Jerónimo Martins aumenta lucros para 433 milhões em 2019. Dá metade em dividendos
Lucros da Jerónimo Martins cresceram 7,9% em 2019. O negócio da Polónia foi o principal motor dos resultados da retalhista, com as receitas da Biedronka a aumentarem perto de 8%.
A Jerónimo Martins fechou 2019 com lucros de 433 milhões de euros, um aumento de 7,9% face ao alcançado no ano anterior. A Polónia voltou a ser o principal motor dos resultados da retalhista, mercado onde as vendas aceleraram. Retalhista vai distribuir metade dos lucros em dividendos.
Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de valores Mobiliários (CMVM), esta quinta-feira, a Jerónimo Martins revela que os seus lucros se fixaram no ano passado em 433 milhões de euros, acima dos 401 milhões registados em 2018.
“2019 foi um ano de notável desempenho com todas as Companhias a entregarem crescimentos de vendas, resultados e cash flow, ao mesmo tempo que reforçaram as suas posições competitivas e implementaram vários projetos de transformação que abrirão o caminho a um novo ciclo de crescimento”, diz Pedro Soares dos Santos no comunicado enviado ao regulador.
A melhoria dos lucros assentou num crescimento de 7,5% das vendas da retalhista, que ascenderam a 18,6 mil milhões de euros, número que foi alcançado em grande medida devido à evolução do negócio da Polónia. A retalhista polaca Biedronka viu a faturação aumentar quase 8% para 12,6 mil milhões de euros.
“A Biedronka entregou um forte aumento de vendas e resultados, mantendo o ritmo de inovação e a melhoria contínua da operação, nomeadamente através do reforço de testes de novas soluções tecnológicas“, acrescenta a este propósito o CEO da Jerónimo Martins.
Já polaca Hebe, especializada no Bem Estar e Saúde, aumentou as vendas em quase 25% para 259 milhões.
Relativamente a este mercado, é salientado que o consumo “manteve-se em níveis saudáveis, impulsionando o trading-up no cabaz alimentar“, e que o setor do retalho alimentar continuou a adaptar-se à implementação gradual da regulamentação que restringe a abertura de lojas ao domingo, a qual se refletiu na perda adicional de 13 dias de vendas, cumulativamente aos 21 dias de encerramento obrigatório em 2018.
Em Portugal, a Jerónimo Martins opera com as marcas Pingo Doce e Recheio. O Pingo Doce registou um crescimento de 2,9% do volume de negócios, atingindo os 3,9 mil milhões. Quanto ao Recheio, as vendas atingiram o marco dos 1.000 milhões de euros, 2,7% acima do ano anterior.
Já na Colômbia, a retalhista diz que o enquadramento em termos de consumo foi mais favorável do que no ano anterior, “tendo o mercado mantido elevada intensidade concorrencial”. As vendas da Ara aumentaram 30,8% para o equivalente a 784 milhões de euros.
Dona do Pingo Doce quer dar 50% aos acionistas
Face aos resultados conseguidos no ano passado, a Jerónimo Martins diz pretender propor aos acionistas metade do valor angariado. “Entende o Conselho de Administração propor na Assembleia Geral Anual de Acionistas, a distribuição de 216,8 milhões de euros em dividendos“, refere o comunicado.
Tal corresponde a um dividendo bruto de 0,345 euros por ação (excluindo as 859 mil ações próprias em carteira) e representa um pay-out de cerca de 50% dos resultados líquidos consolidados.
A empresa explica que “esta proposta de distribuição de dividendos permite ao Grupo preservar total flexibilidade para acelerar os seus planos de expansão e aproveitar qualquer potencial oportunidade de crescimento não-orgânico, mantendo em simultâneo um nível reduzido de dívida líquida”.
(Notícia atualizada às 19h25)
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