OE prevê que PIB cresça 5,4% em 2021. Défice desce para os 4,3%
O Ministério das Finanças desenhou o OE 2021 com a expectativa de que a economia vai recuperar 5,4% no próximo ano, permitindo que o défice desça para os 4,3% do PIB.
O Governo conta com uma recuperação de 5,4% da economia portuguesa em 2021, levando o défice orçamental a descer para os 4,3% do PIB. Esta é a previsão que consta do relatório do Orçamento do Estado para 2021 (OE 2021) entregue esta segunda-feira pelo Ministério das Finanças na Assembleia da República.
O relatório conta ainda com as previsões relativas a 2020: após seis anos consecutivos de crescimento económico em Portugal, o PIB vai contrair 8,5% este ano. Por outro lado, o défice orçamental irá subir para os 7,3%, depois de se ter registado o primeiro excedente da democracia em 2019.
Face ao Orçamento Suplementar, as previsões para 2020 pioram, mas as estimativas para 2021 melhoram. No caso deste ano, o Governo explica no relatório que a deterioração da previsão do PIB reflete uma maior queda do consumo privado e das exportações, assim como uma contração do consumo público, o que não é compensado totalmente pela menor redução do investimento e por uma diminuição mais intensa das importações.
Relativamente à taxa de desemprego, o Governo prevê agora que esta suba para 8,7% em 2020, baixando no próximo ano para os 8,2%. Por sua vez, o emprego deverá encolher 3,8% este ano, seguindo-se uma pequena recuperação de 1% em 2021.
Já a taxa de inflação (IHPC) deverá ser negativa, fixando-se em -0,1% em 2020, recuperando em 2021 para 0,7%.
Exportações afundam mais de 20%, mas recuperam 10% em 2021
As vendas ao exterior vão sofrer uma queda de 22% em 2021, face ao ano anterior, registando uma quebra superior à das importações (-17,9%). No ano seguinte, as exportações vão recuperar 10,9%, ficando ainda assim bastante aquém dos valores anteriores à pandemia. As vendas ao exterior vão beneficiar principalmente do crescimento dos países da Zona Euro, fazendo crescer a procura externa sobre os bens e serviços portugueses.
Essa recuperação permitirá que o PIB ganhe fôlego em 2021 com um crescimento de 5,4%, refletindo o contributo positivo tanto da procura externa líquida (exportações descontadas das importações) como da procura interna, “por via de um maior dinamismo das componentes de consumo privado, investimento e consumo público, e de um crescimento das exportações mais intenso que o esperado para as importações”, nota o Governo.
Esta estimativa assume que haverá um “menor nível de incerteza, face a 2020, e uma gradual melhoria no mercado de trabalho, levando a um ligeiro aumento no rendimento disponível das famílias e a uma redução da taxa de poupança”. É de assinalar ainda o crescimento de 5,3% do investimento total na economia, “resultado de um forte aumento do investimento público, beneficiando da forte execução de investimentos estruturantes, e de um aumento do investimento privado, associado a uma melhoria das expectativas relativas à procura global”.
Além disso, o consumo público — o dinheiro que o Estado gasta em serviços à população — irá crescer 2,4%, após uma queda de 0,3% em 2020 provocada pelo encerramento de vários serviços públicos durante o confinamento. O Ministério das Finanças faz questão de explicar em rodapé que “as autoridades estatísticas trataram o encerramento de serviços públicos como uma diminuição da quantidade de horas trabalhadas, independentemente da realidade do teletrabalho”.
Face a estes números, o Conselho das Finanças decidiu endossar as estimativas e previsões macroeconómicas apresentadas.
(Notícia atualizada às 21h49 com mais informação)
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