Portugal no pódio dos juros baixos nos depósitos. Só pagam 0,08%
As novas aplicações em depósitos foram remuneradas a uma taxa de juro de 0,08%, em dezembro. Trata-se de um mínimo histórico e a terceira taxa mais baixa da Zona Euro.
A cada mês que passa, rentabilizar poupanças através dos depósitos torna-se um exercício mais difícil. Em dezembro, essa situação agudizou-se, com a remuneração dos depósitos a prazo a fixar-se num novo mínimo histórico de 0,08%. Apenas dois países da Zona Euro pagaram menos nestas aplicações.
De acordo com estatísticas do Banco Central Europeu (BCE), os bancos nacionais cortaram a remuneração médias das novas aplicações a prazo, dos 0,09% que vigoraram durante os três meses terminados em novembro, para uma média de 0,08%, em dezembro.
Trata-se do valor mais baixo do histórico da entidade responsável pela política monetária da Zona Euro, cujo início remonta a janeiro de 2000. Ou seja, há 20 anos.
Taxas dos depósitos desde o último corte de juros do BCE
Fonte: BCE
Esta quebra enquadra-se num contexto em que os juros de referência da Zona Euro se encontram em mínimos históricos, rumo que tem sido acompanhado pelas Euribor, que permanecem em níveis negativos. Num cenário desses, os bancos não têm qualquer incentivo a remunerar as poupanças das famílias, face ao impacto negativo que tal tem nas respetivas margens financeiras.
Só no último ano, as já magras remunerações dos depósitos encolheram para metade em Portugal. Os 0,08% de remuneração média oferecida pelos bancos nacionais no final do ano passado, comparam com os 0,15% que vigoravam no final de 2018.
Portugal só paga mais que a Irlanda e Espanha
A quebra das remunerações dos depósitos não é, contudo, exclusiva a Portugal. Os restantes países da Zona Euro também estão a ser apanhados pelo impacto negativo dos juros historicamente baixos ditados pela entidade agora liderada por Christine Lagarde.
No último mês do ano passado, a taxa de juro média dos novos depósitos a prazo na Zona Euro fixou-se em 0,28%, um mínimo também dos últimos 20 anos. Contudo, comparando com os restantes 18 países que integram o espaço do Euro, Portugal é dos países que pior comparam em termos da remuneração dos depósitos a prazo. No final de 2019, ocupava o terceiro posto dos juros mais baixos, apenas atrás de Espanha e da Irlanda, onde os bancos pagaram taxas de 0,04% e 0,02%, respetivamente, pelos novos depósitos.
No lado oposto, Holanda, Itália e Estónia são os países da Zona Euro que remuneram os depósitos com as taxas de juro mais alta: 1,25%, 0,9% e 0,87%, respetivamente.
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