Hoje nas notícias: teletrabalho, advogados e ensino superior

  • ECO
  • 24 Agosto 2020

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

A pandemia do novo coronavírus veio trocar as voltas ao mercado de trabalho e criar novas dinâmicas, sendo que só no setor público há já 43 mil funcionários do Estado a trabalhar a partir de casa. O dia fica ainda marcado pelo facto de as sociedades de advogados serem obrigadas a partir de agora a terem um responsável para prevenir a “lavagem” de dinheiro. Ao mesmo tempo, as candidaturas de acesso ao ensino superior bateram um recorde de há 24 anos.

Há 43 mil funcionários públicos a trabalhar a partir de casa

Com a pandemia do novo coronavírus, o teletrabalho ganhou tração. Foi a solução no privado, mas também no setor público, para manter a atividade num período marcado pela necessidade de confinamento para evitar a propagação do vírus, tendo levado a que no Estado cerca de 43 mil trabalhadores tenham ficado a trabalhar a partir de casa. Este número corresponde a 24% de um total de 179 mil profissionais identificados como tendo profissões compatíveis com o trabalho à distância. Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

Sociedades de advogados vão ter responsável para prevenir “lavagem” de dinheiro

A partir de agora, as sociedades de advogados vão ser obrigadas a ter um responsável que terá de zelar pelo cumprimento das obrigações dos seus profissionais no âmbito da prevenção do branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo. Este responsável será o interlocutor da sociedade na comunicação de operações suspeitas de “lavagem” de dinheiro, que devem ser reportadas ao bastonário que terá de as encaminhar para o DCIAP e para a Unidade de Informação Financeira da Polícia Judiciária. Leia a notícia completa no Público (acesso pago).

Candidaturas ao Ensino Superior batem recordes

As candidaturas ao ensino superior bateram recordes do século. Desde 1997 que não existiam tantos alunos a tentarem obterem uma vaga de acesso às universidades. A primeira fase de candidaturas terminou este domingo, com 62.675 alunos a candidatarem-se a 51.408 lugares. Aumento da procura e das médias dos exames vão fazer subir médias mínimas de acesso. Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (link indisponível).

Contas à ordem com custos a partir de 5,10 euros por mês

Manter uma conta à ordem pode custar, pelo menos, 5,10 euros por mês, no universo dos cinco maiores a operar em Portugal. Contas feitas são 61,78 euros ao ano. A Caixa Geral de Depósito é a instituição financeira que menos cobra pela manutenção de contas, ao passo que o BPI é o banco mais caro no que toca às contas base e o BCP nas contas pacote mais simples, cobrando comissões anuais de 78 euros e 99,84 euros, respetivamente. Leia a notícia completa no Correio da Manhã (acesso pago).

Entrada dos supers na venda de medicamentos baixou preços em 6%

Com o fim do monopólio das farmácias nas vendas de medicamentos sem receita no final de 2005, estes começaram a poder ser vendidos noutros espaços comerciais, nomeadamente nos supermercados. Uma abertura de mercado que, de acordo com um estudo dos economistas Pedro Pita Barros e Ana Moura, levou a reduções de preços dos medicamentos em torno dos 6%. Leia a notícia completa no Dinheiro Vivo (acesso livre).

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Sabia que… Quanto tempo demora a fazer uma vacina? E a da Covid-19?

É a "corrida" mais observada do momento. Com a pandemia a fazer cada vez mais vítimas em todo o mundo, multiplicam-se os esforços por chegar a uma vacina que ajude a travar a doença. Mas quando?

A pandemia de Covid-19 continua a fazer vítimas em todo o mundo, condicionando as nossas vidas e também a economia global. Por isso, é natural que a “corrida” mais observada do momento seja a do desenvolvimento de uma vacina. Mas quanto tempo demora até se chegar a uma?

O processo não foi feito para impacientes. Desenvolver uma vacina é um trabalho que exige recursos e muitos anos de testes. Pode demorar “mais de dez anos” desde a descoberta das potenciais vacinas até à aprovação e chegada das primeiras doses à população, podendo envolver um investimento em torno de 500 milhões de dólares, segundo estimativas do Wellcome Trust, uma instituição filantrópica que financia investigação científica a partir de Londres.

Contudo, com os números da Covid-19 a aumentarem aos milhares dia após dia, o mundo não se pode dar ao luxo de esperar uma década por uma vacina para o novo coronavírus. É por isso que, no caso da vacina para o novo coronavírus, o processo tem sido acelerado ao máximo, uma situação que, de acordo com alguns especialistas, “não tem precedentes”.

Sem precedentes é também o valor do financiamento em investigação e desenvolvimento sobre a vacina da Covid-19, que rondará os dez mil milhões de dólares, ainda que existam pedidos para que se aumente este valor em até dez vezes. É o caso da Organização Mundial da Saúde, que avisou recentemente que faltam 90 mil milhões de dólares de financiamento para este processo.

Algumas potenciais vacinas já estão em fase avançada de testes, como é o caso da potencial vacina da Universidade de Oxford e da farmacêutica AstraZeneca. Mas ninguém sabe ao certo quanto tempo levará até existir uma vacina devidamente testada e certificada contra a Covid-19. Alguns responsáveis da OMS têm apontado para a segunda metade de 2021 como o período mais provável em que surgirá uma vacina. A confirmar-se, seria um recorde.

Os primeiros testes em humanos arrancaram em março, praticamente na altura em que a pandemia começou a acelerar na Europa, já por si só algo nunca visto em tão pouco tempo. Se a vacina para a Covid-19 chegar mesmo na segunda metade de 2021, o seu desenvolvimento terá durado pouco mais de um ano.

Passo a passo até à vacina

  • Fase de investigação fundamental. Os cientistas estudam o vírus e procuram formas de o neutralizar. Segundo o Wellcome Trust, desta fase podem resultar até 100 potenciais vacinas e o processo normal dura entre dois e cinco anos.
  • Ensaios pré-clínicos. As potenciais vacinas são sujeitas a testes in vitro e in vivo, ou seja, testes em laboratório e testes em animais como ratinhos. Nesta fase poderão passar cerca de 20 das 100 potenciais vacinas descobertas inicialmente, num processo que, normalmente, pode durar dois anos.
  • Ensaios clínicos – fase I. As potenciais vacinas são submetidas a testes num grupo restrito de humanos. O objetivo é apurar se funciona e se é minimamente segura. Por norma, esta fase pode durar entre um a dois anos e resulta na seleção de dez potenciais vacinas.
  • Ensaios clínicos – fase II. Esta fase estuda se as potenciais vacinas produzem uma resposta imunitária adequada no organismo dos humanos, protegendo-os do vírus em análise. O número de humanos envolvido é maior do que na fase II, mas ainda assim restrito. São ainda estudados os efeitos secundários das vacinas e é tida especial atenção à segurança, podendo demorar dois a três anos e, daí, resultar a seleção de cinco potenciais vacinas, segundo o Wellcome Trust.
  • Ensaios clínicos – fase III. É a fase final de testes em humanos, envolvendo um número muito mais alargado de voluntários. O objetivo é aferir se a vacina protege realmente do vírus que se quer combater, resultando, desse trabalho, uma única potencial vacina. Esta fase pode demorar entre dois a quatro anos num processo de investigação normal.
  • Aprovação regulatória. Se os estudos científicos mostrarem que a vacina é eficaz e produz uma resposta adequada, os reguladores pesam então os benefícios e os riscos e, eventualmente, emitem a aprovação à vacina.
  • Produção industrial. A vacina é, então, produzida em quantidades industriais e distribuída pelas comunidades que dela mais precisam.

Contas feitas, chegar a uma vacina pode demorar dez anos, segundo os cálculos do referido instituto. No entanto, no caso da vacina para a Covid-19, há diversas candidatas nos mais variados estados. Em simultâneo, e mesmo sem a aprovação, algumas das potenciais vacinas contra o novo coronavírus estão já ser produzidas e adquiridas em quantidades industriais.

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📹 Faturas detalhadas nos combustíveis? Perguntou ao Google, nós respondemos

Há muito que estava prevista a mudança, mas agora chegou. As faturas dos combustíveis vão ter cara nova, passando a ser muito mais transparentes. Veja aqui o que muda.

A partir de agora, de cada vez que for atestar o depósito do automóvel, a fatura que vai receber no posto de abastecimento vai ser muito diferente do que está habituado. Vai passar a receber uma fatura detalhada em que em vez de ser indicado apenas o combustível utilizado, o valor por litro e, eventualmente, os descontos, os consumidores vão passar a saber em detalhe todos os impostos que estão a pagar. Isto além de ficarem a saber o impacto que os consumos têm no ambiente. Veja, neste vídeo, o que muda.

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Sociedades de advogados vão ter responsável para prevenir “lavagem” de dinheiro

  • ECO
  • 24 Agosto 2020

Advogado será o interlocutor da sociedade na comunicação de operações suspeitas de “lavagem” de dinheiro ao bastonário para serem reportadas ao DCIAP e à Unidade de Informação Financeira da PJ.

A partir de agora, as sociedades de advogados vão ser obrigadas a ter um responsável que terá de zelar pelo cumprimento das obrigações dos seus profissionais no âmbito da prevenção do branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo, revela o Público (acesso pago).

Este responsável será o interlocutor da sociedade na comunicação de operações suspeitas de “lavagem” de dinheiro, que devem ser reportadas ao bastonário que terá de as encaminhar para o DCIAP e para a Unidade de Informação Financeira da Polícia Judiciária.

A existência desse advogado com estas responsabilidades, obrigatória a partir do próximo mês, decorre de um regulamento da Ordem dos Advogados publicado em Diário da República que vem detalhar as obrigações destes profissionais no âmbito do combate ao branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo.

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Há 43 mil funcionários públicos a trabalhar a partir de casa

  • ECO
  • 24 Agosto 2020

Dados do Ministério da Administração Pública (MMEAP) revelam que, no final de junho, havia 43 mil funcionários públicos em teletrabalho, sem contar com enfermeiros, médicos e professores.

Com a pandemia do novo coronavírus, o teletrabalho ganhou tração. Foi a solução no privado, mas também no setor público, para manter a atividade num período marcado pela necessidade de confinamento para evitar a propagação do vírus, tendo levado a que no Estado cerca de 43 mil trabalhadores tenham ficado a trabalhar a partir de casa.

Dados do Ministério da Administração Pública (MMEAP) cedidos ao Jornal de Negócios (acesso pago) mostram que a 30 de junho “estavam em teletrabalho cerca de 43 mil trabalhadores”, dos quais “39% em teletrabalho total”, ou seja, permanentemente, “e 61% em teletrabalho parcial”.

“Isto significa que 24% dos trabalhadores cujas funções são compatíveis com o teletrabalho estavam em algum regime de teletrabalho no final de junho”, refere o MMEAP, considerando os 179 mil trabalhadores com funções compatíveis com o teletrabalho. Esta percentagem coincide com a meta anunciada (25%) pelo Governo, embora destes números estejam excluídas profissões como forças e serviços de segurança e de socorro, forças armadas, gestão e manutenção de infraestruturas essenciais, médicos e enfermeiros, bem como professores.

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Autódromo do Algarve admite 46 mil a ver a F1. Bilhetes do MotoGP estão quase esgotados

Primeiro 5.000 bilhetes para a F1 voaram em 48 horas. AIA tem, agora, um total de 40 mil à venda, mas admite chegar a metade da capacidade do recinto. Para o MotoGP "oferece" 15 mil lugares.

A Fórmula 1 está de regresso a solo português. E foram muitos os que correram para garantir um dos primeiros 5.000 bilhetes que foram colocados à disposição assim que foi confirmada a prova nacional. Esgotaram rapidamente, estando agora a ParkAlgar, a gestora do Autódromo Internacional do Algarve a trabalhar num cenário de mais de 40 mil espetadores, admitindo chegar a metade da lotação. No caso do MotoGP, faltam poucos bilhetes para se esgotar a primeira tranche.

Os primeiros bilhetes para a F1 “esgotaram ao fim das primeiras 48h” após a confirmação oficial de que a prova rainha do desporto automóvel iria voltar a acelerar em terras lusas. Foi a 24 de julho que ficou fechado que o evento vai ter lugar entre 23 e 25 de outubro, no Autódromo Internacional do Algarve (AIA), com público a assistir. Assim que esgotaram os primeiros 5.000, foi tomada a decisão “de disponibilizar mais bilhetes, e neste momento, estamos a trabalhar com o cenário de 40.000 bilhetes”, diz Paulo Pinheiro ao ECO.

O CEO do AIA chegou a aventar a possibilidade de ter ainda mais pessoas a assistir à prova. Chegou mesmo a falar em 50 ou 60 mil, mas aponta para um número inferior tendo em conta as restrições por causa da pandemia do novo coronavírus.

"Foi tomada a decisão de disponibilizar mais bilhetes, e neste momento, estamos a trabalhar com o cenário de 40.000 bilhetes.”

Paulo Pinheiro

CEO do AIA

“De acordo com os princípios gerais, que estão a ser usados em recintos de espetáculos fechados, o limite será de 50%, portanto poderemos, em principio, ir até aos 46.000 espetadores“, refere em resposta a questões colocadas pelo ECO. O AIA tem uma lotação de cerca de 92.000 lugares.

A venda de bilhetes prossegue a bom ritmo. E ainda há ingressos disponíveis, sendo que naturalmente as entradas para as zonas mais baratas desapareceram. O AIA colocou à venda tanto passes para os três dias como apenas para o dia da prova, 25 de outubro, sendo que o bilhete mais caro chega aos 650 euros.

“Dos 46.000, temos ainda disponíveis cerca de 15.000”, revela Paulo Pinheiro. Ou seja, já foram vendidos 31 mil ingressos para a prova que acontecerá dentro de cerca de dois meses. A corrida acontecerá sempre, mas apesar de estarem a ser comercializados os bilhetes, pode acontecer que haja uma interdição a público nas bancadas.

“Se a situação epidemiológica do país piorar, a presença de público será cancelada”, afirmou recentemente o responsável à Lusa, admitindo que num cenário desses haverá o reembolso dos bilhetes que apesar de poderem ser adquiridos online, apenas começarão a ser enviados para os clientes no final de setembro, de acordo com a informação disponibilizada no site do AIA.

MotoGP quase esgotado

Além da F1, Portugal tem sido escolhido para vários outros eventos desportivos internacionais. Se antes da prova automobilística tinha conquistado a fase final da Liga dos Campeão, atualmente a decorrer, depois da F1 conseguiu entrar no calendário do MotoGP, que se vai realizar no AIA, e mais recentemente o Mundial de Superbikes, a acontecer no Autódromo do Estoril.

Se a F1 terá cerca de 46 mil espetadores, o mesmo poderá acontecer com o MotoGP. Contudo, numa primeira fase o AIA disponibilizou um número mais reduzido de bilhetes. “Foram disponibilizados 15.000 [bilhetes] e estão disponíveis ainda cerca de 1.500”, ou seja, 10% do total, explicou Paulo Pinheiro.

Tanto a F1 como o MotoGP vão gerar receitas importantes para o AIA, mas também vão exigir um investimento avultado na renovação do alcatrão do traçado da pista do Algarve. As obras de renovação da pista, com orçamento estimado em 1,5 milhões de euros, num investimento garantido pelo Turismo de Portugal, vão decorrer entre 31 de agosto e 9 de setembro.

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Pandemia adia taxa de rotatividade que penaliza excesso de contratos a prazo

Estava prevista para o início de 2021, mas não será desta que as empresas vão pagar uma taxa de rotatividade se abusarem dos contratos a prazo. A pandemia retirou o tema da Concertação Social.

Mais de um ano depois de ter sido aprovada no Parlamento, a nova taxa de rotatividade ainda não saiu do papel e não deverá sair tão cedo. No final de fevereiro, o Governo tinha indicado que a regulamentação em falta seria publicada ainda no primeiro trimestre de 2020, prevendo-se que as empresas começariam a pagar a nova contribuição já no próximo ano. Tal acabou, contudo, por não acontecer. Sindicatos e patrões garantem que o assunto não chegou a ser discutido na Concertação Social. E os advogados ouvidos pelo ECO asseguram que, sem os diplomas em falta, a Segurança Social não poderá começar a cobrar a taxa em 2021.

A contribuição adicional por rotatividade excessiva foi aprovada em julho de 2019, na Assembleia da República, no âmbito da revisão do Código dos Regimes Contributivos. De acordo com o diploma, às empresas que recorram a mais contratos a prazo do que a média do setor em que se inserem deverá ser exigido um desconto adicional para a Segurança Social, com aplicação progressiva até ao máximo de 2% sobre o valor total das remunerações dos contratados a termo.

A ideia era “penalizar” as empresas que usassem em excesso a contratação a termo, tendo ficado definido que esta nova medida produziria efeitos a partir de janeiro de 2020, ou seja, só começaria a ser cobrada em 2021 com referência às contratação feitas em 2020.

A concretização desta taxa de rotatividade está, no entanto, dependente da publicação de dois diplomas. Por um lado, de um decreto regulamentar que defina os conceitos e os procedimentos necessários à sua implementação e execução, nomeadamente no que diz respeito à escala de progressão da própria contribuição.

Por outro, de um indicador setorial, que deverá ser publicado em portaria, diz a lei, no primeiro trimestre do ano civil a que a taxa respeita, isto é, no caso da taxa cobrada em 2021, o diploma teria de ter sido publicada até ao final de março de 2020. Seria com base nesse indicador que, no próximo ano, a Segurança Social apuraria de modo oficioso que empregadores teriam ou não de pagar, no prazo de 30 dias, a nova contribuição adicional.

No final de fevereiro, na ausência da publicação tanto do decreto regulamentar como da portaria do indicador setorial, o ECO questionou o secretário de Estado da Segurança Social sobre esta matéria. Em entrevista, Gabriel Bastos garantiu não haver atrasos e adiantou que iria enviar, “nas próximas semanas, aos parceiros sociais a proposta de regulamentação, assegurando que ambos os diplomas seriam publicados em simultâneo no primeiro trimestre de 2020, isto é, a tempo da cobrança arrancar em 2021.

O ECO questionou diversas vezes os parceiros sociais sobre as referidas propostas, mas sindicatos e patrões asseguraram, em todas essas ocasiões, que nada tinha chegado à Concertação Social.

No último dia de março, já em plena crise pandémica, o ECO voltou a perguntar ao Ministério de Ana Mendes Godinho se a regulamentação seria publicada a tempo de a taxa ser cobrada em 2021 e se, perante a falha desse prazo, estaria em cima da mesa um adiamento para, eventualmente, 2022. O gabinete da ministra do Trabalho não deu resposta.

Agora, quase cinco meses depois do final do primeiro trimestre, o ECO questionou mais uma vez o Ministério do Trabalho, que explica que a publicação do decreto regulamentar em causa “ficou naturalmente comprometida pela situação absolutamente excecional e imprevisível de pandemia que o país atravessa desde o mês de março, que afetou a economia nacional, as empresas e, naturalmente, o emprego e os dados a ele respeitantes”.

O gabinete de Ana Mendes Godinho sublinha que a prioridade tem sido a “implementação de medidas excecionais de resposta de urgência na proteção das pessoas, do emprego, das empresas, e destinadas a mitigar os efeitos gravosos das restrições associadas à contenção do contágio”.

O Governo não dá, contudo, a taxa de rotatividade por perdida e adianta que “oportunamente [irá] dialogar com os parceiros sociais sobre os termos da regulamentação e o momento em que se procederá à sua publicação”.

Ao ECO, o secretário-geral adjunto da UGT confirma que os diplomas em falta não passaram pela Concertação Social e lembra que, da revisão recente do Código do Trabalho e do Código dos Regimes Contributivos, ficaram a faltar vários diplomas no sentido de regulamentar estas novas normas, que ainda nem foram abordados nem publicados.

Tudo se justifica por causa da pandemia“, explica o sindicalista ao ECO, referindo que esta questão será levada à discussão com o Governo pela UGT, na reentré, até porque a precariedade “aumentou substancialmente”, nos últimos tempos, com a crise provocada pelo surto de Covid-19.

A Confederação do Comércio e Serviços de Portugal também confirma que nem os diplomas foram publicados, nem a regulamentação em falta foi abordada em sede da Concertação Social.

Em declarações ao ECO, a advogada Madalena Caldeira assegura que, segundo a sua interpretação da lei, a nova taxa não poderá ser cobrada em 2021, na ausência da publicação do indicador setorial no primeiro trimestre de 2020. A contribuição poderá, contudo, vir a ser aplicada em 2022, se nos primeiros três meses do próximo ano o Governo concretizar os diplomas em falta, admite a especialista em lei laboral.

O advogado Pedro da Quitéria Faria também confirma que, sem regulamentação, a taxa de rotatividade não poderá ser aplicada, mas admite que o Governo poderá publicar os diplomas em falta ainda em 2020, até face ao momento atual de exceção, com efeitos retroativos ao início do ano, ainda que tal possa vir a ser penalizador para as empresas. “O que me faz sentido é que, ainda assim, quando seja publicado, seja para o futuro”, defende o especialista em lei laboral.

Madalena Caldeira lembra, por outro lado, que o conceito da taxa de rotatividade não é novo. No artigo 55º do Código dos Regimes Contributivos — que foi revogado em julho de 2019 — já estava prevista uma “adequação da taxa contributiva à modalidade de contrato de trabalho” que, na prática, penalizava o recurso aos contratos a prazo. Essa norma dependia, contudo, de regulamentação, que nunca chegou a aparecer, travando a aplicação do agravamento da contribuição social dos patrões.

(Notícia atualizada às 10h48 com declarações do Ministério do Trabalho)

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Ralph Lauren reclama em tribunal 700 milhões do seguro após perdas com Covid19

  • ECO Seguros
  • 23 Agosto 2020

A marca de vestuário e acessórios de moda moveu uma ação judicial contra a sua seguradora, alegando que esta limita indevidamente a cobertura de prejuízos causados por "doenças transmissíveis".

A Ralph Lauren processou a Factory Mutual Insurance reclamando cobertura total no quadro de uma apólice de 700 milhões de dólares, depois de sofrer quebra de 93% nas vendas grossistas devido à COVID-19.

A companhia de bens de consumo argumenta que a seguradora está a subverter as condições da apólice multirriscos (que inclui a cobertura de doenças transmissíveis), limitando a cobertura a um sublimite de um milhão de dólares para, de “forma fraudulenta e injusta”, inviabilizar a compensação e esquivar-se de pagar a indemnização a que está obrigada.

A gigante norte-americana de moda alega quebra de contrato de seguro por violação de uma lei estadual de proteção de consumidor (New Jersey Consumer Fraud Act) e argumenta que, por causa da “conduta enganosa” da Factory Mutual está a sofrer prejuízos adicionais quantificáveis.

A Ralph Lauren nota que a pandemia forçou o encerramento dos seus estabelecimentos a nível global, provocando fecho completo das suas lojas nos EUA. Apesar dos esforços para realizar vendas online, as receitas caíram 66% no seu primeiro trimestre fiscal (março a junho), a faturação das lojas na América do Norte recuaram 77%, e as vendas grossistas caíram 93% face a igual período do ano anterior.

A apólice da Ralph Lauren supõe uma cobertura global de 700 milhões de dólares, incluindo custos com plano de resposta a sinistros causados por doenças transmissíveis, nomeadamente desinfeção, remoção e eliminação de contaminação das propriedades seguradas, indicam meios especializados citando conteúdo da ação judicial depositada junto de um tribunal de Newark, jurisdição de Nova Jérsia (EUA).

Antes da pandemia, centenas de milhares de clientes visitavam diariamente as suas lojas em todo o mundo, mas desde a COVID-19, tem verificado danos substanciais no negócio, sustenta a queixosa. A Ralph Lauren alega também que a doença do novo coronavírus é transmissível e mortal, causando danos físicos diretos. Por isso desencadeou a cobertura de responsabilidade civil ao abrigo da apólice contratada com a Factory Mutual.

A empresa apresentou queixa depois de ter sido informada pela Factory Mutual que a Covid-19 está excluída das situações de “contaminação” previstas na apólice, uma vez que o vírus não causa danos físicos, e a apólice apenas pagaria potenciais custos de “remoção” de doenças transmissíveis. Na ação em que reclama decisão do tribunal a seu favor, a Ralph Lauren insiste que, embora a apólice defina contaminação por vírus, o contrato não exclui a cobertura de perdas causadas por doenças transmissíveis e, nesta perspetiva, a ação judicial fundamenta-se em perdas físicas causadas diretamente pela Covid-19, uma doença transmissível confirmada por decretos emanados do Estado.

Citado na imprensa, Steve Zenofsky, porta-voz da FM Global (empresa-mãe da Factory Mutual Insurance), afirmou que “a FM Global não pode discutir o tema nos meios de comunicação social devido à natureza legal do assunto”. Para a Ralph Lauren, uma vez que os termos da apólice são ambíguos e suscetíveis de resultarem em mais do que uma interpretação razoável, devem ser interpretados no sentido de favorecer a cobertura das perdas do segurado.

A empresa de vestuário e acessórios premium encerrou o seu primeiro trimestre fiscal (exercício 2021) a 27 de junho último, contabilizando perdas líquidas de 128 milhões de dólares, contra lucros de 117 milhões em igual período do exercício anterior. Em termos operacionais, sofrendo o impacto inevitável do fecho de lojas a nível global devido à covid-19, as vendas líquidas caíram 66%, para 487 milhões, com decréscimos mais acentuados nas operações europeia (-67%) e norte-americana (-77%), enquanto o resultado operacional consolidado foi negativo em 168 milhões de dólares.

No comunicado que divulgou os números trimestrais, a 4 de agosto, a empresa refere que grande parte dos seus estabelecimentos já se encontram a reabrir ao público.

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Bayern conquista a 65ª Liga dos Campeões. Arrecada 117,5 milhões de euros

Num jogo realizado em Lisboa e sem direito a audiência no estádio devido à pandemia de Covid-19, o clube liderado por Hans-Dieter Flick venceu o Paris Saint-Germain, por uma bola a zero.

O Bayern de Munique conquistou, este domingo, a sua sexta Liga dos Campeões, num jogo realizado no Estádio da Luz, em Lisboa, sem direito a audiência no estádio devido à pandemia de Covid-19. O clube liderado por Hans-Dieter Flick venceu por 1-0 ao Paris Saint-Germain, graças a um golo marcado por Kingsley Coman. No total, leva para casa 117,5 milhões de euros.

Campeões em 1974, 1975, 1976, 2001 e 2013, os bávaros chegaram à final sete anos depois da última conquista. Este ano a competição foi decidida numa inédita final a oito, em Lisboa, com eliminatórias a uma mão devido à pandemia de covid-19. A formação comandada por Hans-Dieter Flick, o Bayern chegou ao jogo decisivo com um percurso 100% vitorioso, assente em 10 triunfos no mesmo número de jogos.

Como vencedor da Liga dos Campeões vai colocar nos cofres cerca de 19 milhões de euros livres de impostos, depois do governo português ter aprovado em junho uma proposta de lei que estabelece uma regime de isenção fiscal, tanto à organização como aos clubes e os seus jogadores sobre os prémios pagos pela ‘liga milionária’.

Fazendo a somatória de toda a caminhada do Bayern, a equipa bávara recebeu até ao momento um total de 63,5 milhões de euros na Champions. Assim, a vitória deste domingo faz com o valor a auferir salte para 82,5 milhões de euros.

A juntar a este valor, soma-se ainda o prémio pela classificação no ranking de coeficientes da UEFA de 35,5 milhões de euros. Ora, feitas as contas, o Bayern Munique vai abandonar a capital portuguesa com mais 117,5 milhões de euros nos seus cofres.

Por fim, a estes valores somam-se ainda dinheiros relativos aos direitos de transmissão dos jogos, o chamado market pool. A UEFA vai distribuir esta temporada um total de 292 milhões de euros pelos 32 clubes presentes no torneio. Já o Paris Saint-Germain vai arrecadar 15 milhões de euros, além do montante referente ao novo ranking de coeficientes e dos direitos.

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Liga dos Campeões rende mais de 100 milhões aos clubes finalistas

Final da Liga dos Campeões, entre Bayern Munique e PSG, vai render às duas equipas mais de 100 milhões de euros. Um valor que inclui os prémios entregues ao longo da prova e o ranking de coeficientes.

Bayern Munique e Paris Saint-Germain enfrentam-se este domingo, no Estádio da Luz, na luta pelo título da Liga dos Campeões. Um duelo que colocará frente-a-frente uma equipa alemã com bastante experiência, vencendo a prova por cinco ocasiões, e do outro, um clube que procura alcançar o primeiro triunfo na competição mais mediática do continente europeu.

No entanto, não é só a parte desportiva que terá impacto nestas equipas. A questão dos prémios oferecidos pela UEFA tem um papel muito importante, se não mesmo fundamental, nos clubes que disputam a liga milionária. Aliás, muitas das equipas de hoje em dia dependem deste dinheiro para montarem os seus plantéis.

Dentro do espetro de prémios pagos pelos organizadores da prova, um clube tanto pode receber 15,3 milhões de euros como pode ganhar 82,5 milhões de euros. Estas discrepâncias podem ser explicadas com o sistema que a UEFA criou para a Champions, onde o mérito das equipas é compensado com milhões de euros.

Posto isto, Paris Saint-Germain e Bayern Munique vão ser os emblemas que mais dinheiro ganharão neste torneio, ambos com prémios a ultrapassar os 100 milhões de euros (prémios e o bónus do ranking dos coeficientes). Mas antes de falar destes dois ‘colossos’ do futebol europeu é necessário explicar todos os detalhes sobre os prémios da Liga milionária.

Liga dos Campeões é sinónimo de milhões… Muitos milhões

A competição mais importante da Europa não é um torneio que rende milhões aos clubes apenas quando chegam à tão desejada final, mas também ao longo de toda a prova. Os milionários montantes oferecidos pela UEFA começam a ser entregues logo no apuramento para a fase de grupos.

Olhando para os números da presente edição, quem chegou simplesmente à fase de grupos foi automaticamente premiado com 15,3 milhões de euros. Para além disso, uma vitória nesta fase da competição rendeu aos clubes 2,7 milhões de euros e um empate 900 mil euros.

Passando para os valores das eliminatórias — ou como é conhecido na gíria do futebol por “mata-mata” –, uma passagem aos oitavos-de-final permitiu às equipas encaixarem 9,5 milhões de euros, os quartos-de-final 10,5 milhões de euros e, por fim, a qualificação para as meias-finais 12 milhões de euros.

O vencedor da Liga dos Campeões vai colocar nos seus cofres cerca de 19 milhões de euros livres de impostos, depois do governo português ter aprovado em junho uma proposta de lei que estabelece uma regime de isenção fiscal, tanto à organização como aos clubes e os seus jogadores sobre os prémios pagos pela ‘liga milionária’.

Já o finalista da competição, não fica nada atrás, pois arrecadará 15 milhões de euros. Para colocar em perspetiva, o prémio oferecido pela UEFA, tanto ao vencedor como ao finalista da prova, é superior aos orçamentos de 14 equipas da Liga Nos (números da temporada 2019/2020). A isto acrescenta-se ainda um outro montante referente ao novo ranking de coeficientes.

Por fim, a estes valores somam-se ainda dinheiros relativos aos direitos de transmissão dos jogos, o chamado ‘market pool’. A UEFA vai distribuir esta temporada um total de 292 milhões de euros pelos 32 clubes presentes no torneio. No entanto, os montantes só poderão ser calculados depois de todos os contratos serem finalizados e nunca antes do final da competição.

Explicados os valores, é tempo de analisar os (muitos) milhões que Bayern Munique e Paris Saint-Germain vão receber na totalidade na Liga dos Campeões desta temporada.

De milhão a milhão, enche o Bayern o cofre

O conjunto comandado pelo técnico Hans-Dieter Flick está a realizar uma campanha imaculada na Liga dos Campeões, com 10 triunfos em 10 jogos realizados na competição. Um número que é explicado pelo pico de forma que o avançado Robert Lewandowski atravessa atualmente na ‘Liga milionária’, com 15 golos marcados em apenas 9 duelos disputados. Contudo, deixemos a ‘bola’ de parte e regressemos às contas.

Fazendo a somatória de toda a caminhada do Bayern, a equipa bávara recebeu até ao momento um total de 63,5 milhões de euros na Champions. Porém, caso vença a grande finalíssima a ser disputada no domingo em Lisboa, o valor a auferir saltará para os 82,5 milhões de euros.

A juntar a este valor, soma-se ainda o prémio pela classificação no ranking de coeficientes da UEFA (correspondente à temporada 2019/2020). Uma lista que é atualmente liderada pelo Bayern Munique, significando que o organismo que tutela o futebol europeu entregará mais 35,5 milhões de euros ao conjunto bávaro na próxima época.

Assim, na eventualidade de vencer a sexta Liga dos Campeões do seu palmarés, o Bayern Munique poderá abandonar a capital portuguesa com perto de 118 milhões de euros ou 114 milhões se perder diante do PSG, isto sem contar ainda com os valores dos direitos de transmissão.

De lucrativa a inédita, assim se fez a epopeia parisiense

Este será um ano que os adeptos parisienses não irão esquecer em termos desportivos. Dentro das ‘quatro linhas’, o Paris Saint-Germain (PSG) fez um percurso inédito na Liga dos Campeões, chegando pela primeira vez na sua história à final da Champions League com a ajuda de dois ‘alicerces’ fundamentais: Neymar (3 golos) e Mbappé (5 golos).

Como na Liga dos Campeões as vitórias são sinónimo de milhões, a questão monetária também terá um papel preponderante nas finanças do clube francês. Com oito vitórias, um empate e uma derrota, a caminhada do emblema ‘les rouge-et-bleu’ até à final, já rendeu ao clube 60,8 milhões de euros. Se conquistar a tão desejada Champions, o montante oferecido pela UEFA aumentará para os 79,8 milhões de euros.

O montante que cada clube ganhou até chegar à final da Liga dos Campeões.Ana Moreira/ECO

Mas, como foi escrito anteriormente, os valores a receber não ficam por aqui. É ainda necessário revelar o valor ganho com a posição que o clube ocupa no ranking de coeficientes do organismo liderado por Aleksander Ceferin. O PSG encontra-se na sétima posição do ranking, tendo direito a mais 28,9 milhões de euros.

Feitas todas as contas, sem contar com os valores do ‘market pool’, o inédito triunfo do PSG na final da Liga dos Campeões permitirá ao clube arrecadar um cheque total de 108,7 milhões de euros. Em caso de derrota, o montante final desce para os 104,7 milhões de euros.

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Um CLA transformado em Shooting Brake. E resulta

Tem todo o estilo do coupé, mas esta proposta da Mercedes tem a vantagem de oferecer a versatilidade que só mesmo uma carrinha proporciona. Principalmente para quem usa automóvel no do dia-a-dia.

Há um Classe A para todos. Terá sido com base nesta premissa que a Mercedes-Benz, motivada pelo sucesso da primeira geração do seu modelo de entrada, avançou para a geração atual, desmultiplicando-a. Ao A compacto adicionou o A limousine, e o CLA. E a família voltou, recentemente, a crescer com a CLA Shooting Brake — numa altura em que está a chegar o GLA. É uma proposta tentadora, aliando todo o estilo do coupé à versatilidade que uma carrinha proporciona no do dia-a-dia.

Em vez daquela uma linha de tejadilho que mergulha até “lá atrás”, como acontece no coupé, na Shooting Brake esta linha continua, continua e continua… até finalmente descer suavemente até encontrar o para-choques. É tudo isto acontece praticamente sem “sobressaltos” no desenho, graças a farolins como que embutidos nas laterais do portão traseiro. Para este efeito contribui o facto de nesta nova versão a chapa de matrícula ter descido até a parte inferior do enorme para-choques. Ganhou um aspeto muito mais “clean”, desportivo até.

O cuidado no desenho de uma carrinha que é quase tão atrativa quanto o coupé — até porque a exceção da bagageira, tudo o resto é igual — não passou, contudo “fatura” aquele que é o atributo de excelência destas versões: espaço de carga, bem como habitabilidade para os ocupantes. São 505 litros para carregar quase tudo o que lhe apetecer, uma melhoria face à anterior geração.

Com o crescimento da carroçaria (em comprimento e largura), também os ocupantes do banco traseiro ganham espaço. E nem se chega a roçar com a cabeça no forro de uma carrinha que acabou por ficar mais baixa face à anterior geração. A suspensão rebaixada obriga a mergulhar para o banco traseiro, mas uma vez lá dentro percebe-se que houve o cuidado para garantir o conforto, ainda que um terceiro passageiro possa sofrer com a bossa provocada pelo túnel da transmissão.

Se atrás pode ser um incómodo, não sendo convidativo a grandes viagens a cinco, quem viaja a frente não tem razões de queixa. Tem todo o conforto do coupé, bem como toda a tecnologia. O já conhecido e reconhecido sistema MBUX da Mercedes marca a sua presença com um duplo ecrã flutuante que atravessa quase todo o tablier. Da vida aos vários modelos da fabricante de Estugarda, sendo o centro de comando de tudo: do entretenimento a navegação, mas também aos modos de condução.

Cheia de genica diesel

Numa altura em que o mercado mostra apetite por versões a gasolina, a Mercedes responde com unidades de cilindradas reduzidas, como é o caso do 1.3 sobrealimentado de 163 cv. Contudo, há sempre os diesel. E neste caso, a CLA Shooting Brake é uma 200d, o que se traduz num motor de dois litros com turbo que, contudo, acaba por apresentar menos potência que o 200 a gasolina do coupé.

Derivado da variante de 194 cv, neste motor a Mercedes amarrou 150 cv é um binário elevado para ajudar a Shooting Brake a despachar-se na estrada. Utilizando o MBUX para escolher entre os vários modos de condução, facilmente se percebe que este é um bloco multifacetado, respondendo sempre de acordo com aquilo que lhe pedem. Se se quer conforto, o pedal do acelerador, mas também a caixa automática de oito velocidades, oferecem-no. Mesmo sendo um diesel, acaba por ser um automóvel suave.

Mas sendo está uma carrinha que deriva de um modelo desportivo, e tendo ela também essas ambições — que se refletem esteticamente na suspensão rebaixada e nas jantes de 18 polegadas —, o recurso ao modo Sport dá boa resposta. A direção mais pesada, mas principalmente as relações de caixa mais espaçadas, permitem explorar um pouco melhor os limites da Shooting Brake. Sobe facilmente de regime, embalando até velocidades já fora da lei. É mais que suficiente. Chegamos a esquecer que é a brake, não o coupé.

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Dezenas de milhar de bielorrussos protestam em Minsk contra Lukashenko

  • Lusa
  • 23 Agosto 2020

Dezenas de milhar de bielorrussos manifestaram-se este domingo em Minsk, capital da Bielorrússia, para exigir a saída do Presidente Alexander Lukashenko, reeleito a 9 de agosto.

Dezenas de milhar de bielorrussos manifestaram-se este domingo em Minsk, capital da Bielorrússia, para exigir a saída do Presidente Alexander Lukashenko, reeleito a 09 de agosto, mas que enfrenta há semanas forte contestação.

A agência France Presse (AFP) descreve que, munidos de bandeiras brancas e vermelhas, as cores do protesto, os manifestantes reuniram-se na Praça da Independência e nas ruas circundantes, entoando slogans como “liberdade!”.

Já órgãos de comunicação social ligados à oposição, que também têm feito relatos sobre manifestações semelhantes em outras cidades da Bielorrússia, falam em “mais de de 100.000 manifestantes na capital bielorrussa”, num protesto que ocorre pelo segundo domingo consecutivo.

Em causa está a reeleição do Presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, o qual tem enfrentado manifestações diárias e um movimento de greve convocado pela oposição, desde que foram anunciados os resultados que lhe atribuíram 80% dos votos, contra 10% de Svetlana Tikhanovskaia.

Os manifestantes contestam os resultados, considerando-os “fraudulentos”, e denunciam “repressão brutal”, como descreve a AFP. “Se [Lukashenko] realmente ganhou a eleição, então por que é que tanta gente vai às ruas contra ele?”, questiona Yevgeny, um manifestante de 18 anos. Já Nikita, de 28 anos, refere que Lukashenko “quer que todos se dispersem e vivam como antes”, mas garante: “Nada nunca mais será igual”.

Na semana passada, em Minsk, mais de 100.000 pessoas reuniram-se para exigir a saída de Lukashenko que está no poder há 26 anos no poder. Mas o presidente bielorrusso descartou a saída do cargo, conforme solicitado pela sua principal adversária na votação de 09 de agosto, Svetlana Tikhanovskaïa que após as eleições se exilou na Lituânia por medo ameaças, conforme relataram familiares.

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