Compra do EuroBic pelo Abanca resolve “instabilidade” no sistema, diz presidente do Bankinter Portugal
Alberto Ramos, responsável pelo Bankinter em Portugal, diz que aquisição do EuroBic pelo Abanca resolve a "instabilidade" que se gerou no sistema financeiro nacional com o Luanda Leaks.
O presidente do Bankinter Portugal considera que a compra do EuroBic por parte dos espanhóis do Abanca é “positiva” porque resolve “o problema de alguma instabilidade” que se criou no sistema financeiro em Portugal com o caso dos Luanda Leaks.
Num encontro com jornalistas, em Lisboa, Alberto Ramos não revelou se esteve interessado no banco português de Isabel dos Santos. Mas não exclui essa possibilidade, nem a de, no futuro, o Bankinter avançar para a compra do Novo Banco.
A aquisição do EuroBic pelo Abanca “permite resolver o problema de alguma instabilidade que existia, é positiva do ponto de vista do sistema financeiro”, declarou Alberto Ramos. O responsável falava durante uma apresentação dos resultados na sede sucursal portuguesa do Bankinter, no Marquês do Pombal. O Bankinter Portugal registou lucros antes de impostos 65,6 milhões em 2019, mais 9% do que no ano anterior.
Sem se alongar nos comentários ao negócio conhecido esta segunda-feira, Alberto Ramos apenas disse que analisou “várias opções nos últimos tempos” e que o facto de o banco galego assumir agora uma posição relevante em Portugal com a compra do EuroBic não vai alterar “os propósitos” do Bankinter no país. “O facto de a concorrência ser mais forte ou menos forte não importa no nosso caminho. O nosso caminho é de diferenciação no mercado. Não altera os nossos propósitos”, comentou.
Reforçou de seguida que o negócio entre Abanca e EuroBic “traz mais estabilidade” ao mercado, isto depois de o Luanda Leaks ter pressionado Isabel dos Santos a sair da estrutura acionista do banco português. Para Alberto Ramos, as “notícias menos positivas” que surgiram nas últimas semanas sobre este tema “são más para o setor”. “A banca é um negócio de confiança e ter este tipo de notícias não nos satisfaz”, referiu.
Atentos ao Novo Banco
Em relação ao Novo Banco, Alberto Ramos diz que o Bankinter estará atento a essa oportunidade quando surgir. “Se acharmos que faz sentido, concretizamos, senão não concretizamos”, disse o presidente do Bankinter Portugal quando questionado sobre a possibilidade de avançar para a compra de uma operação.
“O Novo Banco é natural que venha a estar no mercado e portanto estaremos atentos a essa oportunidade”, referiu, acrescentando que do lado do Bankinter não haverá interferência política no tema. “Do nosso lado, será sempre uma decisão financeira, serão critérios financeiros na decisão”.
Alberto Ramos recusou ainda qualquer desvantagem o aumento do peso da banca espanhola em Portugal. “Instituições que tragam mais qualidade são bem-vindas. E o Bankinter é um bom exemplo”, sublinhou Alberto Ramos.
Em Portugal, o Bankinter fechou 2019 com uma margem bruta de negócio (margem financeira+comissões) a subir 17% para 129,1 milhões de euros, que resultou sobretudo do aumento do volume de negócio (+12,2% para 14,7 mil milhões). O crédito somou 12,1% para 6,5 mil milhões e os depósitos subiam 6,8% para 4,7 mil milhões. Já os recursos fora do balanço (fundos de investimento) subiram 16,7% para 3,5 mil milhões.
O banco destaca que tem margem para progredir ainda mais em Portugal de forma orgânica, incluindo na eficiência: o rácio baixou 12 pontos percentuais em 2019 para 73% (quanto mais baixo, maior é a eficiência), o que é um caminho “satisfatório”, mas com margem de progressão, sublinharam os responsáveis portugueses
(Notícia atualizada às 13h16)
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