Galp Energia pondera reabrir a refinaria de Sines em junho
Dependendo do desenvolvimento da pandemia, a refinaria da Galp poderá estar parada apenas um mês, segundo disse o CEO Carlos Gomes da Silva, esta segunda-feira, numa conferência com analistas.
A refinaria da Galp em Sines poderá estar parada apenas um mês e voltar a funcionar já em junho. A decisão irá depender de como se desenvolver a procura por combustíveis na reabertura da economia, segundo explicou o CEO da petrolífera Carlos Gomes da Silva, esta segunda-feira numa conferência com analistas.
“Tivemos uma redução na refinação de combustíveis no Porto já em abril e estamos planear parar Sines durante maio. Estas paralisações são consequência da baixa expectativa de procura e dos já elevados níveis de inventários”, disse Gomes da Silva.
Era já sabido que, depois de Matosinhos, também Sines vai ser encerrada a partir de 4 de maio. Apesar de a empresa não estar a recorrer ao mecanismo de lay-off, as refinarias estão a ser paradas devido constrangimentos no mercado nacional e internacional, numa altura em que a pandemia está a levar a procura global por combustíveis a afundar.
“Dependendo de como evoluir o cenário macro, estamos a pensar reabrir Sines em junho“, sublinha o CEO, na conferência que se seguiu à apresentação de resultados do trimestre. Entre janeiro e março — período em que o preço do petróleo afundou –, os lucros da Galp tombou 72%, para 29 milhões de euros nos três primeiros meses do ano.
A petrolífera explica que a margem de refinação diminuiu para 1,9 dólares por barril, face a 2,3 dólares por barril no período homólogo. Já as vendas de produtos petrolíferos diminuíram 13%.
Apesar de considerar que a Galp tem “robustez” para se manter sólida, Carlos Gomes da Silva explicou que a pandemia poderá ter um impacto de mil milhões de euros nos próximos dois anos. O valor diz respeito tanto a OPEX como a CAPEX, sendo que este ano será 90% em investimento.
“Este é o cenário mais pessimista, mas temos de preparar o pior e esperar o melhor”, defendeu o gestor. “Os nossos resultados serão afetados. No entanto, penso que ainda é cedo para rever o outlook operacional”, acrescentou.
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