Comissão Europeia insta Eurogrupo a dar “grandes passos” contra crise

  • Lusa
  • 8 Maio 2020

“A pandemia do novo coronavírus atingiu todos os Estados-membros e agora temos de dar grandes passos a nível europeu para conseguir que as economias voltem ao que eram”, diz Valdis Dombrovskis.

A Comissão Europeia instou esta sexta-feira o Eurogrupo a dar “grandes passos” na resposta económica à crise de Covid-19, para que as economias “voltem ao que eram”, e disse esperar “progressos rápidos” da discussão dos ministros das Finanças europeus.

“A pandemia do novo coronavírus atingiu todos os Estados-membros e agora temos de dar grandes passos a nível europeu para conseguir que as economias voltem ao que eram”, declarou o vice-presidente executivo da Comissão Europeia, Valdis Dombrovskis, com a pasta de “Uma Economia ao serviço das Pessoas”.

Numa declaração divulgada antes da reunião de hoje do Eurogrupo, por videoconferência, sobre a resposta europeia à crise de Covid-19 – agora tendo já em sua posse as previsões macroeconómicas da Comissão, que antecipam uma contração recorde este ano na zona euro -, o responsável frisou que “a recuperação económica vai depender de intensos e contínuos esforços”.

“Esta recuperação terá de ser fundamentada por um orçamento europeu ambicioso, com um aumento substancial da sua capacidade de financiamento, e uma componente forte de investimento antecipado”, acrescentou Valdis Dombrovskis.

Notando que “o tempo está a passar”, o vice-presidente do executivo comunitário apelou ainda para que o Eurogrupo chegue hoje a “progressos rápidos”.

Depois de ter chegado a um acordo, em 09 de abril passado, sobre um pacote de emergência num montante total de 540 mil milhões de euros para fazer face à crise provocada pela pandemia – entretanto ‘aprovado’ pelo Conselho Europeu –, o Eurogrupo tenciona hoje definir os termos exatos de uma das ‘redes de segurança’ adotadas, a linha de crédito do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE), designada “Apoio à Crise Pandémica”.

Em concreto, o fórum informal de ministros das Finanças da área do euro vai procurar definir os critérios de elegibilidade para recorrer a este instrumento do MEE, através dos quais os Estados-membros podem requerer até 2% do respetivo PIB para despesas direta ou indiretamente relacionadas com cuidados de saúde, tratamentos e prevenção de Covid-19.

O objetivo é que esta linha de crédito esteja operacional já em 01 de junho, tal como solicitaram os chefes de Estado e de Governo na última cimeira.

No encontro de hoje, os ministros irão também discutir os planos de relançamento da economia europeia no pós-pandemia, mas numa altura em que se aguarda ainda a apresentação da proposta, por parte da Comissão, do futuro fundo de recuperação, assim como a proposta revista do Quadro Financeiro Plurianual da União para 2021-2027.

As discussões de hoje serão realizadas já à luz das primeiras projeções de Bruxelas sobre o impacto da pandemia de Covid-19 na economia europeia, divulgadas na quarta-feira, e que antecipam para este ano uma contração sem precedentes na zona euro, de 7,7% do Produto Interno Bruto, muito acima daquela verificada no auge da crise financeira (4,5% em 2009).

A videoconferência é dirigida desde Lisboa pelo presidente do Eurogrupo, Mário Centeno.

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Centeno anunciará “em devido tempo” se é candidato a novo mandato no Eurogrupo

  • Lusa
  • 8 Maio 2020

O ministro das Finanças, Mário Centeno, anunciará “em devido tempo” a decisão sobre uma eventual candidatura a um segundo mandato como presidente do Eurogrupo.

O ministro das Finanças, Mário Centeno, anunciará “em devido tempo” a decisão sobre uma eventual candidatura a um segundo mandato como presidente do Eurogrupo, estando agora concentrado na resposta à crise da covid-19, indicou esta sexta-feira o seu porta-voz.

Sem comentar expressamente uma notícia avançada pelo jornal alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung, segundo o qual Centeno não vai candidatar-se a um segundo mandato como presidente do fórum de ministros das Finanças da zona euro, alegadamente pelo cansaço provocado pela carga excessiva de trabalho também decorrente da acumulação de pastas, o porta-voz do presidente do Eurogrupo recordou que o atual mandato termina apenas em 13 de julho e apontou que só mais perto dessa data deverá ser anunciada uma decisão.

Lembrando que “a decisão do Eurogrupo de eleger o seu presidente deve ser tomada, o mais tardar, na reunião de julho”, o porta-voz indicou que Centeno “tomará e comunicará a sua decisão sobre a sua candidatura a um segundo mandato em devido tempo”.

Há muito trabalho a fazer neste momento e o Presidente do Eurogrupo está concentrado no seu trabalho que, como todos compreenderão, é extremamente exigente nestes tempos de crise”, completou.

O tabu em torno de uma eventual recandidatura de Centeno tem levado nos últimos meses a especulações sobre a sua continuidade ou não à frente do Eurogrupo, hoje reavivadas com um artigo do jornal alemão, que, sem nomear fontes, aponta que o ministro português já terá decidido não cumprir um segundo mandato e que vários ministros estão insatisfeitos com o seu trabalho à frente do fórum informal de ministros da zona euro.

Eleito em dezembro de 2017, Mário Centeno sucedeu ao holandês Jeroen Dijsselbloem na presidência do Eurogrupo em janeiro de 2018, para um mandato de dois anos e meio, que expira assim em julho próximo.

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Desemprego em máximo pós-guerra não impede subida de Wall Street

Os índices norte-americanos abriram em alta mesmo com a taxa de desemprego a atingir o nível mais elevado desde a segunda guerra mundial.

20,5 milhões. É este o número de pessoas que perdeu o seu emprego nos EUA em abril por causa da pandemia, levando a taxa de desemprego para os 14,7%, o valor mais elevado desde a segunda guerra mundial. Apesar deste dado divulgado esta sexta-feira, Wall Street abriu em alta, prosseguindo os ganhos das últimas sessões.

O S&P 500 sobe 0,93% para os 2.908,10 pontos, o Dow Jones valoriza 1,05% para os 24.127,48 pontos e o Nasdaq, que já sobe há cinco sessões consecutivas, avança 0,62% para os 9.035,78 pontos. No caso do Nasdaq, o índice tecnológico — beneficiando da subida de cotadas como a Microsoft, a Amazon, o Facebook, a Apple e a Alphabet (Google) — já ganha no acumulado do ano de 2020, tendo “apagado” todas as perdas registadas durante o início da pandemia.

Os investidores parecem estar a apostar que o pior da crise pandémica já passou e focam-se mais nos dados a médio prazo, relativizando a histórica subida da taxa de desemprego, que triplicou num só mês. Em fevereiro, a taxa de desemprego era de 4,4%, uma das mais baixas de sempre nos EUA. Contudo, tal já era esperado uma vez que os dados semanais demonstravam a dimensão do problema, pelo que os mercados não foram surpreendidos esta sexta-feira. Acresce que o consenso entre os economistas era de um aumento de 22 milhões de desempregados.

Os mercados bolsistas têm recuperado de forma acentuada desde o final de março, após as fortes perdas provocadas pelo início da pandemia. Os analistas acreditam que têm sido os estímulos monetários sem precedentes e o apoio orçamental a sustentar a subida dos títulos nos EUA. Na sessão de hoje, um dos pontos positivos é um sinal de aproximação entre Pequim e Washington: as autoridades dos dois países disseram que chegaram a bom porto para melhorar a implementação da fase um do acordo comercial. Esta declaração segue-se à ameaça de Donald Trump no início deste mês de impor mais tarifas à China por causa do coronavírus.

Entre as cotadas, o destaque vai para as ações da Disney, que sobem quase 3%, após se saber que os bilhetes da reabertura do parque de diversões em Xangai terem sido vendidos rapidamente. Já os títulos de Uber sobem mais de 5% porque, apesar de a empresa ter tido prejuízos significativos no primeiro trimestre, garantiu aos investidores que a pandemia irá adiar a meta de ser lucrativa por alguns trimestres e não alguns anos.

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Exportações têxteis caem 19% em março. Vestuário regista pior desempenho

  • Lusa
  • 8 Maio 2020

O vestuário foi a categoria de produtos “com pior desempenho”, registando uma quebra de 66 milhões de euros, ou seja, -8,1%.

As exportações portuguesas de têxteis e vestuário caíram 19% em março face ao mesmo mês de 2019, sofrendo um “forte impacto” da pandemia e acumulando uma quebra de 6,4% no primeiro trimestre, divulgou a associação setorial.

Segundo os dados publicados esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) e tratados pela Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP), “em termos cumulativos, o primeiro trimestre termina com uma quebra de 6,4% e um valor exportado de 1.277 milhões de euros”, com praticamente “todos os capítulos da secção dos têxteis e vestuário no vermelho”.

As exceções foram as pastas, feltros e artigos de cordoaria (com um aumento de 6,3 milhões de euros ou 8,4%), as matérias-primas de algodão, incluindo fios e tecidos (subida de 2,3 milhões de euros ou 5,8%) e as matérias-primas de outras fibras têxteis vegetais, incluindo fios e tecidos (crescimento de 268 mil euros ou 10,7%).

Em termos globais, refere a ATP, o vestuário foi a categoria de produtos “com pior desempenho”, registando uma quebra de 66 milhões de euros, ou seja, -8,1%.

“Quer as exportações extracomunitárias, quer as intracomunitárias, registaram quebras a rondar os 6,5%”, diz a associação, destacando entre os destinos europeus mais afetados a Espanha (menos 45,2 milhões de euro, equivalentes a -11,1%), França (menos 10,5 milhões de euros ou -5,6%); Reino Unido (menos 9,3 milhões de euros ou -9%) e Itália (menos seis milhões de euros, equivalentes a -7,2%).

A contrariar a tendência negativa estiveram os Estados Unidos (mais 4,6 milhões de euros, equivalente a +5,4%), a Suíça e a Bélgica, ambas com um acréscimo a rondar os 2,5 milhões de euros.

No que se refere às importações de têxteis e vestuário, caíram cerca de 20% em março face ao mesmo mês do ano passado, tendo Portugal importado menos 10% no acumulado do primeiro trimestre face ao período homólogo, num total de 1.013 milhões de euros.

Até março, a balança comercial dos têxteis e vestuário registou um saldo de 264 milhões de euros e uma taxa de cobertura de 126%.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de Covid-19 já provocou cerca de 269 mil mortos e infetou mais de 3,8 milhões de pessoas em 195 países e territórios.

Mais de 1,2 milhões de doentes foram considerados curados.

Em Portugal, morreram 1.114 pessoas das 27.268 confirmadas como infetadas, e há 2.422 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.

Face a uma diminuição de novos doentes em cuidados intensivos e de contágios, vários países começaram a desenvolver planos de redução do confinamento e em alguns casos a aliviar diversas medidas.

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Costa volta a excluir austeridade. “Seria aprofundar a crise”

O primeiro-ministro visitou o Porto para avaliar o regresso do comércio à atividade. Costa diz que desafio passa por devolver a confiança às pessoas e que a solução para a crise não é austeridade.

António Costa voltou a afastar a ideia de que Portugal terá de voltar à austeridade por causa do impacto económico da pandemia. “Seria aprofundar a crise. Não deixou saudades a ninguém”, referiu o primeiro-ministro no Porto.

De passagem por uma rua portuense, quando o pequeno comércio começa aos poucos a reabrir as portas após semanas de confinamento, António Costa sublinhou que o desafio é outro: devolver a confiança às pessoas para que o país possa regressar gradualmente a uma normalidade em contexto de pandemia.

Podem vir porque têm acessíveis os meios de proteção individual. Os estabelecimentos estão devidamente higienizados, têm os materiais necessários para poderem desinfetar as mãos. Os funcionários que estão nos estabelecimentos estão devidamente protegidos dos riscos que os clientes comportam e os clientes também estão protegidos”, declarou o primeiro-ministro.

“Pôr austeridade em cima desta crise seria só aprofundá-la. Não vale a pena ter esta obsessão do regresso da austeridade, creio que não deixou saudades a ninguém”, acrescentou o governante questionado pelos jornalistas.

Tudo para que se consiga manter as empresas, os postos de trabalho e sustentar os rendimentos, frisou ainda.

"Pôr austeridade em cima desta crise seria só aprofundar esta crise. Não vale a pena ter esta obsessão do regresso da austeridade, creio que não deixou saudades a ninguém.”

António Costa

Primeiro-ministro

Não é a primeira vez que António Costa volta a descartar a necessidade de austeridade.

Mas esta semana Rui Rio considerou que a austeridade é “meramente uma questão de português” e que os portugueses vão voltar a viver tempos de maior aperto por causa da crise. “Criticaram tanto o tempo da troika, que existiu por culpa do PS, que baniram a palavra austeridade. Mas podem ir recuperar o aperto de cinto do tempo do Dr. Mário Soares”, ironizou o presidente do PSD em entrevista à CMTV.

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Apoio aos recibos verdes volta a mudar. Há quem ainda não tenha recebido cheque de março

O Executivo de António Costa voltou a mudar os contornos do apoio extraordinário destinado aos trabalhadores independentes. Ajuda relativa a março ainda não chegou a alguns "recibos verdes".

O apoio extraordinário destinado aos trabalhadores independentes mais afetados pela pandemia de coronavírus vai voltar a sofrer alterações. A ajuda dada pela Segurança Social em junho deverá, portanto, ser diferente da transferida em maio, que por sua vez já tinha sido outra que não a paga em abril. E enquanto o Governo avança com todas estas mudanças e correções, há ainda trabalhadores por conta própria cujos pedidos relativos a março continuam “em análise”, segundo os relatos que têm chegado ao ECO.

O apoio extraordinário à redução da atividade económica dos trabalhadores independentes foi criado a meio de março, tendo ficado estabelecido que o seu valor correspondia à base de incidência contributiva do beneficiário, com um limite máximo de 438,81 euros (ou seja, o valor do Indexante dos Apoios Sociais ou IAS).

Ao contrário do que indicava a designação desta medida, estavam apenas incluídos os trabalhadores independentes em paragem total de atividade, sendo-lhes exigido um prazo de garantida de três meses consecutivos de descontos nos últimos 12 meses.

Em abril, a Segurança Social veio, contudo, esclarecer que, afinal, o teto máximo desta ajuda ficaria nos 292,54 euros, uma vez que se teria em conta apenas o período de 12 a 31 de março; Ou seja, dois terços do mês que corresponderiam, assim, a dois terços do apoio devido, com um máximo de dois terços do valor do IAS.

A primeira mudança a este apoio chegou também em abril, ainda a prestação relativa a março não tinha sido paga. O Executivo decidiu, então, alargar o universo de trabalhadores independentes abrangidos e reforçar o valor da ajuda.

Além dos “recibos verdes” em paragem total, passaram a estar incluídos aqueles com uma quebra “abrupta e acentuada” da faturação (pelo menos, 40% nos 30 dias anteriores ao pedido em comparação com a média mensal dos dois meses precedentes ou com o período homólogo). E além daqueles com, pelo menos, três meses consecutivos de descontos nos últimos 12 meses, passaram a estar incluídos aqueles com, pelo menos, seis meses interpolados de descontos, nesse mesmo período.

Quanto ao valor do apoio, foram criados dois escalões. A ajuda continuou a equivaler à base de incidência, nos casos em que esse valor era inferior a 658 euros, mantendo-se o teto máximo nos 438,81 euros; Mas passou a corresponder a dois terços dessa base de incidência, nos casos em que esse montante era igual ou superior a 658 euros, com um máximo de 635 euros.

Apesar destas mudanças terem chegado antes do apoio relativo a março ter sido transferido para os trabalhadores (o que só aconteceu no final de abril), a Segurança Social veio deixar claro que só produziriam efeitos no apoio que seria pago em maio (relativo a abril). Resultado? Em relação a abril, foi assegurado um apoio diferente daquele que tinha sido garantido em relação a março.

O Executivo de António Costa vem agora adiantar que, afinal, também o apoio que será assegurado em maio (que será pago em junho) terá outras regras e contornos que aquele que foi garantido em abril (pago em maio).

Na quinta-feira, foi aprovado em Conselho de Ministros um novo diploma que produz, garante o Ministério do Trabalho, duas alterações: por um lado, abre a ajuda em causa também aos trabalhadores independentes que não tenham feito qualquer desconto para a Segurança Social; e, por outro, estabelece um limite mínimo para o apoio destinado aos “recibos verdes” que contem com o tal prazo de garantia.

“Foi criado um novo regime para abranger os trabalhadores independentes que não reuniam as condições de acesso à medida de apoio à redução de atividade. Serão abrangidos os trabalhadores independentes isentos do pagamento de contribuições ou que tenham iniciado atividade há menos de 12 meses, sendo-lhes atribuído um apoio até 219,4 euros (0,5 IAS)”, explicou o gabinete de Ana Mendes Godinho.

Esse valor (os 219,4 euros) servirá, de resto, de limite mínimo ao apoio já previsto para os trabalhadores independentes que contem com três meses consecutivos ou seis meses interpolados de descontos, nos últimos 12 meses, mantendo-se o mesmo raciocínio dos escalões já referido.

O diploma que fixa estas novas regras ainda não foi publicado e o Governo não adiantou a data de entrada em vigor destas alterações, mas tendo em conta que o prazo para apresentar os pedidos relativos a abril (a serem pagos em maio) terminou há uma semana e que a Segurança Social já está a indicar aos “recibos verdes” que essa ajuda será paga nos próximos dias, é expectável que estas mudanças só se façam sentir no apoio a pedir no final deste mês, que será pago em junho.

Portanto, abril, maio e junho terão todos direito a apoios diferentes (relativos a março, abril e maio, respetivamente), com cálculos e regras próprias.

Enquanto isso e de acordo com os relatos que têm chegado ao ECO, há vários trabalhadores por conta própria que ainda não receberam sequer o apoio relativo a março (que foi pago a alguns a 28 de abril). Os seus pedidos aparecem “em análise” na Segurança Social Direta, não estando indicado o valor a receber ou a data prevista para a transferência. E apesar da insistência através da linha telefónica de atendimento da Segurança Social, estes trabalhadores independentes ainda não obterem nenhuma justificação para este atraso, garantem.

Trabalhadores informais também ganham proteção social

Outras das mudanças trazidas pelo diploma aprovado, esta quinta-feira, em Conselho de Ministros é relativa à proteção social dos trabalhadores informais, isto é, daqueles que recebem “por baixa da mesa” e, por isso, não fazem descontos para a Segurança Social.

Até agora, não estava previsto qualquer apoio excecional para estes portugueses, mas o Governo avançou agora com uma solução. “Com o objetivo de promover a entrada na economia formal, aos trabalhadores que não se encontram enquadrados no sistema de Segurança Social, e que declarem o início ou reinício de atividade independente junto da administração fiscal, será atribuído um apoio de 219,4 euros (0,5 IAS). Estas pessoas terão de se manter vinculadas ao sistema de Segurança Social durante um período de 24 meses“, explicou o Ministério de Ana Mendes Godinho, esta quinta-feira.

Outra das mudanças é relativa ao subsídio social de desemprego, cujo acesso é flexibilizado. Até agora para ter direito a este apoio era preciso contar com 180 dias de descontos nos últimos 12 meses ou 120 dias, no caso de o desemprego resultar da não renovação de um contrato a prazo ou da denúncia do contrato durante o período experimental. Esses prazos de garantia passam para 90 dias e 60 dias, respetivamente.

Além disso, a duração deste subsídio passa a ser “idêntica ao novo prazo de garantia”, quando anteriormente variava entre 150 dias e 540 dias em função da idade do beneficiário e dos meses com descontos para a Segurança Social.

Este subsídio é destinado aos trabalhadores que tenham ficado sem emprego e que não reúnam os descontos necessários para ter acesso ao subsídio de desemprego (360 dias nos últimos 24 meses) têm direito ao subsídio social de desemprego.

Mais sócios-gerentes protegidos pela Segurança Social

O diploma aprovado esta quinta-feira em Conselho de Ministros estabelece ainda que também os sócios-gerentes com trabalhadores dependentes a seu cargo têm acesso ao apoio extraordinário lançado pelo Governo em resposta ao impacto da pandemia de coronavírus na economia nacional. O cálculo e valor do apoio é idêntico ao dos trabalhadores independentes, tendo por mote, contudo, não a base de incidência, mas a remuneração base recebida em fevereiro.

Até agora, só os sócios-gerentes sem trabalhadores dependentes e com até 60 mil euros em faturação tinham acesso a este apoio, mas o Governo fez agora cair o critério dos trabalhadores e alargou para 80 mil euros esse segundo requisito.

“No caso dos membros de órgãos estatutários (sócios-gerentes), o apoio concedido, similar ao que está disponível para os trabalhadores independentes, passa a ser atribuído àqueles que registem uma faturação anual de até 80 mil euros, independentemente do número de trabalhadores que tenham a cargo. O universo de empresas nesta situação está estimado em 190 mil”, explicou o Ministério do Trabalho.

A proteção social aos sócios-gerentes instalou, contudo, a discórdia entre o Parlamento e o Executivo, já que entretanto foram aprovadas três propostas, na Assembleia da República, que propõem soluções diferentes daquela colocada em vigor pelo Governo.

Entre elas, consta a proposta do PSD, que estabelece o alargamento do lay-off simplificado aos sócios-gerentes, abrindo a porta a um apoio entre 635 euros e 1.905 euros, quando atualmente está previsto uma ajuda cujo teto máximo é exatamente 635 euros.

Estas propostas vão agora passar pelo debate na especialidade e deverão voltar a ser votadas. Enquanto isso, dentro do Governo, há o entendimento de que a concretização, por exemplo, do alargamento do lay-off simplificado aos sócios-gerentes poderia violar a lei-travão do Orçamento, já que seria sinónimo de uma nova despesa.

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Portal usa GPS para ajudar a relançar pequeno comércio em Lisboa

  • Lusa
  • 8 Maio 2020

Uma nova plataforma interativa recorre ao GPS para dar a conhecer alternativas do pequeno comércio nas redondezas em Lisboa.

Uma plataforma interativa com geolocalização foi lançada para ajudar a relançar a economia do pequeno comércio na cidade de Lisboa, após o período de pandemia, criando um espaço digital para as empresas que não têm presença ‘online’.

Em declarações à agência Lusa, a diretora executiva da ForTrevo, Olga Duarte, referiu que o portal surge na sequência de um desafio lançado pela empresa OutSystems, através do COVID-19 Community Response Program.

“Quisemos levar isto um pouco mais além. Pensámos no que podemos ajudar em época do Covid-19, mas também como ajudar o pequeno comércio a mostrar-se”, salientou a também cofundadora da empresa, acrescentando que a ideia é “criar presença digital a empresas que não a têm”.

De acordo com a responsável, o projeto funciona através de “permissões de localização”, para que seja possível filtrar as empresas que se encontram no local do utilizador. Com o objetivo de ajudar a comunidade, a plataforma “Around Me” é apenas de caráter informativo e pode ser consultada a partir de um computador, telemóvel ou tablet.

“Neste momento, é informativo e tem um pouco de publicidade do pequeno comércio. Acaba por funcionar como ‘publicidade vs marketing’ do pequeno comércio”, disse Olga Duarte, adiantando, todavia, que está pensada a criação de uma segunda versão, que deverá “dar um bocadinho mais autonomia às lojas, para poderem fazer upload [carregar, em tradução livre] de informação, como também fazerem catálogos”.

A Around Me foi criada em parceria com a Câmara Municipal de Lisboa e em colaboração com a Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) e a União de Associações do Comércio e Serviços. “Nós temos estado em colaboração com a Câmara Municipal de Lisboa e com a Área Metropolitana de Lisboa (AML), que nos estão a colocar em contacto com outras instituições para que elas passem a ter uma presença online”, observou.

Numa nota, o gerente de produto da OutSystems, Gonçalo Gaiolas, realçou a capacidade de apoio à comunidade perante uma “nova realidade”. “A nossa comunidade tem-se voluntariado para apoiar de todas as maneiras e a equipa da ForTrevo não foi diferente. Mobilizaram-se para criar esta aplicação e, combinando isso com a agilidade e flexibilidade da plataforma OutSystems, conseguiram lançá-la em 3 semanas”, sublinhou.

Por seu turno, o cofundador da ForTrevo Lúcio Ferrão destacou que a Around Me é uma “ferramenta perfeita para consumidores que estão seguros em casa, para conseguirem ligar-se aos comerciantes locais que tradicionalmente têm pouca presença online, mas estão disponíveis para fazer entregas ao domicílio de forma a chegar a novos clientes”.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou cerca de 269 mil mortos e infetou mais de 3,8 milhões de pessoas em 195 países e territórios. Mais de 1,2 milhões de doentes foram considerados curados. Em Portugal, morreram 1.114 pessoas das 27.268 confirmadas como infetadas, e há 2.422 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.

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BCE antecipa que países do euro precisem de mais 1,5 biliões de euros em dívida

Estimativa do Banco Central Europeu tem por base necessidades de financiamento para responder às medidas orçamentais que os Estados estão adotar devido à pandemia de Covid-19.

Os países da Zona Euro deverão precisar de ir ao mercado de dívida buscar mais entre 1 bilião e 1,5 biliões de euros devido à pandemia de Covid-19. A estimativa do Banco Central Europeu (BCE) aponta para o aumento das necessidades de financiamento causada pelas medidas orçamentais que tentam travar o impacto do surto na economia.

“O BCE estima que — no nosso cenário médio de uma descida do PIB de cerca de 8% — as necessidades de financiamento adicionais dos governos da Zona Euro, este ano, resultantes da recessão e das medidas orçamentais exigidas poderá exceder 10% do PIB“, anunciou a presidente Christine Lagarde, numa conferência online organizada pelo Instituto Universitário Europeu.

“Esse valor coloca as emissões adicionais de dívida devido à pandemia num intervalo entre 1 biliões e 1,5 biliões de euros, só em 2020“, sublinha a francesa. Tendo em conta que este é o cenário médio e que o pior cenário do BCE aponta para uma queda do PIB de 12%, o montante que os países vão buscar aos mercados poderá ser ainda maior.

Em Portugal, as medidas adotadas pelo Governo até agora para reforçar a resposta do SNS, para proteger o emprego, dar apoio social e salvaguardar a liquidez das empresas terão um custo direto de 2,5% do PIB. Tendo 2019 como referência, a percentagem traduz-se em cerca de cinco mil milhões de euros.

Devido às despesas extraordinárias do Estado, o Governo alargou a margem do Tesouro para se financiar a médio e longo prazo no mercado. No total, são 89 mil milhões de euros em vários instrumentos de financiamento, sendo que no Orçamento do Estado estavam inscritos apenas 46 mil milhões.

Tal como Portugal, outros países estão a fazer o mesmo e aproveitam assim a bazuca do BCE, que lançou o Programa de Compras de Emergência Pandémica (PEPP, na sigla em inglês) com 750 mil milhões de euros. “Vamos fazer tudo o que seja necessário, dentro do nosso mandato, para apoiar a recuperação“, reafirmou Lagarde esta sexta-feira.

“Temos, enquanto união, de estar preparados para este futuro. Como não há culpados por esta crise, temos de assegurar que não há constrangimentos indevidos na resposta política. Nem todos os países estão a reagir da mesma forma, mas cada um tem de ter capacidade de responder como necessário. De outra forma, arriscamos aumentar as assimetrias e sair desta crise com maior divergência económica. Isto realça porque é que uma resposta orçamental comum é tão importante”, acrescentou.

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Número de infetados com coronavírus sobe 2,1%. Já morreram 1.114 pessoas

Até à meia noite, o número de casos confirmados de Covid-19 em Portugal subiu para 27.268, enquanto o número de mortes provocadas pelo coronavírus aumentou para 1.114.

As autoridades de saúde portuguesas identificaram 553 novos casos de Covid-19, elevando para 27.268 o número de pessoas infetadas no país. Trata-se de uma taxa de crescimento diário de 2,1%, a mais alta desde 25 de abril. Nas últimas 24 horas, morreram mais nove pessoas, de acordo com os dados da Direção-Geral de Saúde.

Segundo o último balanço das autoridades de saúde, do total de doentes com Covid-19, 842 estão atualmente internados. Já em unidades de cuidados intensivos encontram-se 127 pessoas. Há ainda 2.984 pessoas a aguardar resultados laboratoriais, bem como 26.829 em vigilância pelas autoridades de saúde.

Há já 2.422 casos recuperados no país, número que continua a aumentar, tendo registado uma subida de 165 pessoas face ao balanço anterior.

Apesar de a região Norte continuar a ser mais afetada pelo vírus, com 15.809 casos confirmados, em Lisboa e Vale do Tejo o número de casos tem vindo a aumentar nos últimos dias, totalizando já os 7.093, mais 158 que no balanço anterior.

Questionada sobre esta situação, a diretora-geral da Saúde aponta que a “situação é multifatorial”, na conferência de imprensa diária. Para além dos “números habituais”, que ocorrem quando o vírus circula na comunidade, há também dois fatores que influenciam os números.

“Lisboa está a testar muita gente, muitos jovens que são profissionais dos lares ou profissionais de saúde”, salienta Graça Freitas. Estão a ser testados para rastreio e a maioria são assintomáticos, acrescentou. “Outro fator que pode também estar a alimentar números é surto na Azambuja”, apontou.

“Não se pode relaxar as medidas”, diz Graça Freitas

A diretora-geral de Saúde apontou que os aumentos verificados no número de casos do país nos últimos dias ainda não deverão ser um reflexo do plano de desconfinamento, que arrancou no início deste mês. Ainda assim, sublinhou que “não se pode relaxar as medidas”.

Graça Freitas referiu que a norma divulgada esta sexta-feira com orientações para os restaurantes também responsabiliza os utentes. “As normas são boas praticas e temos que ter confiança na autoresponsabilização dos portugueses”, disse Graça Freitas, na conferência de imprensa habitual.

“Nos sítios onde há relaxamento, surgem focos de infeção. O vírus não desapareceu. Apenas uma percentagem mínima foi infetada e todos os restantes estão em risco. Se não aprendermos a ter uma outra forma de estar, vamos por em causa tudo o que conseguimos fazer”, apontou.

(Notícia atualizada às 14h00)

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Portugal vai emitir até 1.250 milhões de euros em dívida a cinco e dez anos

Leilão terá lugar na próxima quarta-feira, numa altura em que os investidores têm pedido juros mais elevados por títulos de dívida portuguesa.

Portugal vai voltar, na próxima semana, ao mercado de dívida de longo prazo. Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública – IGCP agendou um leilão duplo de obrigações do Tesouro (OT) a cinco e dez anos, numa altura de agravamento das taxas de juro da dívida pública.

“O IGCP, E.P.E. vai realizar no próximo dia 13 de maio pelas 10h30 dois leilões das OT com maturidade em 15 de outubro de 2025 e 18 de outubro de 2030, com um montante indicativo global entre 1.000 milhões e 1.250 milhões de euros“, anunciou em comunicado a agência liderada por Cristina Casalinho.

A emissão vai acontecer numa altura de subida nos juros da dívida causada pelo impacto da pandemia de Covid-19 na economia mundial. Portugal já tinha voltado a pagar para colocar títulos de curto prazo, o que não acontecia desde 2016, e a médio prazo tem sofrido um agravamento.

Esta sexta-feira, a yield a das obrigações a dez anos negoceia próxima de 0,931%, em mercado secundário, após ter ultrapassado a barreira de 1% ao longo da semana.

A última vez que o país se financiou com esta maturidade foi a 22 de abril. Na altura, Portugal colocou 598 milhões de euros, com uma taxa de juro de 1,194% e uma procura 1,68 vezes superior à oferta. No caso dos títulos a cinco anos, o último leilão comparável aconteceu a 11 de março, quando o IGCP emitiu 681 milhões com uma yield de 0,059% e uma procura 1,63 vezes acima da oferta.

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Portugal já rejeitou este ano 191 mil toneladas de resíduos de outros países. Lixo para aterro fica mais caro em setembro

Enviar lixo para aterros vai custar 22 euros por tonelada – o dobro face aos atuais 11 euros – já a partir de setembro, como tinha já anunciado o ministro João Pedro Matos Fernandes.

O Ministério do Ambiente e da Ação Climática anunciou esta sexta-feira que, entre janeiro e maio, Portugal impediu a entrada para eliminação de 191 mil toneladas de resíduos provenientes de outros países, o equivalente a 83% dos resíduos entrados para eliminação, em 2019. Desde 1 de maio, o aterro da Recivalongo, no concelho de Valongo, deixou de receber resíduos provenientes de outros países, sendo que “os resíduos importados ali depositados, durante este ano, resultaram de autorizações concedidas em 2019, que agora se extinguiram”.

Na sequência do despacho que instituiu o princípio da objeção sistemática à importação de resíduos destinados a eliminação em aterro, “foi ainda recusada a entrada, este ano, para eliminação no aterro da Recivalongo, de 25 mil toneladas de resíduos provenientes de outros países”.

“A nível nacional, desde a entrada em vigor do referido despacho e até 5 de maio, impediu-se a entrada para eliminação de 191 mil toneladas de resíduos provenientes de outros países, o equivalente a 83% dos resíduos entrados para eliminação, em 2019. No âmbito do Plano de Ação de Aterros 2020, estão planeadas realizar-se, em Portugal Continental, 76 ações de fiscalização e inspeção aos aterros de resíduos, englobando o universo de resíduos não perigosos, perigosos e inertes”, pode ler-se.

Além disso, revelou o MAAC, enviar lixo para aterros vai custar 22 euros por tonelada – o dobro face aos atuais 11 euros – já a partir de setembro, como tinha já anunciado o ministro João Pedro Matos Fernandes. Está também a ser feita a revisão do Regime Geral da Gestão de Resíduos e do diploma que regula a deposição em aterros.

“A Taxa de Gestão de Resíduos sofrerá a partir de setembro um agravamento face ao valor atual, passando a ser de 22 euros por tonelada. Para o período pós 2020, os novos valores serão estabelecidos na revisão em curso do Regime Geral de Gestão de Resíduos, sendo que este valor não poderá ser objeto de redução”, disse o MAAC em comunicado. Em maio teve já início o desenvolvimento dos Plano Estratégico de Gestão de Resíduos e o novo Plano Estratégico de Resíduos Urbanos, para o período 2021-2030. “Nestes documentos consagrar-se-á a política assente nos princípios da autossuficiência e da proximidade na gestão dos resíduos”, refere o comunicado.

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Tráfego de voz e dados recua na última semana do estado de emergência

  • Lusa
  • 8 Maio 2020

Tráfego de dados diminuiu 1% e o de voz recuou 3% na semana terminada a 2 de maio, revela a Anacom.

O tráfego de dados diminuiu 1% e o de voz recuou 3% na semana terminada em 2 de maio, último período do estado de emergência, face à semana anterior, divulgou esta sexta-feira a Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom).

Em comunicado, o regulador adianta que, face ao período pré-pandemia de Covid-19, “o tráfego de dados regista um aumento de 55%, sendo que o tráfego de dados fixo subiu 59%, e o tráfego de dados móvel diminui 3%”.

A maioria do tráfego de dados (95%) “é cursado nas redes fixas“, refere a Anacom.

“Por sua vez, o tráfego de voz aumentou 16%, com o tráfego de voz fixa a subir 24% e o tráfego de voz móvel a aumentar 15% em comparação com aquele período. O tráfego de voz móvel foi sete vezes superior ao tráfego de voz fixa”, acrescenta a Anacom.

“O tráfego médio por utilizador na semana de 27 de abril a 02 de maio foi, no mínimo, de 18 minutos de voz fixa, 62 minutos de voz móvel, 38 GB [Gigabyte] de dados fixos e 0,8 GB de dados móveis”, acrescenta o regulador.

“O número de acessos em local fixo tem crescido, aumentando 0,5% em comparação com período pré-Covid-19, enquanto o número de acessos móveis diminuiu entre 3,7% e 0,8%, consoante o tipo de acesso”, conclui.

Estes são “dados provisórios e estimados calculados com base na informação das quatro principais entidades que prestam serviços de comunicações eletrónicas”, refere a Anacom.

Portugal entrou no domingo em situação de calamidade, depois de três períodos consecutivos em estado de emergência desde 19 de março.

Esta nova fase de combate ao Covid-19 prevê o confinamento obrigatório para pessoas doentes e em vigilância ativa, o dever geral de recolhimento domiciliário e o uso obrigatório de máscaras ou viseiras em transportes públicos, serviços de atendimento ao público, escolas e estabelecimentos comerciais.

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