Lucro do El Corte Inglés em Portugal cai para 28 milhões

  • Lusa
  • 19 Junho 2020

O El Corte Inglés obteve em Portugal um lucro de 28 milhões de euros no exercício terminado em fevereiro, “ligeiramente abaixo” dos 29 milhões do ano anterior. As vendas aumentaram quase 3%.

O El Corte Inglés obteve em Portugal um lucro de 28 milhões de euros no exercício terminado em fevereiro, “ligeiramente abaixo” dos 29 milhões do ano anterior, tendo as vendas aumentado 2,9% para 520 milhões de euros.

Em comunicado divulgado hoje, o grupo retalhista espanhol considera “muito positivos” os resultados obtidos no exercício passado em Portugal – onde detém dois grandes armazéns, seis supermercados e duas lojas de oportunidades – salientando que permitiram “mitigar muitas das dificuldades decorrentes do estado de calamidade vivido logo nos primeiros meses deste ano”.

Segundo as contas divulgadas esta sexta-feira pelo grupo em Madrid, o EBITDA (resultados antes de impostos, juros, amortizações e depreciações) manteve-se nos 57 milhões de euros em Portugal e os resultados, depois da liquidação dos impostos no valor de 11,8 milhões, fixaram-se nos cerca de 28 milhões de euros, “ligeiramente abaixo dos do ano anterior”.

Ao longo de 2019 foram registados 463 milhões de euros de custos e de despesas de exploração na empresa portuguesa do grupo, mais 3,3% do que no exercício precedente.

Sustentando que “estes resultados refletem o bom comportamento das vendas, bem como o esforço de investimento feito ao longo do ano na modernização das lojas, dos sistemas, da operação e dos novos canais de distribuição”, o grupo salienta que, “considerando as particulares circunstâncias que se observaram logo no começo do exercício atual, estes resultados positivos contribuíram para mitigar as dificuldades vividas”.

“Na verdade, o estado de calamidade e de emergência, com o consequente encerramento da maioria dos espaços comerciais, obrigou a empresa a um enorme esforço de gestão, apenas ultrapassado graças aos bons resultados dos últimos anos”, refere.

O El Corte Inglés diz ter conseguido durante todo este período manter os seus investimentos em Portugal “e, mesmo, aumentá-los no sentido de adaptar os seus espaços comerciais às novas exigências de segurança”, referindo ter também incrementado o seu investimento na área dos serviços on-line e na logística da área alimentar, “com o objetivo de melhor servir os seus clientes e de continuar a honrar todos os compromissos com os seus fornecedores”.

“Ao mesmo tempo, a empresa conseguiu assegurar os rendimentos dos seus colaboradores, incluindo aqueles que, por força do encerramento dos espaços comerciais, foram incluídos no lay-off, assegurando a diferença na retribuição”, acrescenta.

Em termos consolidados, as vendas do grupo El Corte Inglés aumentaram 1,2% no exercício terminado a 29 de fevereiro, para perto dos 15.261 milhões de euros, enquanto o lucro líquido subiu 20,1%, para 310 milhões de euros, e o EBITDA somou 1.097 milhões de euros, mais 5,4%.

O grupo reduziu a sua dívida em 638 milhões de euros, para os 2.730 milhões de euros, “graças à evolução do negócio e, em menor medida, à venda de ativos não estratégicos” e salienta que “os resultados positivos com que fechou o ano de 2019 têm permitido mitigar o enorme impacto que a crise da covid-19 está a ter nas vendas desde o início da pandemia”.

Em fevereiro deste ano, imediatamente antes do início da pandemia, o grupo diz ter assinado o refinanciamento da sua dívida bancária, num valor máximo agregado de 2.000 milhões de euros, um acordo que – salienta – lhe “permite um financiamento estável, com menores custos e maiores prazos”.

Já depois do fecho do exercício, o El Corte Inglés fez um novo financiamento, no valor de 1.341 milhões de euros, com vencimento de um ano e articulado no âmbito de uma linha de crédito revolving.

“O objetivo desta operação, que complementa o anterior acordo subscrito em fevereiro, é o de garantir um financiamento de curto prazo estável e assegurar a liquidez do grupo durante os próximos meses, para fazer frente ao impacto económico causado pelas medidas extraordinárias adotadas durante a pandemia”, esclarece.

Ao longo de 2019, o grupo diz ter realizado investimentos no valor de 344 milhões de euros, “a maior parte dos quais destinados a manter os níveis de qualidade dos espaços comerciais e a reforçar o negócio digital”, e destaca a “forte aposta na estratégia de omnicanalidade”, que permitiu “reforçar a inter-relação entre as lojas físicas e o ambiente digital, fundamental durante a fase de confinamento”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Anafre defende reversão de 750 a 800 freguesias que foram agregadas em 2013

  • Lusa
  • 19 Junho 2020

O presidente do conselho diretivo da Anafre defendeu a reversão de 750 a 800 freguesias que foram agregadas em 2013, quando o plano do Governo aponta para 502.

O presidente do conselho diretivo da Associação Nacional de Freguesias (Anafre), Jorge Veloso, reafirmou esta sexta-feira a defesa da reversão de 750 a 800 freguesias que foram agregadas em 2013, quando o plano do Governo aponta para 502.

Segundo o responsável, de acordo com o estudo feito pelo Governo, “há uma base de 502 freguesias” que poderão reverter a sua agregação.

“Nós [Anafre] queremos mais. Entendemos que podem reverter mais freguesias e estamos cá para que possamos, eventualmente, na próxima discussão da proposta de lei, termos condições para conseguir reverter ainda mais algumas freguesias”, disse esta sexta-feira Jorge Veloso.

O responsável falava à agência Lusa no final de uma reunião do conselho diretivo da Anafre, que decorreu na Sala António Almeida Santos, no edifício da Câmara Municipal da Guarda.

“Nós, se conseguíssemos chegar às 750 [ou] 800 freguesias, das 1.200 e tal que ‘saltaram fora’, estamos disponíveis para isso“, rematou o dirigente.

Jorge Veloso referiu que a associação já enviou o seu contributo sobre esta matéria à ministra da Modernização do Estado e da Administração Pública, Alexandra Leitão.

“É um contributo que não reuniu consenso das três forças políticas que representam o conselho diretivo”, advertiu o dirigente, que aguarda que a ministra faça chegar a versão final da proposta de lei que vai ser debatida na Assembleia da República para que a Anafre possa emitir o parecer final.

O contributo da associação “tem a ver com critérios para a criação das novas freguesias” e com “critérios quantitativos” dos quais a Anafre discorda, indicou.

O autarca Jorge Veloso está confiante que o processo de reversão de freguesias avance e acredita que o mesmo esteja completo “até 31 de março de 2021” e que no próximo ato eleitoral autárquico “já possa haver um novo mapa autárquico, com algumas freguesias a voltarem ao que eram em 2013”.

A ministra da Modernização do Estado e da Administração Pública, Alexandra Leitão, disse no dia 3 de março, durante uma audição na Assembleia da República, que a nova proposta do Governo sobre os critérios gerais para a criação de freguesias deverá ser apresentada no parlamento “muito em breve”, depois de concluídas as negociações com as associações de municípios e de freguesias.

Recordando que “em tempos” existiu uma proposta que não mereceu o acordo de nenhuma das duas associações, Alexandra Leitão reconheceu que existem vários aspetos que podem ser melhorados.

Alexandra Leitão referiu ainda que, no entender do executivo, quaisquer “correções que haja a fazer” à reforma das freguesias, que aconteceu em 2013 e que levou à extinção de mais de mil freguesias e agregação de outras, deverão ser “feitas à luz desses critérios gerais” que serão definidos nos próximos meses.

A reforma de 2013, sob a responsabilidade do então ministro do PSD Miguel Relvas, extinguiu 1.168 das 4.260 juntas de freguesia.

Ao longo dos anos, os partidos da esquerda têm criticado o atual mapa administrativa, alegando que foi feito “a régua e esquadro” e defendendo a sua alteração.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Há 375 novos casos de coronavírus. 76% são na região de Lisboa

Há 375 novos casos de infeção por Covid-19 em Portugal e três óbitos a lamentar. Mais de 460 pessoas foram dadas como recuperadas da doença nas últimas 24 horas.

As autoridades de saúde portuguesas encontraram 375 novos casos de infeção por Covid-19, elevando para 38.464 o total acumulado de casos registado desde o início do surto. Trata-se de uma taxa de crescimento diária de quase 1%, sendo que cerca de 76% do número de novos casos foi observado na região de Lisboa e Vale do Tejo.

De acordo com o último balanço da Direção-Geral da Saúde (DGS), nas últimas 24 horas, 467 pessoas recuperaram da doença, elevando para 24.477 o número de recuperados. Há ainda três novos óbitos a lamentar, o que eleva para 1.527 o total de vítimas da doença.

Boletim epidemiológico de 19 de junho

A nível nacional, 422 pessoas estão sujeitas a internamento hospitalar e 67 estão a ser medicamente seguidas em unidades de cuidados intensivos, o que representa o número de casos que inspiram mais cuidados. A esmagadora maioria dos óbitos é registada nas faixas mais idosas da população, onde a taxa de letalidade tem vindo a ser maior.

A região de Lisboa e Vale do Tejo é a que inspira maior atenção das autoridades, onde sucessivamente têm sido observados a maioria dos novos casos de Covid-19. É também a região mais densamente populada do país. Neste contexto, dos 375 novos casos encontrados nas últimas 24 horas, 284 — ou 76% — estão situados nesta região da capital.

Outro foco que tem inspirado preocupação é o de Lagos (Algarve) onde uma festa ilegal deu origem a uma série de novos casos de infeção. Numa conferência de imprensa esta sexta-feira, a delegada de saúde, Ana Cristina Guerreiro, revelou que foram encontrados na região 34 novos casos de coronavírus, elevando para 76 o número de pessoas cuja cadeia de transmissão remonta a essa mesma festa.

Neste caso, a maioria dos infetados tem entre 20 e 29 anos (31 casos), seguindo-se o grupo dos 30 aos 39 (15 casos) e o dos 10 aos 19 (14 casos). “Temos ainda identificadas já nove crianças, dos 0 aos 9 anos”, disse a delegada de saúde. “Estes são os dados do cluster de Lagos, pessoas que estão relacionadas com a festa realizada. Não significa que tenham estado todos presentes na festa. Neste momento, já temos pessoas [infetadas] que são familiares de pessoas que estiveram na festa”, apontou.

Desde 1 de janeiro que a DGS já registou 359.579 casos suspeitos de Covid-19, dos quais 319.585 não se confirmaram. Atualmente, 1.530 pessoas aguarda resultado laboratorial e 29.046 estão sob vigilância das autoridades de saúde por terem estado em contacto com pessoas doentes.

(Notícia atualizada pela última vez às 15h56)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Tribunal considera que tentativa de afastar juiz do caso EDP visou atrasar processo

  • Lusa
  • 19 Junho 2020

Quanto à alegação da defesa dos arguidos de que há um “total alinhamento de estratégia” entre o Ministério Público e o juiz, os desembargadores entendem que esta argumento não tem fundamento.

O Tribunal da Relação de Lisboa considerou que não há motivo “muito menos sério e grave” que afete a imparcialidade do juiz Carlos Alexandre no inquérito EDP e que o pedido de afastamento visou atrasar o processo.

Segundo a decisão, a que a agência Lusa teve acesso esta sexta-feira, as desconfianças apresentadas pelos arguidos António Mexia, presidente da EDP, e João Manso Neto, da EDP renováveis, quanto à imparcialidade do juiz do processo “não passam de meras conjeturas pessoais e, como tal, irrelevantes”, sendo “uma injustificada tentativa de perturbação da celeridade processual”.

“Em suma: nada há rigorosamente nos autos, e outra prova não ofereceram os requerentes António Mexia e João Manso Neto, que permita, sequer, colocar no mero campo das hipóteses alguma ligeireza de conduta, manifestada em reações escritas, verbais, gestuais e/ou corporais, reveladora de juízos preconcebidos” por parte do juiz Carlos Alexandre, lê-se na decisão.

Os desembargadores Calheiros da Gama (relator) e Abrunhosa de Carvalho e Maria Leonor Botelho, concluíram que a utilização do incidente de recusa revela-se como “notoriamente insustentável, impertinente e abusiva”, pelo que o pedido de afastamento é “manifestamente infundado”.

Entendem os juízes do TRL que “perante o que vem alegado e a documentação processual junta, não se vislumbra, nem pelo cidadão médio ou até de mero espetador, qualquer sinal de parcialidade, duplicidade de critérios ou antecipação do sentido do julgamento que sejam suscetíveis de gerar desconfiança sobre a imparcialidade” do juiz.

Quanto às dúvidas manifestadas por António Mexia e Manso Neto quanto à entrega deste processo ao juiz Carlos Alexandre, em substituição do magistrado Ivo Rosa, o TRL entendeu que não cabe a este tribunal, em sede de incidente de recusa, verificar se a garantia do juiz natural foi ou não violada nos autos.

“Mas mesmo admitindo, por mera e académica hipótese, que o tivesse sido daí não se podia retirar a sua falta de isenção e imparcialidade do juiz, radicadas em interesse próprio em decidir no processo, salvo se, entre outras circunstâncias, ficasse provado ter sido o próprio juiz visado a avocar o processo ou a chamá-lo a si fora dos casos e condições legalmente previstas”, escrevem.

Quanto à alegação da defesa dos arguidos de que há um “total alinhamento de estratégia” entre o Ministério Público e o juiz, os desembargadores entendem que esta argumento não tem fundamento, “pese embora possa ter havido deferimento por parte deste [juiz] de promoções do Ministério Público, esta constatação “não é nem no tempo, nem no modo, reveladora de qualquer falta de isenção”.

A decisão do TLR surge numa altura em que decorre ainda o prazo, até segunda-feira, para a defesa contestar a proposta de medidas de coação do MP, que vão no sentido de suspender António Mexia da presidência da EDP e a prestação de uma caução não inferior a dois milhões de euros.

Segundo o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) são imputados a António Mexia e Manso Neto, em coautoria, quatro crimes de corrupção ativa e de um crime de participação económica em negócio. Quanto a Manso Neto, as medidas são semelhantes, com exceção de uma caução não inferior a um milhão de euros. Ao arguido João Conceição, administrador da REN, o MP imputa-lhe dois crimes de corrupção passiva para ato ilícito.

A EDP já considerou que as medidas propostas pelo MP em relação a António Mexia e Manso Neto são “desprovidas de fundamentação”. O inquérito investiga os procedimentos relativos à introdução no setor elétrico nacional dos Custos para Manutenção do Equilíbrio Contratual (CMEC). O processo das rendas excessivas da EDP está a ser investigado há oito anos.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Go Natural admite entrar em novas cadeias de distribuição

  • Lusa
  • 19 Junho 2020

Em comunicado, a marca diz que vai continuar a apostar "na inovação aplicada à criação de novos produtos", prevendo aumentar o número de artigos e admite ainda entrar em novas cadeias de distribuição.

A Go Natural anunciou esta sexta-feira que vai continuar a apostar na inovação aplicada à criação de novos produtos, prevendo aumentar o número de artigos, e admite ainda a possibilidade da marca entrar em novas cadeias de distribuição.

Em comunicado, a marca refere que, “com alargamento de gama e entrada prevista em mais 50 lojas do universo Sonae, um dos principais destaques para este ano é a indiscutível aposta na inovação aplicada à criação de novos produtos“.

Nesse sentido, “propõe-se aumentar o número de artigos [de alimentação saudável], lançando aproximadamente 15 novas referências nesta área, nas atuais gamas de refeições, sopas e sumos, bem como apostar em categorias que serão novidade” e, “adicionalmente, ressalva-se ainda a possibilidade de a marca entrar em novas cadeias de distribuição”, acrescenta.

“Acreditamos que a presença que estabelecemos em 2019 em mais de 100 supermercados por todo o país é, na verdade, uma enorme conquista para garantirmos o acesso a produtos saudáveis a uma camada mais vasta da população a nível nacional, dando a conhecer a cada vez mais consumidores, soluções de alimentação saudável e conveniente, o que constitui o ADN da marca Go Natural desde a sua origem”, afirma Tiago Calhau, diretor-geral da Go Natural, citado em comunicado.

Por esse motivo, “propomo-nos a continuar a fazer este investimento em 2020, apostando em novidades e atividade promocional, com o intuito de democratizar cada vez mais o acesso a uma alimentação saudável com prazer”.

A marca adianta que são 30 os produtos de conveniência que estão disponíveis nas secções de ‘take-away’ do Continente, Continente Com Dia, Continente Modelo, My Auchan e nas lojas Go Natural.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Alto da Ajuda em Lisboa tem projetos para construção de 119 habitações a renda acessível

  • Lusa
  • 19 Junho 2020

Projetos de arquitetura e urbanismo vão ser executados “em consórcio com particulares”, com a construção de habitação para a classe média em Lisboa a um custo controlado de 700 euros/m2.

O Alto da Ajuda, em Lisboa, dispõe de projetos para a construção de 119 habitações a renda acessível e 114 fogos a preço livre, num investimento estimado de 34 milhões de euros, que será impulsionado pela cooperativa REQUALITAS VIP.

Segundo o administrador da cooperativa de habitação e construção REQUALITAS VIP, o arquiteto Carlos Alho, os projetos de arquitetura e urbanismo para o Alto da Ajuda vão ser executados “em consórcio com particulares”, com a construção de habitação para a classe média em Lisboa “a um custo controlado de 700 euros por metro quadrado (m2)”.

A intervenção no Alto da Ajuda foi projetada em 2017, no âmbito do programa municipal Lisboa Renda Acessível, que prevê que “a habitação acessível pode ser programada e dinamizada por cooperativas ou por outro tipo de consórcios”, indicou à Lusa o arquiteto Carlos Alho.

Neste âmbito, as “forças vivas” da freguesia lisboeta da Ajuda criaram a cooperativa REQUALITAS VIP, “uma estrutura dinâmica ligada ao meio académico”, com o apoio dos estudantes e professores do Campus da Ajuda da Universidade de Lisboa.

Registada em 15 de junho deste ano, a cooperativa REQUALITAS VIP quer requalificar o Alto da Ajuda com habitação a custos controlados e, por outro lado, permitir a construção para “habitação em venda livre, mas uma habitação mais acessível”, disse o administrador.

“São projetos que, neste momento, a nível do Plano Diretor Municipal (PDM) e do desenho urbano da Câmara Municipal de Lisboa, já estão assumidos e aprovados”, explicou o arquiteto Carlos Alho, adiantando que “a cooperativa, em consórcio com gabinetes de projetos”, pretende investir e executar o que está planeado.

De acordo com o administrador da REQUALITAS VIP, os projetos preveem “119 habitações a custos controlados e 114 em venda livre”, assim como fogos para equipamentos sociais, inclusive para sede de associações e coletividades da freguesia da Ajuda.

Em relação ao investimento, a estimativa realizada em 2017 aponta para 34 milhões euros, valor que terá de ser atualizado, informou Carlos Alho, acrescentando que a maior parte do valor é assegurando pelo consórcio e a restante parte pela cooperativa, sem precisar qual a percentagem assumida por cada.

Neste momento, “o estudo prévio já está definido”, com a apresentação dos projetos por parte do consórcio, aguardando-se uma reunião com a Câmara Municipal de Lisboa para avaliar e aprovar as propostas.

Na perspetiva do arquiteto que administra a cooperativa, a expectativa é que a autarquia dê o seu parecer no prazo de um ano, com os projetos aprovados até 2021, e que, depois, a construção decorra durante dois anos, com a obra concluída até 2023.

Preocupada com a “expulsão de moradores” devido ao investimento de fundos imobiliários internacionais, a REQUALITAS VIP quer “criar atração” para permitir o regresso dos que foram obrigados a sair do Alto da Ajuda, na sequência da “especulação imobiliária”.

Com a construção de habitação a baixos custos, a cooperativa pretende ainda fixar no território estudantes e professores do Campus da Ajuda.

Na página na internet do programa Lisboa Renda Acessível, a descrição do projeto indica que a intervenção se localiza no Campus da Universidade de Lisboa da Ajuda, numa área “com uma magnífica relação visual com o estuário do rio Tejo e com o parque natural de Monsanto”, beneficiando ainda da proximidade à zona de Belém.

Para a Câmara Municipal, o projeto “permitirá consolidar esta zona como uma nova centralidade de Lisboa, ancorada no Campus Universitário, agora reforçado com um programa de uso habitacional para a classe média, comércio, serviços e equipamentos de proximidade”.

“É a zona de Lisboa com menor vulnerabilidade ao risco sísmico”, destacou a autarquia de Lisboa, adiantando que a área total de intervenção no Alto da Ajuda é 58.158 m2, dos quais 22.085 m2 para construção acima do solo – 11.063 m2 para renda acessível, com quatro edifícios que disponibilizaram 119 habitações, e 11.222 m2 para preço livre, com outros quatro edifícios para 114 fogos.

As estimativas globais referem que o projeto se destina em 89% para habitação, 7% para comércio e 4% para equipamentos, prevendo uma área de estacionamento em estrutura edificada, com capacidade total para 240 lugares, segundo informação da Câmara Municipal de Lisboa.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Porsche está solidária. Junta-se à Rede de Emergência Alimentar

Porsche Ibérica juntou-se à Rede de Emergência Alimentar e já entregou seis mil refeições aos mais carenciados.

A Porsche Ibérica iniciou, com a Rede de Emergência Alimentar, uma iniciativa solidária, sob a nova divisão “Porsche Compromisso Social”. Na semana passada, já foram entregues um total de seis mil refeições — cerca de 100 por dia — a pessoas desfavorecidas, uma iniciativa desenvolvida ao longo dos meses de março, abril e maio.

“A colaboração da Porsche Ibérica nestes momentos é um impulso de grande valor para podermos chegar a mais famílias carenciadas. Desenvolveram um projeto muito completo e trataremos de aproveitar ao máximo todos os recursos que nos vão doar”, explica Isabel Jonet, presidente da Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares contra a Fome, citada em comunicado.

As refeições são entregues por voluntários em pontos de entrega ou diretamente nas residências das pessoas carenciadas. A segunda fase deste acordo irá prolongar-se até ao final do mês de julho e incluirá também os Centros Porsche de Portugal e Espanha. Os apoios advém da Porsche Ibérica, juntamente com os seus concessionários e serão entregues aos Bancos Alimentares dos respetivos distritos onde se localiza cada centro da Porsche.

A empresa garante em comunicado que este tipo de iniciativas vieram para ficar e que ficarão englobadas numa divisão recentemente criada. Este novo selo da marca “Porsche Compromisso Social” pretende identificar movimentos solidários com os quais a marca pode colaborar de forma direta, com o objetivo de ajudar a população mais vulnerável em Portugal e Espanha.

Para o diretor-geral da Porsche Ibérica, Tomás Villén, a atual pandemia “fez-nos dar um impulso maior a estes projetos e incentivou-nos a construir uma base sólida à qual daremos continuidade muito além desta crise”, assinala.

Entre as refeições solidárias e a doação final à Rede de Emergência Alimentar e à Federação Espanhola de Bancos de Alimentos (Fesbal), a Porsche Ibérica estima que o valor total destinado a estas ações solidárias durante este ano ascenderá a cerca de 400 mil euros em Portugal e Espanha.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Neymar condenado a devolver 6,8 milhões ao Barcelona

  • Lusa
  • 19 Junho 2020

O brasileiro Neymar tem que devolver ao FC Barcelona 6,8 dos 20,7 milhões de euros que recebeu no verão de 2016 como prémio de renovação.

O futebolista Neymar, do Paris Saint-Germain, foi condenado por um tribunal espanhol a devolver ao FC Barcelona 6,8 dos 20,7 milhões de euros que recebeu no verão de 2016 como prémio de renovação, refere esta sexta-feira a agência EFE.

A sentença invalida a ação que o brasileiro Neymar interpôs na altura contra o FC Barcelona, em que alegava que o clube espanhol não lhe tinha pago a totalidade do prémio de renovação do contrato até 2021 e que totalizava 64,4 milhões de euros.

Durante a audiência, realizada em novembro de 2019, os advogados do internacional brasileiro Neymar, de 28 anos, reclamaram do FC Barcelona o pagamento dos 43,6 milhões de euros que consideravam estar pendentes como prémio de renovação.

O FC Barcelona, por sua vez, exigiu a Neymar uma indemnização de 22,5 milhões de euros (o valor que o clube pagou de parte do prémio acrescido de juros), por entender que o brasileiro violou o contrato ao assinar pelos franceses do PSG um ano após a assinatura da renovação.

O tribunal considerou que Neymar não só não tinha o direito de receber o valor que pretendia, como também, dada a queixa articulada contra si, devia reembolsar o FC Barcelona pelo excesso que recebeu ao rescindir por vontade própria para assinar por outro clube.

A sentença agora proferida permite ao FC Barcelona recuperar quase um terço do que pagou ao avançado brasileiro pela sua renovação por mais cinco temporadas, embora o vínculo de Neymar tenha durado apenas mais uma época.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

1.ª fase dos exames nacionais vai ter menos alunos e menos provas

  • Lusa
  • 19 Junho 2020

Ao contrário do que acontece habitualmente, este ano as provas nacionais não são um requisito obrigatório para a conclusão do secundário, que será feita apenas com as classificações internas.

A 1.ª fase dos exames nacionais vai avaliar 151.530 alunos, inscritos em 254.865 provas, menos quase 90 mil em relação ao ano anterior, devido às novas regras introduzidas por causa da pandemia.

Os dados do Júri Nacional de Exames foram divulgados esta sexta-feira pelo Ministério da Educação, que ressalva que são números provisórios, uma vez não incluem as inscrições fora de prazo.

A 1.ª fase de exames arranca no dia 6 de julho com menos 8.310 alunos inscritos em relação ao ano letivo 2018/2019, mas a maior quebra é no número de provas a realizar, que caem em 87.705 devido ao regime de exceção introduzido pela tutela.

Ao contrário do que acontece habitualmente, este ano as provas nacionais não são um requisito obrigatório para a conclusão do secundário, que será feita apenas com as classificações internas, ou seja, as notas atribuídas pelos professores.

As novas regras explicam também a redução da média de exames por aluno, que este ano se situa abaixo dos dois exames (1,69) e, por outro lado, o motivo pelo qual jovens se inscrevem nas provas de avaliação externa.

A maioria dos alunos (91%) participa exclusivamente com o objetivo de concorrer ao ensino superior, em contraste com os dados referentes ao ano passado, em que a maioria tinha em vista a aprovação final do secundário.

Ainda assim, pouco mais de metade (55%) dos alunos inscritos nos exames nacionais tencionam prosseguir estudos no ensino superior.

Este ano, Português deixa também de ser a prova mais realizada, uma vez que não será obrigatória para todos os finalistas, contando com apenas 41.887 inscrições, em comparação com as mais de 77 mil do ano anterior.

O exame mais concorrido na 1.ª fase é, por sua vez, Biologia e Geologia (44.047), seguindo-se Física e Química A (42.269), Português e Matemática A (38.669)

Por cursos do ensino secundário, a maioria dos candidatos vem das Ciências e Tecnologias (45%), seguidas das Línguas e Humanidades (23%), Ciências Socioeconómicas (12%) e Artes Visuais (5%).

Do ensino profissional chegam apenas 558 matriculas, registando-se uma quebra de 208 em relação a 2019, uma vez que, este ano, foi criada uma nova via de acesso ao ensino superior para estes estudantes, que passam a poder realizar exames regionais, agendados para setembro.

A 1.ª fase dos exames nacionais do ensino secundário arranca este ano a 6 de julho com a prova de Português, às 09h30, e termina a 23 de julho com a Literatura Portuguesa marcada para esse dia.

Ensino Superior vai ser “de certeza presencial” a partir de setembro

O ministro da Ciência e do Ensino Superior afirmou esta sexta-feira que o ensino superior “vai ser de certeza presencial” a partir do novo ano letivo e que deve dar o exemplo de como aprender a viver com a pandemia.

“Vai ser de certeza presencial, disso temos a certeza”, declarou o ministro Manuel Heitor, à margem de uma iniciativa sobre o pós-covid-19, no Instituto Politécnico de Bragança (IPB).

O governante vincou que cabe às instituições fazerem a adaptação necessária à nova realidade e lembrou que a própria acreditação dos cursos depende do ensino presencial e não se coaduna com a exceção das aulas à distância imposta durante o estado de emergência.

Manuel Heitor sublinhou que o ensino é para começar em setembro “como não podia deixar de ser da forma presencial até porque todos os cursos e todas as ações estão acreditadas para funcionarem na forma presencial e por isso o arranque do ano letivo é feito exatamente nas condições para as quais os cursos foram acreditados”.

O ministro ressalvou que o regresso “obviamente tem de ser feito com responsabilidade, mas se não é o Ensino Superior a mostrar e a ensinar às pessoas como é que se vive com responsabilidade, quem é que poderá ser?”.

“Por isso são também as instituições de Ensino Superior aquelas que são mais adequadas a ensinar as regras”, reiterou.

O ministro voltou a apelar à “adaptação para evitar a acumulação em transportes públicos”, considerando que “essa é a questão mais crítica, não é dentro das instituições, é o acesso às instituições”, nomeadamente nos maiores centros populacionais.

“Por isso tenho apelado para desdobrar horários e tentar cumprir as normas, certamente o uso obrigatório de máscaras, mas garantindo sempre, sempre o ensino presencial porque também se não for assim os cursos perdem a sua acreditação”, vincou.

As condições excecionais do estado de emergência que obrigou ao ensino à distância estão revogadas, lembrou o governante, para frisar que agora “é preciso garantir que haja ensino presencial, salvo algum imprevisto”.

O ministrou lembrou que há orientações claras emanadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e, em Portugal, transcritas pela Direção-Geral da Saúde, que vão evoluir e considerou que hoje é sabido que “temos de aprender a viver com a pandemia e com as futuras pandemias.”

O governante salientou que só deverá haver uma vacina para o novo coronavírus “se calhar daqui a um ano e meio e, até lá, é preciso levar mais jovens para o Ensino Superior e ensinar-lhes também a viver e a conviver com a pandemia”.

A mobilidade internacional de estudantes poderá ser afetada pelas restrições à circulação para evitar a propagação da pandemia, no entanto o ministro defende que é preciso “claramente passar a mensagem” que tem de se continuar a reforçar a mobilidade, quer a nível europeu, quer dos países de expressão portuguesa.”

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Costa afasta retaliações contra países que limitam entradas a partir de Portugal

  • Lusa
  • 19 Junho 2020

Primeiro-ministro afasta a possibilidade de retaliar contra os Estados-membros europeus que estão a vedar ou limitar entradas de passageiros de voos com origem no território nacional.

O primeiro-ministro afastou esta sexta-feira a possibilidade de retaliar contra os Estados-membros europeus que estão a vedar ou limitar entradas de passageiros de voos com origem no território nacional e insistiu que Portugal compara bem em resultados sanitários.

Esta posição foi transmitida por António Costa em conferência de imprensa, em São Bento, após quatro horas de cimeira de chefes de Estado e de Governo da União Europeia, que se realizou uma vez mais por videoconferência.

“A reação diplomática nacional é feita através dos canais próprios – é isso que temos feito e é isso que iremos continuar a fazer. Não é prática de Portugal fazer retaliações, nem é prática de Portugal ter esse tipo de visão das relações internacionais”, declarou, após ser questionado sobre qual a reação político diplomática que o seu Governo adotará face ao conjunto dos Estados-membros da União Europeia que estão a colocar entraves à chegada de passageiros provenientes do país.

Nas respostas aos jornalistas, António Costa salientou que nenhum país “está a proibir a entrada a portugueses, havendo sim Estados-membros que estão a restringir voos a partir de Portugal, ou a impor quarentena a quem venha de território nacional”.

“A imposição de quarentena é independente da nacionalidade. Se um austríaco vier a Portugal, no regresso ao seu país também fica sujeito a quarentena”, referiu.

Segundo António Costa, neste momento, o que se verifica em relação ao conjunto de Estados-membros que estão a levantar reservas às viagens oriundas de Portugal, “é que apenas o Chipre, a Estónia e a Letónia se encontram em melhores condições” do que o país nos principais critérios sanitários.

“Por exemplo, a Áustria e a República Checa têm um número de testes de tal forma inferior a Portugal que, verdadeiramente, não permitem qualquer comparação de dados. A Dinamarca e a Lituânia têm uma taxa de letalidade muitíssimo superior à portuguesa. Finalmente, países como a Bulgária, Grécia e Polónia têm não só muito menos testes, como apresentam taxas de letalidade muito superiores à portuguesa”, apontou.

Ou seja, segundo o primeiro-ministro, “não basta olhar para o número de casos [de novos infetados], sendo também necessário saber qual o peso dos casos no conjunto de testes realizados e qual a forma como os diferentes serviços de saúde responderam à situação de doença em cada um dos países”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Wall Street sobe em dia de volatilidade da “bruxaria quádrupla”

Os índices norte-americanos abriram em alta na última sessão da semana. Hoje é o dia apelidado de "bruxaria quádrupla" em que expiram várias contratos de opções e futuros.

Wall Street está a negociar em alta no início da sessão desta sexta-feira, com os investidores a afastarem da mente as preocupações relacionadas com o aumento dos casos com coronavírus. Os índices norte-americanos caminham assim para fechar a semana com um ganho semanal. Contudo, a volatilidade deve ser o prato do dia por causa da “bruxaria quádrupla”.

O S&P 500 sobe 1,02% para os 3.147,17 pontos, mantendo-se cerca de 7% abaixo do máximo histórico, e o Dow Jones valoriza 1,28% para os 26.412,65 pontos, ficando a cerca de 11% do máximo histórico. Já o Nasdaq está muito perto de superar o máximo atingido a 10 de junho ao somar 0,94% para os 10.036,75 pontos no arranque da última sessão da semana.

Um dos setores em destaque é o da energia após o petróleo ter subido para lá dos 42 dólares em Londres com a promessa de cortes na oferta por parte dos produtores do “ouro negro”. Cotadas como a Occidental Petroleum e a Devon Energy sobem mais de 4%.

A nossa expectativa é que as cotadas continuem a subir, na sequência da política monetária expansionista muito agressiva, na política orçamental expansionista e a contínua reabertura da economia mundial com alguns contratempos temporários”, antecipa o analista Sebastien Galy, da Nordea Asset Management, em declarações à Reuters.

A sessão desta sexta-feira promete também ser ainda mais volátil, acima da volatilidade que já se tem verificado nos mercados financeiros nos últimos meses, por causa da “bruxaria quádrupla” (quadruple witching, em inglês). Tal acontece quando vencem vários contratos de futuros e opções em simultâneo. Este fenómeno ocorre todas as terceiras sexta-feiras dos meses de março, junho, setembro e dezembro.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

O futuro de quem gere pessoas deve ser (re)humanizado

A gestão de recursos humanos nas organizações tem acompanhado os vários desafios da sociedade e a pandemia não foi exceção. No período pós-crise, quem gere pessoas deve saber ouvir e ser mais humano.

A empresa é o reflexo da sociedade. Por isso, é urgente refletir sobre as responsabilidades de uma gestão sustentável e inclusiva, que se adapte e evolua com os desafios exteriores, como está a ser o da pandemia Covid-19. Para quem gere pessoas nas organizações, o período pós-pandemia deve servir para analisar os dois meses que passaram e para estar mais próximo dos trabalhadores e garantir a retoma.

É preciso (re)humanizar a profissão de gestão de recursos humanos. Na gestão humana no pós-pandemia é crucial saber ouvir, apoiar e valorizar o maior ativo das organizações: as pessoas. Estas foram algumas das conclusões da oradora Leyla Nascimento, presidente da World Federation of People Management Associations, que conduziu o webinar “Pós-Pandemia: Como trabalhar a Gestão Humana?”, organizado pela Associação Portuguesa de Gestão das Pessoas (APG).

Preparar a retoma: os propósitos e as pessoas

“Não continuaremos os mesmos. É impossível as pessoas, retomando ao seu trabalho, não terem sofrido todos os impactos”, começa por realçar Leyla. As organizações devem pensar em si como partes integrantes de uma sociedade que enfrenta desafios. Leyla Nascimento diz-se “orgulhosa” do trabalho dos profissionais de recursos humanos um pouco por todo o mundo e aponta que, agora, enfrentam mais um desafio nas suas profissões, devido à pandemia.

Ouvir ainda é a melhor solução para todas as questões.

Leyla Nascimento

Presidente da World Federation of People Management Associations

As empresas devem focar-se em duas principais prioridades: estar próximas do seu propósito e dos seus trabalhadores. Na retoma, os profissionais de recursos humanos devem dar importância à partilha de experiências e procurar padrões sustentáveis, garantindo igualmente uma “retoma de valorização de pessoas na organização”.

“Ouvir ainda é a melhor solução para todas as questões”, destaca Leyla Nascimento. Quem gere pessoas deve saber ouvir, quando e como comunicar, estar próximo dos trabalhadores e apostar numa comunicação transparente, fluida, e garantir o apoio emocional, tendo como objetivo um bem comum.

Além disso, é importante integrar as pessoas mais velhas e valorizar o contributo das novas gerações, acrescenta. O gestor de RH deve saber “mapear as necessidades de suporte”, ou seja, pensar na possibilidade de integrar um médico da medicina do trabalho ou um psicólogo para dar apoio no momento de transição. Esta é a altura para “desmistificar organigramas”, adaptar a cultura organizacional às necessidades de gestão sustentável e às exigências da sociedade e de um novo modelo de liderança, assente na proximidade.

Home office: “O que temos hoje é adaptação”

A pandemia obrigou milhares de pessoas transitar para o trabalho remoto e os estudos revelam que, de forma geral, tem sido até agora uma experiência positiva. Contudo, o sucesso não pode eliminar responsabilidades por parte de quem gere pessoas. É preciso criar condições para o trabalho em casa e ter atenção a questões como a privacidade dos trabalhadores, porque em relação ao teletrabalho “o que temos hoje é adaptação”, recorda.

Temos a obrigação que precisamos de entender: temos de criar ambientes na casa dos trabalhadores para o teletrabalho. Podemos gerar melhores resultados, mas também precisamos de cuidar da qualidade de trabalho em home office“, ressalva Leyla. “Não é possível que as lideranças não tenham tido experiências únicas, novas, inovadoras, de proximidade das suas equipas, de inovar no seu modelo de negócio”, acrescenta.

É preciso ter os mesmos cuidados, tanto presencial como virtualmente, criando uma tecnologia inclusiva. No pós-pandemia, a tecnologia também poder ter um papel fundamental, mas não substitui o lado humano.

Precisamos de revisitar os nossos processos dos sistemas de recursos humanos. Será que a tecnologia já nos está mostrar que é possível simplificar e voltar ao simples e ao óbvio, que é esse contacto humano. A tecnologia está a mostrar que também passa emoção, também passa vida e valores, mas precisamos de os revisitar”, aconselha Leyla. “A realidade hoje é uma realidade aumentada com a tecnologia. É uma realidade da transparência, de partilha e práticas e tomadas de decisão”, acrescenta.

“Voltar ao simples e óbvio, que é o contacto humano”

Empatia, humanidade, troca e decisões partilhadas e concertadas. Estes são os princípios que fazem parte da “agenda urgente para os profissionais de RH”, lembra Leyla, e que permitirão traçar um caminho onde ainda “há mais perguntas do que respostas”, lembra Leyla.

Precisamos de revisitar os nossos processos dos sistemas de recursos humanos. Será que a tecnologia já nos está mostrar que é possível simplificar e voltar ao simples e ao óbvio, que é esse contacto humano. A tecnologia está a mostrar que também passa emoção, também passa vida e valores, mas precisamos de os revisitar.

Leyla Nascimento

Presidente da World Federation of People Management Associations

De acordo com dados do Fórum Económico Mundial, entre 2020 a 2022 serão exigidos novos conhecimentos para 133 milhões de novas atividades nos países do G20 e prevê-se que 75 milhões de empregos sofram transformações. A tecnologia pode potenciar a requalificação tecnológica e a aposta nas habilidades cognitivas, mas é preciso não esquecer as soft skills e as competências socioemocionais.

Para quem gere pessoas, o objetivo é saber comunicar, quando comunicar, e conhecer as pessoas que estão a retomar os seus trabalhos, tendo como objetivo um bem comum. É essencial não esquecer, e saber integrar, as pessoas mais velhas e valorizar o contributo das novas gerações, lembra Leyla. “Há uma expectativa nesses jovens, que todo esse movimento possa gerar um mundo um pouco melhor, mais inclusivo. Nas políticas e estratégias de RH estamos a ter de olhar para isso e cuidar dessas novas gerações”, explicou.

Por fim, deixou o apelo: “Vamos precisar de contar esta história. Escrevam. Esta é uma experiência única”. Os ciclos de webinares gratuitos da APG arrancaram a 14 de maio, para debater o impacto da pandemia na sociedade, na gestão de recursos humanos e pensar como preparar o futuro pós-Covid.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.