Endividamento da economia sobe para novo recorde. Supera os 740 mil milhões
Em maio, as famílias, empresas e Estado endividaram-se em mais seis mil milhões de euros. Foi o segundo mês seguido em que a dívida da economia aumentou, em resposta à crise provocada pela pandemia.
Depois de ter registado a maior subida de sempre em abril, o endividamento da economia voltou a aumentar em maio pelo segundo mês seguido, num período marcado pela pandemia de Covid-19 e pela resposta do Governo e dos agentes económicos à crise. Naquele mês, famílias, empresas e Estado endividaram-se em mais de seis mil milhões de euros. O total do endividamento supera agora os 740 mil milhões de euros, o que acontece pela primeira vez.
Em apenas dois meses, o endividamento do setor não financeiro deu um salto de 17,6 mil milhões de euros para atingir um novo recorde em maio, nos 740,7 mil milhões de euros, de acordo com os dados divulgados esta terça-feira pelo Banco de Portugal.
Com a pandemia e a paralisação parcial da economia, o Estado chegou-se à frente com várias medidas para apoiar empresas e famílias em dificuldades, como o layoff e outros apoios para que deixou de ter atividade. Também as empresas se endividaram, nomeadamente através das linhas de crédito Covid, que beneficiam de garantias estatais.
Por outro lado, importa também contabilizar o reforço dos cofres públicos durante os primeiros meses do ano para fazer face ao pagamento de uma linha de obrigações de longo prazo que atingiu a maturidade em junho, o que levou o IGCP a proceder a um reembolso aos mercados de mais de oito mil milhões de euros.
Endividamento da economia dispara na pandemia
Banco de Portugal
O Banco de Portugal explica que dos 740 milhões de endividamento, 333,7 mil milhões de euros respeitavam ao setor público e 407,0 mil milhões de euros ao setor privado.
Acrescenta ainda que o aumento de 6,3 mil milhões verificado em maio se deveu “aos acréscimos de 3,6 mil milhões de euros do endividamento do setor público e de 2,7 mil milhões de euros do endividamento do setor privado”.
Relativamente ao aumento do endividamento do setor público, o banco central agora liderado por Mário Centeno adianta que a evolução reflete o crescimento do endividamento face ao setor financeiro (3,2 mil milhões de euros) e face às próprias administrações públicas (1,3 mil milhões de euros). “Estes aumentos foram parcialmente compensados pela redução do endividamento face ao exterior (mil milhões de euros)”, nota.
No setor privado, o endividamento das empresas aumentou 2,6 mil milhões de euros, sobretudo através da subida de 2,2 mil milhões do endividamento face ao setor financeiro. Já o endividamento dos particulares face ao setor financeiro registou um acréscimo de 100 milhões de euros.
(Notícia atualizadas às 11h02)
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