Mais de metade das empresas prevê quebras de vendas superiores a 20% em 2020
Mais de metade das empresas estima um decréscimo de vendas superior a 20% em 2020, aponta o mais recente inquérito da CCIP. Quebra ao nível das vendas no mercado nacional é a causa mais referida.
Mais de metade das empresas estimam um decréscimo de vendas acima dos 20% em 2020, sendo que é no mercado interno que as empresas sentem o maior impacto da crise, de acordo com um inquérito promovido pela Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa (CCIP) para avaliar o impacto do Covid-19 no tecido empresarial português.
De acordo com o mais recente inquérito da CCIP, 11,9% das empresas preveem um declínio das vendas superior a 10% no ano corrente, sendo que a maioria (54,4%) prevê um declínio das vendas superior a 20%.
É ao nível das vendas no mercado nacional que as empresas estão a sentir o maior impacto desta crise, com mais de dois terços das empresas inquiridas (77,5%) a admitirem-no, seguidos por problemas de tesouraria que foram indicados por 51,9% das empresas. “A comparação com as respostas do inquérito anterior revela, no espaço de cerca de três semanas, um aumento de quatro pontos percentuais (p.p) das que estão a sentir um impacto ao nível das vendas no mercado nacional e de oito p.p. ao nível da tesouraria”, assinala a CCIP, em comunicado.
Quanto ao impacto no mercado exterior, 25% das empresas inquiridas apontam para um impacto nas vendas para a União Europeia e 31,9% para os países extra-UE, um aumento de cinco pontos face ao inquérito anterior.
Além disso, as empresas dizem estar ainda preocupadas com a falta de liquidez, com mais de um quinto (26,9%) a referirem que não vão conseguir “resistir mais de 30 dias sem receber um apoio para as necessidades de tesouraria”. Apesar de estes continuarem a ser números consideráveis, o novo inquérito aponta para decréscimo de 8 p.p., relativamente ao dados do balanço anterior.
Quase 44% das empresas vão pedir fracionamento dos impostos
Para apoiar o tecido empresarial, o Governo tem vindo a apresentar várias medidas de apoio às empresas, nomeadamente linhas de crédito e moratórias. Questionadas sobre a necessidade de recorrer a estes instrumentos, 43,8% das empresas inquiridas indicaram que vão pedir o fracionamento do pagamento de impostos e 38,1% referem que vão diferir os pagamentos à Segurança Social.
Quanto às linhas de crédito, que, no seu conjunto têm um montante global de 6,2 mil milhões de euros, 30% dos inquiridos ponderam vir a recorrer. Relativamente ao lay-off simplificado — que permite que os funcionários recebam dois terços do salário, sendo 30% da responsabilidade da entidade patronal e 70% pago pela Segurança Social –, o inquérito da CCIP aponta também para uma grande adesão, com 30% a admitir enviar colaboradores para lay-off.
Muitas das organizações apontaram que a imprevisibilidade decorrente das sucessivas alterações às medidas é um obstáculo. A exigência da redução da faturação e/ou ratings como critério de elegibilidade também foi referida, por 43,8% das empresas, como um constrangimento.
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