Exportações crescem seis vezes mais do que importações à boleia dos automóveis
Vendas de bens ao exterior aceleraram no penúltimo mês de 2019, à boleia do setor automóvel. Já as importações travaram. Ainda assim, Portugal regista pior défice da balança de bens do que em 2018.
As exportações de bens cresceram seis vezes mais do que as importações em novembro. As vendas de mercadorias ao exterior aumentaram 8,6% no penúltimo mês do ano passado face ao mesmo período de 2018, com os automóveis a puxarem pelo comércio português lá fora — no mesmo mês do ano anterior tinham sido travadas pela greve dos estivadores. Já as importações travaram no mesmo mês, tendo subido apenas 1,3%.
Os dados foram revelados esta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Apenas incluem informações sobre o comércio de bens, deixando de fora a balança de serviços, que inclui atividades como o turismo, por exemplo, permitindo ter uma ideia completa das relações comerciais de Portugal com o exterior.
O INE explica este desempenho com a exportação de automóveis. “Destacam-se os acréscimos nas exportações e importações de material de transporte (+38,6% e +28,4%, respetivamente), sobretudo nas exportações de automóveis para transporte de passageiros e nas importações de Outro material de transporte (sobretudo aviões)”, sublinha o gabinete de estatísticas.
Há um efeito extraordinário a influenciar estes números. “Especialmente no caso das exportações, a taxa de variação homóloga reflete em parte o decréscimo significativo das exportações observado em novembro de 2018, em resultado da greve dos estivadores no porto de Setúbal e que afetou particularmente as exportações de automóveis para transporte de passageiros”, contextualiza o INE.
Isto é, se a greve fez baixar as vendas em novembro 2018, a inexistência desse impacto em novembro de 2019 melhorou o desempenho do comércio português agora.
Por esta razão, o défice da balança comercial de bens registou uma diminuição de 329 milhões de euros em novembro, atingindo os 1.735 milhões de euros.
No acumulado do ano, Portugal registava em novembro uma balança de bens deficitária em 19 mil milhões de euros, um saldo pior do que registado em todo o ano de 2018. De resto, apesar de as exportações estarem a crescer mais do que as importações nos meses mais recente, foi o seu contrário a marcar a tendência na economia portuguesa em 2019 motivada pela recuperação do investimento, o que tem aumentado as necessidades de compras nos mercados internacionais, como chegou a destacar a Comissão Europeia.
Espanha, França e Alemanha continuam a ser os principais parceiros comerciais de Portugal. Com os espanhóis, as exportações sobem quase 1% até novembro, atingindo os 13,7 mil milhões de euros. As vendas de bens a alemães e franceses aceleram 8% e 6,5%, com as exportações a totalizarem os 6,7 mil milhões e 7,2 milhões, respetivamente.
(Notícia atualizada às 11h47 com mais informação)
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