Novo Banco com prejuízos de 1.059 milhões
O banco voltou a registar prejuízos em 2019: 1.058,8 milhões de euros. António Ramalho vai pedir 1.037 milhões ao Fundo de Resolução.
O Novo Banco anunciou esta sexta-feira prejuízos de 1.058,8 milhões de euros. Em 2018, as perdas foram de 1.412 milhões. “Ontem falávamos do Cabo das Tormentas, podemos dizer agora que demos a volta ao Cabo da Boa Esperança”, disse António Ramalho, presidente do banco, aos jornalistas.
A penalizar as contas estiveram perdas de 1.236,4 milhões de euros com o legado do BES, enquanto a parte boa do banco (atividade recorrente) obteve um ganho de 177,6 milhões de euros.
O Novo Banco diz ter “registado perdas relacionadas com o processo de reestruturação e desalavancagem de ativos não produtivos, designadamente os projetos Sertorius, Albatros e NATA II, e o processo de venda da GNB Vida”.
Face a este resultado, o banco vai pedir ao Fundo de Resolução, que detém 25% da instituição, mais 1.037 milhões de euros, no âmbito do mecanismo de capital contingente acordado em 2017.
“Em resultado das perdas verificadas na atividade legacy no valor de -1.236,4 milhões, que refletem a prossecução do processo de deleverage de créditos e imóveis legacy que estavam no balanço do banco em 2016, o Novo Banco irá solicitar uma compensação de 1.037 milhões, tal como estipulado no contrato de venda. O valor total das compensações solicitadas em 2017 e 2018 e a solicitar relativamente a 2019 totalizam 2,98 mil milhões”, explica o banco. O montante máximo de compensação estabelecido no acordo é de 3,89 mil milhões de euros.
Malparado baixa para 12%
Ramalho tinha dito que 2019 foi um “marco importante” na reestruturação do Novo Banco, criado em 2014 com a resolução ao BES. O banco estava obrigado a cumprir metas impostas por Bruxelas, nomeadamente em termos de viabilidade.
Na parte operacional, a margem financeira subiu quase 20% para 540,6 milhões de euros, com as comissões a subirem 3,3%. Com isto, o produto bancário comercial aumentou 12,5% para 864,1 milhões de euros.
Do lado do balanço, o crédito a clientes subiu 1,7% para 25,15 mil milhões de euros, enquanto os depósitos aumentaram 1% para 28,4 mil milhões.
O ano passado foi de limpeza do balanço. O rácio de malparado caiu para metade: estava em 22,4% em 2018 e baixou para 11,8% no final do ano passado. Tratou-se de uma redução de 3,3 mil milhões de euros. Ramalho adiantou que poderá vender nova carteira de malparado este ano para baixar o rácio para 5%. Isto implicará reduzir os NPL em 1,7 mil milhões. “Num banco normal isto seria impossível, mas aqui tornamos as coisas possíveis”, disse.
(Notícia atualizada às 18h02)
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