Francesa ACPR quer separação efetiva de poderes nos órgãos sociais das seguradoras

  • ECO Seguros
  • 20 Julho 2020

O organismo francês de controlo prudencial quer definição clara da separação de poderes na liderança das grandes seguradoras. A Scor e a Covéa fogem ao padrão de boas práticas de governance no setor.

A análise aos modelos de governação e sistemas de controlo interno em grandes seguradoras supervisionadas mostrou que continuam a verificar-se situações de cúmulo de poder e competências numa mesma pessoa em diferentes órgãos sociais, revelou uma análise da ACPR ao mercado francês.

Face ao que estabelecem normativos internacionais (por exemplo Solvência II), a Autoridade de Controlo Prudencial e de Resolução (ACPR) nota que “se a separação de poderes já é obrigatória no setor bancário europeu, não existe qualquer regra formal para o setor segurador que interdite o cúmulo de funções”, de presidente do órgão de supervisão interna e o exercício de funções de diretor geral (PdG na aceção da escola francesa de gestão) exemplifica o organismo. Mesmo que o princípio da separação esteja inscrito em inúmeros textos de orientação europeia e internacional, “nenhum país europeu, incluindo a França, se encarregou de o tornar em obrigação regulamentar”, nota a entidade reguladora.

De acordo com a imprensa, a posição assumida pelo organismo francês aumenta a pressão sobre dois casos em particular, o de Denis Kessler, que detém ambos os cargos na resseguradora Scor, e o de Thierry Derez, com ambivalência semelhante na seguradora Covéa.

De acordo com o documento da autoridade francesa, no final de 2017, das 519 organizações sujeitas a Solvência II, cerca de 159 tinham situações de acumulação de funções. “Se na maioria dos casos, estas acumulações poderiam ser consideradas aceitáveis no que respeita aos critérios definidos de proporcionalidade”, a ACPR “reportou a mais de 50 organizações” situações funcionais que mostravam discrepância face às recomendações.

Do diálogo resultante daquele diagnóstico, o organismo reconhece que até meados de 2019 a situação tendeu “a melhorar, com uma redução para metade do número de casos problemáticos”.

Reclamando maior precisão na definição de funções executivas nas seguradoras, a ACPR observa que, na ausência de um regime jurídico prescritivo, um número significativo de organizações apresenta ainda a cumulação de uma função de liderança efetiva com o cargo de presidente do órgão de supervisão da empresa.

Assim, “entre os 279 organismos sujeitos ao Código dos Seguros no final de 2018, 116 organizações, das quais uma proporção significativa de seguradoras de dimensão média a grande, com um volume de negócios de mais de 50 milhões de euros, o responsável pela gestão efetiva acumulava com a presidência do órgão de supervisão. Este censo detetou a acumulação da liderança de gestão efetiva com o de presidente do conselho de administração (53% dos casos) ou do exercício da liderança de gestão efetiva com o de PdG – Presidente-Diretor Geral (47% dos casos).

Por isso, a ACPR insiste que a separação de poderes é ” prática de boa governação cada vez mais difundida nas grandes empresas” e espera-se que “se torne padrão em empresas cotadas e grandes grupos seguradores“.

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Ar condicionado? E dinheiro? Risco de transmitir o vírus é “muito reduzido”

  • ECO
  • 20 Julho 2020

Numa altura em que o desconfinamento se intensifica, a Direção-Geral de Saúde atualizou as orientações sobre climatização dos espaços e métodos de pagamento. Risco é "muito reduzido".

À medida que as empresas regressam aos escritórios e as pessoas à rua, multiplicam-se as dúvidas sobre os comportamentos a tomar. Afinal, pode ou não manusear-se dinheiro? E, no trabalho, o ar condicionado aumenta o risco? A Direção-Geral de Saúde (DGS) atualizou esta segunda-feira as recomendações sobre os dois temas. Afinal, o risco é reduzido.

“A Direção-Geral da Saúde (DGS), à semelhança da OMS [Organização Mundial de Saúde] e do ECDC [Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças], tem acompanhado de perto a evolução do conhecimento científico desde que foram reportados os primeiros casos de Covid-19”, começa por dizer a entidade liderada por Graça Freitas.

Sublinha que tanto a OMS como o ECDC concordam que que a transmissão do novo coronavírus ocorre maioritariamente através de secreções e gotículas e do contacto próximo com pessoas infetadas, não excluindo a possibilidade de transmissão por aerossóis. Posição idêntica tem o ECDC.

Por isso, “o risco da utilização de sistemas AVAC (Aquecimento, Ventilação e Ar Condicionado) é considerado muito baixo desde que se cumpram as regras para uma utilização segura, nomeadamente a sua manutenção, de acordo com as indicações do fabricante, e a renovação do ar dos espaços fechados”.

Já no que diz respeito a manusear dinheiro vivo, “verifica-se também que o risco da utilização de moedas e notas é considerado muito baixo desde que se cumpram as regras de higienização das mãos”, acrescentou a DGS.

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PCP recusa-se a ir à apresentação do plano de recuperação de Costa Silva. BE e PAN vão

Os comunistas recusam-se a ir à apresentação do Plano de Recuperação de António Costa Silva e remetem a sua opinião para "momento oportuno". O Bloco de Esquerda e o PAN vão.

Em mais um sinal de afastamento do Governo, após terem votado contra o Orçamento Suplementar, o PCP foi convidado mas não irá comparecer na apresentação do Plano de Recuperação Económica de Portugal 2020-2030 que o professor António Costa Silva fará esta terça-feira. O Bloco de Esquerda e o PAN, que também foram convidados, irão comparecer.

Não é critério do PCP participar em atos ou iniciativas promovidas por governos“, responde o gabinete de imprensa do PCP ao ECO, assinalando que “a apresentação de amanhã não será exceção a esta posição”. Ao contrário do PCP, tanto o BE como o PAN irão fazer-se representar na apresentação desta terça-feira no Centro Cultural de Belém.

O PCP, BE e PAN foram convidados nas reuniões da semana passada em que arrancaram as negociações do Orçamento do Estado para 2021 (OE 2021), de acordo com o Expresso de sábado. O semanário revelou também que os partidos da direita não foram convidados.

Apesar de não estar presente nesta sessão e ter votado contra o Orçamento Suplementar, o PCP está a dialogar com o Governo sobre o próximo orçamento. No Parlamento, aquando da votação do Suplementar, o líder parlamentar comunista, João Oliveira, assegurava que “este voto contra não compromete em nada o diálogo que se tem mantido desde novembro de 2015, designadamente para o Orçamento de 2021 e para os anos seguintes“.

Questionado também sobre a sua opinião sobre o documento preparado por António Costa Silva, ex-gestor da Partex escolhido por António Costa para elaborar um plano de recuperação, o PCP não opina, para já: “Sobre o programa, em momento oportuno o PCP tornará pública a avaliação que faz ao seu conteúdo“, respondem os comunistas.

Inicialmente, a escolha de António Costa Silva mereceu críticas por parte do PCP, BE e PAN, levando o Governo a esclarecer que este não iria ser uma espécie de “paraministro” nem iria negociar o plano de recuperação em nome do Executivo com os partidos. Entretanto, o ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, passou a estar ao leme deste processo assim que o documento foi entregue ao Governo por Costa Silva.

A sessão contará com um vídeo inicial de António Costa, que não participará presencialmente por causa do Conselho Europeu, e uma intervenção do ministro da Economia, Pedro Siza Vieira. Segue-se a apresentação de António Costa Silva e um debate posterior.

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Consumo de gasolina cai (mas menos) em junho. Procura por diesel encolhe 6,9%

Com mais pessoas na rua, o consumo de combustíveis caiu, mas de forma ainda mais expressiva do que o verificado em maio.

Após a quebra abrupta no consumo de combustível durante o período de confinamento que terminou em abril, os últimos dois meses têm sido de recuperação para o setor. Dados divulgados pela Apetro apontam para uma quebra ainda menos acentuada no consumo de combustíveis em junho face ao verificado em maio.

“Comparando com a última nota referente ao consumo em maio, relativamente ao mês homólogo de 2019, constatamos que em junho a gasolina e o gasóleo continuam em recuperação — o consumo de gasolina passou de uma queda de 34,5% para 9,3% e o de gasóleo de uma queda de 21,7% para 6,9%“, refere a associação em comunicado.

Em termos práticos, a redução no consumo de gasolina foi de cerca de 7,8 mil toneladas e no caso do gasóleo foram menos 27,4 mil toneladas, em termos homólogos.

As quebras, expressivas na comparação com o mesmo período do ano passado, traduzem um retomar dos portugueses a alguma normalidade, após o confinamento. Foi a 3 de maio que foi dado o “pontapé de saída” ao desconfinamento, com a reabertura de alguns dos negócios, seguindo-se outros passos de reabertura da economia que se encontra quase em pleno funcionamento neste momento.

Ainda que no caso do gasóleo e da gasolina se tenha observado o efeito do desconfinamento, o mesmo não aconteceu no que toca ao consumo de jet fuel com a manutenção de muitos aviões ainda “em terra” em junho, sendo que segundo a Apetro, “manteve aproximadamente a mesma redução no consumo (esta passou de 91,9% para 89,5%) em termos homólogos”. Na aviação a redução de consumo face a junho de 2019 foi de 133,5 mil toneladas. O GPL e outros subiram 1,8 mil toneladas (+3,8%).

Já o consumo de “GPL e outros” não só recuperou como registou mesmo um crescimento de consumo em junho. “Passou de uma queda de 13,9% para um aumento de 3,8%”, face ao mesmo mês do ano passado. Foram mais 1,8 mil toneladas que em junho de 2019.

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Agência Portuguesa do Ambiente prepara resposta a ação judicial da Zero contra aeroporto do Montijo

  • Lusa
  • 20 Julho 2020

A associação ambientalista Zero moveu uma ação judicial contra o Estado para impugnar a DIA que viabiliza o aeroporto do Montijo, nos arredores de Lisboa.

A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) foi notificada da ação judicial interposta pela associação Zero, para impugnar a Declaração de Impacte Ambiental (DIA) que viabiliza o aeroporto do Montijo, estando a preparar a resposta, disse a entidade à Lusa.

“A Agência Portuguesa do Ambiente confirma que foi notificada desta ação judicial, estando a preparar resposta nesse âmbito, não havendo lugar, nesta fase, a mais informações”, indicou a APA.

A associação ambientalista Zero moveu uma ação judicial contra o Estado para impugnar a DIA que viabiliza o aeroporto do Montijo, nos arredores de Lisboa, segundo documentos a que a Lusa teve acesso no dia 17 de julho.

No pedido para que seja “reconhecida a nulidade da DIA” emitida em janeiro pela APA, os advogados referem o “vício de forma”, “falta de fundamentação” e “violação da lei”, nomeadamente por ignorar os impactos climáticos.

No processo, a Zero acusa ainda a APA e o Ministério do Ambiente e Ação Climática de “violar o direito ao ambiente, qualidade de vida e à saúde”, numa ofensa “aos princípios de precaução, prevenção e razoabilidade”.

A ação deu entrada no Tribunal Administrativo e Fiscal do Porto (TAFP) em 30 de junho, para onde no início do ano foi remetido de Lisboa outro processo da Zero para “impor a avaliação ambiental estratégica” do aeroporto do Montijo, esclarecem os advogados na petição inicial.

Contactada pela Lusa, a Zero explicou que o primeiro processo foi transferido porque o Porto era onde a associação tinha, então, morada oficial. Em janeiro, a APA confirmou a viabilidade ambiental do aeroporto no Montijo, dando decisão favorável condicionada em sede de DIA.

A decisão mantém cerca de 160 medidas de minimização e compensação a que a ANA – Aeroportos de Portugal “terá de dar cumprimento” e que ascendem a cerca de 48 milhões de euros, segundo a APA.

Para a Zero, a DIA “apresenta inconformidades relevantes”, violando “uma exigência clara” de um decreto lei decorrente de uma diretiva europeia que “consagra a necessidade de avaliar o impacte sobre o clima, ponderando, nomeadamente, as emissões de gases com efeito de Estufa (GEE)”.

Recorrendo “à última versão da calculadora para o inventário de emissões da aviação pela Agência Europeia de Ambiente”, a Zero conclui que o valor estimado pela APA é “cerca de quatro vezes inferior ao que se pode considerar real”.

“Para o conjunto de 46 mil movimentos no ano de 2022, serão emitidas 778,5 mil toneladas de dióxido de carbono/ano. Se considerarmos apenas a aterragem, circulação em pista e descolagem, os valores são da ordem das 121 mil toneladas/ano”, afirmam os advogados. “Apenas são consideradas pela ré as emissões associadas a estas últimas operações, atribuindo-lhes um valor de 31,4 mil toneladas em 2022”, destacam.

Por outro lado, o Estudo de Impacto Ambiental “não apresenta quaisquer alternativas credíveis de localização, e muito menos efetua um estudo comparativo sério sobre as mesmas”. A isto, soma-se a “localização incompatível”, contigua “à Zona de Proteção Especial do Estuário do Tejo e Sítio de Interesse Comunitário Estuário do Tejo, ambos pertencentes à Rede Natura”.

A ANA e o Estado assinaram em 08 de janeiro do ano passado o acordo para a expansão da capacidade aeroportuária de Lisboa, que prevê um investimento de 1,15 mil milhões de euros até 2028 e inclui a extensão da atual estrutura, Aeroporto Humberto Delgado (em Lisboa), e a transformação da base aérea do Montijo, prevendo-se aumentar a capacidade aeroportuária da capital para até 50 milhões de passageiros.

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Charles Michel apresenta nova proposta com 750 mil milhões e mais descontos para “frugais”

O presidente do Conselho Europeu revelou uma nova proposta para o Fundo de Recuperação que mantém o bolo de 750 mil milhões de euros, mas muda o peso das subvenções e dá mais descontos aos "frugais".

Esta é apenas uma proposta de compromisso, mas será aquela que os líderes europeus deverão discutir nas próximas horas quando o Conselho Europeu retomar para o quarto dia consecutivo de trabalhos. O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, propõe que se mantenha o bolo total de 750 mil milhões de euros, divididos por 390 mil milhões para subvenções (a fundo perdido) e 360 mil milhões sob a forma de empréstimos.

Quando falou esta tarde, Charles Michel revelou que iria entregar aos 27 Estados-membros uma nova “box” de negociação com os vários pormenores do Fundo de Recuperação europeu. Face à proposta inicial da Comissão Europeia, o valor das subvenções diminui de 500 mil milhões para 390 mil milhões, uma diferença de 110 mil milhões que é transferida para os apoios que serão dados através de empréstimos, os quais passam de 250 mil milhões para 360 mil milhões.

Estes números diferem parcialmente do “acordo geral” que António Costa anunciou durante esta tarde e que previa 700 mil milhões de euros (com 390 mil milhões de euros em subvenções, como esta proposta prevê), sendo que o primeiro-ministro assegurava que Portugal apenas teria um corte líquido de 230 milhões de euros face à proposta da Comissão Europeia, garantindo 15,3 mil milhões de euros em subvenções entre 2021 e 2026.

Segundo a proposta de Charles Michel, dentro dos 390 mil milhões de euros de subvenções, a maior parte (312,5 mil milhões) vai para o instrumento de resiliência e recuperação que financiará os programas nacionais de recuperação, cujo valor aumenta ligeiramente face aos 310 mil milhões propostos pela Comissão Europeia.

Onde estão, então, os cortes nas subvenções? Segundo esta proposta de princípio — que ainda poderá estar longe de ser a versão final que poderá vir a sair deste Conselho Europeu –, é noutras partes do Próxima Geração UE (Next Generation EU), como é apelidado o Fundo de Recuperação europeu, que os montantes diminuem drasticamente: a título de exemplo, o Fundo de Transição Justa, cujo objetivo é ajudar certas regiões europeias a fazerem a transição climática, passa de 30 mil milhões na proposta da Comissão para 10 mil milhões nesta nova proposta de Michel. O Horizon Europe passa de 13,4 mil milhões para 5 mil milhões, o InvesEU de 15,3 mil milhões para 2,1 mil milhões e há reforços em instrumentos (que são financiados pelo QFP, mas iam ter uma verba extra do Próxima Geração UE) que desaparecem.

Além disso, os “frugais”, que também são contribuintes líquidos do orçamento europeu, vão ter maiores descontos anuais (“rebates”, na gíria europeia) do que o previsto na proposta da Comissão, ou seja, vão no final das contas contribuir menos para o Quadro Financeiro Plurianual (QFP) 2021-2017. O valor da Áustria passa de 287 milhões de euros para os 565 milhões de euros, o da Holanda de 1.576 milhões de euros para 1.921 milhões de euros, o da Dinamarca de 222 milhões de euros para 322 milhões de euros e o da Suécia de 823 milhões de euros para 1.069 milhões de euros. A Alemanha mantém-se nos 3.671 milhões de euros.

(Notícia atualizada às 19h58)

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Medina e Moreira querem que municípios se possam endividar mais devido à Covid-19

  • Lusa
  • 20 Julho 2020

Considerando “expectável” que o financiamento dos orçamentos autárquicos fique “comprometido”, os autarcas apelam para que sejam consideradas “alterações legislativas".

Os presidentes das câmaras de Lisboa e do Porto enviaram esta segunda-feira uma carta conjunta ao Governo e aos líderes parlamentares onde apelam a alterações legislativas no âmbito dos orçamentos municipais para 2021 devido à covid-19.

No documento, a que a Lusa teve acesso, Rui Moreira e Fernando Medina afirmam que é num quadro de “incerteza económica que se iniciará a preparação dos orçamentos municipais para 2021” devido à pandemia.

Considerando “expectável” que o financiamento dos orçamentos autárquicos fique “comprometido” com uma forte quebra nos impostos e taxas municipais, os autarcas apelam para que sejam consideradas “alterações legislativas que habilitem a gestão municipal de uma maior flexibilidade para a preparação e execução do orçamento do próximo ano”.

Na missiva, enviada ao Governo e líderes parlamentares do PS, BE, PCP, CDS, PAN, Verdes, CHEGA, Iniciativa Liberal e às deputadas Cristina Rodrigues e Joacine Katar Moreira, os autarcas pedem o adiamento “em pelo menos um mês” da data de aprovação das propostas de orçamento municipal pelo executivo.

Paralelamente, Rui Moreira e Fernando Medina propõem o aumento para “50%” da utilização da capacidade de endividamento dos municípios, a possibilidade de recurso a endividamento para fazer face a despesas correntes não estruturais e a suspensão da regra do equilíbrio orçamental.

“Estamos certos de que só com um conjunto de medidas, de caráter excecional, será possível às autarquias adotarem políticas que visem minimizar os efeitos sociais e económicos resultantes da atual situação epidemiológica”, concluem.

A 26 de junho, durante a Assembleia Municipal do Porto, o presidente da Câmara Municipal do Porto, o independente Rui Moreira afirmou que o município tinha capacidade para resolver o problema económico “imediato” provocado pela covid-19 através do endividamento e garantiu que não vai aumentar os impostos aos portuenses.

O próximo ano vai ser extremamente exigente e temos a capacidade de resolver o problema imediato através do endividamento. Chegou o momento da devolução, de ser o município capaz de injetar dinheiro na cidade”, disse o autarca no âmbito da discussão sobre as contas de 2019.

Num debate organizado pelas agências de notícias Lusa e EFE, no dia 16 de julho, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, considerou que as dificuldades criadas pela pandemia de covid-19 podem ser transformadas em oportunidades para resolver problemas, como o acesso à habitação, congestionamento e poluição.

“Uma das principais propostas que estamos a trabalhar e a avançar neste período da pandemia é precisamente aproveitar a oportunidade que nos é dada pela dificuldade, que é o facto de os alojamentos locais não terem hoje clientes em número significativo, para alugarmos, arrendarmos esses alojamentos, para depois os podermos subarrendar a famílias das classes médias e aos jovens”, afirmou o autarca.

A 07 de julho, o parlamento aprovou, com as abstenções do CDS-PP, Chega, Iniciativa Liberal, PCP e PEV a proposta de lei para a prorrogação até 31 de dezembro do regime excecional de medidas para as autarquias locais, nomeadamente alteração às regras de endividamento caso as despesas tenham sido realizadas no âmbito do combate à pandemia.

Entre as medidas estão a “manutenção de elegibilidade das despesas sociais e de saúde para efeitos do Fundo Social Municipal (ESM) e a manutenção de um regime excecional de moratória no quadro dos programas de ajustamento municipal”, afirmou no parlamento a ministra da Modernização do Estado e da Administração Pública, Alexandra Leitão.

A proposta do Governo prevê também a alteração dos limites de endividamento dos municípios, revogando para os anos de 2020 e 2021 a limitação da utilização de 20% da margem disponível de endividamento para os municípios.

Por outro lado, o montante da despesa que resulte das medidas de promoção de apoios sociais nos municípios afetados pela covid-19 e a aquisição de bens e serviços relativos à proteção da saúde pública “não relevam para o limite da dívida total” destas autarquias.

“Com esta iniciativa pretende-se evitar que a resposta à pandemia comprometa o esforço de consolidação orçamental promovido pela administração local no quadro do programa de estabilização económica e social e também criar condições para que as autarquias continuem a prestar o apoio às suas populações e territórios”, justificou a ministra.

Nesse mesmo dia, Alexandra Leitão anunciava que um grupo de trabalho ia começar a “apurar os valores do Fundo Social Municipal, tendo em conta as novas despesas elegíveis”, e os acertos relativos às despesas dos municípios realizadas durante a pandemia e elegíveis para o FSM serão tidas em conta no Orçamento de Estado de 2021.

Alexandra Leitão salientou ainda que a moratória dos municípios sujeitos ao FSM “tem um valor de cerca de 47 milhões de euros”.

Em Portugal, morreram 1.691 pessoas das 48.771 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

Para Portugal, a Comissão Europeia prevê que a economia recue 9,8% do PIB em 2020, uma contração acima da anterior projeção de 6,8% e da estimada pelo Governo português, de 6,9%

O Governo prevê que a economia cresça 4,3% em 2021, enquanto Bruxelas antecipa um crescimento mais otimista, de 6,0%, acima do que previa na primavera (5,8%)

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Empresas puseram de lado 435,7 milhões para precaver impacto do vírus

Cotadas da bolsa de Lisboa e bancos fizeram provisões devido ao risco da pandemia. Os primeiros efeitos já se fazem sentir nas contas, com os resultados a afundarem no primeiro trimestre.

Confrontadas com uma pandemia inesperada, as empresas apressaram-se a acautelar o impacto que vai ter nas contas. A anteciparem que os fornecedores poderão falhar ou que os clientes vão deixar de pagar, as cotadas da bolsa e os bancos em Portugal guardaram 435,7 milhões de euros no primeiro trimestre. A pandemia e a estratégia já se estão a refletir numa forte quebra nos resultados.

Por razões de prudência num tempo de grande incerteza, foram registados 44 milhões de euros de provisões para stocks no trimestre“. Foi esta a justificação, para o montante posto de lado para proteger o negócio, dada pela Sonae. A retalhista foi uma das empresas que o recorreu às provisões, que são retiradas aos resultados e, por isso, penalizam os lucros.

A dona da cadeia de supermercados Continente registou um prejuízo de 59 milhões de euros nos primeiros três meses do ano devido aos efeitos da pandemia. Estes resultados comparam com um lucro de 18 milhões de euros registado nos três primeiros meses de 2019. O mesmo aconteceu com a Nos.

A telecom registou prejuízos de 10,4 milhões de euros no primeiro trimestre do ano (contra lucros de 42,5 milhões de euros registados no mesmo período do ano anterior) devido ao “aumento de custos não recorrentes, nomeadamente o aumento de provisões para fazer face ao aumento de dívidas incobráveis”. Pôs de lado 42,4 milhões, sendo a “maior parte” devido ao vírus.

Grande maioria das provisões foi feita pela banca

Retalho, telecomunicações, mas também imobiliário — a nova cotada da bolsa Merlin Properties fez provisões de 3,3 milhões para eventuais perdas com rendas — são setores em que as empresas tentaram acautelar o risco. Mas onde a tendência mais se verificou foi na banca, um dos setores mais expostos ao impacto da recessão.

A maioria dos bancos reportou provisões para risco de crédito mais elevadas no primeiro trimestre deste ano face ao mesmo período de 2019 — numa altura em que arranca o período de apresentação de contas do segundo trimestre. Esta defesa pretende proteger o negócio do impacto que a forte contração do PIB e riscos de desemprego terá na rentabilidade e na qualidade dos ativos dos bancos.

Os cinco maiores bancos a operar em Portugal — Caixa Geral de Depósitos, BCP, Santander Totta, Novo Banco e BPI –, bem como o Banco Montepio e o Crédito Agrícola registaram provisões de 314 milhões de euros. Ou seja, 72% do total de 435,7 milhões de euros reportadas pelas empresas ao mercado vieram dos bancos.

Bancos e cotadas registaram provisões nas contas

Fonte: Relatórios das empresas

Lucros das cotadas do PSI-20 afundaram 65%

Devido ao caráter inesperado da pandemia, as cotadas tiveram mais tempo para aprovar as contas de 2019 e para acrescentar dos relatórios a estimativa de impacto da pandemia. Além das provisões, houve quem cortasse custos, adiasse investimentos ou suspendesse dividendos. Ainda assim, o vírus já se está a fazer sentir nos resultados.

Entre as 16 cotadas do PSI-20 que já apresentaram contas referentes ao primeiro trimestre do ano (Mota-Engil e Pharol ainda não o fizeram), apenas uma — a Corticeira Amorim — aumentou os lucros. Quatro passaram de resultados positivos a negativos ou agravaram os prejuízos.

Entre janeiro e março, as empresas do principal índice português lucraram 307 milhões de euros. O montante representa uma quebra de quase 65% em relação aos 864,15 milhões de euros que as mesmas cotadas tinham lucrado no mesmo período de 2019.

A quebra refletiu-se nas cotações, com o PSI-20 a afundar 22% no primeiro trimestre do ano. Tendo em conta que este período incluí apenas quinze dias de confinamento e que a maior parte do impacto diz respeito ao segundo trimestre do ano, a expetativa é que os resultados venham a cair ainda mais. Mas os investidores parecem já estar a incorporar esse efeito já que o índice ganhou 8% entre abril e junho.

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Regulador dos media está a analisar mudanças na estrutura da TVI

  • Lusa
  • 20 Julho 2020

A ERC diz estar a analisar as mudanças na estrutura acionista da TVI, no âmbito do artigo 72.º da Lei da Televisão e dos Serviços Audiovisuais a Pedido, que respeita à atividade ilegal de televisão.

O regulador dos media ERC está a analisar as mudanças na estrutura acionista da TVI, no âmbito do artigo 72.º da Lei da Televisão e dos Serviços Audiovisuais a Pedido, que respeita à atividade ilegal de televisão.

Na sexta-feira, a Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) informou que, “tendo tomado conhecimento de mudanças relevantes na estrutura da TVI, está a avaliar o âmbito das mesmas e eventual configuração de nova posição”.

Acrescentou ainda que, “em análise, está a eventual alteração não autorizada de domínio, que envolve responsabilidade contraordenacional e pode dar origem à suspensão de licença ou responsabilidade criminal, tendo em conta o artigo 72.º da Lei da Televisão e dos Serviços Audiovisuais a Pedido”.

Tendo em conta a “averiguação rigorosa a que vai proceder, a ERC não deixará de zelar pelo estrito cumprimento da lei e reposição da legalidade caso verifique que a mesma foi violada”, lê-se na nota do regulador.

Ainda na sexta-feira, a Lusa enviou um conjunto de questões ao regulador dos media, entre as quais se a ERC tinha sido informada da entrada do empresário Mário Ferreira na estrutura acionista da dona Media Capital.

Entretanto, hoje, a Lusa pediu um esclarecimento à ERC sobre a razão de ser referido o artigo 72.º da Lei da Televisão e dos Serviços Audiovisuais a Pedido.

Em resposta por escrito, o regulador dos media afirmou à Lusa que, “na sequência deste e do anterior contacto, […] não tem nada a acrescentar neste momento sobre as mudanças na estrutura da TVI”, voltando a referir que o “assunto está a ser apreciado no âmbito do artigo 72.º”.

Este artigo diz respeito à atividade ilegal de televisão, cujo ponto n.º 1 refere que “quem exercer a atividade de televisão sem para tal estar legalmente habilitado é punido com prisão até três anos ou com multa até 320 dias”.

O disposto do n.º 1 é nomeadamente aplicável em caso de, de acordo com a alínea a), “exercício da atividade por entidade diversa da que foi licenciada ou autorizada”, lê-se na lei.

Em 14 de maio, o empresário Mário Ferreira comprou 30,22% da Media Capital, através da Pluris Investments, numa operação realizada por meio da transferência em bloco das ações por 10,5 milhões de euros.

Cerca de dois meses antes (março), a Cofina tinha desistido da operação de compra da Media Capital, embora continue a manter interesse na dona da TVI.

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ASF está a recrutar para diversas funções

  • ECO Seguros
  • 20 Julho 2020

As candidaturas abertas no dia 17 realizam-se através do preenchimento de uma ficha associada a cada anúncio e o prazo de acesso ao concurso termina a 31 de julho.

A Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) está a recrutar novos colaboradores para o seu quadro de pessoal, em regime de contrato individual de trabalho por tempo indeterminado.

Os postos a concurso visam diversas funções, predominando oportunidades para juristas:

– Coordenador(a) do Gabinete de Planeamento

– Coordenador(a) da Gestão e Manutenção do Património

– Encarregado(a) de Proteção de Dados

– Jurista do Departamento de Autorizações e Registos

– Jurista do Departamento Jurídico

– Jurista da Unidade de Apoio ao Fundo de Garantia Automóvel

Os procedimentos dos recrutamentos em curso e respetivo Regulamento estão acessíveis no website da entidade de supervisão.

De acordo com o regulamento, os candidatos podem ainda solicitar esclarecimentos através de correio eletrónico ([email protected]).

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Participações de sinistros cibernéticos crescem 83% na Europa, revela Marsh

  • ECO Seguros
  • 20 Julho 2020

Incidentes de ransomware pesam dois terços das perdas causadas por eventos cibernéticos, embora representem apenas 14% dos reportados. Em média, empresas tardam mais de 160 dias a detetá-los.

De acordo com The Changing face of Cyber Claims, o mais recente relatório lançado pela Marsh, líder global em corretagem de seguros e consultoria de riscos, em colaboração com a CMS e a Wavestone, as notificações de sinistros cibernéticos, com base em apólices de seguro cibernético standalone, cresceram cerca de 83% em 2019 na Europa Continental. Os números resultam da análise dos sinistros de seguro cibernético geridos pela Marsh na Europa examinando os diferentes métodos utilizados pelos cibercriminosos.

De acordo com o estudo, dois terços (67%) das perdas cibernéticas resultam de ataques maliciosos com incidentes de ransomware, representando 14% do total dos sinistros (+100% desde 2018). À medida que os ataques se tornam mais sofisticados com longos períodos de interrupção de negócio, que pode muitas vezes durar várias semanas, 71% dos custos e despesas associados com sinistros cibernéticos aplicam-se agora a medidas de apoio e de emergência para a recuperação.

Manuel Coelho Dias, Cyber Risk Specialist da Marsh Portugal, afirmou que: “A dependência da infraestrutura tecnológica aos vários níveis de uma organização, desde a gestão de recursos humanos, às cadeias de fornecimento, passando pelas plataformas comercias, faz dos cibereventos uma causa de disrupção gigantesca do negócio. O que tem sido observado nos sinistros um pouco por toda a Europa Continental, e muito embora o relatório não trate especificamente o caso português, essa é também a nossa realidade: grande disrupção e pouca preparação.”

Embora o risco seja amplamente difundido por toda a economia, houve três setores a registar uma maior incidência do número de sinistros. Segundo detalha a Marsh, o setor das instituições financeiras foi o mais impactado, com um quinto (21%) dos sinistros reportados em 2019, seguindo-se o fabrico (13%) e as empresas de comunicação, media e tecnologia (9%).

Jean Bayon de La Tour, Head of Cyber da Marsh Continental Europe, comentou o relatório: “À medida que o crime cibernético, em particular os ataques de ransomware, aumenta, quer em número quer em sofisticação, as empresas da Europa Continental estão cada vez mais expostas a maiores riscos de interrupção ao negócio e a custos de gestão de incidentes. Como resultado, mais empresas estão a subscrever o seguro de cyber para obterem a vantagem que esta proteção lhes oferece, particularmente à luz das consequências indiretas da pandemia de COVID-19, incluindo o aumento do trabalho remoto. Estas apólices podem ajudar a mitigar a severidade de um incidente, reduzir o impacto organizacional e aumentar a resiliência contra ameaças cibernéticas.”

Para Chris Watson, Global Head of Technology, Media and Communication da CMS (uma integrada e multijurisdicional sociedade de advogados): “A informação que as empresas fornecem aquando das notificações das violações podem ser utilizadas mais tarde para substanciar investigações e adotar decisões. De acordo com a CMS Enforcement Tracker, que acompanha as sanções publicamente anunciadas e efetuadas nos termos do disposto do Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados (RGPD), cerca de 25% de todas as sanções são relacionadas com a falta de medidas de segurança adequadas”.

Ainda, para Manuel Coelho Dias: “O tempo médio de deteção dos eventos e a tipologia das coimas aplicadas no âmbito do RGPD, por exemplo, é revelador de uma abordagem ainda pouco madura a um pilar das organizações modernas, independentemente da sua dimensão: a segurança da informação.”

Por seu lado, Vincent Nguyen, Head of CERT-W na Wavestone (empresa especializada em consultoria de transformação empresarial), explicou: “Perceber o modus operandi dos criminosos cibernéticos pode ajudar as empresas a estarem melhor preparadas. A CERT-W, equipa de resposta a incidentes da Wavestone, já geriu numerosos incidentes de segurança e chegou à conclusão de que a maioria dos ataques tende a ser oportunista. Muitas vezes, as vítimas detetam o ataque já tardiamente – em média 164 dias após a intrusão – sendo as principais motivações os ganhos financeiros e o roubo de dados.”

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Bernardo Ivo Cruz sai da liderança da Sofid e vai para a presidência portuguesa da UE em Bruxelas

Bernardo Ivo Cruz apresentou a demissão do cargo de administrador executivo da Sociedade para o Financiamento do Desenvolvimento (Sofid), confirmou o ECO. Vai para conselheiro técnico da REPER.

A partir de 1 de setembro, o atual responsável da Sofid, Bernardo Ivo Cruz vai assumir funções de conselheiro técnico no núcleo da Representação Permanente de Portugal junto da União Europeia (REPER). A nomeação foi publicada esta segunda-feira e insere-se no âmbito das contratações que o Ministério dos Negócios Estrangeiros tem vindo a fazer, no âmbito da presidência portuguesa da União Europeia, que Portugal vai ocupar no primeiro semestre de 2021.

“Por despacho da secretária de Estado dos Assuntos Europeus, foi designado, em regime de comissão de serviço, Bernardo Ivo Cruz, para desempenhar funções na unidade de coordenação e acompanhamento técnico-diplomático da PPUE 2021, no núcleo da Representação Permanente de Portugal junto da União Europeia (REPER), em Bruxelas, no cargo de conselheiro técnico“, pode ler-se no despacho publicado em Diário da República.

“A partir do dia 1 de setembro junto-me à equipa que irá acompanhar a Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia em Bruxelas”, disse o próprio nas redes sociais.

Apesar de as funções serem desempenhadas em comissão de serviço de 1 de setembro a 31 de agosto de 2021, o cargo exige exclusividade e, por isso, o antigo subsecretário de Estado Adjunto do ministro dos Negócios Estrangeiros, Freitas do Amaral, apresentou a demissão do cargo de administrador executivo da Sociedade para o Financiamento do Desenvolvimento (Sofid), confirmou o ECO junto do próprio. O ECO questionou o Ministério das Finanças sobre quem irá substituir Bernardo Ivo Cruz no cargo, ou como será operacionalizada a substituição, mas não obteve resposta até à publicação deste artigo.

A Sofid foi criada para contribuir para “o crescimento económico de países emergentes e em vias de desenvolvimento, articulando com os objetivos e a estratégia do Estado Português em matéria de economia, cooperação e ajuda pública ao desenvolvimento”, e tem como acionistas o Estado (80,5%) e outros bancos como o Novo Banco, o BPI, o BCP e a Caixa Geral de Depósitos. A Sofid era uma das instituição que se admitia virem a ser integradas no banco de fomento, antes de ter sido decidida a fusão da IFD e da PME Investimentos na SPGM.

Bernardo Ivo Cruz também já foi conselheiro económico e comercial nas embaixadas de Portugal no Reino Unido e no Brasil, onde dirigiu os centros de negócios da Aicep para América do Sul e para o Reino Unido e Irlanda. “Na iniciativa privada, fundou e foi Global Managing Partner do True Bridge Consultancy Group com sede em Londres, foi presidente da Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa no Reino Unido, representou a Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Brasil) na Europa e foi partner da Leadership Business Consulting”, pode ler-se na nota curricular publicada junto com a sua nomeação.

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