“A TAP teve sempre umas contas que não conseguimos compreender”
"Se a TAP diz que é mais viável trabalhar só com o hub de Lisboa, vamos discutir isso", refere Nuno Botelho. ACP pretende que se distribua injeção do Estado na TAP pelas outras regiões.
A Associação Comercial do Porto (ACP) vai apresentar “nos próximos dias” um plano B para que o dinheiro que o Estado vai injetar na TAP seja usado para garantir a viabilidade da companhia aérea, mesmo que opere apenas no hub de Lisboa, e, ao mesmo tempo, seja distribuído “equitativamente” para as outras regiões poderem, elas próprias, “captar rotas e trazerem riqueza”.
“O plano vai mostrar que, com o dinheiro que o Estado pretende injetar na TAP, é possível usar esse dinheiro na TAP e, simultaneamente, distribuir equitativamente por outras regiões do país e captar rotas, trazer riqueza, ter retorno, sem que nos afundemos numa empresa inviável“, referiu o presidente da ACP, Nuno Botelho, em declarações ao ECO.
“A TAP teve sempre umas contas que não conseguimos compreender e em que nos diz que as rotas a partir do Porto, Faro, Madeira e Açores não são rentáveis. Se não são rentáveis, então vamos discutir como é que nós podemos torná-las rentáveis. Se eles não querem rotas rentáveis, então, numa segunda opção, concentrem toda a operação em Lisboa e, por favor, deixem-nos trabalhar a partir dos nossos aeroportos, mas para isso também (…) deem às regiões o proporcional dos valores para poderem atuar e captarem elas próprias os voos“, acrescentou o responsável.
"Se eles não querem rotas rentáveis, então, numa segunda opção, concentrem toda a operação em Lisboa e, por favor, deixem-nos trabalhar a partir dos nossos aeroportos, mas para isso também (…) deem às regiões o proporcional dos valores para poderem atuar e captarem elas próprias os voos.”
Nuno Botelho explicou que a providência cautelar entregue esta sexta-feira no Supremo Tribunal Administrativo visa “impedir que o Estado, de forma absolutamente errada, injete 1,2 mil milhões de euros numa empresa que não é viável e que não serve o todo nacional”.
“Com a providência cautelar pretendemos obter uma possibilidade que nos está a ser negada que é a de discutir, de negociar outras fórmulas de apoiar a TAP e de tornar a TAP viável, porque não queremos o mal da TAP, mas queremos também o bem do resto do país”, completou.
Segundo o presidente da ACP, o novo plano de voos prevê que a TAP realize 96% dos seus voos a partir de Lisboa, enquanto as rotas a partir do Porto representam apenas 3% do total de voos. Ou seja, pouco mudou em relação ao plano anterior que o primeiro-ministro apelidou de “pouco credível”. E, por isso, questiona-se: “Não sei como o plano atingiu tanta credibilidade em pouco tempo”.
Nuno Botelho admite que a ação pode causar ainda mais problemas à TAP. Ainda assim, diz que prefere esperar “10 ou 20 dias” para se encontrar “uma solução mais viável para a companhia aérea e para os portugueses” em vez de simplesmente “atirar dinheiro para os problemas”.
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