Ministra do trabalho defende-se das críticas. Banca transferiu menos dinheiro

  • ECO e Lusa
  • 1 Maio 2020

Ana Mendes Godinho está sob pressão por causa dos atrasos no pagamento do lay-off, e responde com uma comparação com as verbas transferidas pelos bancos para as empresas.

Ana Mendes Godinho respondeu às críticas que fazem ao seu trabalho por causa dos atrasos no pagamento dos mecanismos de ‘lay-off’ com uma comparação com as transferências da banca para as empresas no âmbito das linhas de crédito Covid-19 que, diz a ministra do Trabalho, mostra que o serviço público responde melhor do que o privado, leia-se o bancário.

No Fórum 1.º de Maio, organizado pela Federação Distrital de Coimbra da Juventude Socialista e transmitido na página de Facebook daquela estrutura, a ministra do Trabalho comparou os 216 milhões de euros transferidos com o dinheiro que chegou às empresas por outras vias. “Isto aconteceu em três semanas, se compararmos o que é que o sistema bancário conseguiu pôr cá fora através das linhas de crédito nomeadamente às empresas, percebemos que quem respondeu neste momento com capacidade de resposta real, com liquidez e capacidade de pôr estas medidas no terreno, foi o sistema público”, prosseguiu Ana Mendes Godinho.

Segundo Ana Mendes Godinho, “neste momento, estas medidas que já foram pagas abrangem cerca de 70 mil empresas e cerca de 60 mil pessoas”.

“A Segurança Social já pagou, já transferiu para o sistema bancário, que depois transfere para as empresas, até ao momento 216 milhões de euros”, afirmou a governante, que falava no Fórum 1.º de Maio, organizado pela Federação Distrital de Coimbra da Juventude Socialista e transmitido na página de Facebook daquela estrutura.

Os atrasos no pagamento do Estado às empresas no âmbito do mecanismo do ‘lay-off’ tornaram-se públicas no dia 28, data anunciada para a transferência relativa ao mês de abril. O ministro da Economia, Siza Vieira, admitiu que o Governo defraudou as expectativas criadas junto de empresários e trabalhadores, mas depois, acrescentou que a Segurança Social não tinha falhado, porque o número de pedidos de lay-off tinha disparado.

O primeiro-ministro garantiu, em entrevista à RTP, que todos os pedidos de lay-off que entraram em abril vão ser despachados até dia 15 de maio.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Eleven Sports reduz equipa em 25%. Se futebol continuar parado, vai “considerar outras hipóteses”

A Eleven Sports reduziu a equipa portuguesa em até 25% para enfrentar a quebra nas receitas provocada pela pandemia. Se "bola" não voltar a rolar no fim de maio, terá de "considerar outras hipóteses".

Com o futebol profissional parado e a Liga dos Campeões suspensa, a Eleven Sports Portugal está a reinventar-se por causa da pandemia. Mas as contas estão sob maior pressão, até porque o serviço vai continuar a ser gratuito até ao final de maio, e a empresa já teve de tomar uma decisão: a de reduzir a equipa em até 25%, contando agora com 25 colaboradores permanentes em trabalho remoto, disse ao ECO o diretor-geral da empresa.

Numa conversa mais longa, cujo conteúdo será publicado pelo ECO nos próximos dias, Jorge Pavão de Sousa não excluiu recorrer aos apoios criados pelo Governo, incluindo o do lay-off simplificado, num cenário extremo em que o coronavírus impeça o regresso do futebol este verão: “Estamos a avaliar todos os cenários. Já fizemos redução de equipa em duas áreas e estamos a considerar outras hipóteses caso o período de gratuitidade tenha de ser estendido para além de maio e caso as ligas não regressem”, afirmou.

Instado a explicar em que se traduziu a redução das equipas, Jorge Pavão de Sousa indicou ter-se tratado de uma “redução de pessoas em duas equipas específicas da Eleven Sports” em Portugal: “Estamos a falar de 20% a 25% da equipa como um todo e, dentro dessas equipas em específico, mais de 40%”, detalhou.

Eleven Sports aposta em regresso do futebol no final de maio

A Eleven Sports é a detentora dos direitos televisivos da Liga dos Campeões em Portugal. A UEFA tenciona que as competições nacionais de futebol profissional terminem até 2 de agosto, para que a Liga dos Campeões possa terminar até ao final doverno esse mês. Neste contexto, Pavão de Sousa mostrou-se confiante num regresso do futebol às televisões já no final de maio, como antecipou o Governo esta quinta-feira — mas, até lá, e à semelhança da concorrente SportTV, o serviço da Eleven Sports mantém-se gratuito para todos os subscritores.

Nesta fase da pandemia, que tem gerado disrupção na generalidade das empresas e setores da economia, a Eleven Sports Portugal está a apostar em conteúdos de arquivo disponibilizados pelos parceiros, mas também em conteúdos próprios como entrevistas e debates realizados remotamente, no sentido de manter vivo o espírito desportivo da empresa e de preencher as grelhas dos três canais que mantém nas grelhas da Meo, Nos, Vodafone e Nowo, mais as redes sociais.

Já fizemos redução de equipa em duas áreas e estamos a considerar outras hipóteses caso o período de gratuitidade tenha de ser estendido para além de maio e caso as ligas não regressem.

Jorge Pavão de Sousa

Diretor-geral da Eleven Sports Portugal

Contando apenas com a plataforma de streaming proprietária, o serviço gratuito valeu à Eleven Sports um incremento de 25% no número de utilizadores face ao período homólogo. Destes, 65% são clientes que nunca tinham subscrito o serviço e que a empresa quer cativar e converter em clientes pagos num cenário pós-pandemia. Para já, o preço de 9,99 euros deverá ser para manter “até ao final da época” e a expectativa é de continuar a cobrar este valor no futuro. Mas só depois de uma avaliação do impacto financeiro da pandemia é que a empresa avaliará a necessidade de “fazer alguma revisão”.

Receitas da publicidade caem até 50%

No mercado publicitário, a Eleven Sports Portugal registou já uma queda de 30% a 40% e, contando um trimestre até ao final de maio, a queda deverá ser, “provavelmente”, em torno dos 50%. Ainda assim, este negócio ainda está a contribuir para o cash flow da companhia: “Tem a ver com atividades que estamos a fazer junto de alguns sponsors [patrocinadores] no sentido de otimizar comercialmente o canal para o futuro”, referiu o gestor.

Já no que toca às receitas de distribuição, Jorge Pavão de Sousa revelou que a componente variável dos contratos assinados com as operadoras não estão a render à empresa por causa da suspensão do desporto: “Como é óbvio, não estamos a receber a parte variável”, afirmou.

Quanto às componentes fixas dos contratos, “há tranches que estão previstas serem pagas”, indicou. “À data que iniciámos o lockdown [período de quarentena], estava tudo regularizado e estou a contar que, como é óbvio, no futuro, as coisas também se manterão”, sinalizou o líder da Eleven Sports no país.

Eleven Sports pode pedir extensão de contratos

No plano da relação da empresa com os parceiros que comercializam os direitos televisivos, como é o caso da UEFA, a Eleven Sports vai esperar pelo final da atual situação pandémica. Mas, depois, espera que seja possível uma negociação com vista à revisão dos termos.

“Não estamos a dialogar ainda a revisão porque, neste momento, acho que o mais preocupante é termos a capacidade de entender em que condições de segurança para os intervenientes [podem ser retomados os jogos de futebol]”, disse Jorge Pavão de Sousa. “Depois disso, temos, de facto, todos, de avaliar impactos, e perceber como é que isto é gerido”, afirmou o gestor. Uma das hipóteses poderá passar por pedir a extensão do prazo de alguns contratos, embora nenhuma decisão esteja tomada.

Para explicar o racional, o diretor-geral da Eleven Sports Portugal deu um exemplo fora do mundo do futebol: o contrato de direitos televisivos que foi assinado com a Fórmula 1 previa a transmissão de 22 provas. Porém, no melhor dos cenários, existirão apenas 15 corridas. “O valor económico de 15 corridas há de ser distinto do valor económico de 22 corridas. O valor económico de 22 corridas em nove meses há de ser distinto do valor económico de 15 corridas em seis meses”, rematou.

(Nota de edição: Numa versão anterior, no penúltimo parágrafo, lia-se que “uma das hipóteses poderá passar por pedir a extensão do prazo do contrato da Liga dos Campeões”. A frase foi reformulada para clarificar que esse pedido poderá referir-se a outros contratos de outras ligas e não, concretamente, ao da Liga dos Campeões)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Pandemia não afastou centenas de pessoas de Lisboa com máscaras e bandeiras

  • Lusa
  • 1 Maio 2020

Pandemia não impediu que centenas de pessoas enchessem esta tarde os relvados da Alameda, em Lisboa, para celebrar o 1.º de Maio. Veja a fotogaleria

A pandemia não impediu que centenas de pessoas enchessem esta tarde os relvados da Alameda, em Lisboa, para celebrar o 1.º de Maio, este ano com máscaras, além das bandeiras, para pedir o “fim das agressões laborais”.

Ao contrário dos anos anteriores, não houve a tradicional marcha pela Avenida Almirante Reis, nem se vislumbraram as habituais tasquinhas, onde muitos costumam acorrer para refrescar a garganta.

Também o grande palco, geralmente colocado junto à fonte luminosa, foi substituído por um palco móvel da CGTP, e foi dele que a secretária-geral, Isabel Camarinha, fez a sua intervenção político-sindical.

Apesar de todas as condicionantes, impostas pelo surto da Covid-19, foram muitos aqueles que se recusaram a ficar em casa e quiseram sair à rua para expressar o seu descontentamento. “Os trabalhadores continuam a ser agredidos todos os dias. Neste tempo de pandemia está a existir uma grande fragilidade. O teletrabalho, toda esta modificação das empresas e os constantes lay-off”, afirma à agência Lusa Liliana Rosa.

Acompanhada por alguns familiares, esta terapeuta da fala, de 31 anos, conta que está a recibos verdes e que essa condição a fragiliza ainda mais, queixando-se da falta de apoio do Estado. “Tivemos que encerrar a nossa atividade, sem qualquer tipo de suporte. A Segurança Social não está a dar as respostas”, lamenta.

Uns metros mais à frente, Branca Gaspar, pertencente ao sindicato dos professores, vai ajudando os “camaradas” a organizarem-se numa das centenas de fileiras que foi criada para evitar aglomerações e garantir o distanciamento físico exigido.

“Não foi fácil convocar camaradas porque alguns já não são da região de Lisboa. Este é um momento simbólico e nós não podíamos ficar confinados em casa. Nunca falhamos desde que somos democracia”, sublinha.

A pertinência de celebrar o 1.º de Maio, mesmo em tempo de pandemia, foi também sublinhada pela técnica de Saúde Isabel Dias, que se desloca todos os anos à Alameda.

“Temos que nos unir nestes tempos difíceis para, realmente, lutar pelos nossos direitos. É complicado porque as famílias estão isoladas, mas temos de ter paciência”, observa.

Ao longo desta celebração foram vários os apelos da organização para que se respeitassem as distâncias de segurança e para que deixassem “os momentos de convívio para outras ocasiões”.

Dezenas de elementos da PSP acompanharam de perto esta ação, não se tendo registado qualquer incidente.

Portugal regista esta sexta-feira 1.007 mortos associados à Covid-19, mais 18 do que na quinta-feira, e 25.351 infetados (mais 306), indica o boletim epidemiológico divulgado hoje pela Direção Geral da Saúde. Comparando com os dados de quinta-feira, em que se registavam 989 mortos, hoje constatou-se um aumento de óbitos de 1,8%.

Relativamente ao número de casos confirmados de infeção pelo novo coronavírus (25.351), os dados da DGS revelam que há mais 306 casos do que na quinta-feira, representando uma subida de 1,2%.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

CGTP alerta para “uma ofensiva já em marcha” contra os trabalhadores

Isabel Camarinha, exigiu a proibição dos despedimentos e a reversão dos que já aconteceram nos últimos meses, recusando que a crise seja aproveitada para reduzir direitos e aplicar austeridade.

A secretária-geral da CGTP recusou, esta sexta-feira, que a crise seja aproveitada para reduzir direitos dos trabalhadores e aplicar austeridade, considerando que há uma “ofensiva que já está em marcha”. O alerta de Isabel Camarinha aconteceu no discurso comemorativo do Dia do Trabalhador, em que a secretária-geral da CGTP exigiu a proibição dos despedimentos e a reversão dos que já aconteceram nos últimos meses.

Na local histórico das comemorações da CGTP no 1.º de Maio, com manifestantes de máscara e a manter distância de segurança, enquanto empunhavam bandeiras da central sindical ou dos seus respetivos sindicatos, Isabel Canarinha começou o discurso por falar “da emoção e do orgulho” que sentia ao ver a organização dos dirigentes e ativistas da Inter que participam na celebração do Dia do Trabalhador.

Alguns queriam calar-nos, mas não nos calamos, cumprindo as regras de segurança individual e coletiva”, afirmou.

Segundo a secretária-geral da CGTP, está-se a assistir ao “aproveitamento que alguns fazem do vírus para acentuar a exploração”, criando ainda mais precariedade laboral, considerando que “a luta ganha ainda mais atualidade nesta fase da vida nacional, em que está em marcha uma ampla campanha ideológica que pretende incutir que os direitos dos trabalhadores são inimigos da recuperação económica do país“.

A líder da CGTP exige assim resposta para “uma ofensiva que está em marcha”. A líder da CGTP considerou que é precisamente com avanços nos direitos laborais, proteção do emprego e aumentos dos rendimentos que a recuperação será mais rápida e sólida.

“Exigimos a proibição dos despedimentos e a reversão dos que já aconteceram nos últimos meses”, disse Isabel Camarinha, defendendo que “a precariedade no emprego só serve o patronato”.

“Não estamos condenados a anos e anos de sacrifícios, a uma recuperação lenta, a um processo doloroso que implicará mais austeridade, como é repetido insistentemente por muitos e admitido pontualmente por outros”, afirmou.

Exigimos que se garanta a retribuição por inteiro, acabando com o corte de um terço dos salários para os trabalhadores em lay-off ou em assistência à família“, diz a líder da CGTP.

“Não aceitamos que a Segurança Social seja descapitalizada”, disse ainda Isabel Camarinha, reivindicando que “deve o Orçamento do Estado assumir a cobertura das medidas extraordinárias que têm recorrido às suas verbas”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Trump e Marcelo falam sobre a Bial em consórcio nos EUA

  • ECO
  • 1 Maio 2020

Presidente americano falou com o Presidente português e "ofereceu toda a ajuda que fosse considerada necessária". A Bial foi tema de conversa entre os dois presidentes.

Marcelo Rebelo de Sousa revelou uma conversa telefónica com o presidente dos EUA e a discussão sobre a situação económica internacional no contexto da Covid-19. “Os dois Presidentes partilharam a evolução da pandemia Covid-19 e a forma como tem sido afrontada a doença e a sua propagação em cada um dos dois países, tendo nomeadamente sido referida a participação de uma empresa portuguesa nos testes científicos nos Estados Unidos da América, para a produção de um medicamento específico”, lê-se no comunicado da Presidência. A empresa em causa é a Bial, apurou o ECO, e o seu presidente executivo, António Portela, foi um dos gestores recebidos em Belém nas últimas semanas.

O Presidente Donald Trump ligou ao início da tarde, tendo sido abordados, em tom muito cordial, diversos assuntos de interesse bilateral, em particular de natureza económica e da situação internacional”, refere o comunicado da Presidência. Marcelo revelou também que Trump elogiou a resposta portuguesa à Covid-19.

“O Presidente americano elogiou o desempenho português neste surto pandémico e ofereceu toda ajuda que fosse considerada útil e necessária, o que o Presidente português agradeceu”, escreve Marcelo.

Segundo Marcelo, foi sublinhada, nesta conversa, “a importância da cooperação internacional e do quadro multilateral das organizações internacionais para enfrentar os desafios comuns, incluindo a prioridade na luta à pandemia e a importância das lições aprendidas.

Portugal registou 306 novos casos de infeção pelo novo coronavírus nas últimas 24 horas. É uma subida de 1,22% face ao dia anterior, com o total de pessoas infetadas a aumentar para 25.351. Morreram mais 18 pessoas devido ao Covid-19, elevando para 1.007 o número total de vítimas mortais, de acordo com o último balanço oficial da Direção-Geral de Saúde (DGS).

(Notícia atualizada às 16h30 com a informação sobre a Bial)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Parpública quase duplica lucros para 138,8 milhões de euros em 2019

  • Lusa
  • 1 Maio 2020

Todos os segmentos de atividade apresentaram uma evolução positiva pelo terceiro ano consecutivo, revela a Parpública. Grupo reduziu a dívida em 830 milhões de euros.

O Grupo Parpública teve lucros de 138,8 milhões de euros em 2019, quase o dobro dos 70 milhões de euros de 2018, divulgou em comunicado ao mercado.

No relatório e contas divulgado ao mercado, na quinta-feira ao final da noite, a Parpública disse que “o ano de 2019 foi globalmente bastante positivo”, com “todos os segmentos de atividade a apresentarem uma evolução positiva” pelo terceiro ano consecutivo.

Em 2019, o grupo reduziu a dívida financeira consolidada, sendo que no final de 2019 o endividamento das empresas do grupo situava-se em 3.421 milhões de euros, menos 830 milhões de euros face a 2018.

“Como é natural e vem acontecendo nos anos anteriores, a redução do endividamento ocorreu essencialmente na holding, cuja dívida financeira diminuiu 750 milhões de euros. Também as empresas do segmento das águas prosseguiram o seu esforço de redução da dívida, a qual registou uma quebra de 66 milhões de euros. Ainda assim, a dívida do grupo continua concentrada na Parpública e nas empresas do Grupo AdP”, lê-se no relatório e contas.

Já em comunicado de imprensa, o Grupo Parpública disse que o ano de 2019 “encerra um ciclo de três anos de desempenho fortemente positivo”, sendo que no total do triénio (2017-2019) os resultados consolidados do grupo foram de quase 370 milhões de euros.

A holding Parpública SGPS, nas suas contas individuais, registou lucros superiores a 190 milhões de euros nos três anos (em 2019 a Parpública SGPS teve lucros de 23,3 milhões de euros).

O grupo destacou ainda que, entre 2017 e 2019, reduziu a sua dívida em 2,7 mil milhões de euros, cumprindo um objetivo da gestão da empresa.

Já o investimento público, no conjunto do grupo, ultrapassou os 162 milhões de euros em 2019, mais 3% do que em 2018.

O grupo destacou ainda que o investimento feito em 2019 foi mais do dobro do realizado em 2016, considerando que tal “torna visível a orientação de crescimento do grupo e o compromisso das empresas em sustentar a sua capacidade de criação de valor no futuro”.

A Parpública é uma sociedade gestora de participações sociais públicas.

No universo da Parpública estão, por exemplo, Águas de Portugal, Imprensa Nacional Casa da Moeda INCM), Simab (grupo de mercados abastecedores), Companhia das Lezírias (exploração agrícola) ou Baía do Tejo e Estamo (promoção imobiliária).

Detém ainda 50% da companhia aérea TAP, 44,89% do capital da distribuidora de papel Inapa e é acionista da petrolífera Galp (segundo maior acionista, a seguir à Amorim Energia, com mais de 7% do capital).

Ainda segundo o relatório e contas, a Parpública tem como principais fontes de rendimento os dividendos das empresas participadas e os juros dos empréstimos que lhes concede.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Reabertura gradual da economia “deve ser induzida em doses de confiança maciça”

  • Lusa
  • 1 Maio 2020

Líder da UGT defende que reabertura gradual da economia “deve ser induzida em doses de confiança maciça”, com medidas de proteção individual no local de trabalho e alteração de turnos.

O líder da UGT, Carlos Silva, defendeu esta sexta-feira que a reabertura gradual da economia “deve ser induzida em doses de confiança maciça”, com medidas de proteção individual no local de trabalho, alteração de turnos e redução presencial.

O primeiro-ministro, António Costa, deu a conhecer na sexta-feira o plano de retoma da economia que define as datas em que serão reabertos vários setores da atividade.

No discurso que assinala o Dia do Trabalhador, Carlos Silva afirma que a UGT defende “a reabertura gradual da economia, para que o país não entre numa espiral recessiva, que levaria décadas a ultrapassar com inerentes sacrifícios e dor”.

No entanto, defende, “essa reabertura deve ser induzida em doses de confiança maciça, com medidas de proteção individual no local de trabalho – produtos desinfetantes, luvas, máscaras, distanciamento social, alteração de turnos, redução presencial”.

A este propósito, saúda a decisão do Governo em atribuir mais competências e recursos à Autoridade para as Condições do Trabalho para fiscalizar, de “forma efetiva e com proximidade, os inúmeros abusos e ilegalidades já cometidos” de “forma oportunista, por tantos empresários sem escrúpulos que, no primeiro momento da crise, aproveitaram de imediato para despedir os seus trabalhadores”.

“Além da ilegalidade de muitos destes atropelos, subsiste uma enorme imoralidade e isso tem de ser denunciado e penalizado de forma exemplar pelos serviços de fiscalização do Estado”, defende.

O primeiro-ministro disse na sexta-feira que o Governo optou por manter “a obrigatoriedade do teletrabalho durante todo o mês de maio para as atividades que podem estar nessas condições”, tendo em vista “não aumentar neste momento a pressão também sobre os transportes públicos”.

Sobre este ponto, Carlos Silva disse que “perante esta massificação” do teletrabalho, “subsistem dúvidas sobre a forma de prestação de trabalho, nomeadamente o conceito de retribuição, a sua forma de controlo à distância e o cumprimento dos horários, entre outros aspetos, que devem ser dissipadas”.

“A UGT e os seus sindicatos e dirigentes estão cientes do momento excecional que Portugal vive, onde o papel e a valorização da concertação social e dos parceiros sociais é mais importante do que nunca, na procura de soluções partilhadas e consensualizadas para defender o nosso país”, afirma.

Para o dirigente sindical, “o mais importante neste período é cuidar de quem precisa de cuidados, de apoio e carinho, sem esquecer que há de chegar a altura de analisar as consequências desta crise e decidir como e o quê reivindicar”.

Para a UGT, “a resposta social à crise que se abate já sobre milhares de trabalhadores”, uns despedidos, outros em lay-off, com perda parcial de rendimentos, e outros com contratos precários não renovados, “não pode ser uma dose de austeridade” como a que aconteceu “depois da crise de 2008” em que ficou comprovado ser “uma receita errada, com o desemprego a atingir 17,5% e com a emigração como destino de sentido único”.

“Os apoios do Estado à recuperação económica devem merecer um amplo equilíbrio entre empresas e famílias, obrigando à preservação de postos de trabalho para todas as empresas que receberem apoios”, defende Carlos Silva, cujo discurso pode ser acompanhado nas redes sociais da central sindical, uma vez que as comemorações agendadas para Vila Real foram canceladas devido ao estado de emergência.

Portugal está em estado de emergência até às 24:00 de sábado e às 00:00 de domingo passa para situação de calamidade, tendo o Governo aprovado na quinta-feira o plano de desconfinamento.

Os últimos dados da Direção Geral da Saúde indicam que Portugal regista 989 mortos associados à covid-19 e 25.045 infetados.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Vai começar o desconfinamento. O que abre, quando abre e com que regras

O Governo deu início a um plano a três fases para o desconfinamento que foi imposto para travar a pandeia. Saiba o que abre, quando abre e com que regras.

Já são conhecidas, com mais detalhe, as três fases do plano de desconfinamento do Governo para o regresso à normalidade possível. O Executivo tem esperança de que é possível uma retoma gradual da economia, apesar de o surto continuar ativo no país. Saiba o que abre, quando abre e com que regras, já a partir da próxima segunda-feira.

A partir de 4 de maio

  • Confinamento obrigatório para pessoas doentes e em vigilância ativa, e dever cívico de recolhimento domiciliário.
  • Transportes públicos sujeitos a uma lotação de 2/3 e ao uso obrigatório de máscara, bem como a regras de higiene e limpeza, em autocarros com cabine para condutor e presença de dispensadores de gel desinfetante.
  • Reabre o comércio local em lojas com porta aberta para a rua e em espaços com até 200 metros quadrados, com uso obrigatório de máscara e funcionamento a partir das 10h00.
  • Reabrem os cabeleireiros, barbearias, manicures, pedicures e outros estabelecimentos da área da beleza, sujeitos a uso obrigatório de máscara, marcação prévia e condições específicas ainda a definir com a associação do setor.
  • Reabrem as livrarias e o comércio automóvel, independentemente da área dos estabelecimentos.
  • Reabrem os serviços públicos em balcões desconcentrados, como repartições de finanças, conservatórias e outros, sujeitos a uso obrigatório de máscara e atendimento por marcação prévia.
  • Reabrem as bibliotecas e arquivos, sujeitos a lotação reduzida e a distanciamento físico.
  • São proibidos os eventos e ajuntamentos com mais de dez pessoas.
  • É imposta uma lotação máxima de cinco pessoas por 100 metros quadrados em todos os espaços fechados.
  • É permitida a realização de funerais apenas com a presença de familiares.
  • É permitida a prática de desportos individuais ao ar livre, desde que não haja utilização de balneários nem de piscinas.
  • Mantém-se obrigatório o regime geral de teletrabalho.

A partir de 18 de maio

  • Reabrem as lojas com porta aberta para a rua e até 400 metros quadrados, ou que limitem o espaço a 400 metros quadrados, salvo exceções definidas pelas autarquias.
  • Reabrem os restaurantes, cafés, pastelarias e esplanadas, sujeitos a lotação de 50%, funcionamento até às 23h e sujeitas a condições específicas que serão definidas em conjunto com a associação setorial.
  • Retomam-se as aulas presenciais para os alunos do 11.º e 12.º anos ou 2.º e 3.º anos de outras ofertas formativas, com horário entre as 10h e as 17h e uso obrigatório de máscara.
  • Começa o período de transição de reabertura das creches, com opção de apoio à família até 1 de junho.
  • Reabrem os museus, monumentos, palácios, galerias de arte e similares.
  • Reabrem os equipamentos sociais vocacionados para pessoas com deficiência.

A partir de 30/31 de maio

A partir de 1 de junho

  • Começa o regime de teletrabalho parcial, com horários desfasados ou equipas em espelho.
  • Reabrem as lojas de cidadão com uso de máscara obrigatório e atendimento por marcação prévia.
  • Reabrem as lojas com área superior a 400 metros quadrados e as que estejam inseridas em centros comerciais, a partir das 10h00 e com uso obrigatório de máscara.
  • Reabrem as creches e estabelecimentos de ATL e é retomado o ensino pré-escolar.
  • Reabrem os cinemas, teatros, auditórios e salas de espetáculos, mas com lugares marcados, lotação reduzida e distanciamento físico.

Como indicou o Governo, todas estas medidas estão condicionadas a uma evolução favorável da pandemia em Portugal, com a manutenção de um risco mais reduzido de contágio pelo novo coronavírus. Todas estas decisões serão reavaliadas a cada 15 dias, a contar a partir desta segunda-feira. Já este sábado, a partir da meia-noite, começa o estado de calamidade, que substitui o estado de emergência.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Vista Alegre prolonga lay-off até 31 de maio

  • Lusa
  • 1 Maio 2020

A empresa anunciou ainda que vai reduzir em 50% as remunerações dos administradores enquanto durar a suspensão dos contratos de trabalho.

A Vista Alegre vai prolongar o lay-off simplificado até final de maio e reduzir em 50% as remunerações dos administradores enquanto durar a suspensão dos contratos de trabalho, segundo a informação comunicada ao mercado.

De acordo com o comunicado divulgado através da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a medida passa a abranger, desde hoje e até 31 de maio, 28,5% dos trabalhadores das unidades produtivas Vista Alegre e Atlantis de Ílhavo e Alcobaça.

Abrange ainda, entre 9 e 31 de maio de 2020, 19,7% dos trabalhadores da unidade produtiva Bordallo Pinheiro das Caldas da Rainha no segmento da faiança, adiantou.

Já a unidade produtiva Ria Stone, em Ílhavo, do segmento grés de mesa, irá retomar parcialmente a partir de segunda-feira, permanecendo neste caso 3,2% dos trabalhadores em lay-off até 31 de maio.

Segundo a Vista Alegre, “esta retoma de dois terços da capacidade instalada desta unidade foi previamente consensualizada com o cliente Ikea e a sua retoma total está alinhada com o plano em curso de reabertura de lojas de retalho deste cliente”.

A Vista Alegre indicou ainda que serão reduzidas em 50% as remunerações dos membros do Conselho de Administração, “com efeitos a abril do ano em curso e enquanto perdurar a situação de ‘lay-off’ simplificado nas suas subsidiárias”.

O lay-off simplificado é uma das medidas aprovadas pelo Governo de resposta à crise provocada pela pandemia de covid-19 e consiste num apoio às empresas de manutenção dos contratos de trabalho.

Os trabalhadores têm direito a receber dois terços da remuneração, assegurando a Segurança Social o pagamento de 70% desse valor, sendo o remanescente suportado pela entidade empregadora.

No comunicado, a empresa indicou ainda que, no âmbito da sua gestão financeira, pediu para aderir às moratórias de créditos para dívida de curto prazo, para suspensão do pagamento de 3,7 milhões de euros que vencem até 30 de setembro, assim como à linha de crédito Covid para um empréstimo no montante 5,2 milhões de euros (prazo de 18 meses de carência e 54 meses de reembolso) e a uma conta corrente caucionada de 1,3 milhões de euros (pelo prazo de seis meses renovável).

A Vista Alegre mantém suspensa a atividade comercial na rede de retalho em Portugal e nos mercados externos, com exceção dos canais online’, afirmando que assim se manterá até que considere “existirem as condições necessárias à retoma dessa atividade em cumprimento das normas aplicáveis e com as devidas salvaguardas de segurança dos seus clientes e colaboradores para a prevenção de contágios”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Casos de Covid-19 sobem 1,22%. Portugal ultrapassa as mil mortes

As autoridades de saúde identificaram 306 novos casos de infeção pelo novo coronavírus no país, que contabiliza 25.351 casos. Morreram 18 pessoas devido ao Covid-19 no último dia.

Portugal registou 306 novos casos de infeção pelo novo coronavírus nas últimas 24 horas. É uma subida de 1,22% face ao dia anterior, com o total de pessoas infetadas a aumentar para 25.351. Morreram mais 18 pessoas devido ao Covid-19, elevando para 1.007 o número total de vítimas mortais, de acordo com o último balanço oficial da Direção-Geral de Saúde (DGS).

Portugal supera assim a fasquia das mil vítimas mortais, mas num período de desaceleração dos novos casos de contágio. Os dados revelados esta sexta-feira mostram ainda que 1.647 pessoas já recuperaram do Covid-19 em Portugal.

Segundo adiantou a ministra da Saúde durante a conferência de imprensa de apresentação do relatório diário da Direção-Geral de Saúde, a “taxa de letalidade se situa nos 4% e que se situa nos 14,2% nas pessoas com mais de 70 anos“.

Os internamentos hospitalares também mantiveram a tendência de queda. De acordo com a DGS, há agora 892 pessoas internadas, menos 76 do que no dia anterior. Também o número de internamentos em unidades de cuidados intensivos cai, existindo atualmente 154 pessoas nesta situação, menos 18 face há 24 horas.

“Gostava de frisar que continuamos a ter 86% dos nossos casos confirmados em casa e 3,5% internados, o que significa que temos 2,9% de casos internados em cuidados gerais hospitalares e 0,6% em unidades de casos intensivos”, disse Marta Temido a propósito da situação atual.

O Norte, que tem sido a região mais castigada desde o início da crise de saúde pública, contabiliza 15.231 casos confirmados e 578 mortes, cerca de 60% dos números verificados para todo o país. Segue-se a região de Lisboa e Vale do Tejo e a região Centro.

Desde 1 de janeiro, as autoridades de saúde já registaram 251.268 casos suspeitos de Covid-19, sendo que 222.090 casos não se confirmaram. Um total de 3.828 pessoas aguardam resultados laboratoriais e 29.756 pessoas estão sob vigilância das autoridades de saúde, por terem estado em contacto com pessoas infetadas.

“evitar medida desproporcionais e excessivas”

Relativamente ao início do desconfinamento que arranca no início da próxima semana, não é altura para baixar armas. “Vamos continuar a adotar medidas para controlar a propagação do vírus”, assumiu Marta Temido, acrescentando que “continuaremos a concentrar a nossa ação em lugares de mais elevado risco”. Neste campo, o objetivo, garante, é “evitar medida desproporcionais e excessivas”.

Relativamente a medidas concretas para fazer face a esta nova realidade, a governante explica que estas estão a ser trabalhadas com os setores que retomam atividade já a partir de segunda-feira.

Questionada sobre aquelas que são as garantias de que não irão faltar máscaras, Marta Temido diz que o Governo tem “feito todos os esforços […] no sentido de disponibilizar essas máscaras”, acrescentando que a “expectativa é de manter o abastecimento” de forma a evitar evitar eventuais falhas de disponibilização”.

Marta Temido, diz ainda que o governo e as autoridades de saúde estão ainda a trabalhar na definição dos critérios para a disponibilização dos testes rápidos. “No ministério da Saúde temos estado, em colaboração com as Administrações Regionais de Saúde, os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde e o Infarmed, a trabalhar nestas matérias e nos critérios para distribuição de testes rápidos [diagnóstico em cerca de 50 minutos], que no contexto de retoma de atividade assistencial não covid e da sua intensificação, são particularmente relevantes”, afirmou Marta Temido.

(Notícia atualizada às 14h25)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Os efeitos da pandemia sobre o trabalho

Empresas a fechar, trabalhadores a perderem o emprego, e degradação das perspetivas. Estes são os "Números da crise" que permitem medir os efeitos da pandemia na vida dos trabalhadores portugueses.

A celebração do 1.º de Maio deste ano ocorre numa situação extraordinária devido aos constrangimentos de mobilidade impostos pela pandemia. Mas os efeitos da pandemia já se fazem sentir de uma forma muito mais dura na vida dos trabalhadores, com perda de empregos, reticências sobre a viabilidade futura das empresa, mas também sobre o nível de confiança que depositam no futuro. Como forma de se assinalar o Dia do Trabalhadores, a Pordata [Fundação Francisco Manuel dos Santos] reuniu alguns dados estatísticos que permitem avaliar o impacto da pandemia a estes níveis. Fique a par de alguns dos principais dados da última semana. E consulte aqui todos os indicadores relevantes, e comparativos, a partir de março.

Situação das empresas degrada-se. Ainda mais na restauração e alojamento

  • O último inquérito semanal às empresas, do Instituto Nacional de Estatística e do Banco de Portugal, revela que 16% das empresas fechou temporariamente e 1% definitivamente. Em todos os setores, mais de 80% dos estabelecimentos mantêm-se em funcionamento (mesmo que parcialmente). Mas a realidade no setor da restauração e alojamento a realidade é mais dura. Neste setor, apenas 41% das empresas se encontram em funcionamento. Os encerramentos definitivos são ainda mais extensos: 5% das empresas deste setor encerraram em definitivo.
  • Mesmo as empresas que continuam a operar enfrentam um futuro desafiante. Nas circunstâncias atuais, e na ausência de medidas adicionais de apoio à liquidez, três em cada dez empresas não poderá mesmo permanecer mais de dois meses em atividade. Em risco de sobrevivência, estão sobretudo as micro e pequenas empresas. O setor do alojamento e restauração, volta a ser o mais exposto a essa realidade: 29% das empresas diz não aguentar mais dois meses face ao quadro atual, sendo que 16% admite que nem sequer será capaz de manter-se mais um mês.
  • Com empresas a funcionarem com restrições, o número de trabalhadores em atividade também é menor. Na semana terminada a 24 de abril, 56% das empresas responderam que a pandemia está a refletir-se numa redução do número de pessoas efetivamente a trabalhar. Mais de 3 em cada 4 das médias e grandes empresas reportam a redução de pessoal. Por setores, destaca-se este impacto em 77% das empresas da área de alojamento e restauração.

Desemprego acelera. Mas parte de níveis baixos

  • Os efeitos das pandemia já se fizeram sentir nos números do emprego de março, mês em que foi reportado o primeiro caso de contágio em Portugal e determinado o estado de emergência. Naquele mês estavam registados, no Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), cerca de 344 mil desempregados, mais 3% do que no mesmo mês de 2019. Comparativamente ao ano anterior, desde janeiro de 2019 que não havia tanto desemprego. Contudo, desde 2007, e comparando os períodos homólogos (março), o valor registado é dos mais baixos: em março de 2013, o número de desempregados inscritos no IEFP foi mais do dobro, atingindo cerca de 734 mil pessoas.
  • O número de novos desempregados inscritos no mês de março de 2020 atingiu os 53 mil. Trata-se de um aumento de 34% face a março de 2019. Comparativamente ao período homólogo, desde março de 2016 que não havia tantos novos desempregados inscritos nos centros de emprego.
  • O aumento do desemprego registado no país, entre março de 2019 e março de 2020, foi mais notório nos trabalhadores do sexo masculino (+3,7%), com ensino secundário (+11,8%), à procura de novo emprego (+4,5%) e dos inscritos há menos de um ano nos centros de emprego (+12,4%), indicam as estatísticas mais recentes. Os dados disponíveis para o continente revelam ainda o maior crescimento do desemprego no setor dos serviços (+5,9%). O aumento do número de desempregados verifica-se, sobretudo, nas atividades imobiliárias, administrativas e serviços de apoio (+7.626) e de alojamento, restauração e similares (+4.967). Entre as profissões mais afetadas, estão os trabalhadores dos serviços pessoais, de proteção e segurança e vendedores (+3.836) e os trabalhadores qualificados da indústria, construção e artífices (+3.112).

Pessimismo é cada vez maior face ao emprego

  • Os portugueses estão cada vez mais pessimistas quanto à evolução do desemprego. O saldo de respostas extremas ao inquérito aos consumidores do INE mostra que a diferença entre os que acham que o desemprego vai aumentar muito e os que acham que o desemprego vai diminuir muito nos próximos 12 meses nunca se tinha degradado tanto como de março para abril de 2020. É preciso recuar a fevereiro de 2009 para observar expectativas mais negativas quanto ao desemprego.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Ryanair pode eliminar até 3 mil empregos em dois anos por quebra na procura

  • Lusa
  • 1 Maio 2020

Plano de reestruturação também pode forçar a empresa a realizar despedimentos temporários, reduzir salários em cerca de 20% e fechar “várias bases na Europa”.

A Ryanair, companhia aérea irlandesa de voos económicos, anunciou esta sexta-feira que poderá eliminar até três mil empregos de pilotos e pessoal de cabine dentro dos próximos dois anos devido à quebra na procura provocada pela pandemia da covid-19.

Durante esse período, este plano de reestruturação também pode forçar a empresa a realizar despedimentos temporários, reduzir salários em cerca de 20% e fechar “várias bases na Europa”, revelou a empresa em comunicado.

A companhia informou ainda que “mais de 99%” da sua frota vai permanecer em terra até “pelo menos” ao mês de julho, estimando que o tráfego de passageiro não voltará aos níveis de 2019 “até ao verão de 2022, no mínimo”.

A Ryanair indicou que, neste contexto, vai operar em menos de 1% do seu horário de voo entre abril e junho, o que significa transportar cerca de 20 milhões de passageiros, em comparação com os 44,6 milhões inicialmente previstos para o trimestre de julho/agosto/setembro.

O diretor-executivo da companhia, Michael O’ Leary, já cortou em 50% o seu salário de abril e maio, numa redução que vai vigorar até ao fim deste ano fiscal, que termina a 31 de março de 2021.

Relativamente a este ano fiscal, a companhia acredita que o seu tráfego de passageiros não vai exceder os 100 milhões, apesar de o objetivo fixado de 154 milhões antes de ser declarada a crise da covid-19.

Quanto a resultados económicos, a Ryanair indicou que vai sofrer perdas líquidas de mais de 100 milhões de euros entre abril e maio, às quais “mais perdas” deverão ser acrescentadas nos três meses seguintes.

A principal companhia aérea europeia do setor de baixo custo referiu hoje que é “obrigada a competir” em condições desiguais com antigas empresas de bandeira nacional que receberam “30 mil milhões de euros de apoio estatal” para se manterem durante o período a crise de coronavírus.

O’Leary pediu ajuda às autoridades de concorrência da União Europeia, alertando que levará aos tribunais europeus os países que decidam resgatar ex-companhias aéreas públicas.

O diretor executivo observou que França e a Holanda preparam um pacote de ajuda para reavivar a Air France – KLM, ao passo que a Lufthansa manteve contactos com a Alemanha e outros países para planear medidas de socorro, enquanto a Itália planeia tomar as rédeas da Alitária.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.