsáveis por essas sociedades, tão pouco, podemos afirmar que o exercício da profissão é mais vantajoso nas sociedades profissionais em detrimento das sociedades de contabilidade”, explica Paula Franco.

"Porquanto é prática comum a associação de engenheiros com outros profissionais para dar resposta pontual a concursos ou oportunidades que surjam, através de acordos ou parcerias pontuais e efémeros.”

Carlos Mineiro Aires

Bastonário da Ordem dos Engenheiros

Segundo a Ordem dos Revisores Oficiais de Contas, as grandes sociedades de auditoria prestam um conjunto de serviços de diferente natureza, embora inter-relacionados, como serviços de consultoria em tecnologias de informação, de gestão, assessoria fiscal, entre outros. No entanto, “muitos destes serviços não podem ser prestados aos mesmos clientes por razões de independência e de prevenção de conflitos de interesses, estando até alguns já proibidos“.

“Na Europa, há alguns movimentos políticos no sentido de propor que as sociedades de auditoria sejam proibidas de prestar qualquer outro serviço, o que contraria a intenção da multidisciplinaridade que a própria OCDE também defendeu no relatório que emitiu sobre a concorrência”, refere a OROC.

Para a ordem um trabalho de auditoria com qualidade implica a partilha de conhecimentos de elevada complexidade. “As equipas de auditoria devem ser, nos casos de entidades de maior dimensão e complexidade, equipas multidisciplinares. Vemos com preocupação os movimentos de separação de competências”, acrescenta.

Universidades e formação

Com várias formações e cursos, as ordens promovem complementos extras às licenciaturas por considerarem essencial para o desempenho dos profissionais. Essas formações são também uma fonte de receita das ordens.

“Desde o processo de Bolonha que a formação das universidades a nível de licenciatura é insuficiente para se exercer a advocacia, o que leva à necessidade de um maior controlo no estágio. Se fosse exigido outro grau para entrada na Ordem, como o mestrado, o estágio poderia ser reduzido. Enquanto não o for, temos que manter a atual duração do estágio. Não se trata de uma questão financeira, mas de assegurar que à profissão só têm acesso profissionais qualificados, o que é essencial para garantir que os cidadãos não saem lesados“, refere Luís Menezes Leitão, bastonário da OA.

Para a Ordem dos Revisores Oficiais de Contas, a formação académica universitária é fundamental para a integração de novos profissionais com as competências mínimas exigidas para um serviço de qualidade. Mas essas competências acabam por ficar limitadas no tempo e no conteúdo, sendo necessárias formações contínuas.

Paula Franco, bastonária da OCC, refere que a formação académica permite acima de tudo o acesso à profissão e que isso não implica menos ganhos financeiros. “A OCC vê e trata a formação como um investimento junto dos seus futuros e presentes membros“, refere.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Há 963 novos casos de Covid-19. Morreram mais 12 pessoas

O número de pessoas infetadas com coronavírus continua a aumentar e, nas últimas 24 horas, registaram-se 963 novos casos. A maioria continua a concentrar-se na região de Lisboa e Vale do Tejo.

Portugal registou 963 novos casos de infeção pelo novo coronavírus nas últimas 24 horas. É uma subida de 1,25% face ao dia anterior, com o total de pessoas já infetadas a ascender a 78.247. Morreram mais 12 pessoas devido ao Covid-19, elevando para 1.995 o número total de vítimas mortais, de acordo com o último balanço oficial da Direção-Geral de Saúde (DGS).

Portugal aproxima-se assim da barreira das mil novas infeções, nível registado apenas no início de abril, em pleno confinamento. No seguimento do que se tem vindo a observar a maioria das novas infeções foram na região de Lisboa e Vale do Tejo. Foram identificados 440 novos casos nesta região, o que representa 45,69% do total do país. Segue-se o Norte com 362 casos identificados nas últimas 24 horas.

Boletim epidemiológico de 3 de outubro

O balanço divulgado este sábado dá ainda conta que o número de pacientes internados baixou em 14, para um total de 668, sendo que 106 estão em unidades de cuidados intensivos (menos um).

Nas últimas 24 horas, foram ainda dadas como recuperadas 484 pessoas, sendo que existe agora um total de 26.407 casos ativos. Existem ainda 46.228 pessoas que estão sob vigilância das autoridades de saúde, mais 615 do que ontem, por terem estado em contacto com pessoas infetadas.

A nível regional, em termos absolutos, a região de Lisboa e Vale do Tejo mantém a liderança em termos do número de casos de contágio já identificados que é de 39.928 casos, com o total de mortos a ser de 781. Segue-se a região Norte (com 28.094 casos e 891 mortes) e da região Centro (6.354 casos e 265 mortes). Segue-se o Algarve (1.792 casos e 19 mortes) e o Alentejo (1.555 casos e 24 mortes). Nas ilhas, os Açores registam um total de 282 casos e 15 falecimentos, enquanto a Madeira acumula 242 infeções.

(Notícia atualizada às 15h15)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Portugal vai seguir lei europeia no 5G

  • ECO
  • 3 Outubro 2020

Portugal vai ter lei que obriga as operadoras de telecomunicações a provar que são seguras, na lógica seguida na União Europeia e isso pode significar mais dificuldades para a Huawei.

Após o ultimato do embaixador dos Estados Unidos ao Governo português para excluir a chinesa Huawei das futuras redes móveis de quinta geração — o designado 5G — a ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, garantiu ao Expresso (acesso pago) “a sujeição de todos os potenciais fornecedores a processos de certificação e de avaliação“. Para dotar o Estado dos instrumentos necessários e aplicar eventuais interdições, o Governo vai criar uma lei.

A ministra explica que o objetivo é aplicar as regras “europeias de mitigação de riscos de segurança, por via da permanente avaliação de riscos, da certificação da tecnologia utilizada e da natureza dos ativos em que será incorporada, e não da exclusão à priori de qualquer fornecedor”. O documento europeu para a cibersegurança do 5G móvel diz que os Estados-membros concordaram em “aplicar restrições relevantes para os fornecedores considerados de alto risco”, incluindo a sua “exclusão” de infraestruturas críticas, como explica o semanário.

A necessidade de avançar com legislação que permita a exclusão de operadores resulta de um relatório redigido por representantes de várias entidades nacionais. Esse documento, entretanto classificado como secreto, prevê análises de segurança aos equipamentos das diferentes marcas, tendo em conta a tipologia e a criticidade dos serviços que suportam.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Costa vai substituir presidente do Tribunal de Contas

  • ECO
  • 3 Outubro 2020

Vítor Caldeira terá recebido um telefonema do primeiro-ministro António Costa a dar conta de que não vai ser reconduzido no cargo de presidente do Tribunal de Contas.

Vítor Caldeira, presidente do Tribunal de Contas (TdC), não vai ser reconduzido no cargo. A notícia é avançada pelo jornal Sol, este sábado, que adianta que este terá recebido um telefonema do primeiro-ministro António Costa a dar conta dessa decisão.

“Desrespeito pelo presidente do Tribunal de Contas e pela própria instituição” e “falta de cortesia” para com o atual titular do cargo, por este ter exercido o mandato de “forma isenta e tecnicamente irrepreensível”, é assim que os juízes conselheiros do TdC classificam a forma como António Costa decidiu comunicar a Vítor Caldeira que não será reconduzido.

De salientar que a indicação da não recondução de Vítor Caldeira acontece num ano marcado por auditorias arrasadoras do TdC quer para o poder Central quer para o poder Local. O exemplo mais recente foi na última semana, ocasião em que o TdC considerou que a proposta do Governo para alterar o Código dos Contratos Públicos (CCP) pode levar à distorção da concorrência e abrir a porta ao conluio e até à corrupção.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Agricultores de Coimbra querem seguros que paguem prejuízos do mau tempo pela totalidade

  • Lusa
  • 3 Outubro 2020

Os agricultores reclamam a possibilidade de fazer seguros individuais ou coletivos, através dos quais os prejuízos são pagos “no valor total afetado a partir de um euro.”

A associação dos agricultores de Coimbra vai solicitar uma audiência à Agência Portuguesa do Ambiente e à direção de agricultura para apresentar os prejuízos causados pelo mau tempo. “Devido ao mau tempo ocorrido em setembro, há prejuízos em mais de 100 hectares de milho de grão e silagem no Baixo Mondego, envolvendo dezenas de agricultores”, indicou a Associação Distrital dos Agricultores de Coimbra (ADACO), notando que o prejuízo da área afetada ronda os 300 mil euros.

Os agricultores referiram que os seguros não pagam o montante em causa, uma vez que estes só cobrem prejuízos, no mínimo, em 30% da exploração agrícola e com ventos de 70 quilómetros por hora ou mais.

Para a ADACO deve existir a possibilidade de fazer seguros individuais ou coletivos, através dos quais os prejuízos são pagos “no valor total afetado a partir de um euro” e o Governo deve adotar medidas para apoiar os agricultores em causa.

Neste sentido, a associação vai pedir uma reunião, “com caráter de urgência”, à Direção Regional de Agricultura do Centro. Por outro lado, os agricultores de Coimbra lamentam que as obras feitas no leito periférico direito do Rio Mondego “sejam insuficientes”, o que pode levar a um novo desmoronamento do dique.

“A APA aquando das cheias em finais de 2019, ao tirar toneladas de areia do Rio Mondego a montante da ponte de S. Clara, depositando-as depois a jusante desta mesma ponte entre Coimbra e Montemor-o-Velho, originou que nestas zonas o rio ficasse com pouca capacidade de armazenamento de água, o que contribuiu em muito para que as cheias atingissem a dimensão que tiveram, e causar os imensos prejuízos que conhecemos na agricultura e infraestruturas”, sublinhou, vincando que “estão criadas as condições” para novas cheias e, consequentes, prejuízos.

A ADACO vai também pedir uma audiência à delegação de Coimbra da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), esperando que esta “ouça os agricultores”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Estado vai devolver 200 milhões de euros de IVA aos consumidores

  • ECO
  • 3 Outubro 2020

A devolução de parte do IVA pago em consumos no setor do turismo, restauração e cultura visa estimular a economia. O IVA acumulado num período poderá ser gasto num período idêntico, subsequente.

O Governo já deu conta que pretende devolver uma parte do valor do IVA pago pelos portugueses nos consumos no setor do turismo, restauração e cultura como forma de estimular a economia. Ao abrigo desta medida a incluir no Orçamento do Estado do próximo ano, as contas do Executivo de António Costa preveem a reserva de 200 milhões de euros para fazer face a essa devolução, avança o Público (acesso condicionado) este sábado.

Este programa tem como objetivo “aumentar o rendimento das famílias, estimular o consumo interno e apoiar os três setores que têm sido muito afetados pela crise económica” provocada pela pandemia de covid-19, explicou àquele jornal um membro do Governo.

O programa prevê que os consumidores que a ele aderiram acumulem durante um período, em princípio de três meses, o total do IVA que pagarem em consumos no setor da restauração, alojamento turístico e cultura. Terão depois outro período idêntico para gastarem esse crédito acumulado em consumos nestes setores. Para operacionalizar esta medida, o Governo está a desenvolver uma parceria com a SIBS com vista ao desenvolvimento de uma solução tecnológica que permita gerir o crédito com o reembolso de parte do IVA.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Salsa quer duplicar peso do online em cinco anos para quase metade das vendas

  • Lusa
  • 3 Outubro 2020

A marca portuguesa de jeanswear quer duplicar em cinco anos o peso do negócio online, para 40 a 45% da faturação, disse à Lusa o presidente executivo.

A marca portuguesa de jeanswear Salsa quer duplicar em cinco anos o peso do negócio online, para 40 a 45% da faturação, disse à Lusa o presidente executivo.

Detida na totalidade pelo grupo Sonae – que em abril passado anunciou a aquisição dos 50% da Salsa que ainda não detinha, após ter comprado os primeiros 50% à família Vila Nova em maio de 2016 – a empresa aponta como “prioridade o canal digital” e pretende manter a aposta no crescimento das vendas online, que em 2019 superaram a meta de 15% dos 205 milhões de euros de faturação.

“A previsão para 2020 é difícil, principalmente porque o padrão de comparação não é semelhante ao dos restantes anos”, admitiu o presidente executivo, José António Ramos, em entrevista à agência Lusa.

Segundo recordou, “com o lockdown e as lojas fechadas durante três meses, o digital representou 100% do volume total de vendas” da empresa nesse período.

Apesar do “terreno incerto” e da consciência de que “este é um ano com um comportamento enviesado, que poderá consolidar mudanças de comportamento no futuro”, José António Ramos prevê que “o digital fechará, provavelmente, acima dos 20% em 2020, dependendo também da performance das lojas nesta reta final do ano”.

Já num prazo de quatro a cinco anos, o objetivo da Salsa é que “a loja online represente 40%-45% da faturação”: “Temos tudo para, no médio prazo, estarmos no grupo líder de operadores do omnicanal, que têm taxas de venda online entre os 30% e os 35%”, sustenta, salientando que atual quota online da marca já supera a média dos países onde tem mais representatividade (Portugal, onde a média é de 8%, e Espanha, onde se situa nos 15%).

Convicto de que a tomada do controlo total por parte da Sonae “veio trazer ainda mais força e vigor àquela que era a estratégia da Salsa, digital e internacionalmente”, o CEO salienta também “a estabilidade estratégica e solidez financeira que a Sonae trouxe”.

“Principalmente no momento que atravessamos atualmente e com o impacto que sentimos nos mercados onde nos encontramos”, acrescenta.

A Salsa tem hoje perto de uma centena de lojas próprias divididas por quatro países – 57 em Portugal, 29 em Espanha, oito em França e três no Luxemburgo – possuindo ainda mais de 20 lojas franchisadas na Eslovénia, Qatar, Arábia Saudita, Líbano, Bahrein, Emirados Árabes Unidos e Angola.

A marca está ainda representada em diversas department stores (entre as quais 79 unidades do El Corte Inglés) e em clientes multimarca em mais de 20 países.

No que diz respeito à evolução da rede de lojas, a “instabilidade” decorrente da atual situação de pandemia colocou “em ‘stand by’ algumas aberturas previstas, mas não deverá obrigar a um redimensionamento: “Não temos em mente reduzir significativamente o número de lojas, até porque não temos uma capilaridade assim tão densa que nos obrigue a fazê-lo”, afirmou José António Ramos.

Apesar da “prioridade” dada ao canal digital e ao “crescimento enquanto marca omnicanal”, a Salsa diz acreditar que “as lojas são parte fundamental do processo” e afirma-se “cada vez mais atenta ao detalhe, arquitetura, funcionalidade e experiência” proporcionados aos clientes.

Marca quer entrar na América Latina e no Leste europeu

A marca portuguesa de moda Salsa quer crescer em Espanha e estrear-se na América Latina e no leste europeu para reforçar o peso de 67% das vendas internacionais, disse o presidente executivo.

“Somos uma marca com uma fortíssima componente de internacionalização, perfeitamente consolidada – 67% da nossa faturação vem dos mercados externos – e continuamos em busca de novos mercados, onde possamos explorar com sucesso o nosso produto core, o jeanswear”, afirmou José António Ramos.

Destacando a evolução “muito positiva” da marca em Espanha, o CEO aponta ainda “uma enorme margem de progressão” neste país, que em 2019 “representou 30% das vendas, apenas menos 3% que Portugal, que foi o melhor mercado” da marca.

“A nossa intenção é continuar a crescer nestes mercados, com a certeza de que temos um produto único e todas as condições reunidas para nos tornarmos uma das marcas de jeanswear mais reconhecidas da Europa”, sustenta.

Em matéria de internacionalização, José António Ramos diz que a Salsa tem “alguns [novos] mercados na mira”, considerados, “definitivamente, opções de futuro”, destacando os casos da América Latina e da Europa de Leste.

“A estratégia de internacionalização está bastante consolidada e mantém-se 100% fiel aos nossos objetivos, apesar do momento socioeconómico complexo que atravessamos. Continuamos a avaliar e a estudar a entrada em outros mercados, é algo que temos em mente para o médio prazo”, garantiu.

Já o modelo de expansão para esses novos mercados é que “está em constante desenvolvimento”.

“As nossas lojas próprias representaram 43% da faturação de 2019. É claro que são uma grande aposta, o nosso modelo de marca omnicanal passa por elas e a nossa intenção é que, cada vez mais, as nossas lojas sejam locais de experiências que passem o ADN Salsa ao nosso cliente”, explicou.

Por outro lado, o franchising e o light franchising também são modelos a que a Salsa recorre, nomeadamente m países onde não detém lojas próprias, pelo que “são considerados sempre que se fala de internacionalização”.

Finalmente, recorda o presidente executivo, “as lojas multimarca sempre foram importantes para a Salsa, que nasce nesse modelo de negócio e só mais tarde transita para a loja própria”, tendo no final de 2019 representado 28% da faturação da empresa, com vendas em “mais de 24 países, ainda que grande parte do negócio se concentre em seis países”.

Originalmente uma lavandaria, a Salsa faz questão de manter “esse seu lado de manufatura e de expertise”, lavando atualmente cerca de 70% do ‘denim’ que vende no âmbito da aposta assumida da marca na “produção em proximidade”.

“A produção nacional faz parte portefólio de produtos da Salsa desde sempre, até pela forma como a nossa marca nasceu, cresceu e prosperou, numa zona onde a indústria têxtil é absolutamente rainha e onde há um profundo know-how sobre processos, materiais e técnicas de produção. Temos parceiros de décadas, que começaram a trabalhar connosco desde o início, há 25 anos. Também o nosso calçado é produzido integralmente em Portugal, tirando total proveito da indústria fantástica que temos cá, reconhecida mundialmente”, disse à Lusa José António Ramos.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.