Internet é componente “mais importante” do pacote de telecomunicações. Telefone é quase “irrelevante”
A internet tem vindo a ganhar relevância enquanto componente do pacote, enquanto o telefone é quase "irrelevante". Veja as comparações neste Dia Mundial das Telecomunicações.
O acesso à internet é a componente mais importante dos pacotes de telecomunicações e o telefone é já considerado “irrelevante” para muitos portugueses. Estas conclusões fazem parte de um conjunto de dados recolhidos pela plataforma ComparaJá, com base num conjunto recente de 100.000 simulações.
Neste domingo, 17 de maio, assinala-se o Dia Mundial das Telecomunicações. Uma ocasião que coincide com um período em que as telecomunicações têm-se relevado essenciais para o teletrabalho em plena pandemia. Com o tráfego de internet a disparar em todo o mundo, incluindo em Portugal, os dados do ComparaJá mostram que 64% dos utilizadores considera “muito importante” ou “importante” a componente internet num pacote de telecomunicações.
Esta informação contrasta com a importância do telefone fixo, que ainda é uma componente a fazer parte da generalidade das ofertas convergentes dos operadores de telecomunicações. Enquanto apenas 9% considera o telefone “muito importante” e 25% “importante”, mais de metade, 66%, consideram que o telefone fixo é “irrelevante” no pacote de telecomunicações.
No caso da componente de televisão na escolha do pacote, 12% dos utilizadores consideraram “muito importante” e 34% consideraram “importante”. Em sentido inverso, 24% considerou a televisão “pouco importante” e uma parcela de 31% considerou-a “irrelevante” para a escolha.
Os dados do ComparaJá, cedidos ao ECO, mostram ainda que os pacotes com três e quatro serviços são os mais procurados no mercado português, em linha com os dados relevados pelo regulador do setor, ou 36% e 40%, respetivamente. No domínio dois pacotes 4P, a maioria dos consumidores (40%) pretende associar dois telemóveis ao pacote.
Por serem baseados em simulações feitas pelos utilizadores, os dados devem ser analisados com algum cuidado, pois não permitem retirar conclusões abrangentes. No entanto, estão em linha com a tendência internacional.
Valorização da internet vai continuar. Próximo foco serão os dados móveis
Segundo José Figueiredo, líder do ComparaJá, a tendência de valorização da componente de internet nos pacotes de telecomunicações vai continuar. “Ao contrário dos serviços de telefone fixo ou de televisão, que já fazem parte dos hábitos dos portugueses há muitos anos, a internet ainda está numa fase de massificação do seu uso no nosso país”, explica.
“A justificação deve-se, por um lado, a uma maior procura por parte de famílias que até então ainda não tinham adotado a internet como parte dos seus hábitos e, por outro, ao facto de as gerações mais digitais, particularmente os consumidores mais jovens, terem hábitos de consumo de conteúdos sobretudo online, pelo que a televisão perde relevância, para além de não usarem nunca o telefone fixo”, continua.
Porém, para José Figueiredo, antecipa-se que “os dados móveis se tornem a componente mais relevante num serviço de telecomunicações em pacote” nos próximos tempos. Um dos fatores que justificam a previsão é o surgimento em Portugal das primeiras ofertas com dados móveis ilimitados.
De acordo com o ComparaJá, Meo, Nos e Vodafone já oferecem pacotes com tráfego de dados móveis ilimitados e características semelhantes entre operadoras. Com velocidades de dados até 10 Mbps (megabits por segundo), a oferta da Vodafone custa 69,90 euros, enquanto a da Meo e a da Nos custam 69,99 euros, segundo informação disponibilizada pela plataforma. No caso de velocidades até 1 Gbps, a mensalidade é de 79,90 euros na Vodafone e 79,99 euros na Meo e na Nos.
Dados móveis ilimitados já são realidade
“De forma a dar resposta aos novos hábitos de consumo dos portugueses as operadoras têm, obrigatoriamente, de inovar constantemente na sua oferta. Como as novas gerações, já totalmente digitais, têm cada vez mais necessidades ao nível do plafond de minutos de chamadas e de SMS, e, mais do que tudo, ao nível dos dados móveis, o surgimento deste tipo de ofertas parece-me bastante natural, até porque vem acompanhar uma tendência que já surgiu há mais de um ano noutros países”, analisa José Figueiredo.
Para já, com o aumento da procura pela internet, as operadoras passaram a disponibilizar ofertas apenas com internet, o que não era realidade há alguns meses. “Já quase todas as operadoras disponibilizam algumas ofertas só com internet”, garante o responsável. Mas acrescenta, como conclusão: “O que acontece é que são produtos pouco divulgados e cujos preços, quando comparados com um pacote triple play — televisão, internet e telefone fixo — com a mesma velocidade de internet, por vezes acabam por ser pouco apelativos.”
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