Moratórias permitem às famílias “poupar” mais de 50 milhões por mês
Face às mais de 240 mil famílias que já aderiram à moratória no crédito da casa, a "poupança" global conseguida em prestações ascenderá a mais de 50 milhões de euros por mês.
A moratória no crédito veio libertar muitas famílias portuguesas a braços com dificuldades financeiras resultantes da pandemia do “pesado fardo” da prestação da casa. Desde que foi lançado pelo Governo no final de março, a “poupança” global permitida por este regime ascenderá a mais de 50 milhões de euros por mês, segundo cálculos do ECO.
Para chegar a este valor, foi considerado o número total de famílias que já pediram moratória, bem como o valor da prestação média associada à globalidade dos contratos de crédito à habitação existentes em Portugal.
Os dados disponibilizados pelo Banco de Portugal indicam que, até ao final de abril, 241.142 agregados já tinham aderido às moratórias pública e privada do crédito da casa, esta última da iniciativa da Associação Portuguesa de Bancos (APB). Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), a prestação média do crédito da casa em Portugal ascendia a 249 euros, em março, 237 euros em abril, e 227 euros, em maio.
Multiplicando cada um destes valores da prestação média pelo número de moratórias já disponibilizadas, significa poupanças globais de 60 milhões, em março, 57 milhões, em abril, e 54 milhões, em maio, respetivamente.
Não sendo um valor exato, mas sim uma aproximação, estes valores permitem ter uma medida do impacto que a moratória do crédito está a ter no contexto atual e da dimensão do “balão de oxigénio” que permite a muitas famílias a braços com orçamentos mais curtos em resultado de perdas de rendimento ou de situações de desemprego devido ao novo coronavírus.
Outro aspeto que também não deve ser ignorado desta análise é o facto de esta não ser uma “borla”, já que as famílias terão de devolver aos bancos os montantes das prestações suspensas, findo o prazo da moratória, que entretanto foi alargado do final de setembro para o fim de março do próximo ano.
E essa devolução pode vir a ter de ser paga com um bónus extra para os bancos. Tal acontecerá no caso das moratórias que prevejam o não pagamento dos juros e a respetiva capitalização no total do montante ainda em dívida do crédito. Para esses casos, quando retomado o pagamento do crédito da casa em abril do próximo ano, o valor da prestação vem acrescido de um aumento de 1,2% face ao que se passava antes da pandemia.
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